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Análise de cobertura. A Imprensa Brasileira e as Organizações da Sociedade Civil. 12 de março de 2014. Realização:. Em parceria com:. Metodologia. Objetivo: Análise de tendências do noticiário sobre as OSCs Método: Análise de conteúdo
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Análise de cobertura A Imprensa Brasileira e as Organizações da Sociedade Civil 12 de março de 2014 Realização: Em parceria com:
Metodologia Objetivo: Análise de tendências do noticiário sobre as OSCs Método: Análise de conteúdo Universo: 40 jornais impressos de todas as regiões do País • 05 de circulação nacional; • 35 de âmbito regional; • 04 revistas de âmbito nacional. Amostra (jornais): Mês composto Período investigado: Janeiro de 2007 a dezembro de 2012 Textos analisados: 2.369 (2.045 de jornais, 324 de revistas)
De quem estamos falando? Universo variado de organizações sociais sem fins lucrativos, formalmente constituídas, distintas do Estado e das empresas, cujo propósito reside na promoção do desenvolvimento da sociedade.
Característica geral Noticiário focado no modo individualizado de produção: • 82,8% dos textos tratam de organizações ou ações específicas; • 9,2% dos textos debatem o funcionamento geral do setor.
Tendência positiva • 29% das matérias destacam aspectos positivos; • 17,6% dos textos focam em questões negativas.
Rastro negativo • Desvio de recursos públicos (ou corrupção) é o aspecto negativo mais mencionado: está presente em 10,1% dos textos.
Denúncia – aspecto positivo ou negativo? • A inclusão das OSCs na pauta das redações se dá frequentemente em função de denúncias de corrupção: 12,7% do total geral dos textos; • Entre as revistas, o percentual cresce: 20,4%.
Um acerto Entre os textos que noticiam o desvio de recursos, a maioria (61,1%) relaciona casos de corrupção a instituições específicas, sem generalizações…
Uma distorção ...mas parte relevante deste recorte do noticiário (10,6%) define essa prática como algo comum às OSCs, e outra (10,6%) a considera recorrente em um número significativo delas.
Ausência reveladora... • Apenas 23,7% dos textos analisados mencionam a questão do financiamento; • O índice das matérias que discutem a mudança no cenário de investimentos é ainda mais baixo: 3,7%.
Presença também! Quando o enfoque institucional da matéria é do poder público (24% do universo amostral), ele está majoritariamente vinculado à questão do financiamento, que tende a ser visto de maneira negativa.
E a busca de razões? O marco regulatório para o setor raramente aparece no noticiário: apenas 0,5% dos textos analisados são resultados da divulgação ou repercussão de medidas relacionadas à regulamentação das OSCs.
Uma evidência O noticiário expõe (de modo fracionado, pontual, não programado) que a prática da corrupção está relacionada à ausência de mecanismos atualizados que regulem a relação entre poder público e OSCs. No entanto, praticamente ignora o debate sobre o assunto.
Opção relevante A inclusão das OSCs na pauta das redações se dá a partir de perspectivas negativas (ex.: denúncias de corrupção, 12,7%), mas a maioria é positiva (ex.: ações desenvolvidas pelas organizações, 25,7%). Associado ao fato de que a maioria dos textos é no formato reportagem (90,7%), o dado aponta para uma opção jornalística relevante.
Ausência de contexto 1 Entre os jornais de circulação nacional, este percentual chega a 90,9%. Apesar do papel estratégico que as OSCs desempenham no processo democrático brasileiro, este aspecto é praticamente ignorado pelo noticiário: está ausente em 89,9% dos textos1.
Perspectiva positiva Apesar de 10,6% de os textos creditarem a prática da corrupção ao campo das OSCs, 15,7% mencionam o comprometimento das organizações com a correta aplicação dos recursos – outro aspecto relevante do noticiário.
Insuficiências Baixo índice de referência a organizações que tratam de grupamentos e questões cruciais ao fortalecimento da democracia e da dignidade humana, como: • População de rua (0,4% dos textos); • Discriminação racial (0,9%); • Comunidades quilombolas/indígenas e povos tradicionais (2,9%); • Pessoas com deficiência (3,5%); • Direitos humanos (5%); • Controle social e combate à corrupção (5,5%).
Cadê o debate sobre a agenda conjunta das OSCs? Pela primeira vez na história do Brasil, as OSCs têm uma agenda conjunta. Mas esta agenda praticamente não aparece no noticiário – o que se pode inferir pelo total de notícias sobre o funcionamento geral do setor (9,2%).
Um dado negativo O aspecto negativo do noticiário sobre as OSCs está intrinsecamente vinculado ao financiamento de determinadas organizações, pelo governo, realizado a partir de mecanismos de regulação defasados e distantes da atual realidade do diverso e amplo setor.
Um fato positivo A imprensa tem a capacidade de influenciar a agenda pública, estimulando ou inibindo a adoção de políticas públicas de enfrentamento a problemáticas – como a que atinge e ameaça um setor fundamental para a consolidação da democracia brasileira.
Um desafio Ultrapassar os limites de um noticiário centrado em ações e organizações específicas para ampliar, aprofundar e fortalecer o debate público sobre a regulação do setor. E isso não é tarefa apenas para os jornalistas, mas para as fontes de informação também.
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