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CUIDAR, UMA QUESTÃO DE RELAÇÕES HUMANAS

Dizer que cuidar é questão de relações humanas é óbvio. Mas, como toda a evidência, isso precisa ser estranhado para ser compreendido de fato, e não passarmos batido pelo que se diz.

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CUIDAR, UMA QUESTÃO DE RELAÇÕES HUMANAS

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Presentation Transcript


  1. Dizer que cuidar é questão de relações humanas é óbvio. Mas, como toda a evidência, isso precisa ser estranhado para ser compreendido de fato, e não passarmos batido pelo que se diz. Daí a importância de nosdetermos no significado de cuidar, de cuidador, de quem é cuidado e de refletir a respeito, paraentendermelhoressasrelaçõeshumanas . CUIDAR, UMA QUESTÃO DE RELAÇÕES HUMANAS

  2. Pensando bem: na vida, todos somos cuidados e cuidamos de crianças, de jovens, de adultos ou de idosos, ora numa situação ora noutra. Cuidar é, de fato, uma questão de relações humanas – multifacetadas, interativas, cambiantes relações.

  3. Nesse imenso e complexo universo de relações, por que cuidar do(a) cuidador(a) se - primordialmente - quem interessaria é aquele (a) que é cuidado(a)? Porque o cuidador ou a cuidadora é o pilar dessa relação tão delicada. Conjetura de base

  4. Cuidadores leigos: familiares ou não de pessoas dependentes > haveria nesse caso tendência a um relacionamento mais afetivo, mais pessoal? Cuidadores profissionais: formação na área da saúde > haveria, então, tendência a um relacionamento mais formal, mais impessoal? Configuração básica de cuidadores e suas relações com quem cuidam

  5. Seja leigo ou profissional, o cuidador sempre terá que lidar com expectativas, anseios de identificação, receio de rejeições, limitações físicas, emocionais, intelectuais – de sua parte e da parte de quem ele cuida Essas circunstâncias - mediante a responsabilidade e o comprometimento com a função - e o perfil do cuidador dimensionam a perspectiva humanista da relação cuidador- cuidado. As circunstâncias e a relação cuidador -cuidado

  6. Profissional ou leigo, a função do cuidador – necessariamente – se reveste de um tipo especial de humanismo, aquele ligado à saúde. Como se relacionaria essa perspectiva com a visão de Cyro Martins quanto ao que ele considera humanismo médico? Um tipo especial de humanismo

  7. Consiste essencialmente no respeito que devemos à personalidade do paciente, seja ele previdenciário, conveniado, indigente ou particular e rico, adulto, adolescente ou criança. Essa consideração no trato já é, por si só, um remédio, o vínculo que singulariza o acontecer emocional entre a pessoa do paciente e a pessoa do médico. Este é o remédio mais universal e mais eficiente. Se falhar, possivelmente todo o resto irá mal, principalmente se ponderarmos que todo o doente, não importa a natureza do seu mal, do corpo ou da alma, mais comumente psicossomática, quando chega na frente do médico se encontra num estado emocional regressivo. Basta atendê-lo como gente para robustecer-lhe o ego. Demais, com essa atitude, composta de tato e objetividade, nós o chamamos a brios, e para isso não usamos palavras. É algo próprio da linguagem pré-verbal, inerente à simples presença do médico.” Cyro Martins,“A relação médico-paciente”. (Caminhos - ensaios psicanalíticos. Movimento, 1993.)

  8. SER de boa índole, bem-humorado, resiliente • De boa índole - do bem, não necessariamente bonzinho • Bem-humorado - disposto a ver o lado light da vida • Resiliente - capaz de superar tensões e estresse, adversidades Essas características são da natureza de cada indivíduo, as quais as circunstâncias da vida podem acentuar. Um perfil de cuidador bem delineado

  9. TER capacitação, interesses culturais e amizades • Capacitação - porque conhecimento sobre o cuidar de outrem – e de si - é fundamental para a realização adequada das tarefas e da função do cuidador • Interesses culturais - do tricô e da novela às artes em geral - porque eles distraem, alimentam o espírito e são compartilhados, prazerosamente, pelo cuidador e por quem é cuidado • Amizades - porque elas fortalecem a afetividade, confortam dores e permitem trocar alegrias, criam vínculos Essas características - também elementares e óbvias – deveriam tomar a atenção de todos nós, de tanto em tanto, para balancearmos melhor nosso estar no mundo, não só por sermos cuidadores ou cuidados.

  10. Para uns, a função de cuidador parecerá natural, exercida com disponibilidade e afeto • Para outros, será talvez uma dura tarefa, verdadeira cruz a carregar Essa função, de fato, mobiliza predisposições, desperta sentimentos contraditórios, tem características diversificadas, muitas exigências, o que a torna efetivamente complexa; difícil de definir, avaliar, ensinar e vivenciar. Uma função bem delicada e complexa

  11. É muito comum se envolver emocionalmente com quem se cuida e, assim, ficar deprimido diante de limitações de seu paciente e de si próprio para superá-las. Mas, antes de sucumbir à depressão, todo cuidador deveria reconhecer que isso é praticamente inevitável – estamos tratando de relações humanas - e que o bom senso recomenda procurar a orientação de um profissional de saúde mental para levar sua função a bom termo. Um dos males a enfrentar: a depressão

  12. “No decorrer da experiência, o cuidador acaba cuidando mais de si próprio também! Isso acontece pelo prazer provocado pelo auxílio ao outro." Cuidadora Anônima Maria Helena Martins Porto Alegre, 20 de abril de 2013 Uma revelação surpreendente

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