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ESPIRITISMO: TRÍPLICE ASPECTO. CURSO: O LIVRO DOS ESPÍRITOS. FILOSOFIA, RELIGIÃO E CIÊNCIA.
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ESPIRITISMO: TRÍPLICE ASPECTO CURSO: O LIVRO DOS ESPÍRITOS
FILOSOFIA, RELIGIÃO E CIÊNCIA O Espiritismo é a chave com o auxilio da qual tudo se explica de modo fácil. ... Assim como o Cristo disse: "Não vim destruir a lei, porém cumpri-la", também o Espiritismo diz: "Não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução." Nada ensina em contrário ao que ensinou o Cristo; mas, desenvolve, completa e explica, em termos claros e para toda gente, o que foi dito apenas sob forma alegórica. Vem cumprir, nos tempos preditos, o que o Cristo anunciou e preparar a realização das coisas futuras. Ele é, pois, obra do Cristo, que preside, conforme igualmente o anunciou, à regeneração que se opera e prepara o reino de Deus na Terra”. ESE, Cap. I, itens 5 e 7.
"A Doutrina Espírita é ciência, filosofia e religião. Se tirarmos a religião, o que é que fica? (...) fica um corpo sem coração, se tirarmos a ciência fica um corpo sem cabeça e se tirarmos a filosofia fica um corpo sem membros.(8)
DOUTRINA ESPÍRITA CIÊNCIA: Conjunto organizado de conhecimentos relativos a um determinado objeto, especialmente obtidos mediante a observação, a experiência dos fatos e um método próprio. FILOSOFIA: estudo que visa ampliar incessantemente a compreensão da realidade, no sentido de apreendê-la em toda a sua inteireza. RELIGIÃO: pode ser definida como um conjunto de crenças relacionadas com aquilo que a humanidade considera como sobrenatural, divino, sagrado e transcendental. O termo provém de religare, religar, sendo que a religião é o laço de piedade que serve para religar os seres humanos a Deus.
NOVOS TERMOS E DEFINIÇÕES “Para designar coisas novas são necessárias palavras novas; assim exige a clareza de uma língua, para evitar a confusão que ocorre quando uma palavra tem múltiplo sentido.”. Espiritualismo: doutrina que remonta às origens gregas da filosofia, e que consiste na afirmação da existência ou realidade substancial do espírito, e de sua autonomia, diferença e preponderância em relação ao corpo material. Oposto do materialismo. Espiritismo ou Doutrina Espírita: doutrina que tem por princípio as relações do mundo material com os seres do mundo invisível, codificada por Allan Kardec.
Portanto, não esqueçamos que O Consolador assume três aspectos: Científico, Filosófico e Religioso. Como ciência comprova através da lógica e da experimentação. Como filosofia opera o trabalho do raciocínio em busca do conhecimento e da sabedoria. Como religião elucida e clarifica, buscando elevar as almas, ligando as pessoas umas às outras e a Deus, edificando e iluminando os sentimentos, promovendo a reforma íntima.
Princípio vital: é o princípio da vida material e orgânica, comum a todos os seres vivos. A função principal do fluido vital é a de unir o espírito, através de seu perispírito, ao corpo de carne, animalizando a matéria. O fluido vital é extraído do fluido cósmico universal, do qual se constitui modificação. Não se traduz por princípio inteligente, nem confere capacidade de pensamento e sentimento. Mesmo dentre as espécies dotadas de pensamento e inteligência, existe apenas uma que é dotada de senso moral, o ser humano.
Alma: ser moral, distinto, independente da matéria e que conserva sua individualidade após a morte. É uma causa da vida e não seu efeito. As manifestações que deram origem à Doutrina espírita surgiram em várias partes do mundo, nos fenômenos das mesas girantes, com espíritos se manifestando, dando os mesmos conselhos e informações em locais tão distantes como os EUA e a França. Aliás, ninguém havia imaginado os Espíritos como um meio de explicar o fenômeno. Foi o próprio fenômeno que se revelou. Muitas vezes, nas ciências exatas, formulam-se hipóteses para se ter uma base de raciocínio, mas isso não ocorreu nesse caso.
Allan Kardec passou a investigar os fenômenos, colocando em prática sua visão Positivista, lançando mão do método experimental, testando e comparando os ensinamentos passados pelos espíritos, uma característica que dá ao Espiritismo seu aspecto de Ciência, pois que continua sendo trabalhado e incentivado pela espiritualidade maior.
