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UNIJUÍ Ciência Política e Teoria do Estado Professor: Dejalma Cremonese “O Mal-estar na Civilização” de Sigmund Freud Luana Hartmann Miron 24/09/07. Sigmund Freud.
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UNIJUÍ Ciência Política e Teoria do Estado Professor: Dejalma Cremonese “O Mal-estar na Civilização” de Sigmund Freud Luana Hartmann Miron 24/09/07
Médico especializado em doenças mentais, Sigmund Freud (1856-1939) desenvolveu a Psicanálise, uma teoria do funcionamento da mente humana e um método exploratório de sua estrutura, destinado a tratar os comportamentos compulsivos e muitas doenças de natureza psicológica supostamente sem motivação orgânica.
Em 1930 publicou Des Unbehagen in der Kultur ("Mal estar na Civilização") - Culturas neuróticas - Conceitos de Projeção, Sublimação, Regressão e Transferência
Nesta obra Freud investiga o sofrimento humano e as formas de lidar com ele, • Freud identifica o motivo básico da insatisfação humana.
Nascemos com um programa inviável que é atender aos nossos instintos, mas o mundo não o permite
Freud identifica a dor conforme a sua origem. A originada do corpo, combatida pela química, a originada do desejo insatisfeito e a dor proveniente das nossas relações com os outros, a que mais fere.
Existem três saídas para a dor: desistir do desejo, usar um prazer substituto ou fugir da frustração. Desistir do desejo é o objetivo da filosofia e de algumas religiões; um prazer substituto podem ser a ciência e as realizações artísticas, o prazer do espírito.
Finalmente a fuga da realidade através da loucura, que cria um mundo interior, ou do delírio coletivo representado pela religião , que também cria um outro mundo, ou a fuga através das drogas que embotam nossa capacidade de sentir o sofrimento, tanto físico como espiritual. Segundo Freud, todos nós usamos ao longo de nossa vida, algumas dessas soluções.
O autor cita o amor como uma das formas mais eficientes de realização dos nossos desejos. Encontrar um parceiro pode ser muito eficiente para superar frustrações e atender aos nossos impulsos instintivosbásicos.
Certas formas de superar o sofrimento seriam procuradas pelas pessoas nacísicas, voltadas para a auto-realização, e outras formas seria preferidas pelas pessoas que buscam realização através das suas relações com os outros.
Todas as formas de superar o sofrimento têm graves desvantagens. O amor torna-se dor com a perda do parceiro. A realização artística ou científica depende de talentos individuais.
A religião infantiliza permanentemente o crente. As drogas legais e ilegais cobram seu preço nos efeitos colaterais que geram degradação física.
Felicidade, diz ele, é a realização imediata de um impulso instintivo, nada a supera, mas nunca dura.
O sentimento de culpa seria o mal-estar da cultura, o preço de vivermos em sociedade, reprimindo a sexualidade e a agressividade. Sob esta ótica, o mal-estar é estrutural, próprio dos processos de organização do psiquismo do homem, do fato de ele existir, de ser, pois ele só pode ser e existir como homem dentro da civilização.
A existência humana é problematizada por não mais ser natural. Em relação a ela, as leis da natureza são substituídas pelas leis da cultura.
Por um lado, a civilização em si, provoca um mal-estar, por outro lado, sem civilização não haveria humanidade, seríamos apenas outros primatas regidos pela natureza.
Freud diz que na pulsão destrutiva, agressiva, advinda da pulsão de morte, está o maior perigo à civilização. Além da identificação e das relações amorosas, a única forma de contornar, controlar e reprimir a agressividade humana é através do processo de sua internalização.
Desta forma, a agressão ao invés de ser dirigida para fora, se volta para dentro de cada um de nós. Isto se dá através da ambivalência do complexo de Édipo reforçada pela pulsão de morte, pelos processos de identificação, responsáveis pela formação do super-ego, que - entrando em tensão com o ego - estabelece o sentimento de culpa.
Se a civilização impõe sacrifícios tão grandes, não apenas à sexualidade do homem, mas também à sua agressividade, podemos compreender melhor porque lhe é difícil ser feliz nessa civilização. (...) O homem civilizado trocou uma parcela de suas possibilidades de felicidade por uma parcela de segurança”.
Bibliografia: • http://www.centrorefeducacional.pro.br/freudpsi.htm • http://www.estadosgerais.org/gruposvirtuais/telles_sergio-mal-estar_na_civilizacao.shtml • www.google.com.br