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OASL Formação Política

OASL Formação Política. A PLATAFORMA. A PLATAFORMA e o contexto da Revolução na Ucrânia (1918-1921). O anarquismo não é uma bela fantasia, nem uma idéia filosófica abstrata, mas um movimento social das massas trabalhadoras. Grupo dos anarquistas russos no estrangeiro (Dielo Truda).

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Presentation Transcript


  1. OASL Formação Política A PLATAFORMA A PLATAFORMAe o contexto da Revolução na Ucrânia (1918-1921) O anarquismo não é uma bela fantasia, nem uma idéia filosófica abstrata, mas um movimento social das massas trabalhadoras. Grupo dos anarquistas russos no estrangeiro (Dielo Truda)

  2. PLANO DA FORMAÇÃO • 1. Contexto histórico do processo • revolucionário na Ucrânia (1918-1921) • 2. Contexto e motivação da Plataforma • 3. A Plataforma • - Tese central • - Estrutura do documento • - Conteúdo do documento • 4. Debate e desdobramentos

  3. 1. CONTEXTO HISTÓRICO DO PROCESSO REVOLUCIONÁRIO NA UCRÂNIA (1918-1921) • Revolução de fevereiro de 1917 • Forma-se um governo republicano burguês na Rússia, com Kerensky à frente • Forma-se na Ucrânia um governo nacionalista burguês, sob a liderança de Petlura • Presos políticos são soltos; • Após quase 9 anos na prisão, Makhno retorna para Ucrânia para reencontrar os companheiros ainda ativos do Grupo Anarco-comunista de Gulyai-Polye, fundado em 1905 • Outubro de 1917 • Os bolcheviques tomam o poder na Rússia • Na Ucrânia, a burguesia continua no poder • Mas criação de sovietes e a tomada e coletivização de terras dos latifundiários pelos camponeses já ocorrem, mas ainda a passos lentos

  4. 1. CONTEXTO HISTÓRICO DO PROCESSO REVOLUCIONÁRIO NA UCRÂNIA (1918-1921)

  5. 1. CONTEXTO HISTÓRICO DO PROCESSO REVOLUCIONÁRIO NA UCRÂNIA (1918-1921) • Começo de 1918 (guerra civil na Rússia e início da revolução ucraniana) • Acordo dos bolcheviques com os Alemães e os Austríacos (Tratado de Brest-Litovsk): a Ucrânia, com sua saída para o mar, é entregue à Alemanha • O governo imperial alemão ocupa a Ucrânia, depõe o governo burguês, devolve as terras aos latifundiários, apoia o poder dos nobres e implanta um governo títere, sob a liderança de Skoropadisky • Saque do país: matérias primas, gado, trigo, etc. são confiscados e enviados para a Alemanha • A ocupação Alemã desencadeia um movimento generalizado de resistência popular

  6. 1. CONTEXTO HISTÓRICO DO PROCESSO REVOLUCIONÁRIO NA UCRÂNIA (1918-1921) • Formação do Exército Insurrecional Ucraniano (guerra civil na Rússia e na Ucrânia) • Nestor Makhno (que era presidente do soviete local, da união regional dos camponeses e da união dos metalúrgicos e carpinteiros), junto com outros militantes, começa a organizar batalhões de camponeses e operários para enfrentar a ocupação alemã, retomar as terras para os camponeses e combater a burguesia local • Dada a insuficiência de batalhões para enfrentar os desafios postos pelas circunstâncias, por exércitos regulares militarmente superiores, criam-se regimentos e um comando geral. Com isso, forma-se o Exercito Insurrecional Ucraniano de camponeses e operários

  7. 1. CONTEXTO HISTÓRICO DO PROCESSO REVOLUCIONÁRIO NA UCRÂNIA (1918-1921)

  8. 1. CONTEXTO HISTÓRICO DO PROCESSO REVOLUCIONÁRIO NA UCRÂNIA (1918-1921)

  9. 1. CONTEXTO HISTÓRICO DO PROCESSO REVOLUCIONÁRIO NA UCRÂNIA (1918-1921) Controle democrático do exército: 1. O congresso dos sovietes ucranianos elegia o comando geral do exército (Conselho Militar Geral) e tinha o poder de revogá-lo a qualquer momento 2. O alistamento era voluntário 3. Estimativas mais generosas sustentam que o exército revolucionário era composto de aproximadamente 200.000 trabalhadores A função do exército era, como organização armada do movimento popular, 1. Defender as regiões em que os camponeses e operários tomavam as fábricas e coletivizavam as terras 2. Estender e liberar novas regiões 3. Viabilizar condições para o trabalho construtivo da revolução: organização autogestionária da vida econômica, social e política (da produção no campo e na cidade em forma de conselhos federados – sovietes – e da administração política em forma de federações de comunas livres) 4. Estima-se que as regiões liberadas pelo exército, conformando, sobretudo, o sul e leste do país, chegaram a ter 9 milhões de habitantes, numa área de aproximadamente 300 km².

