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O confinamento territorial no turismo. Profa. Dra. Rita de Cássia Ariza da Cruz Geografia do Turismo. A natureza do confinamento territorial. segregação sócio-espacial X auto-confinamento. Segregação – um processo socio-espacial. em geral relacionada à moradia
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O confinamento territorial no turismo Profa. Dra. Rita de Cássia Ariza da Cruz Geografia do Turismo
A natureza do confinamento territorial segregação sócio-espacial X auto-confinamento
Segregação – um processo socio-espacial • em geral relacionada à moradia • produto: áreas com forte homogeneidade social interna e forte disparidade social entre elas (Corrêa, 2001)
O auto-confinamento (tendência?) • Anos 1960: primeiras manifestações (Granja Julieta, Shopping Iguatemi) • Pós anos 1970: multiplicação/novos “modelos” (centros empresariais, ruas e vilas fechadas, condomínios fechados, cancelas, porteiras...) Yázigi (1998)
... “Quem nasceu no confinamento não imagina o que é a liberdade de circular em quase todos os sentidos” (Yázigi, 1998:41)
Razões do confinamento • Violência x segurança • Degradação ambiental e paisagística • Trânsito • Status
O confinamento no turismo • Razões e formas territoriais do confinamento no turismo, conforme Yázigi (1998): • Grandes complexos • Hotéis • Zonas turísticas • Segregação social • Violência • Acidentes geográficos • Feiúra
O lugar antropológico para Marc Augé • Reservamos o termo “lugar antropológico” àquela construção concreta e simbólica do espaço que não poderia dar conta, somente por ela, das vicissitudes e contradições da vida social, mas à qual se referem todos aqueles a quem ela designa um lugar por mais humilde e modesto que seja. (Augé, 1994: 51)
O não-lugar de Marc-Augé • Se um lugar pode se definir como identitário, relacional e histórico, um espaço que não pode se definir nem como identitário, nem como relacional, nem como histórico definirá um não-lugar. (Augé 1994: 73)
Atributos de um não-lugar Lugares sem… • uma dimensão histórica • identidade • vida relacional • Exemplos: estradas, aeroportos, grandes redes de hotéis, shopping centers…
O lugar, em Milton Santos • ...o espaço é “matéria trabalhada por excelência: a mais representativa das objetificações da sociedade, pois acumula, no decurso do tempo, as marcas das práxis acumuladas” (Santos, 2004: 33). • “...cada lugar se define tanto por sua existência corpórea, quanto por sua existência relacional.” (Santos, 2005: 159).
O lugar, em Maria Laura Silveira • “...os lugares se tornam mundiais, ainda que cada vez mais diferentes entre eles, e formam uma totalidade concreta, empírica” (Silveira, 1993: 205).
O lugar, em Ana Fani A. Carlos • “...o lugar se produz na articulação contraditória entre o mundial que se anuncia e a especificidade histórica do particular. Desse modo o lugar se apresentaria como o ponto de articulação entre a mundialidade em constituição e o local enquanto especificidade concreta, enquanto momento” (1996: 28-9).
O lugar para Ana Fani A.Carlos • ...produto das relações humanas, entre homem e natureza, tecido por relações sociais que se realizam no plano do vivido, o que garante a construção de uma rede de significados e sentidos que são tecidos pela história e cultura civilizadora produzindo a identidade, posto que é aí que o homem se reconhece porque é o lugar da vida. (1996: 29)
Não-lugar: um “não-conceito” • O lugar e o não-lugar são, antes, polaridades fugidias: o primeiro nunca é completamente apagado e o segundo nunca se realiza totalmente – palimpsestos em que se reinscreve, sem cessar, o jogo embaralhado da identidade e da relação. (1994: 74)
O não-conceito • ...a idéia de “não-lugar”, que será aqui desenvolvida, não se coloca como a antítese de “lugar”; • ...por outro lado, não tem, evidentemente, um sentido de negatividade, nem tampouco de ausência apesar do prefixo “não”. (Carlos, 1996: 104)
Espaços hiper-reais • Celebração da inautenticidade... ...espacios hiperreales son concebidos como uma versión perfeccionada de los espacios que imitan, una verdadera alternativa a la geografia “autêntica” . (Donaire, 1998: 59)
Pseudo-lugares • Constituídos por pseudo-objetos, compreendidos por Baudrillard como simulações, cópias, estereótipos: “...pobreza de significação real e sobre-abundância de signos, de referências alegóricas, de conexões discordantes, como exaltação do pormenor e saturação através das minúcias” (Baudrillard, 1995: 115)
Os pseudo-lugares produzidos pelo turismo • ...lugares cuja história e identidade são prostituídas em nome de um uso especializado, de relações alienadas e alienígenas produzidas pelo e para o turismo. Simulacros, por vezes espaços hiperreais, espaços-à-margem (no que sugere esta expressão, mas não no sentido definido por Rob Shields), por vezes metonímias espaciais e, em todos os casos, “metáforas da aldeia global” (Donaire, 1998), num mundo que a aparência é cada vez mais importante que a essência e que o falso ocupa, sem qualquer constrangimento, o lugar do real.