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MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES . Eng. Agr. Luís César Cassol – Professor da UTFPR/Campus Pato Branco. MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES . Por que os solos são pobres em nutrientes? Recomendações Técnicas - princípios do SPD - calagem
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MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES Eng. Agr. Luís César Cassol – Professor da UTFPR/Campus Pato Branco
MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES Por que os solos são pobres em nutrientes? Recomendações Técnicas - princípios do SPD - calagem - filosofias de adubação química - adubação orgânica - adubação verde III. Situação atual da fertilidade do solo em duas regiões do PR IV. Sugestões Técnicas e Políticas
MICROnutrientes MACROnutrientes 100 80 Produção Relativa (%) 60 40 20 Adequado Excesso Deficiente 0 Disponibilidade de Nutrientes
I. DIAGNÓSTICO Comparativo área de mata com área de lavoura no SPD – Pato Branco, 2010
Por que os solos são pobres em nutrientes? Em função do material de origem solos originados de arenitos: 4% Fe solos originados de basalto: 15% Fe
Pelo avançado estágio de intemperização Características químicas de 2 solos originados do basalto Fonte: Brasil (1967)
Pelo manejo no sistema convencional, com aração e gradagem, degradando a MOS Planejamento inadequado da propriedade no momento de conversão do sistema para o plantio direto. Alguns agricultores simplesmente pararam de revolver o solo. - correção da acidez, da deficiência de P e descompactação da antiga camada arável; - planejamento das estradas; - redefinição dos terraços.
Fertilizações inadequadas, sem obedecer à predição da análise de solo e/ou às recomendações técnicas Fórmulas de fertilizantes desbalanceadas, aplicadas em doses e em épocas inadequadas Sucessões de cultivos soja/soja ou soja/feijão no Sudoeste e soja/milho safrinha no Oeste PR Por falta de capital para investimento
1. SISTEMA PLANTIO DIRETO É um sistema de exploraçãoagropecuárioqueenvolvediversificação de espécies, via rotação de culturas, as quaissãoestabelecidasnalavouramediante a mobilização do solo exclusivamentenalinha de semeadura, mantendo-se osresíduosvegetaisdas culturasanterioresnasuperfície do solo(Denardin & Kochhann, 1997).
Início Transição Consolidação Manutenção 0-5 5-10 10-20 > 20 Tempo SPD (anos) Fonte: Sá (1994)
Estratégias para recuperação da MOS práticas de conservação do solo e da água: cobertura do solo, terraceamento, cultivo em nível • culturas de cobertura • rotação de culturas • adubações equilibradas (Ca, Mg, P, K,...) • biodiversidade • adição biomassa • uso criterioso de agroquímicos • leguminosas • adubação orgânica • adubação nitrogenada mineral • pastagens • plantio direto • preparos reduzidos • plantio direto • preparos reduzidos Amado et al. (2003)
Carbono: Principal componente da matéria orgânica e que está mais diretamente relacionado com a qualidade do solo (Mielniczuk, 1999). QUALIDADE DO SOLOé a capacidade do solo funcionar, dentro dos limites de um ecossistema natural, sustentando a produtividade biológica, mantendo ou melhorando a qualidade ambiental e promovendo a sanidade animal e vegetal (Doran & Parkin, 1994).
Conclusão Apesar de termos a base do “plantio direto” e dominarmos a tecnologia, manejamos MAL os nossos solos. • Baixa cobertura de solo • Pouca ou ausência de rotação de culturas • Retirada indiscriminada dos terraços • Excesso de calagem
Pato Branco, PR, abril de 2010 Fotos: IAPAR, Alceu L. Assmann
Motivos prováveis: Difícil visualizar ou perceber a essencialidade da conservação do solo para o sucesso e a sustentabilidade do empreendimento; Comodidade na semeadura, redução de 30% do tempo em manobras; Fragilização do ensino, assistência técnica e extensão rural (Olinger, 1997; Cogo, 2007); Informações técnicas para culturas não contêm orientações para o planejamento conservacionista;
Confiança demasiada no plantio direto; Existe um pólo de máquinas vendendo, no PR, as mesmas máquinas vendidas no cerrado, sob condições de relevo e clima totalmente diferentes. A natureza impõe recursos naturais que limitam determinadas práticas, mas o agricultor não está considerando isso; Omissão dos técnicos em relação ao problema. O profissional está se submetendo aos desejos do produtor e acobertando os seus erros.
