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O “mundo” da simetria Reflectindo sobre desafios do PMEB

O “mundo” da simetria Reflectindo sobre desafios do PMEB. Ana Maria Roque Boavida ana.boavida@ese.ips.pt. Observando o PMEB tendo a simetria por horizonte. Que imagens têm ou não têm simetria?. Simetria: Que significado?. Serão as mãos simétricas? Será a nossa cara simétrica?

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O “mundo” da simetria Reflectindo sobre desafios do PMEB

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Presentation Transcript


  1. O “mundo” da simetria Reflectindo sobre desafios do PMEB Ana Maria Roque Boavida ana.boavida@ese.ips.pt

  2. Observando o PMEB tendo a simetria por horizonte

  3. Que imagens têm ou não têm simetria?

  4. Simetria: Que significado? Serão as mãos simétricas? Será a nossa cara simétrica? Serão os bonecos simétricos? Afinal, de que falamos quando falamos em simetria?

  5. Simetria: Que significado? • A noção de simetria, sendo essencial em Matemática, não é exclusiva deste campo Simetria é uma ideia que o homem tem usado ao longo dos tempos para tentar compreender e criar ordem, beleza e perfeição. (Serra, 1993, p. 304, cit. Weyl) A noção de simetria é deveras importante em Matemática, nas artes visuais e em diversas ciências como a Cristalografia e a Física. (Oliveira, 1997, p. 70) • Em geometria, simetria define-se em termos de isometrias Quando a imagem de uma figura, através de uma isometria diferente da identidade, coincide com a figura original, então a figura tem simetria. (Serra, 1993)

  6. Simetria: Estabilizando um significado • Falar de simetria é falar de simetriade uma figura. Figura: um subconjunto de pontos do plano ou do espaço. Exs: Recta, rectângulo, esfera, desenho artístico,... (Bastos, 2006) • Não tem sentido perguntar se as duas bonecas (duas figuras) são simétricas... ... embora possa perguntar-se se a boneca (uma figura) tem simetria.

  7. Simetria de uma figura: Estabilizando um significado Focando-nos nas figuras do plano • Simetria de uma figura não é o mesmo que simetria axial de uma figura: a figura pode ter simetrias que não sejam axiais Simetria de uma figura F é uma particularidade dessa figura. Significa que existe uma isometria T do plano que deixa a figura invariante, isto é, tal que T (F ) = F. (adaptado de Bastos, 2006) • Invariante significa globalmente invariante • Podem alguns ou todos os pontos da figura mudar de posição, mas a figura, como um todo, fica invariante. (Veloso, 1998, p. 182) • Manutenção da congruência e da posição O transformado da figura através da isometria coincide com a figura original: as figuras são geometricamente iguais e além disso ocupam a mesma posição no plano, mesmo que haja pontos que não coincidam com as suas imagens.

  8. Revisitando isometrias a propósito de simetria • Analisar a simetria de uma figura remete para investigar se há isometrias (diferentes da identidade) que a deixam invariante • Isometria: Transformação geométrica que preserva as distâncias; as figuras do plano são transformadas noutras geometricamente iguais. • Quatro tipos fundamentais de isometrias: • Rotação • Translação • Reflexão • Reflexão deslizante

  9. Revisitando isometrias a propósito de simetria O . Rotação 75º O peixe da esquerda “rodou” no sentido contrário aos ponteiros do relógio (sentido positivo), descrevendo um ângulo de vértice O e amplitude 75 graus. Rotação de centro O e amplitude 750

  10. Revisitando isometrias a propósito de simetria Centro de rotação: pode ser um ponto que não pertence à figura O . Rotação 75º Centro de rotação: pode ser um ponto da figura .O 2700 750 .O .O .O 1800(meia volta) 3600

  11. Revisitando isometrias a propósito de simetria Rotação • Rotação de centro O e amplitude α é uma transformação geométrica tal que: • qualquer que seja o ponto P do plano, a distância de O a Pé igual à distância de O à imagem de P (P’ ); • a amplitude do ângulo orientado definido por P, O e P’ é igual a α. F F Rotação de centro O e amplitude 900

  12. Revisitando isometrias a propósito de simetria Translação Translação associada ao vector Translação associada ao vector Numa translação todos os pontos de uma figura se “deslocam” na mesma direcção, no mesmo sentido e a mesma distância.

