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CONCEPÇÃO PSICANALÍTICA DE TEMAS PSIQUIÁTRICOS PSICOSE BERNARD MIODOWNIK Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Psicanálise (SBPRJ) Membro da Associação Brasileira de Psiquiatria com título de especialista
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CONCEPÇÃO PSICANALÍTICA DE TEMAS PSIQUIÁTRICOS PSICOSE BERNARD MIODOWNIK Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Psicanálise (SBPRJ) Membro da Associação Brasileira de Psiquiatria com título de especialista Ex-coordenador do Departamento de Investigação Psicanalítica das Psicoses da SBPRJ e ex-editor dos Cadernos deste Departamento Julho/2007
Psicose – Concepção psicanalítica -Psicose como evento cotidiano (sonhos, relacionamento inter-pessoal, fenômenos de massa). -Psicose como traço predominante na mente (contínuo do borderline aos grandes quadros) -Quadros clínicos Esquizofrenia Transtornos delirantes (alucinatórios) agudos ou estruturados Transtorno afetivo – mania e depressão Integração Psiquiatria – Psicanálise Genético-biológico versus psíquico Genético-biológico e psíquico
Psicose – Concepção psicanalítica - Freud • Psicodinâmica dos quadros clínicos • Neurose – conflito e repressão • Psicose – conflito e desorganização (Caso Schreber) • Delírio como tentativa de cura. • Investimento no próprio Eu (narcisismo) como defesa contra o conflito desorganizador levando a um isolamento autista. • Ego frágil e não integrado sem capacidade para estabelecer uma aliança terapêutica e formar uma neurose de transferência. • Psicose – neurose narcísica.
Psicose – concepção psicanalítica - Freud • 1916 – “os paranóicos, os melancólicos, e aqueles que sofrem de demência precoce continuam não sendo afetados e são uma prova contra a terapia psicanalítica”. • A História do Movimento Psicanalítico S.E. vol. XIV Imago • 1933 – “tudo que difere da neurose de transferência, os estados narcísicos e psicóticos é inadequado, em maior ou menor medida, para ser afetado pela terapia psicanalítica”. • Novas Conferências Introdutórias S.E. vol. XXII Imago • 1938 – “renunciar à idéia de aplicar o nosso plano de cura a psicóticos, talvez para sempre, ou talvez por enquanto, até que encontremos outro plano que se adapte melhor a eles”. • Esboço de Psicanálise S.E. vol. XXIII Imago • 1938 – A divisão do ego no processo de defesa • Duas atitudes internas – uma normal e outra em que a pressão das pulsões afasta o ego da realidade. Ao invés do conflito entre ego e realidade, o conflito entre tendências internas. Aspectos psicóticos e não psicóticos. • Karl Abraham (1911) – “pode estar reservada à Psicanálise a tarefa de conduzir a Psiquiatria para fora do niilismo terapêutico”.
Psicose – desenvolvimentos pós-freudianos • Estudo das origens e características dos estados narcisistas. • Demonstrar que o narcisismo pode ser transformado pela terapia psicanalítica. • O psicótico faz transferência (transferência mais concreta e imediata, mais mobilizadora da contratransferência do analista). • Base teórica– investigação sistemática das relações emocionais primitivas – relações objetais. • -psicose infantil • - ansiedade que permanece dissociada (encapsulada no próprio self e • é reativada em situações traumáticas posteriores). • Controvérsias – fatores constitucionais (psíquicos) ou fatores ambientais • o que fragiliza o ego? conflito (Melanie Klein, Bion, Rosenfeld, Lacan) ou déficit (Federn, Fromm-Reichmann, Sullivan, Searles).
Psicose – desenvolvimentos pós-freudianos • Desenvolvimentos das neurociências – papel do estresse primitivo e alterações neuro-anatômicas e bioquímicas conseqüentes. • Ajuste mãe-bebê como fator desencadeante ou bloqueador da vulnerabilidade fenotípica. • Grotstein – hipersensibilidade constitucional a estímulos perceptivos • não forma a barreira de estímulos por impossibilidade ou incapacidade materna, ou por não introjetar a função materna • liberação não modulada dos impulsos destrutivos. • uso de operações defensivas maciças (dissociação, identificação projetiva).
Terapia analítica com psicóticos • Critérios • - características prévias (história pessoal e familiar) • - época da instalação do quadro, duração e número de episódios • - percepção interna do episódio (uso da negação ou de outras defesas primitivas) • relacionamento social atual • correlação de sintomas positivos e negativos • Objetivos • pós episódio agudo – lidar com o trauma do surto psicótico • quadro estruturado – integrar aspectos psicóticos e não psicóticos para ajudar o paciente na auto-observação e controle dos impulsos • compreensão da não aderência aos medicamentos • tratamento das características prévias de personalidade
Terapia analítica com psicóticos • Pesquisas – dificuldades • tipos de hospital • engajamento do terapeuta como pesquisador e clínico • experiência dos terapeutas para um trabalho de intensa mobilização emocional • tempo de duração da pesquisa (estudo de Boston) • papel da relação terapêutica
Terapia analítica com psicóticos • Características do terapeuta • capacidade de tolerar a frustração e o excesso emocional • Variantes • postura neutra e interpretativa – conflito • postura mais ativa – deficit • postura intermediária – adaptada às necessidades do paciente em diferentes fases do processo terapêutico, inclusive com questões pertinentes como medicação, hospitalização e família.
Terapia analítica com psicóticos – princípios da técnica Gabbard – Psiquiatria psicodinâmica, Artmed • o primeiro foco deve ser a formação de uma relação (aliança terapêutica) – intervenções de esclarecimento e apoio. • b) o terapeuta deve manter uma posição flexível em relação à forma e conteúdo da terapia –tempo, freqüência das sessões, variação da técnica, uso de recursos não psicanalíticos. • c) terapeuta e paciente devem encontrar uma distância ótima. • d) o terapeuta deve criar um ambiente acolhedor e “continente” onde o paciente possa mostrar seus aspectos psicóticos com segurança – evidenciar o aqui-e-agora a partir da mobilização da contratransferência – aproximação e retraimento. • e) o terapeuta deve servir como ego auxiliar para o paciente – mostrar a confusão que o paciente costuma estabelecer entre a própria mente e a do terapeuta. • f) o terapeuta deve ser genuíno e aberto com o paciente. • g) o terapeuta deve interpretar somente após a solidificação da aliança terapêutica. • h) o terapeuta deve respeitar a necessidade do paciente de estar doente – trauma e resiliência.
Terapia analítica com psicóticos • Uso de medicação – relação do psicanalista com o psiquiatra, psicanalistas que medicam. • Hospitalização – formação psicodinâmica da equipe. • Avaliação do processo psicanalítico com psicóticos – linguagem, forma e conteúdo do pensamento, capacidade de auto-observação, controle de impulsos, elaboração dos sonhos.