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O Editorial. Texto jornalístico analítico de algum fato recente, visando emitir a opinião da empresa de comunicação. O editorial é, portanto, a expressão da opinião da empresa. O editorial é quase que exclusividade do impresso.
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O Editorial Texto jornalístico analítico de algum fato recente, visando emitir a opinião da empresa de comunicação. O editorial é, portanto, a expressão da opinião da empresa.
O editorial é quase que exclusividade do impresso • Raramente, TV e rádio têm editoriais. Quando o fazem, deixam claro de que se trata da opinião do grupo empresarial. • Ex.: a TV Bandeirantes costuma expor seus editoriais na voz de seus âncoras (Boris Casoy ou Ricardo Boechat). Da mesma forma, quem pronuncia os editoriais da Rede Globo é o Willian Boner, no Jornal Nacional. • Quando o fazem, as TVs dão quase que um corte na transmissão das notícias, exibindo um close do apresentador incumbido de ler o texto da emissora. Geralmente, o texto termina reafirmando de que aquela é a opinião do Grupo (Bandeirantes, Globo etc) sobre aquele tema.
Quem escreve o editorial? • Assim como no comentário, o editorial é feito sempre, por um jornalista da própria redação. • Também de forma semelhante ao comentário, é fundamental que este jornalista tenha grande conhecimento sobre os temas que irá analisar. • No entanto, diferentemente do comentarista, o editorialista não emite a sua opinião individual. • Cabe a este jornalista expressar no texto a opinião do jornal, da revista, ou da corporação em que ele trabalha.
Características do editorial 1 – Topicalidade • O tema analisado pelo editorial deve ser bem delimitado. • Quase sempre, refere-se a um fato bem recente, ou às suas consequências históricas. Neste ponto, se assemelha ao comentário.
Características do editorial 2 – Impessoalidade • Diferente das outras vertentes do jornalismo opinativo, o editorial não é assinado. • Ainda que seja escrito por um jornalista da própria redação, o editorial deve representar a opinião de todo o grupo empresarial e, portanto, não cabe a personificação. • É de praxe ser redigido na 3ª pessoa do singular
Características do editorial • É importante deixar claro que o editorial não expressa, necessariamente, a opinião do “dono” do jornal, mas sim da empresa. Logo, o editorial deve exprimir o posicionamento de todos os sócios e acionistas da empresa. • Obs.: vários veículos, principalmente revistas, têm uma seção que, geralmente, é denominada de “carta ao leitor”. Nela, o editor-chefe (às vezes, o próprio “dono” da revista) apresenta aquela edição aos seus leitores, deixando claro o posicionamento da revista sobre os temas do momento. • Do ponto de vista conceitual, isto foge à definição de editorial. No entanto, não deixa de ser também a expressão da opinião institucional da empresa. • Dois exemplos: Roberto Civita (quando vivo), na revista Veja, e Mino Carta, na revista CartaCapital.
Características do editorial 3 – Condensalidade • desenvolvimento de poucas ideias • costuma ter apenas entre 2 e 3 parágrafos, sendo: 1º § - exposição de uma tese 2º § - argumentação em defesa da tese 3º § - confirmação incisiva da tese • há uma ênfase nas afirmações (mais que questionar ou levantar hipóteses, o editorial costuma ser mais assertivo)
Características do editorial 4 – Plasticidade • Por ter um tom impessoal, o editorial deve fugir ao dogmatismo. • Isto não significa que o editorial não defenda claramente uma determinada opinião ou ideologia. Significa apenas que seu texto evita jargões ou adjetivações, para manter a aparência de distanciamento analítico.
Características do editorial 5– “Coação” ao Estado • Ao expressar a opinião da empresa, o editorial defende também os interesses (financeiros e corporativos) da classe empresarial como um todo. • Neste ponto, o editorial cumpre o papel de “vigilante” do Estado em defesa dos interesses do setor privado.
Propósitos do editorial Segundo Marques de Melo, o editorial pode ter comopropósito: • Educar • Contestar • Normatizar • Esclarecer • Polemizar ou provocar O editorial pode ser mais “racional”, trazendo elementos de análise mais crítica, ou ser mais “emocional”, com a intenção clara de sensibilizar os leitores.