  13. Revisitando isometrias a propósito de simetria Translação • Translação associada ao vector é uma transformação geométrica em que cada ponto Odo plano é transformado num outro ponto O’ (imagem de O) em que O’ = O + • Translação da figura F associada ao vector F

  14. Revisitando isometrias a propósito de simetria Reflexão Os eixos de reflexão podem, ou não ter pontos em comum com a(s) figura(s) eixo de reflexão Cada ponto de uma figura e a sua imagem estão sobre uma recta perpendicular ao eixo de reflexão e a igual distância desse eixo. É como se o peixe e a estrela se estivessem “a ver ao espelho”...

  15. Revisitando isometrias a propósito de simetria Reflexão • Reflexão de eixo sé a transformação geométrica que faz corresponder a cada ponto O do plano o ponto O’ (imagem de O) de tal modo que: • a recta s é perpendicular a [O O’] e passa pelo ponto médio de [O O’] (ou s é a mediatriz de [O O’]; • se O pertence a s, a sua imagem coincide com O. F s • Reflexão da figura F de de eixo s

  16. Revisitando isometrias a propósito de simetria • Transformação geométrica que resulta da composição de uma reflexão de eixo s com uma translação cujo vector tem direcção paralela a s. Reflexão deslizante F s O’’ imagem de O através da reflexão deslizante associada a s e ao vector

  17. Retomando a ideia de simetria de uma figura De entre as aplicações mais interessantes das transformações e grupos de transformações estão as relacionadas com questões de simetria. Existindo muitas espécies de simetrias no plano e no espaço (...). (Oliveira, 1996, p. 187) Há uma simetria para cada um dos quatro tipos de isometrias referidos. (Serra, 1993, p. 305) • Simetria de reflexão (ou simetria axial) • Simetria de rotação (ou simetria rotacional) • Simetria de translação • Simetria de reflexão deslizante

  18. Simetria de reflexão de uma figura Existe, pelo menos, uma reflexão que deixa a figura globalmente invariante Como a reconhecemos? Várias hipóteses... • Se conseguirmos dobrar a figura de tal modo que as duas partes obtidas se sobreponham exactamente; • Se conseguirmos colocar um espelho ou mira sobre a figura de modo a que a junção da parte reflectida com a não reflectida seja exactamente igual à figura toda; • Se recortarmos a figura e conseguirmos preencher exactamente o buraco que fica na folha com a parte recortada mas virada ao contrário (com a parte de baixo do papel virada para cima); • ...

  19. Simetria de reflexão de uma figura • Por vezes a simetria de reflexão é designada por simetria axial; o eixo de reflexão também se pode designar por eixo de simetria ou linha de simetria. (Serra, 1993, p. 305) Eixo de simetria? 1 eixo de simetria ? eixos de simetria ? eixos de simetria ? eixos de simetria ? eixos de simetria

  20. Simetria de reflexão de uma figura Eixo de simetria? 1 eixo de simetria 2 eixos de simetria 6 eixos de simetria 0 eixos de simetria 4 eixos de simetria Eixo de simetria de uma figura: Recta (sobre a qual se faz a dobra ou se coloca o espelho/mira…) que divide a figura ao meio de modo que uma metade da figura seja a reflexão da outra metade. Caso contrário, a recta não é eixo de simetria.

  21. Simetria rotacional de uma figura Existe, pelo menos, uma rotação com uma amplitude superior a 00 e inferior a 3600 que deixa a figura globalmente invariante. Só neste caso se admite também uma simetria rotacional associada a um ângulo de 3600. Como a reconhecemos? Se conseguirmos girar a figura em torno de um ponto fixo, de modo a que a imagem resultante, através da rotação, coincida com a figura original. Figura com simetria rotacional Figura sem simetria rotacional (ou qualquer outro tipo de simetria)

  22. Simetria rotacional de uma figura Que simetrias rotacionais tem a figura? C C: Centro da simetria rotacional (ponto em torno do qual a figura “roda”) Ângulo da simetria rotacional: ângulo orientado que descreve o “movimento” da figura. Um quarto de volta (90º) Meia volta (180º) Três quartos de volta (270º) Uma volta inteira (360º)

  23. Simetria de translação de uma figura Existe, pelo menos, uma translação que deixa a figura globalmente invariante Como a reconhecemos? • Se podemos movimentar a figura segundo uma dada distância e uma dada direcção (identificadas pelo vector da translação) de tal modo que o seu transformado coincide com a figura original • Se a figura for infinita, existe essa possibilidade…

  24. Simetria de reflexão deslizante de uma figura Existe, pelo menos, uma reflexão deslizante que deixa a figura globalmente invariante Como a reconhecemos? • Se, por exemplo, depois de desenharmos a figura em papel transparente, de virarmos o papel ao contrário “em torno” de uma determinada recta e de o deslocarmos segundo a direcção dessa recta, conseguirmos que o transformado da figura coincida com a figura original. • Se a figura for infinita, existe essa possibilidade…