  10. 1. CONTEXTO HISTÓRICO DO PROCESSO REVOLUCIONÁRIO NA UCRÂNIA (1918-1921)

  11. 1. CONTEXTO HISTÓRICO DO PROCESSO REVOLUCIONÁRIO NA UCRÂNIA (1918-1921)

  12. 1. CONTEXTO HISTÓRICO DO PROCESSO REVOLUCIONÁRIO NA UCRÂNIA (1918-1921)

  13. 1. CONTEXTO HISTÓRICO DO PROCESSO REVOLUCIONÁRIO NA UCRÂNIA (1918-1921)

  14. 1. CONTEXTO HISTÓRICO DO PROCESSO REVOLUCIONÁRIO NA UCRÂNIA (1918-1921)

  15. 1. CONTEXTO HISTÓRICO DO PROCESSO REVOLUCIONÁRIO NA UCRÂNIA (1918-1921) • No curso de 1918 • Os alemães são expulsos pelas forças armadas lideradas pela burguesia ao norte e pelo Exército Insurrecional Ucraniano, concentrado no sul do país • O exército revolucionário no sul não somente expulsa as tropas de ocupação austro-alemãs, mas também impede o avanço das forças burguesas lideradas por Petlura • Os bolcheviques voltam à Ucrânia • Final de 1918, 1919 e 1920 • O Exército Insurrecional Ucraniano, em aliança com o Exército Vermelho, enfrenta e vence as contraofensivas czaristas lideradas por Denekin e Wrangel • Em verdade, o grosso do exército de Denekin é enfrentado e vencido pelo EIU ao sul, em 1919 • Campanha bolchevique de difamação do exército revolucionário: são enviadas forças letonas, chinesas e siberianas para dificultar a captação pelo exército insurrecional, i.e, evitar que soldados vermelhos deserdassem e passassem a compor os batalhões maknovistas, como ocorreu na etapa de Denikin

  16. 1. CONTEXTO HISTÓRICO DO PROCESSO REVOLUCIONÁRIO NA UCRÂNIA (1918-1921)

  17. 1. CONTEXTO HISTÓRICO DO PROCESSO REVOLUCIONÁRIO NA UCRÂNIA (1918-1921) • ... Final de 1918, 1919 e 1920: • Em abril 1920, bolcheviques e maknovistas voltam a fazer uma aliança. Agora para enfrentar os exércitos czaristas de Wrangel • Em novembro do mesmo ano, em batalhas sangrentas, os brancos são derrotados • Após a campanha da Crimeia, em que os maknovistas e os bolcheviques vencem Wragel, os bolcheviques traíram os maknovistas, os atacando pela retaguarda • Neste momento, dizimado por anos de guerra, o exército insurrecional conta com apenas 3.000 combatentes; estima-se que o Exercito Vermelho tenha atacado os maknovistas com 150.000 soldados • Muitos ucranianos camponeses, operários e seus familiares – simpatizantes e/ou que viviam nas áreas de influência maknovista – são presos e cruelmente assassinados pelos bolcheviques • Em 1921, um pequeno grupo de 300 combatentes, entre eles Makhno, gravemente ferido, conseguem escapar do cerco bolchevique, e fogem para a Romênia; parte deles chegará posteriormente à França • Fim da revolução ucraniana

  18. 1. CONTEXTO HISTÓRICO DO PROCESSO REVOLUCIONÁRIO NA UCRÂNIA (1918-1921)

  19. 2. CONTEXTO E MOTIVAÇÃO DA PLATAFORMA FRANÇA, 1925-1926 Russos exilados retomam discussões sobre o anarquismo - Processo de crítica e autocrítica * Por que perdemos a revolução? - Reflexão estratégia (leitura da realidade, objetivos, caminhos) - Criação revista Dielo Truda em 1925 - Debates intensos e diversas contribuições - Um determinado grupo, em torno de Arshinov e Makhno, que estava entre os fundadores da revista, sustenta posições desde 1921 (capítulo do livro do Arshinov sobre a história da makhnovitschina), que se aprimoram em artigos e levam à Plataforma, publicada na revista em 1926 - Segue-se grande e rica polêmica com anarquistas de vários países