A TERCEIRA REVELAÇÃO • Revelação: do latim revelare,sair de sob um véu. Significa dar a conhecer alguma coisa secreta, verdadeira, já existente e desconhecida da humanidade. Carece de um revelador, como os homens de gênio (cientistas, filósofos e religiosos), sempre enviados divinos, que estimulam o conhecimento. As revelações, ditas pelos reveladores, são sempre providenciais, de acordo com o tempo, os costumes e o meio. Os reveladores são sempre médiuns (que fazem a ligação – o meio- entre os dois mundos).
A principal característica de uma revelação divina é a eterna verdade. Sendo Deus a sabedoria plena, uma revelação eivada de erros ou sujeita a modificações não pode dele emanar. O Decálogo recebido por Moisés até hoje é aceito como lei moral a ser seguido, entretanto, as leis feitas pelo patriarca caíram em desuso, pois foram feitas para pacificar um povo brutalizado. Assim são as leis humanas. É antigo o conhecimento da possibilidade de nos comunicarmos com os seres do mundo espiritual. No entanto, até o surgimento do Espiritismo, esse conhecimento ficou sendo pouco proveitoso para a Humanidade, ficando no campo das superstições. Estava reservado ao Espiritismo desembaraçá-lo de crenças ridículas, fazendo surgir a luz destinada a clarear-lhe o caminho do futuro. 31 Não vos virareis para os adivinhadores e encantadores; não os busqueis, contaminando-vos com eles. Eu sou o SENHOR vosso Deus. Levitico 19.
“ O Senhor respondeu a Moisés: Junta-me setenta homens entre os anciãos de Israel, que sabes serem os anciãos do povo e tenham autoridade sobre ele. Conduza-os a tenda de reunião, onde estarão contigo. Então descerei e ali falarei contigo. Tomarei do espírito que está em ti e o derramarei sobre eles, para que possam levar contigo a carga do povo e não estejas mais sozinho. Moisés reuniu então setenta homens dos anciãos do povo e os colocou em volta da tenda. Apenas repousara o espírito sobre eles, começaram a profetizar; mas não continuaram. Dois homens tinham ficado no acampamento: um chamava-se Eldad e o outro Meldad, e o espírito repousou também sobre eles, pois tinham sido alistados, mas não tinham ida a tenda: e profetizaram no acampamento. Um jovem correu as dar noticias à Moisés: Eldad e Meldad, disse ele, profetizam no acampamento. Então Josué, filho de Num, servo de Moisés desde a sua juventude, tomou a palavra: Moisés, disse ele, meu senhor, impede-os. Moisés porem respondeu: Porque és tão zeloso por mim? Prouvera a Deus que todo o povo do Senhor profetizasse, e que o Senhor lhe desse o seu espírito”. (Números 11:16,17,24 a 29) Tradução de João Ferreira de Almeida.
O Espiritismoé também uma revelação científica por terem seus ensinamentos sido recebidos através de um trabalho de observação e de pesquisa realizado por Allan Kardec. O Espiritismo tem parentesco com a magia assim como a Química tem parentesco com a Alquimia e a Astronomia e a Física tem com a Astrologia. O Espiritismo e a Ciência se completam reciprocamente; a Ciência, sem o Espiritismo, se acha na impossibilidade de explicar certos fenômenos só pelas leis da matéria; ao Espiritismo, sem a Ciência, faltariam apoio e comprovação. O estudo das leis da matéria tinha que preceder o da espiritualidade, porque a matéria é que primeiro fere os sentidos.
O que tentamos aqui demonstrar, em linhas gerais, é que a Doutrina dos Espíritos é a Terceira Revelação, à guisa de complementação das duas anteriores, pois se a Primeira, com Moisés, trouxe a noção de Justiça à barbárie e a Segunda, com Jesus Cristo, trouxe a noção do Amor Excelso ao povo ainda rude, ela veio trazer ao homem a noção consoladora do Dever, conforme prometeu o Mestre quando disse: "Muitas coisas tenho ainda a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora(9) Mas o Paracleto, o Espírito Santo(10), que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas, e vos recordará tudo o que vos tenho dito.(11)
A primeira revelação, Moisés, como profeta, revelou aos homens a existência de um Deus único, Soberano Senhor e Orientador de todas as coisas; promulgou a lei do Sinai e lançou as bases da verdadeira fé. Como homem, foi o legislador do povo pelo qual essa primitiva fé, purificando-se, havia de espalhar-se por sobre a Terra.