  25. Em busca de simetrias de figuras Potencialidades O estudo das simetrias das figuras constitui uma aplicação muito interessante das isometrias que permite desenvolver o conhecimento matemático destas transformações geométricas e fornecer, consequentemente, ferramentas que podem ser muito úteis na resolução de problemas geométricos. (...) Conhecimento matemático Resolução de problemas Conhecimento matemático O conceito de simetria pode ser também a base para actividades de descrição e classificação de figuras geométricas, de argumentação/demonstração (…) Comunicação e raciocínio A análise de objectos artísticos ou de cristais através das suas simetrias são actividades que estabelecem ligações entre a matemática e outros domínios do saber (...) Conexões matemáticas (Bastos, 2006, p. 11)

  26. Simetrias de polígonos Que simetrias existem num quadrado? D C B A

  27. Simetrias de polígonos Que simetrias existem num quadrado? • Simetrias de reflexão 4 Eixos de simetria: 2 rectas que contêm as diagonais do quadrado e 2 rectas que passam pelos pontos médios de lados opostos • Simetrias rotacionais 90º 4 Com centro no ponto de encontro das diagonais do quadrado e amplitudes 900, 1800, 2700 e 3600. C D B

  28. Simetrias de polígonos Exemplo de material de apoio à exploração de simetrias em polígonos

  29. Simetrias na arte decorativa: o caso das rosáceas Exemplos de rosáceas Rosáceas • Figuras compostas por diversos módulos geometricamente iguais que se repetem por rotação. O centro de rotação é sempre o mesmo ponto, a amplitude da rotação é sempre a mesma e a divisão entre 3600 e a medida desta amplitude é exacta. • Existe sempre um ponto do plano que é fixo para o grupo de simetria da figura (conjunto das transformações de simetria da figura). • Têm sempre simetrias rotacionais, podendo ter também simetrias de reflexão.

  30. Simetrias na arte decorativa: o caso das rosáceas Que simetrias existem nestas rosáceas? Identificar • assinala o centro de simetria (ou centro de rotação) da figura •

  31. Simetrias na arte decorativa: o caso das rosáceas Que simetrias existem nestas rosáceas? Identificar • assinala o centro de simetria (ou centro de rotação) da figura • • Só simetria rotacional • Simetria de reflexão e simetria rotacional R rotação de 600 R2 rotação de 1200 R3 rotação de 1800 R4 rotação de 2400 R5 rotação de 3000 R6 rotação de 3600 (identidade) • Simetria de reflexão • 2 eixos de simetria – lado/lado • Simetria rotacional • R rotação de 1800 • R2 rotação de 3600 (identidade)

  32. Simetrias na arte decorativa: o caso das rosáceas Exemplo de um recurso tecnológico de apoio à construção de rosáceas: o scratch Motivo simples

  33. Simetrias na arte decorativa: o caso das rosáceas Exemplo de um recurso tecnológico de apoio à construção de rosáceas: o scratch Motivo simples

  34. Simetrias na arte decorativa: o caso dos frisos Exemplos de frisos Friso • Figura infinitacaracterizada por apresentar sempre simetrias de translação com a mesma e uma só direcção. • No friso, o grupo de simetria fixa uma recta. • Pode haver outras simetrias para além das de translação As barras cinzentas ou os motivos incompletos, indicam que a figura se prolonga indefinidamente para a esquerda e para a direita

  35. Simetrias na arte decorativa: o caso dos frisos Que simetrias existem neste friso? Identificar Nomenclatura adoptada recta horizontal recta vertical

  36. Simetrias na arte decorativa: o caso dos frisos Que simetrias existem neste friso? Identificar Nomenclatura adoptada recta horizontal recta vertical • De translação. Por exemplo, translações associadas aos vectores e . • De reflexão de eixo horizontal

  37. Simetrias na arte decorativa: o caso dos frisos Que simetrias existem neste friso? Identificar

  38. Simetrias na arte decorativa: o caso dos frisos Que simetrias existem neste friso? Identificar • De reflexão de eixo horizontal • De reflexão de eixos verticais • De translação da figura • associadas a vectores com a direcção de e comprimento múltiplo do deste vector.

