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MAPEAMENTO GEOTÉCNICO DA REGIÃO DO MORRO DO BAÚ. Dra. Regina Davison Dias (orientadora) Gustavo Bulcão Vianna Domingues Engenharia Civil - UNISUL ( Universidade do Sul de Santa Catarina ) – Ponte do Imaruim PIBIC ( Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica ). Sumário:.
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MAPEAMENTO GEOTÉCNICO DA REGIÃO DO MORRO DO BAÚ Dra. Regina Davison Dias (orientadora) Gustavo Bulcão Vianna Domingues Engenharia Civil - UNISUL (Universidade do Sul de Santa Catarina) – Ponte do Imaruim PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica)
Sumário: • Introdução • Objetivo • Metodologia • Resultados • Conclusões • Bibliografia
Introdução: • Foram quase 500 milímetros de chuva entre os dias 22 e 25 de novembro de 2008, na região do Vale do Itajaí e Litoral Norte, o que corresponde a 500 litros de água em cada metro quadrado de terra na região, conforme informações da Meteorologia da Epagri/Ciram. O acúmulo nesse trágico mês ficou próximo de 1000 milímetros – os registros históricos indicam para o mês mais chuvoso da região, janeiro, em média em torno de 220 milímetros. • Como exemplos desta consequência têm-se os escorregamentos de encostas ocorridos em Blumenau, Ilhota, Gaspar, mais especificamente, a tragédia no Morro do Baú. • O presente trabalho apresenta o início da metodologia para a identificação e mapeamento, com enfoque de direcionar locais de coletas de amostras em áreas que ocorreram deslizamentos. Coletaram-se amostras em dois locais para realizar ensaios laboratoriais a fim de obterem-se indicativos da mecânica dos solos. Foram realizados ensaios de granulometria, plasticidade, densidade das partículas, compactação na energia do Proctor Normal e Índice de Suporte Califórnia (CBR). Também realizados ensaios compactados com misturas de cal visando à utilização de preenchimento de fissuras ocorridas após desastres e na pavimentação viária.
Objetivo: • Esta pesquisa faz parte do NUGEOTEC, ligado ao GTC – Grupo Técnico Científico criado pelo governo para estudar os desastres naturais. Este trabalho tem por objetivo o início do mapeamento e comportamento mecânico dos solos da região do Morro do Baú.
Metodologia: • Etapa 01: Levantamento de dados pré-existentes -Logo após a catástrofe em Novembro de 2008, o laboratório de solos e materiais foi a campo com o objetivo de mostrar aos alunos da UNISUL (Universidade do Sul de Santa Catarina) a importância de estudar os solos naquela região para evitar essas condições adversas.
Etapa 02: Elaboração de mapas temáticos da região do Morro do Baú - A elaboração de mapas foi feita através do programa ArcView 3.2, tendo como referência as coordenadas UTM, possibilitando a Construção do Modelo Digital do Terreno (MDT) para facilitar a visualização. A construção desses mapas facilitam o conhecimento da região e do estudo do solo. Mapa Pedológico Mapa Geológico
Etapa 03: Coleta de amostras de solos - Após a fase de cadastramento das ocorrências e criação de mapas temáticos, alguns solos foram coletados e analisados em laboratório para a determinação de algumas características geomecânicas. O solo foi coletado em seu estado natural deformado, com o auxílio de pás e picaretas. Algumas amostras foram coletadas com o auxílio de anéis metálicos e de PVC para ensaios específicos.
Etapa 04: Execução de ensaios Laboratorista - Fizemos nesse trabalho diversos ensaios como a granulometria grossa, peneiramento fino, sedimentação, densidade real, limite de liquidez, limite de plasticidade, MCT, umidade higroscópica, compactação e CBR, com os solos classificados como Baú-1 e Baú-3 coletados durante a saída de campo.
Resultados: Solo Baú-1 Classificação HRB = A-7-6 Índice de grupo = 10,8 Granulometria e sedimentação: Pedregulho = 2,51% Areia grossa = 17,56% Areia média = 22,20% Areia fina = 8,27% Silte = 39,68% Argila = 9,77% Limites: Limite de liquidez = 55% Limite de plasticidade = 38,4% Índice de plasticidade = 16,6% Classificação MCT: Ns’-Ng’ Os solos são siltosos cauliniticos, micaceos e arenosos não lateriticos Compactação no proctor normal: Densidade máxima = 15,15 KN/m2 Umidade ótima = 25,5% CBR: energia do Proctor Normal Expansão = 1,23% CBR = 6.61% Resistência axial : Sem cal = 0,18 MPa Com cal = 0,95 MPa Índices físicos : Expansão mm = 0,62 Expansão % = 20,33 Solo Baú-3 Classificação HRB = A-6 Índice de grupo = 6 Granulometria e sedimentação: Pedregulho = 2,24% Areia grossa = 15,63% Areia média =19,77% Areia fina = 7,37% Silte = 37,99% Argila = 17,00% Limites: Limite de liquidez =34% Limite de plasticidade =19,1% Índice de plasticidade = 14,9% Classificação MCT: Ns’-Na’ Silte caulinistico e micaceos argilosas não lateriticos Compactação no proctor normal: Densidade máxima = 18,0 KN/m2 Umidade ótima = 16,50 % CBR: Expansão = 0,8% CBR = 10% Resistência axial: Sem cal = 0,13 MPa Com cal = 0,84 MPa Índices físicos: Expansão mm = 0,34 Expansão % = 11,15
Conclusões: • A tragédia ocorreu principalmente devido a quantidade de chuva e a fragilidade do solo. As pesquisas realizadas são o início de um amplo estudo que está em andamento, visando diagnóstico e medidas de redução de riscos aos deslizamentos que não minimiza a participação de outros fatores, como uso indevido do solo ou a falta de cobertura vegetal como é comentado. O presente estudo permite concluir que a principal causa da catástrofe na região foi o tipo de solo encontrado.
Bibliografia: • DAVISON DIAS, R. Aplicação de Pedologia e Geotécnica no Projeto de Fundações de Linhas de Transmissão. Tese de Doutorado em Engenharia – Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE, Rio de Janeiro, RJ, 1987, 309p. • HIGASHI, R.A.R. Metodologia de Uso e Ocupação dos Solos de Cidades Costeiras Brasileiras Através de SIG com Base no Comportamento Geotécnico e Ambiental. Tese (Doutorado em Engenharia Civil – Área de Concentração: Infra-Estrutura e Gerência Viária) Curso de Pós-Graduação em Engenharia Civil. Universidade Federal de Santa Catarina. 486p. 2006. • RODRIGUE SILVEIRA, L. Desenvolvimento de um banco de dados geográficos, visando diagnóstico geotécnico, com enfoque em deslizamento de solo: Para os municípios de Gaspar, Ilhota e Luiz Alves-SC. Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia Ambiental – Universidade do Sul de Santa Catarina, UNISUL, Palhoça, SC, 2010,105p. Agradecimentos: • Agradecer ao CNPq pelo suporte financeiro, através de bolsas de estudos, que viabilizou a realização deste trabalho, a UNISUL pela disponibilidade do laboratório de solos e materiais, ao Prof. Dr. Rafael Augustos dos Reis Higashi e a Prof. Dra. Regina Davison Dias meus orientadores e ao laboratorista Alfeu Antunes dos Santos.