460 likes | 2.15k Views
CAPÍTULO V – EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS . INTRODUÇÃO
E N D
CAPÍTULO V – EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS
INTRODUÇÃO • O objetivo do capítulo é analisar a dor e o sofrimento, tanto na forma de expiação como de evolução, tendo em vista a infinita justiça de Deus que nos dá a oportunidade de apredermos através da dor. Todas as vicissitudes da vida tem uma causa. CONCEITO • Aflição - 1. Agonia, atribulação, angústia, sofrimento. 2. Tristeza, mágoa, pesar, dor. 3. Cuidado, preocupação, inquietação, ansiedade. 4. Padecimento físico; tormento, tortura (Dicionário Aurélio). • Aflição: Freqüentemente, aflição é a nossa própria ansiedade, respeitável mas inútil, projetada no futuro, mentalizando ocorrências menos felizes que, em muitos casos, não se verificam como supomos e, por vezes, nem chegam a surgir. (Equipe FEB, 1997).
CAUSA DAS AFLIÇÕES • As causas das aflições devem ser procuradas tanto no presente (atual encarnação) como numa existência passada. • Devemos partir do princípio de que elas são justas.Se assim não pensarmos, poderemos cair no erro de jogar a culpa nos outros ou em Deus. • Quer dizer, tudo o que se nos acontece tem um motivo, embora nem sempre o saibamos explicar com clareza e este motivo está em nós e não nos outros.
Assim sendo, toda vicissitude pode ser vista sob dois ângulos: 1) em vista da encarnação atual • Aqui devemos refletir sobre o sofrimento que nos visita, fazendo algumas indagações a respeito. • Em caso de doença — será que me descuidei da alimentação? • No caso do filho escolher o caminho do vício — dei-lhe a devida educação, os cuidados necessários? • No caso de uma querela familiar — será que não fui injusto para com tal pessoa?
"Que todos aqueles que são atingidos no coração pelas vicissitudes e decepções da vida, interroguem friamente sua consciência; que remontem progressivamente à fonte dos males que os afligem, e verão se, o mais freqüentemente, não podem dizer: Se eu tivesse, ou não tivesse, feito tal coisa eu não estaria em tal situação" (Kardec, 1984, cap. 5, it. 4, p. 72).
2) em vista de uma encarnação passada • Não encontrando uma resposta satisfatória na presente encarnação, devemos nos reportar à encarnação passada. • Os sofrimentos por causas anteriores são, freqüentemente, como o das causas atuais, a conseqüência natural da falta cometida. • Se foi duro e desumano, ele poderá ser, a se turno, tratado duramente e com desumanidade; • Se foi orgulhoso, poderá nascer em uma condição humilhante; • Se foi avarento, egoísta, ou se fez mal uso da fortuna, poderá ser privado do necessário; • Se foi mal filho, poderá sofrer com os próprios filhos etc.
Costumamosexagerarmuito a questão das dificuldades e do sofrimento. É precisover as coisas sob outrosângulos. Muitasvezes as dificuldadessãocercas de Deus paraqueerremosmenos.Lembro-me que, quando o personagem Ricardo do livro “NossoLar” preparavasuavoltaaocorpo, apósvisitar a famíliaespiritualdurante um desdobramento, osfilhosindagam o quepoderiamfazerporeleenquantoestivessereencarnado, e eleresponde: - Roguem a Jesus paraqueeununcadisponha de facilidadesna Terra. A facilidadenuncaensinou nada a ninguém. Parecequequantomaisfacilidadestemos, maisinsensíveisficamos. Então, talvez o caminhosejamesmo o dadificuldade e dador. ADELINO DA SILVEIRA “Momentos com Chico Xavier”
PERGUNTAS QUE NÃO QUEREM CALAR • É o Espiritismoumadoutrinaquefazelogios à dor? • Não, o correto é entenderque o Espiritismo, alinhado com o pensamento de Jesus, tem comopropostafazermosdador e das dificuldadesum desafioparaaprendermos, paraamadurecermos, paraavançarmosmais. • A DoutrinaEspíritanãonosestimula a ficarmosparalisadosnador; aocontrário, nosensina a seguirmosemfrente a partirdela. • Deus não estaria sendo injusto ao nos punir por algo que desconhecemos.Sabendo do passado não poderíamos aproveitar melhor as lições ? • O véu sobre o nosso passado tem grande utilidade, primeiro porque nos possibilita a convivência com desafetos sem a mácula de lembranças dolorosas. Passamos a enxergar as virtudes daquela pessoa, primeiro passo para o amor. A lembrança nos traria desequilíbrio, pois poderia nos humilhar ou nos exaltar com a sombra do orgulho. Não lembramos porque não temos evolução para isso, não saberíamos lidar com nosso passado.
