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Aldeia da Pena. Uma viagem ao passado.
E N D
Perto de S. Pedro do Sul podemos deslumbrar-nos com a bela serra de São Macário, aí podemos encontrar a aldeia da Pena, que fica num vale profundo e onde as construções são em lousa e xisto. O acesso é feito por uma estrada que desce numa inclinação acentuada e com perigosas curvas, por onde dois carros dificilmente se cruzam. Estreita, e de difícil acesso, acaba num pequeno largo à entrada da aldeia. Noutros tempos esta aldeia estava completamente isolada, pois a estrada era em terra e em muito mau estado, não permitindo o acesso a não ser a tratores coisa rara nesses tempos. Contam os mais velhos que já depois do exercito ter aberto a estrada em terra pelos montes, (isto depois do 25 de Abril, de 1974), eram visitados duas vez por mês quando o tempo permitia por um vendedor ambulante, mas este ficava lá no cimo da estrada, e as pessoas tinham que fazer a pé o trajeto para se abastecerem. Para quem conhece sabe que não seria uma tarefa fácil de fazer.
Alcatroada à relativamente poucos anos, foi para os habitantes um abrir das portas ao Mundo e mais recentemente ao Turismo. Mas antes disso, esta aldeia estava completamente isolada. Desse isolamento nasceu a lenda do morto que matou o vivo
Devido ao isolamento, os mortos da aldeia da Pena eram transportados num caixão até ao cemitério de Covas do Rio, aldeia vizinha. O caminho entre estas aldeias é ingreme e difícil e o caixão era transportado em ombros. Numa dessas viagens, o infeliz que carregava a parte de trás do caixão terá escorregado e este caiu-lhe na cabeça, matando-o logo ali. Foi assim que o morto matou o vivo.
Esta pequena aldeia merece um passeio a pé e uma visita demorada. Depois de percorrerem os caminhos e ruas estreitas, admirar as casas de xisto e lousa, não deixe de se deslocar pelo caminho que nos leva até aos campos de cultivo. Atravesse-os e siga na direção dos enormes maciços rochosos para onde corre o ribeiro da Pena. Se subir uma pequena elevação no final do caminho prepare-se para uma visão surpreendente.
Para lá da pequena passagem surge-nos um Vale Encantado. Ao longe o maciço de Montemuro. A paisagem é arrebatadora. Se quiser descer pelo caminho através desses rochedos, poderá apreciar os antigos moinhos em ruínas por entre vegetação luxuriante e fragas impressionantes.
Aventure-se algumas centenas de metros, com cuidado por causa da descida íngreme e algo escorregadia, até chegar a um pequeno pontão que atravessa o ribeiro. Este era o caminho que levava até Covas do Monte, era este o trajeto que era feito para levar os defuntos. Ao percorrer esse caminho vai sentir-se num mundo à parte, com espécies únicas na flora desta região e uma sensação de estar num lugar especial e quase mágico. Por: Carlos Jo