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CONSTRUÇÃO PRÉ-FABRICADA TORRE DO BURGO

CONSTRUÇÃO PRÉ-FABRICADA TORRE DO BURGO. CATARINA CARVALHO MIGUEL SIMÕES RAFAEL SANTOS. C2 FAUP. ABSTRACT

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CONSTRUÇÃO PRÉ-FABRICADA TORRE DO BURGO

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  1. CONSTRUÇÃO PRÉ-FABRICADA TORRE DO BURGO CATARINA CARVALHO MIGUEL SIMÕES RAFAEL SANTOS C2 FAUP

  2. ABSTRACT A construção pré-fabricada trata-se da utilização de elementos já produzidos antes do processo construtivo do edifício, com o objetivo de diminuir o tempo e o esforço das tarefas no momento de construção e aumentar a produtividade, consequentemente torna a Arquitectura mais articulada, mecanizada e simplificada. Isto requer que o arquitecto tenha um raciocínio modular e uma maior atenção às medidas e às juntas dos elementos disponíveis, por este fato, os arquitectos tendem a considerar a pré-fabricação como limitativa à criatividade, o que pode ou não demonstrar-se. O Edifício do Burgo é um excelente exemplo de como a pré-fabricação não o inibiu de falta de criatividade e originalidade. Para combater as desvantagens da pré-fabricação, o edifício deve ser pensado numa fase inicial já com os módulos a que se vai submeter no processo construtivo, respeitando sempre as suas medidas, usando múltiplos ou submúltiplos desta mesma medida.

  3. CONTEXTO DA OBRA • Edifício do Burgo, está situado na Avenida da Boavista que liga a Casa da Música, localizada junto à Rotunda da Boavista, ao mar. • Foi encomendado por Burgo Fundiários, S.A., e teve duas fases, uma que decorreu em 1991 e a segunda em 2003. A construção data de Fevereiro 2007. • É constituído por dois edifícios, um mais baixo fazendo a ligação com a rua tentando aproximar-se à escala dos edifícios mais próximos, e um segundo edifício mais recuado, a torre, com 18 pisos esperando o futuro desenvolvimento da zona no seu seguimento. • Outras obras muito influentes no processo de trabalho da Torre do Burgo são o Edifício Seagram e o Federal Center de Mies Van der Rohe.

  4. ASPECTOS TIPOLÓGICOS E CONSTRUTIVOS • A • “O lote situa-se na parte onde a Avenida da Boavista deixa de ser uma “rua corredor” e se fragmenta em partes descontínuas. A solução consiste numa plataforma de nível que recebe dois volumes próximos, mas com escalas diferentes. Um edifício baixo em banda contínua aproxima-se do anonimato da envolvente. A torre, afastada da avenida, eleva-se da plataforma esperando outras arquiteturas que se vão seguir.” • Burgo tem grande valor excepcional e iconográfica, é uma referência objectual abstracta de grande rigor formal, claro e conciso. Tornado-se um marco na paisagem do Porto. • A composição modular do alçado permite que a marcação dos pisos não tenha leitura do exterior, o que provoca uma distorção da escala do edifício. Para dar continuidade ao efeito de distorção de escala o piso do rés-do-chão, de relação com a praça não é destacado do volume mantendo a mesma leitura. A entrada é marcada pela rotação da “pele”, termo muito utilizado pelo arquitecto para definir a fachada.

