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O QUE É O CORPO?

O QUE É O CORPO?. EPISTEMOLOGIA DA MOTRICIDADE HUMANA. QUAL O SENTIDO DO CORPO?. Existe um estatuto epistemológico para a Corporeidade? É possível a decomposição do homem e do seu corpo? “Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui” (Ricardo Reis). CORPO.

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O QUE É O CORPO?

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Presentation Transcript


  1. O QUE É O CORPO? EPISTEMOLOGIA DA MOTRICIDADE HUMANA

  2. QUAL O SENTIDO DO CORPO? Existe um estatuto epistemológico para a Corporeidade? É possível a decomposição do homem e do seu corpo? “Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui” (Ricardo Reis)

  3. CORPO • Única forma possível de vida • Ferramenta útil de um idealismo coletivo • Lâmina afiada da mente • Invólucro da alma • Cumpridor dos desígnios do espírito • Parte inseparável do ser OU A parte desprovida de intelecto presente e constante do homem?

  4. E se o corpo não for alma, que será a alma? (Walt Whitman)

  5. O corpo era uma gaiola e dentro dela, dissimulada, estava uma coisa qualquer que olhava , tinha medo, pensava e espantava-se; essa coisa qualquer, essa sobra que subsistia, deduzida o corpo, era a alma. (Milan Kundera)

  6. Oh! Ter vinte anos sem gozar de leve A ventura de uma alma de donzela! E sem nada na vida ter sentido nunca Na suave atração de um róseo corpo Meus olhos turvos sem fechar de gozo! (Álvarez de Azevedo)

  7. Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma A alma é que estraga o amor. Só em Deus ela pode encontrar satisfação. Não noutra alma. Só em Deus – ou fora do mundo. As almas são incomunicáveis. Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo. Porque os corpos se entendem, mas as almas não. (Manuel Bandeira – “Arte de amar”)

  8. Meu corpo não é meu corpo, É ilusão do outro ser. Sabe a arte de esconder-me E é de tal modo sagaz Que a mim de mim ele oculta. Meu corpo, não meu agente, Meu envelope selado Meu revólver de assustar, Tornou-se meu carcereiro, Me sabe mais que me sei (Carlos Drummond de Andrade – “As contradições do corpo”)

  9. Meu corpo apaga a lembrança Que eu tinha de minha mente, Inocula-me seu pator, Me ataca, fere e condena Por crimes não cometidos. Meu corpo inventou a dor A fim de torná-la interna... Meu corpo ordena que eu saia Em busca do que eu não quero, E me nega ao se afirmar Como senhor do meu eu Convertido em cão servil. Já premido por seu pulso De inquebrantável rigor, Não sou mais quem dantes era: Com volúpia dirigida, Saio a bailar com meu corpo. (Carlos Drummond de Andrade – “As contradições do corpo”)

  10. E assim como, apenas completa, Ela é capaz de revelar-se, Apenas um corpo completo Tem de aprendê-la, faculdade. Apenas um corpo completo E sem dividir-se em análise Será capaz do corpo a corpo Necessário a quem, sem desfalque. Queira prender todos os temas Que pode haver no corpo frase: Que ela, ainda sem se decompor, Revela então, em intensidade. (João Cabral de Melo Neto, Escritos com o corpo)

  11. A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E AS ADJETIVAÇÕES DO CORPO: • Útil • Guerreiro • Ritualístico • Simbólico • Profano • Sagrado • Sensual • Decrépto • Marginal • Urbano • Interiorano • Repugnante • Político Fenômeno atrelado às estruturas sociais?

  12. A SOCIEDADE DA COMUNICAÇÃO E O SENTIDO DO CORPO • As mensagens estão no corpo e nos gestos. Nos comunicamos com o mundo independentemente das barreiras culturais e idiomáticas pelas roupas que usamos.

  13. O CORPO VIRTUAL? • A presença não precisa mais ser física, nós nos substituímos pelo imaginário construído pelas tecnologias.

  14. NA ERA DA COMUNICAÇÃO QUAL A FORMA DO CORPO A contradição dos paradigmas O homem urbano procura formas de voltar a conviver com a natureza (alimentação natural, esportes radicais, etc.) Corpo Natural Os modelos e os padrões de comportamentos; as estereotipias e as metamorfoses (cirurgia plástica, tatuagem, halterofilismo, etc). Corpo Cultural

  15. ETNOGRAFIA DO CORPO Padrões de Imagens do Corpo Aceitação x Marginalidade

  16. A PRESENÇA PELO CORPO Branco Mulato Próteses Negro Ultrapassado Musculoso Descolorado Bronzeado Gordo Tatuado Baixo Esculpido Barrigudo Magro Celulites Alto Flácido Silicone Estriado Tatuagens Indefinido Piercing Despencado Botox Velho

  17. A SEMÂNTICA “INCONSCIENTE” DA CORPOREIDADE Em Forma Fora de Forma Malhado Sofrido Só pelo sofrimento se consegue a “glória”. Sarado Ex Doente Aquele que não se enquadra no padrão estético deve ser “isolado” para tratamento de saúde. Saudável Inceto A referência ao inceto significa a marginalidade de sua presença, seu corpo é estranho ao grupo social. Largado Cuidadoso Significa que o corpo esculpido denota o cuidado e a preocupação com a inserção no grupo; a contrário senso, largado significa desprovido de valor.

  18. A CULTURA DO CORPO E A CULTURA DO NARCISISMO Na segunda metade do século XX o culto ao corpo ganhou uma dimensão social inédita: entrou na era das massas. Industrialização e mercantilização, difusão generalizada das normas e imagens, profissionalização de ideal estético com a abertura de novas carreiras... (Miriam Goldenberg)

  19. CULTO AO CORPO Proliferação de imagens Ilusão da Perfeição Física Ideologias terapêuticas e consumismo

  20. O PARADOXO DA CLASSE MÉDIA Onde está a singularização do sujeito? Aumento da exigência de conformidade com os padrões sociais do corpo. Preocupação com a individualidade, privacidade emancipação e autonomia. X Paradoxalmente o corpo libertou-se de missões milenares (paixões, sexo...) e submeteu-se à novas algemas, como as coações estéticas, obsessões por padrões geradores de ansiedade e outros efeitos biológicos.

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