  20. 2. CONTEXTO E MOTIVAÇÃO DA PLATAFORMA

  21. 3. A PLATAFORMA 3.1 TESE CENTRAL Contradição: - Virtude das posições anarquistas (ideias) X situação complicada do anarquismo em sua intervenção nas lutas de classes (práticas) Problemas fundamentais: - Desorganização, fragmentação e existência efêmera de grupos anarquistas Motivo: - Compreensões distintas (até mesmo contraditórias) do anarquismo * Anarquismo como movimento de massas dos trabalhadores (Bakunin) * Anarquismo como busca da liberdade individual (falta de responsabilidade e posturas antiorganizacionistas) Caso concreto: - Contexto revolucionário ucraniano de 1918 a 1921; ainda que a França daquele momento não fugisse à regra

  22. 3. A PLATAFORMA 3.1 TESE CENTRAL Solução: * Criar uma União Geral dos Anarquistas (Organização política revolucionária) * Organizar a UGA em torno de uma proposta orgânica clara, diferente da síntese e do anarco-sindicalismo * Reunir a maioria dos anarquistas para uma prática política coletiva e organizada * Estabelecer uma linha política, uma estratégia comum e um programa Referencial histórico: * Bakunin, Aliança e Internacional

  23. 3. A PLATAFORMA 3.2 ESTRUTURA DO DOCUMENTO - Documento dividido em três partes/seções fundamentais * Geral * Construtiva * Organizacional

  24. 3. A PLATAFORMA 3.2 ESTRUTURA DO DOCUMENTO - Geral * Luta de classes: traço fundamental da sociedade * Papel do Estado e necessidade de revolução social violenta * O anarquismo: origens, objetivos e aspectos centrais * Crítica à democracia representativa * A negação estratégica do Estado e da dominação * Papel dos anarquistas e das massas antes e durante a revolução * Crítica às concepções autoritárias de período transitório * Prática sindical

  25. 3. A PLATAFORMA 3.2 ESTRUTURA DO DOCUMENTO - Construtiva (A sociedade futura) * Coletivização/socialização da produção * Consumo * Coletivização/socialização da terra * Defesa da revolução: instituições militares

  26. 3. A PLATAFORMA 3.2 ESTRUTURA DO DOCUMENTO - Organizacional (A organização anarquista e seus princípios) * Unidade ideológica * Unidade estratégica * Responsabilidade coletiva * Federalismo

  27. 3. A PLATAFORMA 3.2 ESTRUTURA DO DOCUMENTO - Suplemento (Questões e respostas) * Maiorias e minorias no anarquismo * Estrutura e traços do regime livre dos sovietes * Anarquismo como guia ideológico das massas * Defesa da revolução * Liberdade de expressão * Distribuição comunista

  28. 3. A PLATAFORMA 3.3 CONTEÚDO DO DOCUMENTO Surgimento do anarquismo - Origem nas lutas de classes dos movimentos populares no século XIX, em sua oposição ao capitalismo, a partir das carências e aspirações dos trabalhadores - Não é fruto de ideias/filosofias abstratas e nem da cabeça de um ou outro teórico ou filósofo - Clássicos como Bakunin e Kropotkin interpretaram este movimento popular real e ajudaram a difundir seus aspectos fundamentais

  29. 3. A PLATAFORMA • 3.3 CONTEÚDO DO DOCUMENTO • O anarquismo • - Conecta idéias e pensamentos com práticas e ações • - Socialismo classista revolucionário e libertário • - Negação da propriedade privada, da exploração, do Estado, da sociedade de classes, da dominação de maneira geral • Afirmação da necessidade de uma sociedade socialista livre, autogerida e federada (comunismo libertário) • - Meios específicos (estratégia) para essa transformação. Mobilização combativa e autônoma/independente de massas, com protagonismo de operários e camponeses; processo interno autogestionário e federalista, com coerência de meios e fins

  30. 3. A PLATAFORMA 3.3 CONTEÚDO DO DOCUMENTO Crítica do capitalismo - Propriedade privada: meios e instrumentos de produção - Exploração do trabalho: produto do trabalho apropriado pela burguesia - Burocracia - Privilégios econômicos e sociais; desigualdade - Falta de liberdade e independência