A segunda revelação, Jesus Cristo, tomando da antiga lei o que é eterno e divino e rejeitando o que era transitório, puramente disciplinar e de concepção humana, acrescentou a revelação da vida futura, de que Moisés não falara, assim como a das penas e recompensas que aguardam o homem, depois da morte. A pedra angular da revelação do Cristo é a mudança na concepção de Deus, que deixa de ser o Deus cruel e vingativo de Moisés para ser um Deus clemente, soberanamente justo e bom, cheio de mansidão e misericórdia, que perdoa ao pecador arrependido e dá a cada um segundo as suas obras. Enfim, já não é o Deus que quer ser temido, mas o Deus que quer ser amado. Sendo Deus o eixo de todas as crenças religiosas e o objetivo de todos os cultos, o caráter de todas as religiões é conforme a idéia que elas das de Deus.
A terceira revelação, o Espiritismo, partindo das próprias palavras do Cristo, como este partiu das de Moisés, é conseqüência direta da sua doutrina. A idéia vaga da vida futura acrescenta a revelação da existência do mundo invisível que nos rodela e povoa o espaço, e com isso precisa a crença, dá-lhe um corpo, uma consistência, uma realidade à idéia. Define os laços que unem a alma ao corpo e levanta o véu que ocultava aos homens os mistérios do nascimento e da morte. Pelo Espiritismo, o homem sabe donde vem, para onde vai, por que está na Terra, por que sofre temporariamente e vê por toda parte a justiça de Deus. Não é personificada em uma pessoa, é coletiva, foi espalhada simultaneamente, por sobre a Terra, a milhões de pessoas, de todas as idades e condições, desde a mais baixa até a mais alta da escala. Isto lhe dá força excepcional e irresistível poder de ação, pois mesmo que sofra perseguições em um local, florescerá em outro.
PONTOS PRINCIPAIS • Deus é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom; criou o Universo. • Os seres materiais constituem o mundo visível e os seres imateriais o mundo invisível, dos Espíritos. • O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a tudo. • O mundo corporal é secundário. Os espíritos revestem temporariamente um invólucro material perecível, cuja destruição lhes restitui a liberdade. • Deus escolheu a espécie humana para a encarnação dos espíritos que atingiram uma superioridade moral e intelectual.
A alma é um espírito encarnado. • Há no homem três coisas: o corpo, o espírito e o laço que os prende, o Perispírito; uma espécie de envoltório semi-material. • O espírito é um ser real, circunscrito, que em certos casos, se torna apreciável pela vista, pelo ouvido e pelo tato. • Os espíritos pertencem às diversas classes, a depender de seu desenvolvimento intelectual e principalmente moral, inclusive com hierarquia. • Os espíritos não ocupam perpetuamente a mesma classe. É da lei divina o desenvolvimento! • Deixando o corpo após o desencarne (morte), a alma volta ao mundo de origem, onde atravessa um período entre outra encarnação como espírito errante.
Todos passamos por várias encarnações, sempre na forma humana, sendo sempre progressivas, para chegar à perfeição. • A alma possui sua individualidade, mantendo suas qualidades e defeitos. O espírito encarnado se encontra sob influência da matéria, podendo vencê-la. • Os espíritos encarnados ocupam os vários globos do Universo. • O mundo espiritual se confunde com o mundo material, estando os espíritos errantes mesmo junto a nós, "acotovelando-nos”. Exercem incessante ação sobre o mundo corpórea, sendo uma das forças da Natureza. • As relações entre os mundos são constantes, influenciando os encarnados para o bem ou para o mal (e vice versa).
As comunicações entre os mundos não são uma “invenção ou descoberta” do Espiritismo, existem desde que a humanidade teve início. Podem ser ostensivas ou ocultas, espontâneas ou por invocação. • Os espíritos são atraídos pela simpatia que lhes inspire a natureza moral do meio que o evoca. Distinguir os bons dos maus espíritos é extremamente fácil. • A moral dos espíritos superiores se resume como a do Cristo, nesta máxima evangélica: Fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem. • Ensinam-nos que a matéria, e seus atributos e paixões, é secundária, mas também nos ensinam que não existem faltas irremissíveis, que o arrependimento e a expiação não possam apagar, sendo o meio para atingir a perfeição as várias existências, que o Pai nos oferece para o aprendizado.
PRÓXIMA AULA: • 1ª PARTE: DAS CAUSAS PRIMÁRIAS: DEUS • TEMA: DEUS • LE - Cap. I perguntas 1 a 16.