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Administração de Medicamentos na Criança. Enf° Luiza Ferrer. É uma ação em conjunto da equipe médica e de enfermagem, cabendo ao médico a prescrição e à enfermagem a administração e observação das reações da criança aos medicamentos administrados. Devem ser observados os 5 certos : droga,
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Administração de Medicamentos na Criança Enf° Luiza Ferrer
É uma ação em conjunto da equipe médica e de enfermagem, cabendo ao médico a prescrição e à enfermagem a administração e observação das reações da criança aos medicamentos administrados. Devem ser observados os 5 certos: • droga, • dose, • via, • hora, • paciente certos.
Princípios psicológicos: • administrar em local adequado; • trabalhar com a verdade; • usar dramatização; • evitar a contenção; • diminuir o medo.
Via Oral Comprimidos, líquidos e suspensão. - Conferir o rótulo, não danificá-lo, ver a validade; - Agitar quando indicado; - Triturar os comprimidos e diluí-los em água, leite ou suco; - Usar conta gotas, copo medida ou seringa; - Explicar o procedimento à mãe e a criança; - Recolher o material e lavar as mãos.
Retal: Supositório • Acomodar a criança em decúbito lateral, com a perna de cima fletida e a outra estendida; • Afastar as nádegas, introduzir o supositório e manter por alguns minutos as nádegas apertadas uma contra a outra; • Observar as características da evacuação.
Retal: Enemas • Posicionar paciente em DLE: *Lactentes com joelhos fletidos inserir 4cm *Crianças maiores com a perna de cima flexionada inserir 8cm • Lubrificar o tubo e introduzir o líquido aquecido; • Apertar as nádegas por alguns minutos; • Observar a eliminação na comadre (gases, fezes).
Parenteral: Tópico • Pomadas: enrolar a gaze na extremidade da espátula, colocar a medicação na gaze. • Nasal: remover a secreção antes, posicionar em decúbito dorsal por 3min (usar conta gotas individual). • Ocular: criança sentada, pinçar a pálpebra inferior expondo o saco conjuntival e instilar. Secar de cima para baixo e do centro para o lado, fechando a pálpebra. • Otológica: aquecer o medicamento, posicionar o paciente em DL e tracionar o pavilhão auricular para baixo e pra trás por 2min.
Parenteral: Injetável • Material: • Tamanho da seringa proporcional ao volume administrado: 1-2-3-5-10-20-50ml • As agulhas são identificadas por dois números: o da haste/comprimento e o do calibre • É escolhido conforme viscosidade do medicamento (cal. 6 a 8) e a espessura do tecido a ser atravessado (até 25mm). • Buterfly relação inversa 19 é maior e o 27 o menor: 19-21-23-25-27
Via Subcutânea0,5ml a 1ml na 13x4,5 ou 25x6 É a introdução do medicamento no tecido subcutâneo, na porção entre a pele e o músculo, usado para drogas que são lentamente absorvidas. Locais: a parede abdominal (hipocôndrio), a face anterior e externa da coxa, a face anterior e externa do braço, a região glútea e a região dorsal. Material: Algodão com álcool, distender a pele, aspirar. Ângulo de aplicação da SC: para RN e criança muito magra é de 30°.
Via Intradérmica0,1 a 0,5ml na 10x5 ou 13x4,5 É a aplicação de solução na derme. É realizada para fazer testes de reatividade imunológica e a vacina BCG. Locais: face interna do antebraço, região escapular, porção inferior do deltóide. Atenção: Não realizar antissepsia com algodão embebido em álcool e nem comprimir a área.
Via Intramuscular Deve-se observar : • Quantidade e na característica da droga; • Condição da massa muscular; • Quantidade de injeções prescritas; • Locais livres de vasos e nervos; • Acesso ao local e risco de contaminação. Obs: o deltóide suporta somente até 1ml na criança e, em qualquer músculo, quando for maior que 3ml deve-se dividir em 2 aplicações.
Via Intramuscular Locais em menores de 2 anos: 1°: Ventro-glútea (Hoshctetter) 2°: Vasto Lateral (FALC) Locais em maiores de 2 anos: 1°: Ventro-glútea 2°: Dorso-glútea 3°: Vasto Lateral (FALC) 4°: Deltóide Obs: Não administrar no dorso glúteo nas crianças pequenas (até 2 anos) para não lesionar o nervo ciático que está em formação.
Dorso glútea Região ventroglútea (Hochester)
Região da face ântero-lateral da coxa Região deltóide
Via Endovenosa É uma via de ação rápida, pois o medicamento não passa pelo processo de absorção, sua ação é imediata. Ocorre por meio de um dispositivo intravenoso instalado por punção e a obtenção do acesso pode ser por: scalp ou butterfly, abocath, intracath (desuso) e flebotomia. Locais: couro cabeludo (região frontal e temporal); dorso da mão (veias metacarpianas); antebraço; perna (veia safena, veia poplítea); pescoço (veia jugular externa); dorso do pé; braço (veia basílica e veia axilar) e umbigo (veia umbilical).
