E N D
GUERRA DO CONTESTADO LUIZ ALVES
Foram inúmeras as causas que acenderam o estopim que levou a “Guerra do Século, o famoso contexto do contestado. Após a queda da monarquia, o país estava completamente falido e sem nenhum recurso financeiro, porque os Imperadores sempre adotaram o regime Feudalista que enforcava mortalmente o panorama de igualdade social, levando os menos favorecidos a terem somente uma opção, trabalhar como escravos com uma mínima bonificação mensal aos protegidos do regime imperialista”. A “lei do ventre livre” foi a primeira grande derrota dos senhores de engenho, que tiraria de suas mãos o filete de ouro, a futura mão-de-obra produtiva. Em 1888 a princesa Isabel legaliza a “lei Áurea”, abolindo todo e qualquer regime de escravidão. E na calada da noite em 1889, os parlamentares, políticos provincianos, empresários e comerciantes, ministros e os marechais das forças armadas compram dos Estados Unidos da América um regime republicano corrompido, corrupto e capitalista, que levaria toda a população brasileira a mais completa miséria social e econômica. Os empresários americanos como sempre, são filantrópicos e humanitários com o resto do mundo, assim como as nuvens de gafanhotos são com as plantações, firmam um contrato com o poder republicano na construção de uma ferrovia do estado de São Paulo ao estado do Rio Grande do Sul, cobrando a simples bagatela de vinte contos de réis por quilômetro construído, depois reajustado por quarenta contos de réis, além de terem a posse de quinze quilômetros em ambos os lados da ferrovia, onde poderiam explorar todos os recursos naturais e povoar com emigrantes europeus.
A opção que lhe restou, foi fechar um acordo com marginais da sociedade de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e os jagunços de Conselheiro na guerra de Canudos, garantindo-lhes que seriam postos em liberdade se cumprissem a sua parte. Mas ao final da ferrovia, deixam um terço jogado a sua própria sorte e na completa miséria num sertão desconhecido, enquanto os parlamentares, republicanos e o grupo Farquhar saem transportando muitos baús abarrotados de ouro. A opção que restou a esses miseráveis, excluídos da sociedade foi adaptar-se nessa terra estranha, trabalhar para os emigrantes europeus ou servir de jagunços a algum coronel. Aos demais, restou ir para a terra que vertia leite e mel, melhor dizendo, o Arraial de Bom Jesus do Taquarucú. Como toda a população do contestado encontrava-se esquecida pela Igreja Católica, há muito tempo, se entregam às crendices populares diante de sua fragilidade espiritual. Nesse momento entram os benzedores e curandeiros, principia com o monge João Maria D’Agostin que peregrinou seis anos após a Revolução Farroupilha, entre os anos de 1851 a 1856. Devido ao abandono da região do rio Iguaçu até os campos de Palmas, o ditador paraguaio Francisco Solano Lopes decide invadir e tomar o território em Novembro de 1864 a 1870. A Argentina em 1895 reinvidica trinta mil quilômetros quadrados dos estados do Paraná e Santa Catarina (Questão de Palmas), sendo resolvido pelo presidente americano Cleveland que confirma ser habitado por brasileiros. Nos anos de 1893 a 1895, acontece a Revolução Federalista, nascida no Rio Grande do Sul, Coronel Gumercindo Saraiva teve apoio do Almirante Custódio de Melo, Rui Barbosa e Euclides da Cunha, como objetivo de derrubar o marechal Floriano Peixoto da presidência da república, também que destituísse do cargo o presidente do estado Júlio de Castilhos, concedendo-lhes o sagrado direito político e financeiro na província, além de estar aliado ao saudosismo Monárquico.
