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Ética Profissional e da Empresa Aula 08: Ética da Convicção e ética da responsabilidade 09/09/2011. Profª Bárbara Bastos Estagiária docente: Elisabeth Santos. O Contraponto do Egoísmo.
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Ética Profissional e da EmpresaAula 08: Ética da Convicção e ética da responsabilidade09/09/2011 Profª Bárbara Bastos Estagiária docente: Elisabeth Santos
O Contraponto do Egoísmo • Ser ético significa, de forma simplificada, refletir sobre as escolhas a serem feitas, importar-se com os outros, procurar fazer o bem aos semelhantes e responder por aquilo que se faz. • Ser moral significa, em contrapartida, agir de acordo com os costumes e observar as normas coletivas. Existem várias morais, cuja categorização poderia ser feita a partir de suas bases constitutivas: • Altruístas – por exemplo, a moral da integridade brasileira, a moral puritana norte-americana ou a moral da parceria empresarial; • Particularistas – que exprimem um “exclusivismo corporativo”, à semelhança da moral da parcialidade empresarial; • Egoístas – a moral do oportunismo brasileira e a moral do sucesso norte-americana, entre outras, cujo exclusivismo é pessoal.
O Contraponto do Egoísmo O que é ser altruísta? • Ser altruísta significa levar em consideração os interesses dos outros, tomar decisões que beneficiem ou não prejudiquem os outros, agir visando ao bem-estar dos outros. Para os adeptos da ética do dever, o altruísmo corresponde ao respeito que se deve aos outros, mais de que ao desprendimento e à generosidade; para os adeptos da ética utilitarista, o altruísmo corresponde à preocupação em produzir efeitos positivos sobre os outros: significa assumir os riscos inerentes a qualquer ação que afete os outros .
O Contraponto do Egoísmo • O Altruísmo extremado – em que somente o bem comum conta e quando se vive apenas para os outros – pretende que as ações beneficiem a todos, de forma indiscriminada, e que o agente individual se dissolva na comunidade. • O Altruísmo parcial faz com que alguns sejam mais iguais do que os outros, coloca o “capital de relações sociais” acima de tudo e assume com franqueza uma postura de “exclusivismo corporativo”. • O Altruísmo imparcial leva em consideração e conjuga todos os interesses – individuais, coletivos e gerais. Esse tipo de altruísmo: • Entende que o bem público traz em si o bem de cada um dos membros da sociedade; • Reconhece que, em última análise, os agentes individuais nada são sem sociabilidade; • Adota como ponto de partida a ideia de que, para poder funcionar, as relações sociais supõem um mínimo de confiança mútua entre os agentes coletivos; associa-se às práticas de colaboração, parceria, aliança, partilha e reciprocidade.
O Contraponto do Egoísmo • Oportunismo – Seu cerne reside na ideia de “levar vantagem em tudo”, cultivando a esperteza, os jeitinhos, as ações entre amigos, a sonegação de impostos, o uso e o abuso de propinas, os quebra-galhos e o “finge que não vê”, dentre outras malandragens que consistem em “passar os outros para trás”. O oportunismo está associado ao particularismo e nada tem a ver com o altruísmo. Faz parte dos padrões culturais brasileiros, e é visto como um tipo de moral, a moral oportunista. • O Egoísta é o sujeito que faz aquilo que lhe convém sem importar-se com os efeitos produzidos sobre os outros. Opta por alcançar o máximo de proveito para si próprio, ainda que seja em detrimento dos outros.
É possível um egoísmo ético? • No cerne da ideologia econômica neoliberal encontra-se a crença de que o egoísmo é ético. Segundo a fórmula do holandês médico holandês Bernard de Mendeville, os vícios privados geram benefícios públicos. Basta que cada indivíduo aja de forma egoísta para que o bem de todos seja atingido. Teríamos, assim, o egoísmo ético. • Não se pode dizer que o interesse pessoal dos capitalistas é egoísta, porque leva, sim, em consideração os interesses dos outros, não está alheio ao benefício ou ao prejuízo que provoca nos outros. A realização do interesse pessoal só se efetiva condicionada pelo atendimento de interesses maiores, está necessariamente mediada pela satisfação de interesses alheios. Essa satisfação da demanda de mercado é chamada de “altruísmo induzido”.
