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1ª) NACIONALISTA, INDIANISTA. Gonçalves de Magalhães: 1836 – SUSPIROS POÉTICOS E SAUDADES, Revista NITERÓI; 1856 - A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOIOS. Meus versos são suspiros de minha alma / Sem outra lei que o interno sentimento.
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1ª) NACIONALISTA, INDIANISTA • Gonçalves de Magalhães: 1836 – SUSPIROS POÉTICOS E SAUDADES, Revista NITERÓI; 1856 - A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOIOS. Meus versos são suspiros de minha alma / Sem outra lei que o interno sentimento. Triste sou como o salgueiroSolitário junto ao lagoSuspirar, suspirar...Tal é o meu fado!
Seja qual for o lugar em que se ache o poeta, ou apunhalado pelas dores, ou ao lado de sua bela, embalado pelos prazeres; no cárcere, como no palácio; na paz, como sobre o campo da batalha, se ele é verdadeiro poeta, jamais deve esquecer-se de sua missão, e acha sempre o segredo de encantar os sentidos, vibrar as cordas do coração, e elevar o pensamento nas asas da harmonia até às idéias arquétipas. http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/suspiros.html
1ª) NACIONALISTA, INDIANISTA • Gonçalves Dias: PRIMEIROS CANTOS (1846), SEGUNDOS CANTOS (1848), SEXTILHAS DE FREI ANTÃO(1848), ÚLTIMOS CANTOS (1851), OS TIMBIRAS(1857).
1ª) NACIONALISTA, INDIANISTA • Gonçalves Dias: Muitas delas não têm uniformidade nas estrofes (...) adotei todos os ritmos de metrificação portuguesa e usei deles como me pareceram melhor (...).Não têm unidade de pensamento, porque foram compostas em épocas diversas - debaixo de céu diverso - e sob influência de impressões momentâneas.PRIMEIROS CANTOS
1ª) NAC., INDIANISTA • Gonçalves Dias: I JUCA PIRAMA No meio das tabas de amenos verdores,Cercadas de troncos - cobertos de flores,Alteiam-se os tetos de altiva nação. (...)São todos Timbiras, guerreiros valentes!Seu nome lá voa na boca das gentes,Condão de prodígios, de glória e terror!
1ª) NAC., INDIANISTA • Gonçalves Dias: I JUCA PIRAMA Meu canto de morteGuerreiros, ouvi:Sou filho das selvas,Nas selvas cresci;Guerreiros, descendoDa tribo tupi.
1ª) NAC., INDIANISTA • Gonçalves Dias: I JUCA PIRAMA Da tribo pujante,Que agora anda errantePor fado inconstante,Guerreiros, nasci:Sou bravo, sou forte,Sou filho do Norte;Meu canto de morte,Guerreiros, ouvi.
1ª) NAC., INDIANISTA • Gonçalves Dias: I JUCA PIRAMA Deixai-me viver! (...)Não vil, não ignavo,Mas forte, mas bravo,Serei vosso escravo:Aqui virei ter.Guerreiros, não coro;Do pranto que choro;Se a vida deploro,Também sei morrer.
1ª) NAC., INDIANISTA • Gonçalves Dias: I JUCA PIRAMA Tu choraste em presença da morte?Na presença de estranhos choraste?Não descende o cobarde do forte;Pois choraste, meu filho não és!Possas tu, descendente malditoDe uma tribo de nobres guerreiros,
1ª) NAC., INDIANISTA • Gonçalves Dias: I JUCA PIRAMA Implorando cruéis forasteiros,Seres presa de vis Aimorés. (...) Sê maldito, e sozinho na terra;Pois que a tanta vileza chegaste,Que em presença da morte choraste,Tu, cobarde, meu filho não és.
