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DOENÇAS PRODUZIDAS POR TOXINAS NATURAIS

HA. DDT. DIVISÃO DE DOENÇAS DE TRANSMISSÃO HÍDRICA E ALIMENTAR. DOENÇAS PRODUZIDAS POR TOXINAS NATURAIS. Última atualização - outubro de 2003. DOENÇAS PRODUZIDAS POR TOXINAS NATURAIS. Toxinas naturais

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DOENÇAS PRODUZIDAS POR TOXINAS NATURAIS

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  1. HA DDT DIVISÃO DE DOENÇAS DE TRANSMISSÃO HÍDRICA E ALIMENTAR DOENÇAS PRODUZIDAS POR TOXINAS NATURAIS Última atualização - outubro de 2003

  2. DOENÇAS PRODUZIDAS POR TOXINAS NATURAIS • Toxinas naturais • substâncias químicas, produzidas por seres vegetais ou animais que podem causar graves envenenamentos no ser humano, através de sua ingestão como alimentos. • Alimentos associados • peixes, frutos do mar, cogumelos, plantas e outros

  3. DOENÇAS PRODUZIDAS POR TOXINAS NATURAIS • Envenenamento por Ciguatera (ciguatoxina) • veneno produzido por mariscos e peixes que se alimentam de algas (dinoflagelados) causa um quadro clínico combinando manifestações gastrointestinais, neurológicas e desordens cardiovasculares. • Evolução da doença - sintomas iniciais ocorrem dentro de 6 horas após o consumo do pescado tóxico com formigamento e entumescimento perioral, sabor de metal, boca seca, sintomas gastrointestinais, fezes aquosas, mialgias, tonturas, midríase, visão turva, prostração e paralisias. Sinais cardiovasculares incluem arritmia, bradicardia ou taquicardia e queda de pressão. Nos casos mais graves os sintomas neurológicos podem persistir por muitos anos e em alguns casos haver recorrência dos sintomas neurológicos. Baixa letalidade, mas a morte pode ocorrer por parada cárdio-respiratória. Tratamento - manitol e suporte geral. • Alimentos associados - barracudas, cavala, ovas, fígado ou carne de pescados de arrecife tropical. • Freqüência desconhecida - tendendo a aumentar pelo maior consumo de peixes e transportes inter-regionais ou importações. • Conduta laboratorial - detecção e identificação da toxina no alimento em camundongos.

  4. DOENÇAS PRODUZIDAS POR TOXINAS NATURAIS • Envenenamento pelo Escombróide • é causado pela ingestão de alimentos que contém altos níveis de histamina e outras aminas vasoativas, formadas a partir de certas bactérias e a subsequente ação de enzimas decarboxilases sobre a histidina e outros aminoácidos no alimento. • Evolução da doença - os sintomas ocorrem em menos de 1 hora, com dor de cabeça, sonolência, náuseas, gosto de pimenta/ardência, ardor de garganta, edema, rubor de face, aumento de gânglios, coceira de pele, podendo requerer a hospitalização dos pacientes, principalmente se idosos ou enfermos. Pode durar até 3 horas ou muitos dias. Tratamento com antihistamina. • Alimentos associados - queijos suíços/frescais ou produtos industriais de pescados (peixes da família Scombridae), como atum, anchovas e similares. • Freqüência - comum nos EEUU. Baixa notificação de casos no Brasil. • Conduta laboratorial - análise da histamina no alimento (espectroscopia fluorescente).

  5. DOENÇAS PRODUZIDAS POR TOXINAS NATURAIS • Envenenamento por Tetrodoxina (ácido tetrodônico) • uma das mais violentas intoxicações por alimentos marinhos, podem produzir a morte rápida e violenta. Recentes estudos mostram que a tetrodoxina é produzida por bactérias da família Vibrionáceae, Pseudomonas sp e Photobacterium phosphoreum. • Evolução da doença - a intoxicação aparece em menos de 1 hora, com entorpecimento de lábios e língua, tontura, palidez, dor epigástrica, náusea, diarréia e/ou vômito, dificuldade de andar até paralisia dos movimentos, dispnéia, cianose, convulsões, distúrbios mentais e arritmia cardíaca. A morte usualmente ocorre em média dentro de 4 a 6 horas, em uma faixa de 20 minutos à 8 horas. • Alimentos associados - pescado do tipo baiacú, ingeridos sem extrair-lhe as gônadas e os intestinos. • Freqüência - freqüente no Japão (30 a 100 casos/ano), Golfo do México e Califórnia. Cuidados com peixes frescos importados. • Conduta laboratorial - detecção da toxina no camundongo que desenvolve o quadro e identificação da toxina por métodos de cromatografia e espectometria.