Aparece na área contestada nos anos de 1889 a 1995 o monge de nome Atanás Marcaff, muito idêntico ao monge João Maria, o qual os sertanejos acreditavam ser o mesmo santo. Retirou-se para o morro do Taió, vindo falecer por uma forte pneumonia em 1897. Aproveitando as peregrinações dos monges: João Maria D’Agostin e Atanás Marcaff, ou João Maria de Jesus na área do conflito, inesperadamente surge Miguel Lucena Boaventura, vulgo José Maria, intitulando-se irmão do santo profeta, mas na realidade era um benzedor místico vindo da vila de Campos Novos Meus amigos, para que vocês tenham uma explícita idéia dos fatos, a imprensa dos Estados Unidos e os países da Europa deram muitas manchetes em seus jornais, como uma injustiça imperdoável ao que se estava fazendo com o povo humilde do sertão. Eram políticos corruptos e empresários desumanos que jogavam na lama o verdadeiro sentimento humano. Uns poucos historiadores são merecedores de créditos, se esforçaram ao máximo para reverter à situação, e hoje o Brasil e todo o mundo conhecem a história que anteriormente era: “Os errantes do século” e agora conhecida como: “Os injustiçados do século”.
Irmandade de São Sebastião: Elias de Moraes - Elias de Sousa - Maria Rosa de Sousa - Francisco Alonso de Sousa - Euzébio Ferreira dos Santos - Praxedes Gomes Damasceno - Joaquim Gomes Damasceno - Benedito Pedro de Oliveira (Chato) - Cirino Pedro de Oliveira (Chato) - Elias de Melo - Miguel Lucena Boaventura (José Maria) - Henrique Wolland (Alemãozinho) - Manoel Alves de Assumpção da Rocha - Maria do Carmo - Chica Pelega - Conceição - Margarida - Terezinha - Clementina - Guilherme Helmich - Agostinho Saraíba (Castelhano) - Francisco Paes de Farias (Chico Ventura) - Manoel Teixeira (Maneco) - Joaquim Germano - Gustavo Reinchardt - Irmãos Sampaio - Bonifácio José dos Santos (Bonifácio Papudo) - Antônio Tavares Júnior - Francisco Salvador - Juca Ruivo - os videntes Teodora e Joaquim dos Santos (Neta e filho de Euzébio) - Sebastião Campos - Guilherme Paes de Farias (Guilherme Ventura) - Delfino Pontes - Murilo Gomes - João Paes de Farias (João Ventura) - Tobias Lourenço de Sousa - Adeodato Manoel Ramos - Olegário Ramos (Negro Olegário) - Francisco Maria Camargo (Chico Pitoca) - Benevenuto Alves de Lima (Venuto Baiano) - Conrado Glober - Manoel Lira de Jesus - Manoel Germano - Ignácio Gonçalves de Lima - Aleixo Gonçalves de Lima - Francelísio Sutil de Oliveira - Honório de Albuquerque - Joaquim Gonçalves de Lima - Maria Alves Moreira - Silvério Bastos - Manoel Morais (Pai Velho) - Paulino Pereira da Silva - Paulino Ribeiro - Francisco de Almeida - Cipriano de Almeida - Henrique Hass - Estanislau Schumann - Vacariano Nabor - Carneirinho e pouco mais de vinte mil fanáticos e jagunços. Contou com o apoio dos coronéis, Henrique Paes de Almeida (pai), Henrique Paes de Almeida (filho) e Miguel Fragoso, Domingos Soares e uma dezena de coronéis nas muitas províncias.