  31. 3. A PLATAFORMA 3.3 CONTEÚDO DO DOCUMENTO Crítica do Estado e da democracia representativa - Dominação de classe é garantida pelo Estado (violência de classe) * Dominação da maioria por uma minoria de governantes - Estado tem o objetivo de manter/garantir a dominação capitalista (forma social de organização da burguesia) - Dois aspectos fundamentais do Estado: força e legitimidade. Força: Violência e coerção capitalista Legitimidade: Estímulo à ignorância das massas - Democracia representativa sustenta a sociedade de classes * Direitos civis (liberdade individual, expressão, reunião) e igualdade perante a lei são garantidos, na medida em que não coloquem em xeque interesses capitalistas * Não ameaça propriedade capitalista e reduz-se ao político (capitalistas continuam a controlar o econômico e o cultural; dominação econômica garante dominação política) * Encobre dominação burguesa com liberdades e garantias fictícias

  32. 3. A PLATAFORMA 3.3 CONTEÚDO DO DOCUMENTO Sociedade de classes e luta de classes - Sociedade contemporânea é uma sociedade de classes * Classe capitalista * Classe trabalhadora (operários e camponeses) - Exploração e opressão - Luta de classes é o fator fundamental da estruturação da sociedade

  33. 3. A PLATAFORMA 3.3 CONTEÚDO DO DOCUMENTO Crítica do socialismo de Estado e do “período de transição” - Socialistas que acreditam que o Estado pode ser utilizado pelos trabalhadores para sua emancipação: “Autoridade socialista e Estado proletário” - Revolucionários (bolcheviques) e reformistas (social-democratas) - Por meio do Estado, só se pode criar outro sistema de dominação * Estado retira iniciativa das massas, mata sua criatividade, sustenta uma cultura de submissão, promove a confiança cega em líderes * Meio “Estado proletário” torna-se fim, produzindo novas classes/castas privilegiadas - Oposição à ideia de período de transição dos socialistas estatistas - Necessidade imediata da revolução social

  34. 3. A PLATAFORMA • 3.3 CONTEÚDO DO DOCUMENTO • Objetivo finalista: revolução social • Processo de transformação necessariamente violento • Protagonizada pelas massas, coloca fim imediato ao capitalismo e ao Estado e abre as portas para o início do comunismo libertário • Deve levar à completa emancipação dos trabalhadores • Deve desenvolver uma estratégia de defesa para enfrentar as forças da contrarrevolução

  35. 3. A PLATAFORMA • 3.3 CONTEÚDO DO DOCUMENTO • Objetivo finalista: revolução social • Defesa da revolução • - Processos revolucionários muito conflitivos e longos (muitos anos) • - Construir uma força capaz de impedir os intentos contrarrevolucionários: órgãos para defesa da revolução • - Força guerrilheira com todos os trabalhadores e camponeses armados (início do processo): caráter de classe do exército • - Com o tempo, estabelecimento de organizações militares libertárias • - Estratégia militar comum: unidade de planejamento e comando; autonomia tática e operativa • - Negação do militarismo de Estado com alistamento obrigatório; organismos voluntários e baseados na autodisciplina • - Submissão total (política) do exército às organizações de massas de trabalhadores e camponeses

  36. 3. A PLATAFORMA • 3.3 CONTEÚDO DO DOCUMENTO • Objetivo finalista: comunismo libertário • Sistema federalista envolvendo organizações autogeridas de produção e consumo (sovietes/conselhos de operários e camponeses) • - Conquista da base social da nova sociedade (meios que permitem a autogestão: terra, produção, funções de gestão etc.) • - Relações sociais igualitárias, pautadas na liberdade e independência • - Comunismo de aprimoramento constante: “de cada um segundo suas possibilidades, a cada um segundo suas necessidades”

  37. 3. A PLATAFORMA • 3.3 CONTEÚDO DO DOCUMENTO • Objetivo finalista: comunismo libertário • Coletivização/socialização da produção • - Indústria pertence ao conjunto de trabalhadores: não há proprietários (privados ou do Estado) e todos têm os mesmos direitos • - Supressão da exploração do trabalho e da burocracia • - Antigos capitalistas e classe média integram a nova sociedade como trabalhadores ou a abandonam • - Autogestão dos trabalhadores • * Sovietes de trabalhadores • * Comitês de fábricas • - Articulação federalista (comunas, distritos, país) de baixo para cima • - Tecnologia colocada à serviço dos trabalhadores