1ª) NAC., INDIANISTA • Gonçalves Dias: I JUCA PIRAMA Um velho timbira, coberto de glória,guardou a memóriado moço guerreiro, do velho Tupi! E à noite, nas tabas, se alguém duvidavado que ele contava,Dizia prudente: - Meninos, eu vi!
1ª) NAC., INDIANISTA • G. Dias: CANÇÃO DO EXÍLIO Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá;As aves, que aqui gorjeiam,Não gorjeiam como lá.Nosso céu tem mais estrelas,Nossas várzeas têm mais flores,Nossos bosques têm mais vida,Nossa vida mais amores.
1ª) NAC., INDIANISTA • G. Dias: CANÇÃO DO EXÍLIO Em cismar - sozinho, à noite - Mais prazer encontro eu lá;Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá.Minha terra tem primores,Que tais não encontro eu cá;Em cismar - sozinho, à noiteMais prazer encontro eu lá;Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá.
1ª) NAC., INDIANISTA • Gonçalves Dias: CANÇÃO DO EXÍLIO Não permita Deus que eu morra,Sem que eu volte para lá;Sem que desfrute os primoresQue não encontro por cá;Sem qu'inda aviste as palmeiras,Onde canta o Sabiá."
1ª) NAC., INDIANISTA • Gonçalves Dias: PESQUISA: - Poemas analisados quanto ao tema: MARABÁ, DEPRECAÇÃO, LEITO DE FOLHAS VERDES, AINDA UMA VEZ – ADEUS!, SE SE MORRE DE AMOR. - Paródias da Canção do Exílio: Casimiro de Abreu, Oswald de Andrade, Murilo Mendes, Drummond, Vinícius de Moraes, José Paulo Paes, Chico Buarque, Geraldo Azevedo, Caetano...
2ª) ULTRA-ROMÂNTICA, BYRONIANA, EGÓTICA: • Álvares de Azevedo - Lira dos vinte anos (poemas - 1853), Noite na taverna (contos - 1855), O conde Lopo (poema - 1886), Macário (poema dramático - 1855). • temas preferidos: o amor, a morte, o tédio, o humor irreverente.
2ª) BYRONIANA: • Álvares de Azevedo - SONETO Pálida à luz da lâmpada sombria,Sobre o leito de flores reclinada,Como a lua por noite embalsamada,Entre nuvens de amor ela dormia!Era a virgem do mar! na escuma friaPela maré das águas embalada...- Era um anjo entre nuvens d' alvorada Que em sonhos se banhava e se esquecia! (...)
2ª) BYRONIANA: • SE EU MORRESSE AMANHÃ Se eu morresse amanhã, viria ao menosFechar meus olhos minha triste irmã;Minha mãe de saudades morreriaSe eu morresse amanhã!Quanta glória pressinto em meu futuro!Que aurora de porvir e que manhã!Eu perdera chorando essas coroasSe eu morresse amanhã!
2ª) BYRONIANA: • LEMBRANÇA DE MORRER “Quando em meu peito rebentar-se a fibra,Que o espírito enlaça à dor vivente,Não derramem por mim nem uma lágrimaEm pálpebra demente. (...) Descansem o meu leito solitárioNa floresta dos homens esquecida,À sombra de uma cruz, e escrevam nela- Foi poeta, sonhou e amou na vida."
Namoro a Cavalo Eu moro em Catumbi: mas a desgraça,Que rege minha vida malfadada,Pôs lá no fim da rua do CateteA minha Dulcinéia namorada.Alugo (três mil réis) por uma tardeUm cavalo de trote (que esparrela!)Só para erguer meus olhos suspirandoA minha namorada na janela...
Namoro a Cavalo Todo o meu ordenado vai-se em floresE em lindas folhas de papel bordado...Onde eu escrevo trêmulo, amoroso,Algum verso bonito... mas furtado.Morro pela menina, junto delaNem ouso suspirar de acanhamento...Se ela quisesse eu acabava a história Como toda a comédia — em casamento...