Por que “ninguém” lê o editorial? • Primeiramente, porque ele interessa fundamentalmente a dois públicos específicos: • empresários e representantes do setor privado • a classe política em geral • O segundo motivo é a característica do editorial ter um texto “massudo”, ou seja, condensado, “chato” para os demais leitores, uma vez que foge ao seu universo de convivência
Editorial do jornal O Popular do dia 16/10/2009 O destino de Aparecida Foi instalada ontem a programação da Agenda Aparecida Minha Cidade, uma promoção deste jornal, a se desdobrar em seis fóruns, os quais se encerram em abril do ano que vem. O objetivo é debater extensamente os problemas do município de Aparecida de Goiânia e apontar soluções. O município passa por uma excepcional experiência de crescimento, com expansão demográfica incomum. Tornou-se vigoroso polo industrial, o que contribuiu também para incrementar o setor de serviços. Mas Aparecida de Goiânia enfrenta complexos desafios e precisa ordenar e controlar o seu crescimento. A população é afetada por alguns problemas complicados, entre os quais as deficiências de assistência à saúde e o cerco da violência. Ela se agarra à esperança de que as gestões públicas possam vir a melhorar o atendimento à saúde e a segurança pública, mas faltam boas diretrizes para que isto venha de fato a acontecer. A busca de diretrizes corretas para as políticas públicas em Aparecida de Goiânia constitui exatamente um dos propósitos da realização dos seis fóruns. Eles são abertos e democráticos, de modo a que haja uma participação considerável da população. Melhorar qualidade de vida no espaço de Aparecida de Goiânia constitui também relevante interesse da própria capital, pois esta é afetada pelos problemas da cidade vizinha, uma vez que as duas estão amplamente conurbadas. O que for bom para uma será também bom para a outra.
Arsenal de Guerra – Editorial da Folha de São Paulo de hoje – a 20/10/2009 Governo do Rio rompe linha de acomodação ao crime, mas ainda deve vitórias duradouras sobre as gangues do tráfico IMAGENS fortes como a do helicóptero derrubado no Rio, levando à morte três policiais, produzem a impressão de que a insegurança da população carioca estaria aumentando, e os traficantes, vencendo a disputa pelos morros. Na realidade, esse tipo de confronto também pode prenunciar o oposto: reconquista de territórios cedidos ao crime por décadas de política de acomodação irresponsável.As 21 mortes contabilizadas até a tarde de ontem são baixas revoltantes de uma guerra suja, que não poupa inocentes forçados a morar na linha de tiro entre policiais e facínoras, e entre gangues rivais. O episódio causa ainda mais consternação por ter ocorrido apenas 15 dias depois de a cidade ser escolhida a sede dos Jogos Olímpicos de 2016.A estratégia comandada pelo governador Sérgio Cabral (PMDB) e seu secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, decerto expõe as autoridades a constante desgaste -pois as ocasiões para reveses, como o de sábado, se multiplicam. Não se pode negar-lhes, porém, o mérito de tomar a iniciativa do combate, antes quase monopólio dos bandidos. Muito da ação policial ainda é reativa, como apontou na Folha a antropóloga Alba Zaluar, mas o abandono da população feita refém foi rompido.
Continuação Embora fracassada, a ação policial do fim de semana teria sido fruto de atividade investigativa: a informação sobre a tentativa de invasão do morro dos Macacos por criminosos do São João teria sido obtida pela polícia. Falta à força pública demonstrar-se capaz de converter o necessário esforço de investigação em ações preventivas eficazes e menos letais. A polícia mata mais de mil pessoas por ano no Estado do Rio, contra cerca de 400 em São Paulo.Está correta a iniciativa de manter a presença do Estado nos territórios conflagrados com "unidades policiais pacificadoras" (UPPs) -o policiamento comunitário, recomendado há anos por especialistas. Apenas cinco comunidades contam com UPPs; outras cinco viriam até dezembro. Nesse passo, só nas vésperas da Copa de 2014 seriam contemplados os 47 locais mapeados como prioritários.Não basta a presença da polícia, no entanto, para pacificar essas áreas urbanas. Uma vitória duradoura, que retire dos comandos criminosos o acesso rotineiro a um verdadeiro arsenal de guerra, está por ser conquistada. O Estado, ademais, precisa levar alternativas de renda e emprego aos morros, sobretudo para os jovens entre os quais o tráfico recruta seus soldados.O governo do Rio investe quantias significativas em equipamento e treinamento e está entre os quatro Estados que destinam à segurança mais de 12% do total de gastos anuais. Por outro lado, paga o segundo pior soldo do país para PMs novatos, cerca de R$ 1.000 mensais.Resta, obviamente, ainda muito por fazer para pacificar a cidade. A Copa e a Olimpíada dão ensejo a que se amplie a mobilização para assegurar aos moradores do Rio o direito de viver em segurança.