É lícito,àquele que se afoga, cuidar de salvar-se? Àquele em quem um espinho entrou, retirá-lo? Ao que está doente, chamar o médico? As provas têm por fim exercitar a inteligência, tanto quanto a paciência e a resignação. Pode dar-se que um homem nasça em posição penosa e difícil, precisamente para se ver obrigado a procurar meios de vencer as dificuldades. O mérito consiste em sofrer, sem murmurar, as conseqüências dos males que lhe não seja possível evitar, em perseverar na luta, em se não desesperar, se não é bem-sucedido; nunca, porém, numa negligência, que seria mais preguiça do que virtude. Contentai-vos com as provas que Deus vos manda e não lhes aumenteis o volume, já de si por vezes tão pesado; aceitá-las sem queixumes e com fé, eis tudo o que de vós exige ele. Não enfraqueçais o vosso corpo com privações inúteis e macerações sem objetivo, pois que necessitais de todas as vossas forças para cumprirdes a vossa missão de trabalhar na Terra. UM ANJO GUARDIÃO
Resisti com energia a essas impressões que vos enfraquecem a vontade (...) Lembrai-vos de que, durante o vosso degredo na Terra, tendes de desempenhar uma missão de que não suspeitais, quer dedicando-vos à vossa família, quer cumprindo as diversas obrigações que Deus vos confiou. Se sobre vós desabarem os cuidados, as inquietações e tribulações, sede fortes e corajosos para os suportar. Afrontai-os resolutos. (FRANÇOIS DE GENÈVE)
Em verdade, existe a melancolia edificante, expressando saudade da Vida Superior, contudo aqueles que a registram no âmago do próprio ser, consagram-se com redobrado fervor ao serviço do bem, preparando no próprio coração a nesga de céu, suscetível de identificá-los ao plano celestial que esperam, ansiosos, suspirando pelo reencontro com os entes que mais amam. Ainda assim, é imperioso arredar de nós o hábito da tristeza destrutiva, como quem guerreia o culto do entorpecente. Daobra “LivrodaEsperança” Psicografia de Francisco Cândido Xavier
Suicídio e loucura • Causas estão no descontentamento com relação à vida. • Os maiores excitantes ao suicídio são a incredulidade, a simples dúvida sobre o futuro e as idéias materialistas. • Ao contrário, a calma e a resignação, hauridas na maneira de encarar a vida terrestre, e na fé no futuro, dão ao Espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra a loucura e o suicídio. (Kardec, 1984, cap. 5, it. 14 a 17, p. 79 a 81).
Casos da Vida Euacreditona Lei de Causa e Efeito e compreendoque, se alguémestásofrendohoje, é porqueprecisaresgatardívidas do passado. Assimsendo, prefironãointerferir, mesmoquandoestánasminhasmãos a possibilidade de diminuir a provação de pessoas a quemconheço. É a justiça de Deus, portanto é necessárioquesigaseucurso.
Casos da Vida Eu, de minha parte, jápensodiferente: acreditoque, se podemosaliviar a dor de alguém, entãotemos o dever de fazê-lo. Ontem, mesmo, aover um gatinhorecém-nascido com as pernas de trásaleijadas, fiqueipensandonavidatristequeeleteria. Com pena dele, fuimisericordiosa: afoguei-o no rio. Penso o mesmo com relação a sereshumanos: se nãoexistemaiscurapara um doente terminal sofrendo de AIDS, porquedeixá-lo sofrer se vaimorrermesmoemalgumassemanas? Sou a favor daeutanásia.
E certo que as vossas provas têm de seguir o curso que lhes traçou Deus; dar-se-á, porém, conheçais esse curso? Sabeis até onde têm elas de ir e se o vosso Pai misericordioso não terá dito ao sofrimento de tal ou tal dos vossos irmãos: "Não irás mais longe?" Sabeis se a Providência não vos escolheu, não como instrumento de suplício para agravar os sofrimentos do culpado, mas como o bálsamo da consolação para fazer cicatrizar as chagas que a sua justiça abrira? (...) Dizei antes: "Vejamos que meios o Pai misericordioso me pôs ao alcance para suavizar o sofrimento do meu irmão. Vejamos se as minhas consolações morais, o meu amparo material ou meus conselhos poderão ajudá-lo a vencer essa prova com mais energia, paciência e resignação. (...) Deve o espírita estar compenetrado de que a sua vida toda tem de ser um ato de amor e de devotamento; que, faça ele o que fizer para se opor às decisões do Senhor, estas se cumprirão. (BERNARDINO, ESPÍRITO PROTETOR)
Quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios de Deus? Não pode ele conduzir o homem até à borda do fosso, para dai o retirar, a fim de fazê-lo voltar a si e alimentar idéias diversas das que tinha? Ainda que haja chegado ao último extremo um moribundo, ninguém pode afirmar com segurança que lhe haja soado a hora derradeira. A Ciência não se terá enganado nunca em suas previsões? Sei bem haver casos que se podem, com razão, considerar desesperadores; mas, se não há nenhuma esperança fundada de um regresso definitivo à vida e à saúde, existe a possibilidade, atestada por inúmeros exemplos, de o doente, no momento mesmo de exalar o último suspiro, reanimar-se e recobrar por alguns instantes as faculdades! Pois bem: essa hora de graça, que lhe é concedida, pode ser-lhe de grande importância. Desconheceis as reflexões que seu Espírito poderá fazer nas convulsões da agonia e quantos tormentos lhe pode poupar um relâmpago de arrependimento. (...) O espírita conhece o valor de um último pensamento. (...) Guardai-vos de abreviar a vida, ainda que de um minuto, porque esse minutopode evitar muitas lágrimas no futuro. (SÃO LUÍS)