Namoro a Cavalo Ontem tinha chovido... Que desgraça!Eu ia a trote inglês ardendo em chama,Mas lá vai senão quando... uma carroçaMinhas roupas tafuis encheu de lama...Eu não desanimei. Se Dom QuixoteNo Rocinante erguendo a larga espadaNunca voltou de medo, eu, mais valente,Fui mesmo sujo ver a namorada...
Namoro a Cavalo Mas eis que no passar pelo sobrado,Onde habita nas lojas minha bela,Por ver-me tão lodoso ela irritadaBateu-me sobre as ventas a janela...O cavalo ignorante de namoro,Entre dentes tomou a bofetada,Arrepia-se, pula e dá-me um tombo Com pernas para o ar, sobre a calçada...
Namoro a Cavalo Dei ao diabo os namoros. EscovadoMeu chapéu que sofrera no pagode...Dei de pernas corrido e cabisbaixoE berrando de raiva como um bode.Circunstância agravante. A calça inglesaRasgou-se no cair de meio a meio,O sangue pelas ventas me corriaEm paga do amoroso devaneio!...
2ª) ULTRA-ROMÂNTICA, BYRONIANA, EGÓTICA: • Casimiro de Abreu – AS PRIMAVERAS (Meus oito anos) • Fagundes Varela- CANTOS DO ERMO E DA CIDADE; VOZES D`AMÉRICA; • Junqueira Freire – INSPIRAÇÕES DO CLAUSTRO e CONTRADIÇÕES POÉTICAS.
Meus oito anos Oh ! Que saudades que tenhoDa aurora da minha vida,Da minha infância queridaQue os anos não trazem mais!Que amor, que sonhos, que flores,Naquelas tardes fagueiras,À sombra das bananeiras,Debaixo dos laranjais!
CÂNTICO DO CALVÁRIO À memória de meu Filhomorto a 11 de dezembro de 1863 Eras na vida a pomba prediletaQue sobre um mar de angústias conduziaO ramo da esperança. Eras a estrelaQue entre as névoas do inverno cintilavaApontando o caminho ao pegureiro.
CÂNTICO DO CALVÁRIO Eras a messe de um dourado estio.Eras o idílio de um amor sublime.Eras a glória, a inspiração, a pátria,O porvir de teu pai! - Ah! no entanto,Pomba, - varou-te a flecha do destino! Astro, - engoliu-te o temporal do norte!Teto, - caíste!- Crença, já não vives!
TEMOR – Hora do Delírio Não, não é louco. O espírito somenteÉ que quebrou-lhe um elo da matéria.Pensa melhor que vós, pensa mais livre,Aproxima-se mais à essência etérea.Achou pequeno o cérebro que o tinha: Suas idéias não cabiam nele;Seu corpo é que lutou contra sua alma,E nessa luta foi vencido aquele.
TEMOR – Hora do Delírio Foi uma repulsão de dois contrários; Foi um duelo, na verdade insano: Foi um choque de agentes poderosos: Foi o divino a combater com o humano. Agora está mais livre. Algum atilho Soltou-se-lhe do nó da inteligência; Quebrou-se o anel dessa prisão de carne, Entrou agora em sua própria essência.
TEMOR – Hora do Delírio Agora é mais espírito que corpo: Agora é mais um ente lá de cima; É mais, é mais que um homem vão de barro: É um anjo de Deus, que Deus anima. Agora, sim - o espírito mais livre Pode subir às regiões supernas: Pode, ao descer, anunciar aos homens As palavras de Deus, também eternas.
TEMOR – Hora do Delírio E vós, almas terrenas, que a matéria Ou sufocou ou reduziu a pouco, Não lhe entendeis, por isso, as frases santas, E zombando o chamais, portanto: - um louco! Não, não é louco. O espírito somente É que quebrou-lhe um elo da matéria. Pensa melhor que vós, pensa mais livre, aproxima-se mais à essência etérea.