É possível um egoísmo ético? • As ideologias críticas do neoliberalismo dizem que: • O mercado por si só não cuida dos bens públicos e a economia versa sobre um jogo não cooperativo; • O teorema de alocação de recursos Pareto-eficiente – quando se torna impossível melhorar a posição de algum indivíduo sem piorar a de algum outro – é omisso quanto à distribuição de renda; • Para que haja concorrência perfeita seria preciso que os monopólios naturais fossem regulamentados e que as manobras oligopolistas de restrição de oferta, via aumento de preços, fossem coibidas; as externalidades na produção e no consumo exigem correções que o sistema de preços não contempla; • A concorrência perfeita supõe igualdade de informações quanto aos riscos, e isso não acontece.
É possível um egoísmo ético? • Assim como o altruísmo extremado, o egoísmo generalizado constitui um contra-senso empírico. Dessa forma, um ponto de equilíbrio se impõe. Regras que limitem o auto-interesse são essenciais para que os interesses coletivos possam ser respeitados. • Assim, não há coletividades que operem orientadas por um egoísmo puro ou por um altruísmo extremado. Os homens são seres sociais, e tem no altruísmo imparcial a melhor forma de garantir o alcance do interesse comum.
Os diferentes tipos de morais • A moral do sucesso é uma moral de natureza egoísta, abrangendo apenas setores importantes e não a totalidade da população. Forma o núcleo da ideologia econômica neoliberal uma vez que: • Cultua a prosperidade e o consumo; • Exalta as recompensas materiais e seu gozo; • Leva ao paroxismo as ambições individuais; • Promove um jogo social de soma zero, pois o sucesso de um alimenta-se do fracasso alheio; • Resume a realização pessoal à ganância; • Celebra as sensações de prazer; • Converte o dinheiro em medida universal para avaliar as pessoas; • Consagra o triunfo dos vencedores – os campeões das disputas -, a despeito da frustração e do desalento de uma legião de perdedores. • Distingue-se da moral do oportunismo brasileira, pois, enquanto esta última esmera-se em manipular os outros, o egocentrismo exacerbado da moral so sucesso prima por inferiorizar os outros.
Os diferentes tipos de morais • A moral puritana: • Dignifica a honestidade, a parcimônia, o esforço individual, a dedicação à empresa, a disciplina racional do trabalho, o autocontrole, a sobriedade e a moderação – ferramentas indispensáveis para a obtenção do sucesso material; • Converte o êxito no campo profissional em um signo de diligência, virtude e respeitabilidade, posto que o indivíduo alcança sua independência através da confiança em si mesmo, da iniciativa própria e da ação prática; • Considera que a riqueza – decorrente do mérito, dos riscos assumidos, do empenho individual e da ambição legítima – merece louvor, porque promove o bem-estar da sociedade.
Os diferentes tipos de morais • Moral da integridade - É um sistema de normas morais oficiais do imaginário brasileiro, personificado num comportamento de virtude e decente. Ela é ensinada nas escolas, nas igrejas, permeia os tribunais e a imprensa consciente. Tem como valores a honestidade, a lealdade, a idoneidade, o decoro, a lisura na administração pública, cumprir com a palavra, cumprir as obrigações, obedecer os costumes, respeitar a verdade e a legalidade e amar ao próximo. Caracteriza a pessoa confiável, a quem se pode acreditar.