2. CALAGEM • SPD alterou as características do solo, trazendo dúvidas no manejo da calagem: • Incorpora ou não incorpora • Método: aplicar dose em lavouras de produtividade • Quanto calcário aplicar
TOXIDEZ DE ALUMÍNIO NO SPD • BIO-ENSAIO: SOJA – Solução do solo • COMPRIMENTO RADICULAR vs MANEJO SALET et al. (1999)
ALUMÍNIO NA SOLUÇÃO ESPÉCIES E ATIVIDADE (Soil Solution) VS MANEJO DO SOLO SALET et al. (1999)
Aplicação de alumínio em solos com diferentes níveis de MO 1. Efeitos sobre o Al trocável e a saturação por alumínio 2. Efeitos sobre o pH do solo e a saturação por bases Cassolet al. (2008)
MODO DE APLICAÇÃO CALAGEM SUPERFICIAL (sem incorporação) PRÁTICA CORRENTE - RECOMENDAÇÃO: REAPLICAÇÃO - em lavouras consolidadas no SPD INSTALAÇÃO E REAPLICAÇÃO – em campo natural JUSTIFICATIVA Manutenção de características físicas favoráveis para conservação do solo “construídas” no tempo
CALAGEM SUPERFICIAL RESPOSTAS DAS CULTURAS LAVOURAS Pottker & Ben (2000)
RENDIMENTO ACUMULADO Soja - trigo - milho - aveia - soja Pottker & Ben (2000) • SEM CALCÁRIO = BONS RENDIMENTOS • CALAGEM SUPERFICIAL: • - Resposta pequena (até ½ smp) • - Doses baixas (< ¼ smp) = perda do efeito residual – 4ª cultura
O que aconteceria se, por ventura, o solo cultivado no SPD fosse submetido a aração e gradagem???? Fonte: Fucks et al. (1994) A aração e gradagem de uma área com 4 anos em PD reduziu pela metade a estabilidade estrutural
A dúvida que surge é quanto tempo será necessário para haver recuperação dos agregados do solo???? Fonte: Santin et al. (1994)
DOSES Resultados ensaio com calagem (Cassolet al.) Rendimento acumulado de duas safras de soja, duas de milho e uma de trigo
Tratamento Testemunha (sem calagem) (0-20cm) SUGESTÃO Em áreas no SPD consolidado, com teores de MO acima de 4%, utilizar, como critério de calagem (tomada de decisão), o valor de V% entre 50-60% e pH-CaCl2 entre 5,0-5,5.
3. ADUBAÇÕES A tomada de decisão para a aplicação de fertilizantes, sejam minerais ou orgânicos, deve ser baseada na análise do solo, cujo resultado só será confiável se o procedimento de coleta de amostras de solo for correto. Os produtores acreditam na análise do solo? Os procedimentos de amostragem são seguidos?
Evolução do número de laboratórios da rede CELA-PR 1995 2006 2008 2009 2010 2011 2012
Evolução da média geral dos laboratórios 2008 2009 2010 2011 2012
CV considerando todas as determinações e todas as interações – média de 2008 a 2012
Filosofias de adubações 3.1 Adubação de sistema, a lanço ou em linha? Em solo com níveis altos de P e K, na camada de 0-20 cm
Produtividade de grãos de trigo e milho em função de épocas e formas de aplicação de fósforo e potássio. Pavinato & Ceretta (2004) TLi = adubação recomendada para o trigo na linha de semeadura; TLa = adubação recomendada para o trigo aplicada a lanço na semeadura; MLi = adubação recomendada para o milho na linha de semeadura; MLa = adubação recomendada para o milho aplicada a lanço na semeadura.
Filosofias de adubações 3.2 Adubação de sistema, a lanço ou em linha? Em solo com níveis baixos de P e K, na camada de 0-20 cm
Conclusões Em solo com teores de P e K acima do nível crítico (NC), a eficiência das formas de aplicação é semelhante. Porém, a aplicação de fertilizantes em superfície pode ter efeitos indesejáveis na qualidade do ambiente, porque aumenta o risco de perdas por escoamento superficial, especialmente em áreas com maiores declividades. Em solo com teor de nutrientes abaixo do NC, a aplicação em linha é mais eficiente.
Questionamentos 1. Qual a dose a ser aplicada num solo que apresenta teor de P na faixa ótima na camada 0-10cm e muito abaixo da ótima na camada de 10-20cm? 2. Como construir a fertilidade nas camadas mais profundas com aplicação de P a lanço no SPD? 3. E os solos com problemas físicos na subsuperfície, impedindo o acesso a água e nutrientes?
4. ADUBAÇÃO ORGÂNICA Teor de P no solo após o uso de cama de aviário Teor de K no solo após o uso de cama de aviário Fonte: Tabolka (2012)
4. ADUBAÇÃO ORGÂNICA Saturação por bases do solo após o uso de cama de aviário pH do solo após o uso de cama de aviário Fonte: Tabolka (2012)
4. ADUBAÇÃO ORGÂNICA Número de espiguetas por espiga e rendimento de grãos de trigo após o uso de cama de aviário Fonte: Tabolka (2012)
Conclusões Se for economicamente viável, o uso de cama de aviário pode ser uma boa opção; A cama melhora os níveis de fertilidade e aumenta a produtividade dos cultivos; O uso da cama de aviário requer os mesmos critérios técnicos utilizados para o uso de fertilizantes minerais.
5. ADUBAÇÃO VERDE Taxa de decomposição dos resíduos Fonte: Viola et al. (2013) – experimento conduzido em P.Branco, PR
N, P e K, liberado e remanescente, após 100 dias de avaliação. Viola et al. (2013)
Conclusões Dependendo do tipo de resíduo, a sua decomposição é rápida; A taxa de liberação dos nutrientes presentes no resíduo também é rápida; A semeadura da espécie seguinte deve ser feita o mais próximo possível do manejo dos resíduos (filosofia colhe-planta).
III. SITUAÇÃO ATUAL DA FERTILIDADE DO SOLO EM DUAS REGIÕES DO PR
Levantamento da fertilidade do solo à nível regional (amostras coletadas de 0-20 cm): Sudoeste do PR (microrregião de Pato Branco) Emater – Gestão (2013), 711 amostras, 14 municípios. Centro-Sul PR (microrregião de Guarapuava): Ribas (2010), 6.534 laudos, 12 municípios.
Valores de pH-CaCl2 Fonte: Emater– Gestão, Sudoete Fonte: adaptado de Ribas (2010), Centro-Sul
Valores de saturação por bases Fonte: Emater– Gestão, Sudoete Fonte: adaptado de Ribas (2010), Centro-Sul