3ª) POESIA SOCIAL, CONDOREIRA, HUGOANA: • Castro Alves – ESPUMAS FLUTUANTES (1870), OS ESCRAVOS, CACHOEIRA DE PAULO AFONSO, GONZAGA OU A REVOLUÇÃO DE MINAS (teatro) • Defesa de causas humanitárias, da escravidão, valorização do progresso, erotismo, poesia grandiloquente, panfletária
MOCIDADE E MORTE Oh! Eu quero viver, beber perfumes Na flor silvestre, que embalsama os ares; Ver minh'alma adejar pelo infinito, Qual branca vela n'amplidão dos mares. No seio da mulher há tanto aroma... Nos seus beijos de fogo há tanta vida... Árabe errante, vou dormir à tarde A sombra fresca da palmeira erguida. Mas uma voz responde-me sombria: Terás o sono sob a lájea fria.
MOCIDADE E MORTE Morrer... quando este mundo é um paraíso, E a alma um cisne de douradas plumas: Não! o seio da amante é um lago virgem... Quero boiar à tona das espumas. Vem! formosa mulher-camélia pálida, Que banharam de pranto as alvoradas. Minh'alma é a borboleta, que espaneja O pó das asas lúcidas, douradas... E a mesma voz repete-me terrível, Com gargalhar sarcástico: -impossível!
MOCIDADE E MORTE Eu sinto em mim o borbulhar do gênio. Vejo além um futuro radiante: Avante! -brada-me o talento n'alma E o eco ao longe me repete-avante!- O futuro... o futuro... no seu seio... Entre louros e bênçãos dorme a glórial Após-um nome do universo n'alma, Um nome escrito no Panteon da história. E a mesma voz repete funerária: - Teu Panteon - a pedra mortuária!
O VÔO DO GÊNIO Quero levar-te das paixões nos mares. Quero levar-te a dédalos profundos, Onde refervem sóis... e céus... e mundos... Mais sóis... mais mundos, e onde tudo é meu... "Mulher! mulher! Aqui tudo é volúpia: A brisa morna, a sombra do arvoredo, A linfa clara, que murmura a medo, A luz que abraça a flor e o céu ao mar.
NAVIO NEGREIRO III-Desce do espaço imenso, ó águia do oceano! Desce mais ... inda mais... não pode olhar humano Como o teu mergulhar no brigue voador! Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras! É canto funeral! ... Que tétricas figuras! Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror!
NAVIO NEGREIRO IV Era um sonho dantesco... o tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho. Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar
NAVIO NEGREIRO IV Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras moças, mas nuas e espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs!
NAVIO NEGREIRO V - Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus! Se é loucura... se é verdade Tanto horror perante os céus?! Ó mar, por que não apagas Co'a esponja de tuas vagas De teu manto este borrão?... Astros! noites! tempestades! Rolai das imensidades! Varrei os mares, tufão!
NAVIO NEGREIRO V -Ontem a Serra Leoa, A guerra, a caça ao leão, O sono dormido à toa Sob as tendas d'amplidão! Hoje... o porão negro, fundo, Infecto, apertado, imundo, Tendo a peste por jaguar... E o sono sempre cortado Pelo arranco de um finado, E o baque de um corpo ao mar...
NAVIO NEGREIRO VI – Existe um povo que a bandeira empresta P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!... E deixa-a transformar-se nessa festa Em manto impuro de bacante fria!... Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta, Que impudente na gávea tripudia? Silêncio. Musa... chora, e chora tanto Que o pavilhão se lave no teu pranto!...
NAVIO NEGREIRO Auriverde pendão de minha terra, Que a brisa do Brasil beija e balança, Estandarte que a luz do sol encerra E as promessas divinas da esperança... Tu que, da liberdade após a guerra, Foste hasteado dos heróis na lança Antes te houvessem roto na batalha, Que servires a um povo de mortalha!...