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O estudo da cultura afro-brasileira e africana. Análise no currículo da E.M.E.F. Maria Edila da Silva Schmidt.
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O estudo da cultura afro-brasileira e africana Análise no currículo da E.M.E.F. Maria Edila da Silva Schmidt
A escola se encontra inserida em uma comunidade oriunda de uma situação de assentamento, onde a maioria das famílias vivem uma realidade de abandono, à beira da marginalização social. Com essa realidade a sua volta, o grupo de professores definiu seu projeto maior como: “MARIA EDILA EM AÇÃO: da escola para a VIDA”
Dentro de seu projeto maior, destacam-se “A cor da cultura” e a semana cultural com o seminário “A cor de todos nós”; assim como também são oferecidas oficinas de capoeira, dança e teatro
A escola oferece um grande acervo para pesquisas em sua biblioteca, assim como painéis incentivadores para que todos se sintam bem em ser negro, que valorizem seu corpo e sua cultura
Conforme o estatuto da Igualdade Racial, que diz que é garantido a população negra a efetivação da igualdade de oportunidades e que é dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade dessas oportunidades, percebe-se que a escola demonstra ser a favor da igualdade racial pelo que se pode ver em suas gravuras espalhadas pelos corredores, salas e secretaria.
Tópicos sobre o filme Entre os muros da escola • Informações passadas de professor para professor – pré-conceito estabelecido, já rotulavam os alunos a partir de seu comportamento; • Há uma tentativa do professor de conhecer os alunos através do auto retrato para saber o que são, o que sentem, mas fica só na atividade (o currículo não permite a expansão da idéia); o professor propõe essa atividade pensando na possibilidade de resgatar a auto-estima desses alunos, de afirmar suas identidades, para investir na aprendizagem, acreditava em negociações e denominava “espaço de manobra” onde os alunos podiam fazer combinações baseadas em responsabilidades; • Na reunião pedagógica mostrada, os professores não conseguiram definir uma forma de ação coletiva, discutiram sobre “perda de pontos por infração”, mas não houve consenso e o diretor passou para outro assunto (a máquina de café!) sem ter encerrado o anterior... mostrando a falta de comprometimento do gestor com algumas questões pedagógicas;
Os alunos demoravam muito tempo para organizarem-se e quando o professor questionou os alunos sobre o compromisso e responsabilidade com os horários a seres cumpridos, uma aluna muito crítica (Esmeralda) respondeu que até então eles nunca tinham tido um professor que aproveitasse todo o tempo para dar aula realmente; • Quanto mais autoritarismo, mais a rebeldia tomava conta dos adolescentes, ficava mais evidente; • O professor francês utilizava uma linguagem correta, tanto que os alunos chegaram a questionar se ele era burguês ou até mesmo homossexual; • Não houve quebra de paradigmas... principalmente no caso da expulsão do aluno, onde o Conselho poderia ter agido de outra forma;
A partir do filme, da ida a EMEF Maria Edila Schimidt e das discussões estabelecidas, pensamos que o currículo é sim um território político, por isso deve ser tão debatido em reuniões. Segundo o que nos mostra o filme, o currículo privilegia estrangeirismos (palavras, comidas) em detrimento de culturas locais. O currículo no filme revela-se como um dispositivo que forja identidades e subjetividades uma vez que procura atitudes homogêneas. Os conteúdos não despertavam interesse dos alunos, antes mesmo de conhecer, eles já diziam que não servia, que não queriam... motivação nenhuma. O currículo está diretamente ligado as relações de poder vivenciadas nas escolas, onde o professor detém o conhecimento e o aluno é um mero receptor de informações...
“A escola se vê no compromisso de promover ações que possam garantir a multiplicidade e a troca de experiências, articulando projetos que tragam temáticas ligadas à diversidade, bem como práticas voltadas ao apoio a esta comunidade que vive em situação de vulnerabilidade. “