Ética da convicção e ética da responsabilidade • Para a Ética da convicção, as decisões decorrem da aplicação de princípios ou ideais. Decidir é obedecer a ditames da consciência; respeitar preceitos, prescrições e normas. • Sua máxima é: Faço algo porque “é um mandamento”, “devo cumprir minhas obrigações”. • Se divide em duas vertentes: • Vertente do princípio : “respeito as regras haja o que houver” • Vertente da esperança: “O sonho antes de tudo”
Ética da convicção e ética da responsabilidade • Para a Ética da responsabilidade as decisões decorrem de uma análise das circunstâncias, dos riscos, dos custos e benefícios. Decidir é presumir resultados altruístas, responder pelas conseqüências e ações. • Sua máxima é: Faço algo porque “é o melhor dos males”, “gera mais bem para os outros” • Se divide em duas vertentes: • Vertente da finalidade: “Alcanço objetivos altruístas custe o que custar” • Vertente utilitarista: “Faço o maior bem para mais gente”
Exemplos: • O cidadão que considera a defesa da pátria um mandamento ou o conscrito que faz o serviço militar simplesmente porque assim exige a lei são respeitadores das normas sociais e se escudam na vertente do princípio; • O cidadão que considera que considera glorioso morrer pela pátria ou o apóstolo que se imola pela causa estriba-se na vertente da esperança; • O comandante que sacrifica alguns soldados com o propósito de salvar muitos outros e garantir a capacidade de combate de seus homens, fazendo cálculos e um prognóstico sobre os riscos envolvidos, respalda-se na vertente da finalidade; • O comandante que agita a bandeira da rendição quando a situação não mais permite lutar, para evitar o massacre de sua tropa e sustar a matança dos civis, inspira-se na vertente utilitarista.
A legitimação ética • Estariam os casos de necessidades livres dos padrões morais? • A dificuldade em visualizar esses padrões morais em casos de necessidade está na crença de que existe apenas uma teoria, geralmente a ética da convicção. Assim, casos como esses podem ser considerados amoralidades endêmicas: • O saque coletivo para saciar a fome; • A matança de inimigos para defender a pátria; • A morte de assaltante em legítima defesa; • O direito de rebelião contra a tirania; • A oferta de recompensa pela captura de acusados de crimes de guerra; • O incentivo público a delação contra criminosos; • A espionagem contra potências hostis; • A quebra de patentes frente a situações de epidemia, etc.
A legitimação ética • Algumas vezes as duas éticas coincidem ou se chocam de modo frontal. Outras vezes elas podem convergir nos avais que fornecem as ações desumanas. • Exemplo: O caso do guerrilheiro torturado para entregar o paradeiro de seus companheiros. Que ética foi seguida?
A legitimação ética • A ética da responsabilidade supõe reflexões e deliberações. É típica dos homens de ação, dos estadistas, dos políticos, dos empresários, dos administradores, dos técnicos, daqueles que põem a mão na massa, exercitam cálculos, equacionam custos e benefícios, se comprometem com o funcionamento das atividades sociais. • Por sua vez, a ética da convicção é típica dos homens de contemplação, dos missionários, dos pregadores, dos monges, dos crentes, dos artistas, dos cientistas, dos visionários, mas também, curiosamente, dos burocratas que convertem regras em dogmas.
A legitimação ética • De forma dialética, a ética da convicção acaba sendo a preferida pelo establishment para ser divulgada à massa dos membros das organizações uma vez que acomoda-se bem a sustentação da ordem estabelecida, ao respeito à disciplina e à hierarquia, assim como o cultivo de prescrições que assegurem a perpetuidade das instituições. É bem mais fácil tratar com agentes cujos comportamentos são normalizados, visto que eles obedecem a obrigações explícitas e alimentam certezas confortáveis.
A Legitimação ética • Com efeito, ao responsabilizar-se pelo futuro das coletividades, a ética da responsabilidade tem a ver com o exercício do poder. Por isso, também, pode prestar-se à justificação de abusos, distorções e mistificações, já que tende a conceder no uso dos meios para alcançar propósitos maiores. • Quando os fins últimos se convertem em fins absolutos, desliza-se insensivelmente para a fé e transforma-se a doutrina política em religião professada em cego ardor. • O apego à hierarquia, a cega obediência às ordens e a inércia dos procedimentos burocráticos são usados recorrentemente como justificativa para ações desumanas. Assim, usa-se do argumento de que os que seguem ordens não podem importar-se com as conseqüências destas advindas porque isso foge à sua competência. Essa concepção desemboca, de maneira disciplinada e quase religiosa, em uma ética da convicção na qual se coloca a hierarquia corporativa (militar, clerical, partidária, burocrática, empresarial) acima dos deveres do cidadão.