  38. 3. A PLATAFORMA • 3.3 CONTEÚDO DO DOCUMENTO • Objetivo finalista: comunismo libertário • Consumo • - Objetivo: satisfação das necessidades de todos (menos os que se recusarem a trabalhar por razões contrarrevolucionárias); exceção crianças, velhos, incapazes etc. • - Aproximação cidade-campo, com criação de cooperativas operárias e camponesas • * Suporte das indústrias para industrialização do campo • * Produção dos camponeses para as cidades

  39. 3. A PLATAFORMA • 3.3 CONTEÚDO DO DOCUMENTO • Objetivo finalista: comunismo libertário • Coletivização/socialização da terra • - Terras pertencem ao conjunto de trabalhadores: não há proprietários (privados ou do Estado) e todos têm os mesmos direitos • * Não podem ser compradas, vendidas, alugadas • - Supressão da exploração do trabalho • - Possibilidade de conciliar produção individual-familiar e coletiva; camponeses devem resolver essa questão • * Ainda assim, anarquistas devem promover e incentivar a coletivização • * Possibilidade de fundação de um sindicato de camponeses • - Articulação federalista (comunas, distritos, país) de baixo para cima • - Tecnologia colocada à serviço dos trabalhadores

  40. 3. A PLATAFORMA 3.3 CONTEÚDO DO DOCUMENTO Estratégia anarquista - Força coletiva organizada (objetivos e caminhos claros) - Atuação antes e durante a revolução como agente determinante na influência das massas (referência ao Grupo Anarco-Comunista de Gulyai Polye, já em 1917) - Objetivo: Criar / participar ativamente das organizações de massas e impulsioná-las a protagonizar a revolução * Não são os anarquistas que deverão fazê-la e nem assumir uma posição de dominação e/ou substituição da classe

  41. 3. A PLATAFORMA • 3.3 CONTEÚDO DO DOCUMENTO • Estratégia anarquista • Antes da revolução • - Organização em dois níveis (OEA/massas) • - Estimular luta de classes das massas • - A partir das práticas libertárias existentes nas massas, estimular consciência de classe, radicalização dos trabalhadores e consciência/defesa do modelo libertário de organização e luta • Educação/propaganda e trabalho organizativo • Durante a revolução • - Anarquismo deve ser a principal concepção ideológica • - Orientação / guia dos acontecimentos rumo ao socialismo • - Não basta começar a revolução; ela deve levar à completa emancipação dos trabalhadores

  42. 3. A PLATAFORMA 3.3 CONTEÚDO DO DOCUMENTO Estratégia anarquista: as massas - Sujeitos revolucionários: trabalhadores urbanos, camponeses, parte dos trabalhadores intelectuais - Massas são o principal agente da revolução * Possuem grande capacidade, demonstrada nos movimentos populares * Estão, em grande medida, dispersas - Tarefa dos anarquistas: * Criar e participar ativamente das organizações de massas * Estimular capacidade criativa e construtiva das massas * Suprimir obstáculos para que isso se manifeste

  43. 3. A PLATAFORMA 3.3 CONTEÚDO DO DOCUMENTO Estratégia anarquista: as massas Sindicalismo (de intenção revolucionária) - Uma das formas do movimento revolucionário de trabalhadores * Ainda assim, é um agrupamento por necessidade que não possui ideologia definida e nem condições de sozinho, resolver as questões sociais em sua totalidade * Sem os anarquistas, toma outros rumos - Crítica à propaganda anarquista individual / pequenos grupos - Anarco-sindicalismo: um passo a frente, mas não necessariamente trabalha com dois níveis (insuficiente) - Atuação organizada dos anarquistas nos sindicatos * Estimular para que os sindicatos se tornem braços ativos da revolução social * Articular atividades do sindicato com outros setores da classe * Criar sindicatos anarquistas e participar de sindicatos existentes

  44. 3. A PLATAFORMA • 3.3 CONTEÚDO DO DOCUMENTO • Estratégia anarquista: a organização anarquista • - Reunião dos operários e camponeses anarquistas com objetivo de tornar-se a força preponderante na influência das massas • Passar dos pequenos grupos dispersos para uma organização forte; reunir os melhores militantes do anarquismo • Determinar os rumos dos acontecimentos pré-revolucionários e revolucionários (orientação e guia) • Princípios da organização anarquista • Unidade teórica / ideológica • Unidade tática / Método coletivo de ação • Responsabilidade coletiva • Federalismo