Via Endovenosa A medicação pode ser administrada diretamente na veia, conectando a seringa com medicação diluída ao dispositivo intravenoso do paciente (em bolus) ou diluída em bureta, o que permite a rediluição da droga em pequeno volume num volume maior. Indicações: manter e repor eletrólitos, vitaminas e líquidos; restabelecer o equilíbrio ácido-básico; restabelecer volume sanguíneo e ministrar medicamentos. Possíveis complicações: infiltrações locais, flebite, hematomas e necrose. Fatores contribuintes para o extravasamento ou infiltração: má perfusão venosa, visualização inadequada do local. Sinais de extravasamento: edema local, perfusão local diminuída, coloração da pele alterada, bolhas no local.
Outra possibilidade de acesso vascular em criança é o cateter central de inserção periférica (PICC).
PICC De fácil instalação e com tempo de permanência prolongado, o Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) é um dispositivo vascular de inserção periférica com localização central, com lúmen único ou duplo. Este cateter vem sendo utilizado amplamente em pacientes com terapia intravenosa, uma vez está associado ao menor risco de complicações mecânicas e infecciosas
Manutenção do Acesso Venoso Terapia contínua: consiste na administração por tempo prolongado de soluções como soro e NPT. Controle do gotejo do soro: * O número de microgotas/min = ao volume em mililitro/hora. * 10 mcgts/min = 10ml/hora * 20mcgts/min = 20ml/hora Terapia intermitente: butterflyheparinizado – é usado em paciente que precisem usar a via endovenosa como principal para uso de medicações. Evita a dor e o desconforto, oportuniza a livre movimentação, economiza tempo, permite o uso das veias por mais tempo. Para obter 25U/ml: 250ml SF + 1,25ml heparina 5.000U/ml
1 gta = 3 mcgts 1ml = 20gts ou 60 mctgs
Na Criança: O acesso venoso na criança está na dependência da idade e da gravidade. Na emergência em três tentativas das vias convencionais como a veia femoral, cubital mediana no cotovelo ou safena magna no tornozelo, o acesso será através de punção intra-ósseo tibial em crianças até seis anos de idade e veia femoral ou safena acima de seis anos. Em criança maiores, havendo condições clínicas não emergenciais, o acesso deverá ser na ordem de preferência a v.femoral, v.jugular externa, v.jugular interna e v.subclávia.
Cateter Venoso Central (CVC) Mono Lúmen Duplo Lúmen SwanGanz
Punção Intra-óssea Uma das vias de acesso alternativa para se administrar fluidos e drogas em situações de emergência em uma criança, é a intra-óssea. Indicada inicialmente para crianças abaixo de 6 anos de idade, depois de falharem 3 tentativas ou 90 segundos (o que ocorrer primeiro) na busca de um acesso venoso, o Guidelines 2000 recomendou algumas alterações. Consta do novo consenso que a idade para o uso do acesso intra-ósseo fica agora estendida a todas as crianças, não havendo mais limite máximo de idade. Recomenda o Guidelines 2000 que, quando não se consegue acesso vascular em uma emergência pediátrica em um tempo razoável, é aceito e recomendado o acesso intra-ósseo. Explica ainda que o termo "tempo razoável", depende das condições do paciente. O PALS-PediatricAdvanced Life Support, utiliza 90 segundos como sendo um tempo limite para se tentar o acesso vascular em uma parada cardíaca. Existe, entretanto, um pouco mais de flexibilidade se o paciente estiver estável.
Punção Intra-óssea A explicação para a ampliação da idade de utilização da punção intra-óssea na criança é relativamente simples. O acesso à circulação é fundamental para a administração de drogas e fluidos em uma emergência pediátrica e frequentemente é um ato difícil. O sucesso na punção intra-óssea tem sido documentado em pacientes com mais de 6 anos de idade. Esta técnica pode ser realizada rotineiramente, entre 30 a 60 segundos. Mesmo considerando que o sucesso é maior nas crianças mais novas do que nas mais velhas, ainda assim existe uma alternativa a ser utilizada quando o acesso venoso não puder ser obtido em um tempo adequado. Local: superfície medial plana da tíbia, 1 a 3 cm abaixo da tuberosidade Materiais específicos: agulha própria para punção intra-óssea
Técnica para Punção Intra-Óssea 1. coloque o paciente em decúbito dorsal 2. selecione um membro inferior não lesado 3. eleve ligeiramente o joelho (até 30º), usando um travesseiro ou equivalente 4. selecione o local da punção e faça assepsia 5. puncione a pele em um ângulo de 90º até a agulha tocar o osso 6. incline a agulha 10 a 15º caudalmente e então introduza-a girando-a e avançando na direção da medula óssea 7. quando a resistência diminuir, a agulha terá ultrapassado o osso e estará na medula 8. remova o mandril 9. conecte uma seringa de 10 ml com parte de seu volume em solução salina 10. aspire delicadamente (a presença de tecido da medula óssea confirma a correta posição na cavidade medular) 11. injete a solução salina, removendo qualquer fragmento que possa obstruir a agulha 12. conecte o equipo e inicie a administração dos fluidos e drogas, que devem correr facilmente sem produzir edema no local 13. refaça assepsia local e proteja a agulha com gaze estéril 14. prossiga no atendimento da emergência e busque acesso venoso logo que possível 15. desfaça a punção intra-óssea tão logo seja obtido acesso venoso.
A punção intra-óssea deve ser utilizada apenas na emergência como alternativa para acesso vascular que, quando obtido, determina o encerramento da via intra-óssea