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Orientações de aplicação do nº 3 do art. 101º TFUE

Orientações de aplicação do nº 3 do art. 101º TFUE. Comunicação da Comissão de 27 de Abril de 2004 (2004/C 101/08). O art. 101º/3 TFUE. As proibições constantes no nº 1 podem ser declaradas inaplicáveis:

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Orientações de aplicação do nº 3 do art. 101º TFUE

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  1. Orientações de aplicação do nº 3 do art. 101º TFUE Comunicação da Comissão de 27 de Abril de 2004 (2004/C 101/08)

  2. O art. 101º/3 TFUE As proibições constantes no nº 1 podem ser declaradas inaplicáveis: (i) a qualquer acordo, ou categoria de acordos, entre empresas;(ii) a qualquer decisão, ou categoria de decisões, de associações de empresas; e(iii) a qualquer prática concertada, ou categoria de práticas concertadas, que contribuam para melhorar a produção ou a distribuição dos produtos ou para promover o progresso técnico ou económico, contanto que aos utilizadores se reserve uma parte equitativa do lucro daí resultante, e que: a) Não imponham às empresas em causa quaisquer restrições que não sejam indispensáveis à consecução desses objectivos. b) Nem dêem a essas empresas a possibilidade de eliminar a concorrência relativamente a uma parte substancial dos produtos em causa.

  3. O art. 101º/3 TFUE • Os efeitos pró-concorrenciais do acordo devem compensar os efeitos anti-concorrenciais (ponto 33) • Relevância da Comunicação • Isenção aplicável quer às restrições por objecto quer às restrições por efeito: processo T-17/93, 15 de Julho de 1994, Matra Hachette SA

  4. As condições: generalidades • Cumulativas (ponto 34) • De aplicação casuística (pontos 6 e 36) • A aplicabilidade do art. 101º/3 mantém-se enquanto as condições se encontrarem verificadas (pontos 10 e 44) • Ónus da prova recai sobre as partes (ponto 41)

  5. 1) Ganhos de eficiência • Art. 101º/3: “(…) que contribuam para melhorar a produção ou a distribuição dos produtos ou para promover o progresso técnico ou económico (…)”: o exemplo das externalidades de rede: decisão da Comissão de 24 de Julho de 2002, 2002/914/CE, Visa International – Comissão interbancária multilateral • Aplicação analógica aos serviços (ponto 48) • Qualificação dos ganhos de eficiência tidos em conta (ponto 32): processo 26/76, Metro v. Comissão (I), Col. 1977; decisão da Comissão de 23 de Dezembro de 1993, 93/49/CEE, Ford/Volkswagen; decisão da Comissão de 24 de Janeiro de 1999, 2000/475/CE, CECED • Alegações de ganhos fundamentadas: não justificação implica rejeição

  6. 1) Ganhos de eficiência • Natureza objectiva: benefícios que só resultem para as partes no acordo não são pró-concorrenciais (ponto 22); processos apensos 56/64 e 58/66, Consten e Grundig • Nexo (decorrer do acordo) directo (ganhos são resultado directo da actividade económica objecto do acordo) - ponto 54 • Probabilidade e a magnitude dos ganhos de eficiência e como e quando se produzirão (ponto 56) • Categorias de ganhos: ganhos quantitativos e ganhos qualitativos

  7. 1) Ganhos de eficiência • Ganhos de eficiência quantitativos • novas tecnologias e métodos de produção: o exemplo das linhas de montagem (ponto 64) • combinação de activos (exemplo no ponto 65) • economias de escala (ponto 66) • economias de gama: exemplo do produtor de pizzas congeladas e do produtor de legumes congelados (ponto 67) • melhor planificação da produção (ponto 68)

  8. 1) Ganhos de eficiência • Ganhos de eficiência qualitativos • Avanços técnicos e tecnológicos • Combinação de activos: acordos de licença, de produção conjunta e de distribuição

  9. 2) Parte equitativa dos benefícios para os consumidores • Art. 101º/3: “(…) contanto que aos utilizadores se reserve uma parte equitativa do lucro (beneficio) daí resultante (…)” • Conceito de consumidores: “todos os utilizadores dos produtos cobertos pelo acordo, incluindo grossistas, retalhistas e consumidores finais”, ou seja, “clientes das partes no acordo e os compradores subsequentes”, sejam empresas ou particulares. (ponto 84) • Conceito de parte equitativa: “deve, no mínimo, compensar os consumidores pelo eventual impacto negativo, efectivo ou potencial, que a restrição da concorrência teve para esses consumidores” (ponto 85)

  10. 2) Parte equitativa dos benefícios para os consumidores • Benefícios globais • Impacto global nos consumidores dos produtos no mercado relevante: processo T-131/99, de 21 de Março de 2002, Shaw • Análise dos benefícios em cada mercado relevante ou em mercados estreitamente relacionados, desde que o grupo de consumidores afectados seja o mesmo: processo T-86/95, Compagnie Générale Maritime e outros, de 28 de Fevereiro de 2002

  11. 2) Parte equitativa dos benefícios para os consumidores • Desfasamento temporal entre efeitos positivos e efeitos negativos para os consumidores; antecipação de benefícios (ponto 89) • Escala móvel (ponto 90) • Balanço dos efeitos positivos e negativos para a concorrência (ponto 92) • Impacto dos ganhos quantitativos e qualitativos sobre os consumidores

  12. 3) Carácter indispensável das restrições • Art. 101º/3: “não imponham às empresas em causa quaisquer restrições que não sejam indispensáveis à consecução desses objectivos.” • Acordo restritivo da concorrência deve ser necessário para a obtenção dos ganhos de eficiência – pontos 75 e 76 • Restrições individuais da concorrência decorrentes do acordo devem ser necessárias para a obtenção dos ganhos de eficiência – pontos 78 a 81; processo T-86/95, Compagnie Générale Maritime e outros, de 28 de Fevereiro de 2002

  13. 4) Não eliminação da concorrência • Art. 101º/3: ”nem dêem a essas empresas a possibilidade de eliminar a concorrência relativamente a uma parte substancial dos produtos em causa” • Conceito específico do art. 101º/3 (ponto 106) • O art. 102º: processo C-395/96 P, Compagnie Maritime Belge, Col. 2000, processo T-51/89, Tetra Pak, Col. 1990, processos apensos T-191/98, T-212/98 e T-214/98, Atlantic Container Line (TACA), Col. 2003, Decisão da Comissão 89/113/CE [1989] JO L 43/27, Decca Navigator System

  14. 4) Não eliminação da concorrência • Grau de concorrência antes do acordo • Impacto do acordo na concorrência: fontes de concorrência efectiva e fontes de concorrência potencial • fontes de concorrência efectiva: quotas de mercado; capacidade concorrencial dos concorrentes e incentivo para concorrer; acordo com “elemento perturbador” • fontes de concorrência potencial: as barreiras à entrada: barreiras regulamentares ou financeiras (custo do investimento), escala de eficiência mínima, ausência ou presença de trunfos concorrenciais dos operadores potenciais, posição dos compradores (vide processo T-228/97, Irish Sugar), reacção dos operadores instalados à entrada de novos operadores, perspectivas económicas do sector, presença ou ausência de entradas anteriores significativas.

  15. 4) Não eliminação da concorrência • Eliminação de um dos parâmetros da concorrência – pelos preços ou em inovação e desenvolvimento. • Produtos diferenciados e substituibilidade de produtos.

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