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Doença de Hirschsprung. Marcelo Rodrigues de Souza Marcio Debiasi Marcius Conceição Prestes Raquel Fabiane Werner Sílvia Casonato Tiago de Alencar Borges. Histórico. Histórico. 1886 - Harald Hirschsprung - primeira descrição clínica 1901 - Tittel - ausência de células ganglionares
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Doença de Hirschsprung • Marcelo Rodrigues de Souza • Marcio Debiasi • Marcius Conceição Prestes • Raquel Fabiane Werner • Sílvia Casonato • Tiago de Alencar Borges
Histórico • 1886 - Harald Hirschsprung - primeira descrição clínica • 1901 - Tittel - ausência de células ganglionares • 1924 - Dalla Valle - ausência de células ganglionares • 1946 - Ehrenpreis - dilatação colônica secundária a um distúrbio de motilidade do segmento intestinal distal • Whitehouse e Kernohan, Bodian, Stephens e Ward, Zuelzer e Wilson • 1948 - Swenson e Bill - biópsia retal e cirurgia • 1973 - Bolande - neurocristopatia
Histórico • 1993 - Angrist e cols e Lyonnet e cols - definiram uma região cromossômica no braço longo do cromossomo 10 no lócus 10q11.1 • 1994 - lócus no cromossomo 13q22 em pacientes com HSCR autossômica recessiva
Epidemiologia • Incidência: 1:5000 nascidos vivos • Variação entre grupos étnicos: 1,5:10000 em caucasianos; 2,1:10000 em afro-americanos; 2,8:10000 em asiáticos • S-HSCR é mais freqüente representando 80 % dos casos • Relação entre os sexos é de 4 homens para 1 mulher mas varia nas duas formas de apresentação: 5:1 na S-HSCR e 1:1 na L-HSCR
Epidemiologia • Ocorre como característica isolada em 70% dos casos porém pode coexistir com outras anomalias cromossômicas sendo a S. de Down a mais freqüente • Anomalias congênitas associadas ocorrem em até 18% dos casos • A ocorrência de anomalias associadas é maior em casos familiares em comparação a casos isolados ( 39% e 21% respectivamente
Definição • Malformação congênita do intestino distal, • ausência de células ganglionares parassimpáticas intrínsecas dos plexos submucoso e mioentérico; • Aprisionamento da migração crânio-caudal das células da crista neural no intestino entre a quinta e décima segunda semana de gestação para formar o sistema nervoso entérico, e é por conseguinte, considerada uma neurocristopatia.(19)
Classificação • DH de segmento curto (C-DH - 80% dos casos) • DH de segmento longo (L-DH - 20% dos casos) • Variantes: • Aganglionose colônica total- 3 a 8%; • Intestino é envolvido integralmente; • DH de segmento ultra curto; • DH interrompida
QUADRO CLÍNICO Varia de acordo com as diferentes apresentações da doença , dependendo da extensão e da espasticidade da zona aganglionar. • forma clássica • forma longa • forma total • forma curta e ultracurta
QUADRO CLÍNICO A principal manifestação clínica é a não eliminação de mecônio nas primeiras 48 horas após o nascimento. Somente 5% das crianças normais não evacuam mecônio nas primeiras horas de vida.
QUADRO CLÍNICO - forma clássica - Início no período neonatal ou mais tardio - Constipação intestinal progressiva - Obstrução intestinal baixa - Impactação fecal, desidratação. - Eliminação explosiva de fezes ao toque retal. - Casos graves: enterocolite.
QUADRO CLÍNICO - forma longa e total • sintomas menos intensos que a forma clássica. • Períodos oligossintomáticos intercalados com períodos de diarréia e de distensão.
QUADRO CLÍNICO - forma curta e ultracurta • somente 6 a 5% do total. • sintomas tardios e demoram a aparecer • constipação intestinal progressiva • megarreto – pelo R-X é indistinguível do decorrente de constipações funcionais ou psicogênicas. • Forma ultracurta : manifestações idênticas à curta.
DIAGNÓSTICO • História e exame físico • Exames de imagem • radiografia simples • enema opaco • Manometria anorretal • Biópsia – histologia • Exames laboratoriais • Novos métodos
DIAGNÓSTICO - história e exame físico • Detalhada e bem interpretada: importante para fazer DD com distúrbios funcionais. • A informação sobre o hábito evacuatório é obtida de acordo com a interpretação dos pais.
DIAGNÓSTICO - história e exame físico - exame abdominal: importante para verificar sinais que indiquem um possível distúrbio funcional e não uma doença orgânica como a Doença de Hirschsprung. Caso haja suspeita forte de distúrbio funcional, não é necessária nenhuma outra intervenção diagnostica
DIAGNÓSTICO - exames de imagem RADIOGRAFIA SIMPLES: • mostra grande distensão abdominal. • Às vezes é possível identificar a zona retal espástica
Menino de dois anos com constipação crônica e retardo na eliminação de mecônio.
DIAGNÓSTICO - exames de imagem ENEMA OPACO -Sensibilidade de 80%. • Especificidade 76%. • Bário. • permite identificar a diferença de calibre entre a zona espástica ao nível do reto e a dilatação dos segmentos intestinais não afetados. • Sinal radiológico clássico: no R-X o reto apresenta um calibre diminuído e o resto do cólon se apresenta dilatado.
DIAGNÓSTICO - exames de imagem ENEMA OPACO - não é sensível no período neonatal. - não é útil no DD de megarreto com a doenças intestinais funcionais.