  5. PROCESSO CONSTRUTIVO • “Quando o tema de projecto surge pela definição do sistema estrutural e construtivo, os conceitos de forma, estrutura e pele transformam-se num único sistema.” • O núcleo central funciona como um eixo vertical forte e estrutural, que permitiu libertar os pilares, deixando um espaço (interior) aberto que permitiu trabalhar as divisões livremente, com isto os pilares passaram de uma forma positiva para a fachada, tornando-a estrutural e determinando o seu desenho. A torre tem a forma de um quadrado dividido lateralmente em oito módulos estruturais. • este edifício tem uma estrutura pontual, apoia-se em dois pontos, (nos pilares periféricos e no núcleo estrutural).Os pilares e lajes são de betão (sistema dominó) assim como o núcleo central. As lajes deste edifício com 35cm de espessura. • Os pilares rectangulares são dispostos sempre no mesmo sentido a toda a volta do edifício, distam entre si cerca de 3m e têm a mesma largura, não estando completamente assentes na laje. • Devido à qualidade natural da luz norte/sul, nestes mesmos alçados predominam as aberturas, três faixas horizontais de 1.10m em cada piso, divididas por um sistema de travessas e montantes de alumínio de 0.20m, que escondem o plano fixo da caixilharia e resolve a ponte térmica através de um plano intermédio de isolamento. Verticalmente, tanto no exterior como no interior, o pilar é forrado a placagem de granito. Nos alçados nascente/poente inverte-se a lógica, transformando-se as anteriores aberturas no interior em painéis compósitos e no exterior em planos de granito de 1.10m sobrepostos a um painel de isolamento, suportados por uma estrutura em alumínio e fixados à estrutura. A faixa mais estreita que que nos alçados norte/sul era formalizada por travessas e montantes em alumínio é substituída por um estreito plano de vidro de 0.20m que garante uma luz controlada, continuando a estar o plano fixo da caixilharia ocultada pelo plano de encerramento. • O sistema construtivo da fachada é composto por uma estrutura principal de alumínio materializada em perfis tubulares e uma estrutura secundária constituída por outros perfis que garantem a montagem das ferragens, dos painéis de vidro e das placas de granito.

  6. O AUTOR • Eduardo Souto de Moura nasce a 25 de Julho de 1952 no Porto. • Entrou em 1970 na Escola Superior de Belas Artes do Porto onde iniciou o seu estudo em Arquitetura. Terminou o curso em 1980. • Álvaro Siza Vieira torna-se uma das maiores influências no seu trabalho assim como Mies Van der Rohe. • Em 1980 abriu o seu primeiro escritório. Foi então que trabalho com o urbanista Manuel Fernandes de Sá que lhe entregou o projeto do Mercado de Braga. Esta obra juntamente com a Casa das Artes (1981/1991) marcaram o ínicio do seu trabalho individual. • Um dos primeiros arquitectos contemporâneos portugueses, demonstrando o seu gosto pelo Modernismo numa época em que vigorava o pós-modernismo. • Neo-platicista, demonstra gosto pela variedade de materiais em conjugação com a histerotomia do projecto.

  7. OBRA E APRESENTAÇÃO GRÁFICA • O • A imagem do Edifício do Burgo, foipensadoconsoante as reúniões com ospromotores e a natureza modular do edifício. Segundo osprimeiros, o edifíciodeveriadar a imagemque o bancoqueriademonstraràspessoas, comoestratégia de marketing: solidez, transparência e modernidade. Como tal, sugeriramalguns dos materiaisqueacabaramporserusadosnaconstrução: granito, vidro e metal (alumínio), respetivamente. • Surge a ideia de empilhamento. • O arquitetoqueriaaindaqueestafachadanãotivesse a imagem de pesada, paraissodecidiunãodestacar o granitoreduzindo-lhe a espessura, o mesmoaconteceu com oscaxilhos das janelas. • A ligaçãoentre osdois volumes e atémesmo a escolha da esculturafeitaporÂngelo de Sousa, sãosignificativosnacomposição do edifício.

  8. CORTES CONSTRUTIVOS

  9. ASPECTOS TÉCNICOS DOS MATERIAIS • A estrutura principal do Edifício Burgo é constituído por lajes de betão que garantem a resistência suficiente, enquanto que os pilares à face do edifício são uma conjugação de betão com aço, por um lado o betão revela uma resistência elevada para suportar o grande número de pisos e o aço confere a flexibilidade necessária para o edifício suportar as forças horizontais (vento) que lhe são exercidas. • A fachada é um sistema de fachada-cortina, auto-portante, constituído por travessas e montantes de alumínio, visíveis total ou parcialmente pelo exterior, painéis de vidro e pedra natural, modulares, fixados à estrutura do edifício. Estes módulos têm dimensões unitárias aproximadas de 3x3 m2, limitados pelas lajes e pelos pilares. O sistema construtivo da fachada é constituído por uma estrutura principal de alumínio formada por perfis tubulares rectangulares, que é fixada à estrutura de betão, e por uma estrutura secundária de outros perfis que asseguram a montagem dos diversos sistemas e componentes construtivos da fachada.

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