  6. DOENÇAS PRODUZIDAS POR TOXINAS NATURAIS • Outras toxinas de frutos do mar e pescados • Saxitoxinas - toxina paralisante de moluscos bivalvos: formigamento, sensação de ardência e entumescimento ao redor dos lábios e das pontas dos dedos, sonolência, torpor, fala incoerente, paralisia respiratória. Tempo de aparecimento - 30 min. a 2 horas após o consumo do alimento. • Brevetoxinas - toxina neurotóxica de moliscos bivalvos: sensação alternada de frio e calor, tremores, entumescimento de lábios, língua e garganta, dores musculares, vertigem, diarréia e vômito.Tempo de aparecimento de 2 a 5 min. a 3 a 4 horas após o consumo. • Toxinas dinophysis, ácido osadaico, pectenotoxina e yessotoxina - toxinas diarreicas de moluscos bivalvos: náuseas, vômitos, diarréia, dor abdominal, calafrios e febre. Tempo de aparecimento de 30 min. a 2-3 horas. • Ácido domóico - toxina amnésica de moluscos bivalvos- vômitos, diarréia, dor abdominal, confusão mental, perda de memória, desorientação, derrame cerebral, coma. Tempo de aparecimento de 24 horas (quadro gastrintestinal) - 48 horas (quadro neurológico).

  7. DOENÇAS PRODUZIDAS POR TOXINAS NATURAIS • Toxinas dos Cogumelos - amanitina, giromitrina, Orelanina, Muscarina, Ácido Ibotenico, Muscimol, Psilocybin e Coprina • o envenenamento é causado pela ingestão de espécies de cogumelos tóxicos. • Evolução da doença - salivação excessiva, sudorese, gastroenterite, pulso irregular, queda de pressão, miose, visão turva, respiração difícil. Os sintomas aparecem em menos que 1 hora após o consumo, ou vários dias, dependendo da espécie ingerida. • Alimentos associados - cogumelos colhidos por pessoas não especialistas, conservas caseiras, conservas industriais contaminadas. Algumas espécies provocam gastroenterite, rubor e tontura, após o consumo com álcool. • Freqüência - provavelmente freqüentes; não há dados disponíveis no Brasil (muitos surtos descritos nos EEUU). • Conduta laboratorial - detecção da toxina no plasma e na urina do paciente e no alimento, técnicas cromatográficas (nem sempre possível).

  8. DOENÇAS PRODUZIDAS POR TOXINAS NATURAIS • Aflatoxinas - aflatoxicoses • envenenamento resultante da ingestão de alimentos contaminados por certas espécies do fungo Aspergillus flavus e A. parasiticus. Sob certas condições de temperatura e umidade, este fungo cresce e desenvolve a aflatoxina [tipo B1 (mais tóxica), B2, G1 e G2]. • Evolução da doença - febre alta, icterícia, edema de membros, dor, vômitos, fígado aumentado, evoluindo para necrose aguda, hemorragia, cirrose e carcinoma de fígado.Os episódios de intoxicação aguda podem evoluir para morte. Nenhuma espécie humana ou animal é resistente aos efeitos agudos da aflatoxina. Estudos na África e Sudeste da Ásia sugerem associação entre o hepatoma e a aflatoxina. • Alimentos associados - produtos de milho, amendoins, grãos, nozes, pistaches, e outros grãos. • Freqüência - desconhecida. Relato de um surto no noroeste da Índia em 1974 (397 pessoas e 108 mortes) e um no Kenya, em 1982 (20 pessoas hospitalizadas e 12 mortes). • Conduta laboratorial - métodos químicos de detecção no alimento.

  9. DOENÇAS PRODUZIDAS POR TOXINAS NATURAIS • Alcalóides pirrolidizínicos • intoxicação causada por consumo de plantas como as ervas - flor das almas ou maria-mole, confrei, crista de galo, bico de corvo e outras. • Evolução da doença - a maioria dos casos resulta em danos moderados a severos do fígado. Sintomas gastrointestinais são os primeiros, com dor abdominal e vômitos, febre, e depois icterícia, trombose da veia hepática, hipertensão portal, ascite, comprometimento dos pulmões. A morte pode ocorrer em um período de 2 semanas até 2 anos após a ingestão do veneno, mas os pacientes podem se recuperar se não houver mais absorção do veneno e se o dano no fígado não foi muito severo. A doença crônica, por ingestão de pequenas quantidades ao longo do tempo provoca cirrose hepática. • Alimentos associados - plantas de famílias como Boraginaceae, Compositae e Leguminosae contém mais de 100 alcalóides hepatotóxicos, consumidas como alimentos, medicamentos ou contaminando safras de cereais e forragens. • Freqüência - mais comum as intoxicações por remédios preparados em casa, e intoxicações de animais em áreas de pastagens com tais plantas. Leite de animais e mel de abelha podem estar contaminados com estes alcalóides. Há relatos de envenenamento humano com milho contaminado e por ingestão de chá de confrey. • Conduta laboratorial - identificação da toxina no alimento por cromatografia ou espetrofotometria.

  10. DOENÇAS PRODUZIDAS POR TOXINAS NATURAIS • Bibliografia • USA/FDA/CFSAN. Bad Bug Book. Foodborne Pathogenic Microorganisms and Natural Toxins Handbook.1999 http://vm.cfsan.fda.gov/~mow/intro.html • Bryan, F.L. Diseases transmitted by foods (a classification and summary). Atlanta: CDC, 1975. • CENEPI/FNS/MS. Manual Integrado de Prevenção e Controle de Doenças Transmitidas por Alimentos - VEDTA, 1998 (versão preliminar). • http://www.fda.gov • http://www.cdc.gov

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