540 likes | 1.36k Views
Fatores de textualidade. O que faz com que um conjunto de palavras seja visto como texto?. Intencionalidade
E N D
O que faz com que um conjunto de palavras seja visto como texto? • Intencionalidade Refere-se ao modo como os emissores usam textos para perseguir e realizar suas intenções, produzindo, para tanto, textos adequados à obtenção dos efeitos desejados Observemos os exemplos abaixo: (A) José Rainha, o líder do MST, recorre ao governo no caso do assentamento dos sem-terra. (B) José Rainha, o incentivador das invasões dos sem-terra, pressiona o governo para resolver o problema dos assentamentos.
2. Aceitabilidade É um fator centrado no receptor e diz respeito a sua atitude de cooperação em aceitar o texto do seu interlocutor como coerente, fazendo mesmo todo o esforço para interpretá-lo.
3. Informatividade Diz respeito ao grau de previsibilidade (ou expectabilidade) da informação contida no texto. Assim, quanto mais previsível ou esperada for a informação trazida pelo texto, menor será seu grau de informatividade. • Se contiver apenas informação previsível ou redundante, seu grau de informatividade será baixo; • Se contiver, além da informação esperada ou previsível, informação não-previsível, terá um grau maior de informatividade; • Se, por fim, toda informação de um texto for inesperada ou imprevisível, ele terá um grau máximo de informatividade.
4. Situacionalidade Refere-se aos fatores que tornam um texto relevante face a uma determinada situação. Tanto a situação interfere na maneira como o texto é produzido, como o texto tem reflexos importantes para a situação comunicativa. Por isso que, quando várias pessoas descrevem um mesmo objeto, as descrições nunca vão ser exatamente iguais; quando diversas testemunhas relatam um fato, os depoimentos vão divergir uns dos outros.
5. Intertextualidade Compreende as diversas maneiras pelas quais a produção e a recepção de dado texto depende do conhecimento de outros textos por parte dos interlocutores. Isto é, diz respeito aos fatores que tornam a interpretação de um texto dependente de um ou mais textos já em circulação. É um recurso muito presente nos textos literários e de propaganda. Ex.: “Bem aventurados os homens de boa redação. Deles será o reino das diretorias”. (texto de propaganda de um curso de redação).
6. Contextualizadores São os elementos que “ancoram” o texto em uma situação comunicativa determinada. Entre eles estão data, local, título, autor, início do texto, assinatura, elementos gráficos, os quais desempenham um papel importante na interpretação do texto.
7. Continuidade e progressão Os textos, em geral, devem ter uma unidade de sentido, assegurada pela manutenção de seu assunto principal. Por outro lado, é preciso avançar com a informação, de modo que a informação nova vá sendo progressivamente acrescentada e o texto não fique repetitivo e circular.
Exemplo - Função da comunicação em massa(Samuel Pfromm Neto, in Comunicação de massa) Quatro funções básicas têm sido convencionalmente atribuídas aos meios de comunicação de massa: informar, divertir, persuadir e ensinar. A primeira diz respeito à difusão de notícias, relatos, comentários etc. sobre a realidade, acompanhada, ou não, de interpretações ou explicações. A segunda função atende à procura de distração, de evasão, de divertimento por parte do público. Uma terceira função é persuadir o indivíduo – convencê-lo a adquirir certo produto, a votar em certo candidato, a se comportar de acordo com os desejos de um anunciante. A quarta função – ensinar – é realizada de modo indireto ou direto, intencional ou não, por meio de material que contribui para a formação do indivíduo ou para ampliar seu acervo de conhecimentos, planos, destrezas etc.
8. Coesão Corresponde à conexão interna existente entre as partes que compõem o texto. Um texto tem coesão quando seus vários enunciados estão organicamente articulados entre si, quando há concatenação entre eles. Isso não é fruto do acaso, mas das relações de sentido que existem entre os enunciados e que se manifestam, sobretudo, por certa categoria de palavras as quais são chamadas conectivos ou elementos de coesão.
Observe o texto abaixo: “A escola é o lugar podem sair futuros cidadãos conscientes se poderá construir uma nação mais crítica de si mesma.” A sua coesão está prejudicada porque faltam os conectivos. Façamos as conexões: “A escola é o lugar de onde podem sair futuros cidadãos conscientes com os quais se poderá construir uma nação mais crítica de si mesma.”
9. Coerência Deve ser entendida como unidade do texto. Um texto coerente é um conjunto harmônico, em que todas as partes se encaixam de maneira complementar, de modo que não haja nada destoante, nada ilógico, nada contraditório, nada desconexo.
Observe o texto: Ela tinha por volta de treze anos, porém não aparentava mais que seis ou sete. Muito pequena, magrinha e desnutrida como uma grande parte das crianças brasileiras. Para ajudar a família vendia chicletes nos sinais. Parecia tão fraquinha para carregar o tabuleiro onde estavam as caixinhas... Certa ocasião, voltando para casa, percebeu, em um dos terrenos baldios que ficavam no caminho, um grande saco de cimento abandonado ou esquecido por alguém. No mesmo instante, pensou na mãe e na imensa vontade que ela tinha de ampliar o minúsculo barraco em que viviam. Não teve dúvida, correu para o terreno, e, feliz da vida, saiu de lá carregando o saco nas costas.
Para atender às necessidades da coerência textual, deve-se observar cuidadosamente, pelo menos, três níveis de coerência: • Coerência narrativa • Coerência figurativa • Coerência argumentativa
10. Caráter pragmático Quando dizemos que um texto tem caráter pragmático, queremos aludir ao fato de que sua concretização depende da existência de interlocutores concretos, sujeitos históricos que interagem entre si, num permanente e dinâmico processo de elaboração textual. Em outras palavras, todo texto se origina de alguém e se dirige a um outro alguém. • Fontes de consulta:FIORIN, J. L. e SAVIOLI, F. P. Para entender o texto. São Paulo: Ática, 1990. / KOCH, I e TRAVAGLIA, L. C. A coerência textual. São Paulo: Contexto, 1990.