Carta Espaço reservado à opinião dos leitores em resposta a demandas do cotidiano Atualmente, o leitor tem também o respaldo do Ombudsman em alguns veículos. Quem escreve? • Autoridades • Os perfeccionistas • Os que se consideram lesados por instituições públicas ou privdas • Os anônimos (que preferem não se identificar)
Limites a Chávez – Editorial da Folha de São Paulo do dia 17/02/2009 Apesar da vitória eleitoral do caudilho venezuelano, oposição ativa e crise do petróleo vão dificultar perpetuação no poder O ROLO compressor do bonapartismochavista destruiu mais um pilar do sistema de pesos e contrapesos que caracteriza a democracia. Na Venezuela, os governantes, a começar do presidente da República, estão autorizados a concorrer a quantas reeleições seguidas desejarem.Hugo Chávez venceu o referendo de domingo, a segunda tentativa de dinamitar os limites a sua permanência no poder. Como na consulta do final de 2007, a votação de anteontem revelou um país dividido. Desta vez, contudo, a discreta maioria (54,9%) favoreceu o projeto presidencial de aproximar-se do recorde de mando do ditador Fidel Castro.Outra diferença em relação ao referendo de 2007 é que Chávez, agora vitorioso, não está disposto a reapresentar a consulta popular. Agiria desse modo apenas em caso de nova derrota. Tamanha margem de arbítrio para manipular as regras do jogo é típica de regimes autoritários compelidos a satisfazer o público doméstico, e o externo, com certo nível de competição eleitoral. Mas, se as chamadas "ditabrandas" -caso do Brasil entre 1964 e 1985- partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça-, o novo autoritarismo latino-americano, inaugurado por Alberto Fujimori no Peru, faz o caminho inverso.
O líder eleito mina as instituições e os controles democráticos por dentro, paulatinamente.Em dez anos de poder, Hugo Chávez submeteu, pouco a pouco, o Legislativo e o Judiciário aos desígnios da Presidência. Fechou o círculo de mando ao impor-se à PDVSA, a gigante estatal do petróleo. A inabilidade inicial da oposição, que em 2002 patrocinou um golpe de Estado fracassado contra Chávez e depois boicotou eleições, abriu caminho para a marcha autoritária; as receitas extraordinárias do petróleo a impulsionaram. Como num populismo de manual, o dinheiro fluiu copiosamente para as ações sociais do presidente, garantindo-lhe a base de sustentação.Nada de novo, porém, foi produzido na economia da Venezuela, tampouco na sua teia de instituições políticas; Chávez apenas a fragilizou ao concentrar poder. A política e a economia naquele país continuam simplórias -e expostas às oscilações cíclicas do preço do petróleo.O parasitismo exercido por Chávez nas finanças do petróleo e do Estado foi tão profundo que a inflação disparou na Venezuela antes mesmo da vertiginosa inversão no preço do combustível. Com a reviravolta na cotação, restam ao governo populista poucos recursos para evitar uma queda sensível e rápida no nível de consumo dos venezuelanos.Nesse contexto, e diante de uma oposição revigorada e ativa, é provável que o conforto de Hugo Chávez diminua bastante daqui para a frente, a despeito da vitória de domingo.
O Jornal Folha de São Paulo em um editorial usou a palavra"ditabranda" para referir-se à ditadura Obs: ste preâmbulo foi retirado do site http://newsgroups.derkeiler.com/Archive/Soc/soc.culture.brazil/2009-02/msg00119.html Pelo conceito da Folha, haveria ditaduras boas e ditaduras ruins, onde, no Brasil, a ditadura seria boa, porque foi mais branda se comparada à da Argentina ou Chile.Talvez a Folha, que usou seus carros de reportagens em operações da OBAN, pense em algo como "tortura, mas não mata" ou "mata, mas mata menos" seja moralmente justificável.O assunto despertou a ira de diversos leitores da própria Folha, com protestos como estes:
Cartas enviadas à Folha sobre a “ditabranda” "Inacreditável. A Redação da Folha inventou um ditadômetro, que mede o grau de violência de um período de exceção. Funciona assim: se o redator foi ou teve vítimas envolvidas, será ditadura; se o contrário, será ditabranda. Nos dois casos, todos nós seremos burros." – LUIZ SERENINI PRADO (Goiânia, GO) "Mas o que é isso? Que infâmia é essa de chamar os anos terríveis da repressão de "ditabranda'? Quando se trata de violação de direitos humanos, a medida é uma só: a dignidade de cada um e de todos, sem comparar "importâncias" e estatísticas. Pelo mesmo critério do editorial da Folha, poderíamos dizer que a escravidão no Brasil foi "doce" se comparada com a de outros países, porque aqui a casa-grande estabelecia laços íntimos com a senzala -que horror!” MARIA VICTORIA DE MESQUITA BENEVIDES , professora da Faculdade de Educação da USP (São Paulo, SP)