  39. Simetrias na arte decorativa: o caso dos frisos A partir de um motivo simples podem-se construir frisos muito diversos usando isometrias Construir r A’’ A’ A’ B’’ B’ B’ C’ C’ C’’ D’ D’ D’’ Motivo simples [A´, B’, C’, D’] imagem do motivo simples através de uma reflexão de eixo r. [A’´, B’’, C’’, D’’] imagem de [A´, B’, C’, D’] através de uma translação de vector paralelo ao eixo de reflexão (recta r). Nota: O motivo simples é, por vezes, designado por módulo

  40. Simetrias na arte decorativa: o caso dos frisos Construir (continuação) Através de translações sucessivas da figura Obtém-se o friso Simetrias do friso: de translação e de reflexão deslizante

  41. Simetrias na arte decorativa: o caso dos frisos Que tipos de frisos há? Investigar Investigar que tipos de frisos existem (...) [é] perceber que “estruturas” de frisos existem e, para isso, devemos investigar que grupos de simetria podem ter os frisos (...) [trata-se] de procurar uma classificação dos frisos baseada nos respectivos grupos de simetria. (Veloso, 1998, p. 202)

  42. Simetrias na arte decorativa: o caso dos frisos Motivo simples Investigar Tipo 1: gerado por translação Motivo composto Tipo 2: gerado por reflexão de eixo horizontale translação

  43. Simetrias na arte decorativa: o caso dos frisos Motivo simples Investigar Motivo composto Tipo 3: gerado porreflexão de eixo verticaletranslação Tipo 4: gerado por reflexão de eixo horizontal, reflexão de eixo verticaletranslação Motivo composto

  44. Simetrias na arte decorativa: o caso dos frisos Investigar Motivo simples Tipo 5: gerado por rotação de 1800etranslação

  45. Simetrias na arte decorativa: o caso dos frisos Investigar Motivo simples Tipo 6: gerado por reflexão deslizante e translação

  46. Simetrias na arte decorativa: o caso dos frisos Investigar Motivo simples Motivo composto Tipo 7: gerado por reflexão de eixo vertical, reflexão deslizante etranslação Há apenas sete tipos de frisos...

  47. Simetria: A busca de equilíbrio, harmonia, beleza... (Alcazar, Sevilha)

  48. Bibliografia e outros materiais consultados Bastos, R. (2006). Notas sobre o Ensino da Geometria do Grupo de Trabalho de Geometria da APM – Simetria. Educação Matemática, 88, 9-11. Bastos, R. (2007). Notas sobre o ensino da Geometria: Transformações geométricas. Educação e Matemática, 94, 23-27. Deledicq, A. & Raba, R. (1997). Le monde des pavages. Paris: ACL- Éditions. Devlin, K. (2002). Matemática: A ciência dos padrões. Porto: Porto Editora. Hargittai, I. & Hargittai, M. (1994). Symmetry: A unifying concept. Bolinas, California: Shelter Publications. Haylock, D. (2001). Mathematics explained for primary teachers. London: Sage. Musser, G., Burger, W. (1997). Mathematics for elementary teachers: A contemporary approach (4ª ed.). Upper Saddle River: Prentice-Hall. Oliveira, A. (1997). Transformações geométricas. Lisboa: Universidade Aberta. Serra, M. (1993). Discovering geometry: An inductive approach. Berkeley: Key Curriculum Press. Veloso, E., Bastos, R. & Figueirinhas, S. (2009). Notas para o ensino da Geometria: isometrias e simetria com materiais manipuláveis. Educação e Matemática, 101, 23-28. Veloso, E. (1998). Geometria. Temas actuais. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional

  49. Bibliografia e outros materiais consultados Documentos não publicados Conjunto de slides elaborados por Ana Maria Boavida para a conferência Revisitando simetrias e isometrias no plano... a propósito do PMEB realizada no âmbito do PFCM da Universidade de Évora (Julho de 2010). Conjunto de slides sobre Simetrias de uma figura e isometrias no plano elaborados por Ana Maria Boavida, Fernanda Matias, Margarida Rodrigues e Sílvia Machado para a Formação de Professores Acompanhantesdo PMEB: Geometria promovida pela DGIDC (Setembro 2009) . Conjunto de slides sobre isometrias e simetria de uma figura no plano elaborado por Lina Brunheira, professora acompanhante do Plano da Matemática II (Fevereiro de 2011). Conjunto de slides sobre Simetria e frisos elaborados pela equipa do Programa de Formação Contínua em Matemática para professores dos 1º e 2º ciclos da Universidade de Évora (2008/2009). Sites http://www.apm.pt/formacao/tgs_2008/index.html http://www.atm.org.uk/resources/ http://www.atractor.pt/simetria/matematica/index.html http://illuminations.nctm.org/ActivityDetail.aspx?ID=168 http://mathstitch.com/Rosettes__Friezes_and_Wallp.html

  50. 15º EREPM, 30/4/2011- Bragança O “mundo” da simetria Reflectindo sobre desafios do PMEB Ana Maria Roque Boavida ana.boavida@ese.ips.pt

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