Coronéis e Autoridades: Coronel Francisco Ferreira de Albuquerque - Coronel Virgílio Pereira - Coronel Marcos Gonçalves de Farias - Coronel José Rauen - Coronel Domingos de Oliveira Lemos - Coronel Zacarias de Paula Xavier - Juiz de Direito Guilherme Abry - Promotor de Justiça Marcílio da Cruz Maia - os Capitães João Alves Sampaio - João da Cruz Maia - Leogídio Vicente Mello - Major Euclides Ferreira de Albuquerque - Major Altino Gonçalves de Farias - Major João Severo Gomes - Major Simpliciano de Almeida - Major Graciliano T. de Almeida - Major Firmino de Almeida - Major Henrique de Almeida Filho - Major Salvador Calomeno - Coronel Henrique Rupp - Coronel Virgílio Antunes - Coronel Manoel Tomaz Vieira - Coronel Manoel Fabrício Vieira - Coronel Fabrício Vieira das Neves - Coronel Vidal Ramos - Coronel Felippe Schimidt - Dr. Afonso Alves de Camargo - Carlos Cavalcânti - Coronel Emiliano Ramos - Belisário Ramos - Senador Pinheiro Machado - Senador Lauro Müller - Deputado Federal Manoel Correia de Freitas - Antônio Rocha Tico - Deputado Ulbaldino de Amaral - Diocleciano Martyr - Deputado Sidnei Gonçalves - Ministro Rui Barbosa - Virgilio Martinho de Melo - Miguel Francisco Driessen - João Severo de Oliveira - José Knol, José Custódio de Melo - Aristides de Oliveira Lemos - Diogo Alves Ribeiro - Alzerino Waldomiro de Almeida.
Oficiais Republicanos:Tenente Coronel João Gualberto Gomes de Sá Filho - Tenente Coronel Busse - Desembargador Sálvio Gonzaga - Capitão Adalberto de Menezes - Capitão Mauricio Antônio de Melo - Capitão Esperidião de Almeida - Ministro da Justiça Rivadávia da Cunha Corrêa - Capitão Euclides de Castro - Capitão Zaluar - Tenente Coronel Dinarte de Aleluia Pires - Major Trujilo de Melo - Capitão Lebon Régis - os Presidentes: Marechal Deodoro da Fonseca - Marechal Floriano Peixoto - Nilo Peçanha - Rodrigues Alves - Afonso Pena - Hermes da Fonseca - Venceslau Brás - Capitão João Teixeira de Matos Costa - Major Januário Cortes - Tenente Coronel Vidal de Oliveira Ramos - Tenente Coronel Castelo Branco – Tenente Coronel José Carneiro - Tenente Coronel José Capitulino Freire Gameiro - Tenente Coronel Adolpho de Carvalho - General Carlos Frederico de Mesquita - Ministro da guerra Vespasiano de Albuquerque - Ministro da guerra Caetano José de Farias - Tenente Coronel Campos - General Fernando Setembrino de Carvalho - Tenente Coronel Francisco Raul D’Estillac Leal - Capitão Tertuliano Albuquerque Potyguara - Capitão Vieira da Rosa Araújo - Tenente Coronel Henrique Rupp - Major Taurino de Resende - Tenente Coronel Júlio César - Tenente Coronel Onofre Ribeiro - Tenente Coronel Eduardo Sócrates - Major Furtado Paiva - Tenente José Pereira da Rosa - Tenente Joaquim Souza Reis - Tenente Herculano Teixeira de Assumpção - Tenente Walfredo Ermílio - Tenente Antônio Guilhon - Dr. Rabelo Pinto - Tenente Joaquim Ribeiro - Tenente Salvador Pinto Ribeiro -Capitão Francisco Alves Pinto - Sargento Carlos Pinkensleper - Tenente Belizário Caetano Ferreira Leite, comandaram as várias expedições, tendo um total de quase doze mil soldados. Após a saída do General Setembrino, assumiu a inspetoria da décima primeira região militar, o Coronel Sebastião Basílio Pirro. São usados pela primeira vez no mundo, os aviões Parrascal Morone de 50 cavalos e um Morane Saulnier de 90 cavalos no reconhecimento aéreo, com o Coronel alemão Ricardo Kirk, o Tenente italiano Ernesto Dariolli. Os outros três aviões, um Bleriot de 80 cavalos e dois Parrascal Morane de 50 cavalos é destruído pelas fagulhas da locomotiva a vapor.