DIAGNÓSTICO - exames de imagem ENEMA OPACO Medidas necessárias: - sem preparo prévio, para melhor evidencia do cone de transição; - sempre acrescentar uma radiografia de perfil, atentando a região do retossigmóide; - utilizar pouco bário com o objetivo de não mascarar a sintomatologia característica de doença - Obter uma radiografia de retardo de 24 hs.
DIAGNÓSTICO - exames de imagem Enema opaco na aganglionose colônica total • não ocorrem as diferenças de calibre e cone de transição. • Colo de calibre homogêneo • Características : • As goteiras cólicas hepática e esplênicas são arredondadas • O cólon é encurtado em toda sua extensão • Observam-se massas fecais no interior da luz representadas por falhas de enchimento; • A distensão das alças delgadas indicam a obstrução a nível do íleo terminal.
Um enema feito no segundo dia de vida. A radiografia ântero-posterior tirada mostra a zona de transição no cólon sigmóide médio, com o reto e o cólon sigmóide distal apresentado calibre menor que no resto do cólon, como mostra a radiografia de perfil.
Diagnóstico- manometria anorretal Manometria anorretal -na evacuação normal – reflexo mioentérico presente um aumento na contração do reto causa o relaxamento de esfícter interno do ânus. -na ausência de células ganglionares – não há o reflexo a evacuação não se processa
Manometria anorretal balão inflável é posicionado ao nível do reto e esfíncter interno as pressões são registradas em um polígrafo mede-se a pressão do esfíncter interno em resposta ao aumento da pressão do reto
Manometria anorretal mais usada em crianças mais velhas e adultos não-invasivo, ambulatorial, sedação leve útil na triagem (DD) de magarreto e constipação funcionais. falso negativos- em prematuros e equip. pouco sensíveis. não tem valor em recém-nascidos com menos de 39 semanas, incluindo a idade gestacional, nem em bebês de menos de 2.700g e com menos de 12 dd de vida.
DIAGNÓSTICO - biópsia É o padrão ouro para a demonstração da ausência de células ganglionares intramurais.
DIAGNÓSTICO - biópsia 3 técnicas -capsular por sucção menos invasiva - com pinça de biópsia - biópsia clássica todas as camadas do reto anestesia geral mais confiável
DIAGNÓSTICO - biópsia -acima da linha pectínea -coloração com a acetilcolinesterase (AChE) • AchE achados positivos • HE achados negativos resultados falhos
DIAGNÓSTICO - biópsia - histologia AchE na ausência de células ganglionares há um aumento da qtidade de fibras colinérgicas onde há fibra colinérgica há AchE logo, na DH há um aumento de atividade da AchE como funciona: substâncias responsáveis pela coloração são adicionadas à amostra de tecido colhida na biópsia. A AchE, quando presente na amostra, causa nas substâncias adicionadas uma cascata de reações químicas de de hidrólise, oxidação e redução, que tem como produto final o ferricianeto de cobre, que é o que dá a coloração à amostra – uma coloração de tom marrom que permite identificar as fibras colinérgicas
Padrões A constatação de existência de padrões demonstrou o caráter evolutivo dos padrões histoquímicos. Padrão I “padrão recém-nascido” crianças menores de 3mm troncos grosso na muscular mucosa e submucosa;ausentes na lâmina própria. Padrão II “clássico” 83% são crianças acima de 1 ano fibras colinérgicas dispersas na submucosa, muscular e lâmina própria Padrão III – “intermediário” IIIA – mais similar ao padrão I Idade menor que 1 ano IIIB – mais similar ao padrão II Idade acima de 1 ano
A lâmina corada pelo método da acetilcolinesterase ilustra uma aumento na positividade (escurecimento) das fibras que se coram dentro da lâmina própria e da muscular própria a qual, na ausência de células ganglionares, é diagnóstica de Doença de Hirschsprung.
A lâmina corada pelo método HE mostra uma clara ausência de células ganglionares dentro do plexo mucoso e submucosos e a presença de nervos submucosos engrossados. As células ganglionares também estão ausentes do plexo mioentérico.
A lâmina corada pelo método HE mostra uma clara ausência de células ganglionares no plexo mioentérico e submucoso; os nervos são variavelmente proeminentes.
Exames Laboratoriais Exames laboratoriais eletrólitos hemograma completo provas de coagulação
DIAGNÓSTICO - novas técnicas Estudo encontrou novos marcadores: -CATEPSINA D -S - 100
Associação com Síndrome de Down e com Outras Síndromes • Síndrome de Down • Associação mais freqüente • 2-10% dos casos de DH • Desbalanço na proporção entre os sexos (5,5:10,5/H:M)
Associação com Síndrome de Down e com Outras Síndromes • Associações Raras • Síndrome de Di George • Síndrome de Klinenfelter • Trissomia do cromossoma 8 com mosaicismo • Duplicação parcial em 2q • Tetrassomia 9q • Deleção 20p
Associação com Síndrome de Down e com Outras Síndromes • Neurocristopatias • Neoplasia Endócrina Múltipla Tipo 2 • Síndrome de Waaderbrung • Anormalidades Pigmentares • Síndrome da Hipoventilação Congênita Central • Neuroblastomas • Meningomielocele • Neurofibromatose Tipo I
Associação com Síndrome de Down e com Outras Síndromes • Demais Síndromes • Síndrome de Golberg-Shprintzen • Polidactilia • Síndromes de Mckusick-Kauffman • Síndrome de Bardet-Biedl • Síndrome de Smith-Lemli-Opitz • Síndrome da Hipoplasia da Cartilagem Nasal
Embriogênese do SNE Sistema Nervoso Entérico • Plexo Mioentérico (Auerbach) • Plexo Submucoso (Meissner)