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Fatores de Desigualdade Social no Brasil. A partir da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2010: Tema: Economia e Vida Lema: “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” (Mateus 6, 24) Profº Daniel Seidel, secretário executivo da Comissão Brasileira Justiça e Paz da CNBB.
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Fatores de Desigualdade Social no Brasil A partir da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2010: Tema: Economia e Vida Lema: “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” (Mateus 6, 24) Profº Daniel Seidel, secretário executivo da Comissão Brasileira Justiça e Paz da CNBB.
Parábola do Príncipe e dos dois camponeses. “Um príncipe foi salvo da morte por dois camponeses. Agradecido, deu a cada camponês um saco de sementes especiais, quase mágicas, que garantiriam grande produção. Muitos anos depois, já coroado rei, voltou às aldeias para ver o resultado de sua oferta. O primeiro camponês era agora rico, dono de uma grande fazenda, mas vivia assustado, cercado de arame farpado e guardas, numa aldeia sem recursos, no meio da miséria dos vizinhos. A segunda aldeia ele quase não reconheceu. Era agora uma comunidade maravilhosa, com boas escolas, estradas para escoar a produção, hospital, saneamento... uma beleza! É que o segundo camponês optou por partilhar com os vizinhos as magníficas sementes que recebera...”
Qual é o problema de nossa política? Por que ela não promove a solidariedade? Porque é uma política na sua maior parte voltada para a proteção do patrimônio dos ricos e de seus investimentos, não cuidando com prioridade das necessidade dos empobrecidos da sociedade. Essa mentalidade na política no Brasil predomina por fatores históricos. Ela tem suas raízes lá na formação política e social do país. São esses processos: - o colonialismo (mentalidade que valoriza o que vem de fora e despreza o que é da terra, à contribuição dos indígenas); - a escravidão dos negros africanos (preconceito racial e desprezo pelo trabalho manual); - o coronelismo (submissão aos “mandões” locais, gerando medo e clientelismo); - a cidadania só pelo trabalho (desrespeito pelos desempregados) - a cultura autoritária (“manda quem pode, obedece quem tem juízo”) - o machismo (preconceito contra as mulheres) - o consumismo (“a pessoa vale pelo que ela tem, e não pelo o que ela é”)
Atlas da Questão Agrária Brasileira • http://www4.fct.unesp.br/nera/atlas/m_estrutura_incra.htm
Realidade Brasileira atual • Nos últimos oito anos, 28 milhões de brasileiros saíram da extrema pobreza, 53 milhões ascenderam para a classe média, 15 milhões de empregos formais foram criados. Entretanto, apesar da significativa redução das desigualdades no Brasil, ainda temos à frente grandes desafios, afinal, estamos tratando de saldar uma dívida de cinco séculos com nosso povo. • O Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), identificou que ainda temos um conjunto da população que se encontra em situação de extrema pobreza. São quase 16 milhões e 270 mil brasileiros (16.267.197) nessa situação, o que representa 8,5% da população total. Desse contingente de pessoas, 46,7% residem em áreas rurais e 53,3% encontram-se nas áreas urbanas. Vale destacar que, de acordo com o que estabelece o Governo Federal, encontram-se na linha de extrema pobreza as famílias cuja renda per capita seja igual ou inferior a R$ 70,00 (setenta reais), considerando o rendimento nominal mensal domiciliar.