Referência SROUR, Robert Henry. Ética Empresarial. 2ª ed. Rio de janeiro: Campus, 2003 (Capítulos 2 e 4)
EUA, década de 1930. Isolada no alto das montanhas, Dogville é um vilarejo minúsculo, pobre e sossegado no sul do país. De seus poucos habitantes, o único a não demonstrar satisfação com a rotina do lugar é o jovem Thomas Edison Jr.. Filho do médico local, com pretensões de tornar-se escritor e filósofo, Thomas vive organizando reuniões moralistas com a comunidade com o intuito de tornar o mundo melhor, e está convencido da necessidade de um "exemplo" para que os moradores possam dedicar-se ao exercício de fazer o bem. O exemplo parece vir numa noite em que, logo após ouvir tiros vindos da floresta, Thomas e os demais abrigam e escondem a bela Grace, desconhecida que estaria sendo perseguida por gângsters e cujo passado é mantido em segredo. Em sinal de agradecimento, fica acordado que a recém-chegada, criatura doce e amável que logo conquista a todos, irá dedicar uma hora diária a cada morador, trabalhando para eles. O convívio entre Grace e a população de Dogville, no entanto, não tardará a revelar as faces verdadeiras de cada um, gerando uma situação de autoritarismo e crueldade. A polícia começa a rondar a cidadezinha em busca de Grace, que é acusada injustamente de roubo. A cidade passa a se sentir ameaçada com a presença da estranha e exigem que ela trabalhe mais para seus habitantes. Os trabalhos se intensificam e seu salário é minimizado ao ponto de Grace chegar a servidão, trabalhando muito e em situação precária sem ganhar nada, além de ser humilhada constantemente em troca de sua segurança. Percebendo a vulnerabilidade de Grace, os habitantes de DogVille começam a abusar sexualmente dela, ameaçando entregá-la a polícia. Thomas, indignado com a situação e apaixonado por Grace, que também o ama, elabora com ela um plano de fuga. Para isso, Thomas pega 10,00 dolares de seu pai para que Grace possa pagar o caminhoneiro que leva maçãs à cidade para ajudá-la a fugir. Este aceita levá-la às escondidas, mas no final das contas a violenta e a leva de volta para a cidade. Lá, os habitantes a acusam de roubo e de tentativa de fuga e a prendem com correntes, o que piora a situação de verdadeira escravidão de Grace. Thomas tenta ajudá-la, mas ao ser pressionado pelos habitantes que exigem dele uma posição, percebe que sua carreira está em risco ao ajudar a protagonista. Assim, liga para os gângsters (que no inicio do filme lhe deixaram um cartão caso ele tivesse alguma noticia de Grace), e informa onde ela está. Ao chegarem à cidade, entretanto, e para surpresa de todos, o gângster é o pai de Grace, de quem ela fugia por não concordar com seu estilo de vida e com a forma que ele usa o poder. Os dois discutem e Grace se vê na situação de decidir o que fazer. Ela percebe que os habitantes daquele vilarejo, não possuem nenhuma alternativa de vida melhor e se pergunta se não teria feito o mesmo se estivesse no lugar daquelas pessoas miseráveis, sem oportunidades e totalmente excluídos pela sociedade. O que você faria no lugar de Grace? Em que ética e em que moral sua ação está baseada? Justifique.
Sofia, é uma polonesa mãe de dois filhos: Eva, de oito anos, e Jan, também criança. Ao ser feita prisioneira no campo de concentração de Auschwitz durante a segunda Guerra Mundial em 1947, um oficial alemão se encanta por sua beleza e lhe dá a possibilidade de poupar sua vida desde que escolha um dos seus filhos para ser morto. O que você faria no lugar de Sofia? Em que ética e em que moral sua ação está baseada? Justifique.
Bruno Darvert uma pessoa bem sucedida que vive muito bem com sua família e tem um ótimo emprego numa fábrica de papel, ate que essa instabilidade é comprometida quando ele é surpreendido com sua demissão após 15 anos de muita dedicação. Vendo-se numa situação de desamparo econômico e com uma família para sustentar, Darvert, que só sabe trabalhar com papel e não vê outra perspectiva de emprego, encontra uma forma de prejudicar os candidatos a vaga de executivo na fábrica de papel em que ele anseia trabalhar. O que você faria no lugar de Darvert? Em que ética e em que moral sua ação está baseada? Justifique.