  45. 3. A PLATAFORMA • 3.3 CONTEÚDO DO DOCUMENTO • Estratégia anarquista: a organização anarquista • - Unidade teórica / ideológica • - Força que orienta a atividade política com objetivos determinados (linha política) • - Comum a todos da organização • - Táticas e estratégias em concordância com essa linha • - Unidade tática / Método coletivo de ação • - Todos militantes e grupos de acordo com estratégia e linha política • - Linha comum evita desperdício de forças (cada um faz uma coisa; com ações que chegam a se contradizer) • Concentração de forças, direção comum do caminhar orgânico, objetivos fixos

  46. 3. A PLATAFORMA • 3.3 CONTEÚDO DO DOCUMENTO • Estratégia anarquista: a organização anarquista • - Responsabilidade coletiva • - Atividade revolucionária exige responsabilidade coletiva • - Rejeição da atuação sob responsabilidade de um indivíduo; responsabilidade é sempre coletiva • - União responsável do membro com a organização e da organização com o membro • - Contra o individualismo

  47. 3. A PLATAFORMA • 3.3 CONTEÚDO DO DOCUMENTO • Estratégia anarquista: a organização anarquista • - Federalismo • - Deturpado por anarquistas que defendem a manifestação de seu próprio ego e são contrários à organização; essas posições devem ter fim • - Contra a centralização e pela organização federativa • - Estímulo ao espírito crítico, à iniciativa, à independência, à livre opinião, à liberdade individual • - Concordância livre (indivíduos e organizações) para trabalhar coletivamente visando objetivos em comum • - Cumprir deveres comuns, de acordo com decisões compartilhadas • - Não podem haver decisões não executadas • - OEA composta de diferentes grupos (células) com um secretariado (Comitê Executivo), orientando o trabalho político e técnico da organização • - Comitê Executivo: executa decisões, orienta grupos e indivíduos menos articulados, monitora o estado da organização, faz as relações da organização (internas e externas)

  48. 4. DEBATE E DESDOBRAMENTOS • Defensores da Síntese • * Sébastien Faure (“A Síntese Anarquista, de 1928) • * Volin (“A Síntese Anarquista”, de 1934) • * Anarco-sindicalistas: Maximoff, Sobol, Schwartz, Fleshin etc. • Argumentos fundamentais • Falta autocrítica: “Culpa dos outros” • Correntes do anarquismo (anarco-comunismo, anarco-sindicalismo e anarco-individualismo) são complementares. Comunismo (objetivo), sindicalismo (meio), individualismo (garantia preservação liberdade individual, emancipação e felicidade) • Plataforma teria incorporado elementos do bolchevismo no contato na revolução Rússia / Ucrânia. União Geral partido bolchevique • Confusão dos termos (reforçados pela tradução de Volin); direção, vanguarda etc. • Questionamento da autonomia dos grupos na organização (linha única seria autoritária / não anarquista) • Questionamento do Comitê Executivo (comitê central) • Nome União “Geral” (obrigação de todos fazerem parte)

  49. 4. DEBATE E DESDOBRAMENTOS • Defensores da organização anarquista (relativamente críticos da Plataforma) • * Malatesta • * Luigi Fabbri • * Camilo Berneri • Argumentos fundamentais • Concordância parcial; alguns aceitam colaborar de fora • Modelo poderia levar a uma “bolchevização” do anarquismo • Grupos e indivíduos têm que ter autonomia para trabalhar com diferentes estratégias e táticas; não aceitam unidades • Possível cooperação com individualistas • Problema dos termos

  50. 4. DEBATE E DESDOBRAMENTOS • Defensores da organização anarquista (apoiadores da Plataforma) • * Poloneses Ranko, Ida Mett e Walecki (autores) • * Pier Carlo Masini • * Geoges Fontenis • Desdobramentos concretos • Bulgária: Entre 1926 e 1927 a Federação dos Anarco-Comunistas Búlgaros (FAKB) adotou a Plataforma • França: Criação de organizações dissidentes da União Anarquista: Union Anarchiste Communiste Révolutionnaire (1927) e Fédération Communiste Libertaire (1934-1936); Organisation Pensée Bataille (1950). • Itália: Grupos Anarquistas de Ação Proletaria (GAAP) • Polônia: grupo de Ranko • China: Chen • Tentativa de Internacional Comunista Libertária (OPB, GAAP)

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