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CRACK :. COMO TRATAR ? Margarida Rodríguez Rodríguez Gilda Pulcherio Renato Spagnoli. HISTÓRICO. HISTÓRICO. Antiguidade : populações andinas Século XV – Espanhóis Século XVI – XVII – Europa 1860 – Niemann
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CRACK : COMO TRATAR ? Margarida Rodríguez Rodríguez Gilda Pulcherio Renato Spagnoli
HISTÓRICO • Antiguidade : populações andinas • Século XV – Espanhóis • Século XVI – XVII – Europa • 1860 – Niemann • 1880 – Disponível comercialmente • 1884 – Freud - Über coca Köller – anestesia oftálmica Hall – odontologia
HISTÓRICO • 1885 – Remédio popular • 1892 – Coca-cola Company (60 mg / 230 ml) • 1898 – Bier – anestesia espinhal • 1914 – Harrison Act • 1924 – 26 mortes • 1970 – Reaparecimento • 1980 – Crack • 1990 - Brasil
Pedras de Cocaína+Bicarbonato de Sódio Crack Transição da cocaína para o crack a partir do final dos anos 80 com relatos em São Paulo e Porto Alegre
TOXICOLOGIA - TOXICOCINÉTICA • Absorção • Distribuição • Biotransformação • Excreção
Consumo de crack e cocaína em estudantes do ensino médio e fundamental
Epidemiologia • Prevalência de uso de cocaína na vida, no Brasil - 2,3%. • Região Sul: 3,6% -maior do país. • Aumento das Internações de 0.8% para 4.6% na última década. • I Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil CEBRID 2001 • Aumento do uso na vida de crack de 0,4 % em 2001 a 0,7% em 2005 • Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) , 2001 e 2005
Início dos anos 90 Perfil do Usuário: • Homem jovem, pertencente a grupos étnicos de baixa renda e ligado a atividades criminais. • Uso compulsivo sem vínculos sociais(familia,escola ou traballho. • Lrranjeiras et al, Caderno Saude Publica 2008
Início dos anos 90 • Droga considerada segura em relação a DST/ AIDS. • Participação insignificante de mulheres.
Após 20 anos de uso • Aumento da acessibilidade e oferta • Novas formas de apresentação • Novas estratégias de uso: transmissão de DST/HIV • Nappo Crack na cidade de São Paulo: acessibilidade, estratégias de mercado e formas de uso. Rev Psiq Clin2008; • Nappo. Caracterização da cultura de crack na cidade de São Paulo: padrão de uso controlado. Rev Saude Publica 2008
Abordagens • Avaliação clínica: Complicações mais frequentes Populações específicas • Desintoxicação: Internação fechada Manejo Farmacológico Avaliação de comorbidades • Manutenção
Tratamento Farmacológico • Dificuldades no manejo medicamentoso • Poucos estudos com crack. • Estudos com cocaína com poucos resultados positivos. • Dificuldades no uso de medicações com potencial risco de abuso ou interação com a droga.
Antagonistas dopaminérgicos:Antipsicóticos • Bloqueio receptores dopaminérgicos aumentariam, no uso da droga, a atividade de DA no sistema de recompensa • No uso crônico da droga haveria down regulation da resposta ao sistema dopaminérgico. • Na abstinência da droga, haveria aumento da resposta dopaminérgica • Amato et al, 2008
Risperidona • Oral • Estudo Duplo Cego Randomizado com 193 pacientes: • sem resposta. • Revisão com 4 estudos, 178 pacientes, grupo com risperidona teve menos abandono Amato et al, 2008
Risperidona • Injetável • Estudo Duplo Cego Randomizado com 31 pacientes: • Sem resposta em uso ou fissura, piora de sintomas depressivos e maior ganho de peso. Amato et al, 2088
Haloperidol • Um estudo, 20 participantes: aumento da fissura no grupo usando haloperidol. Amato et al, 2009
Olanzapina • 3 estudos comparando com placebo (98 participantes) Sem diferenças significativas em: • Abandono • Aceitação ao tratamento • Craving. • Gravidade da dependência • Sintomas depressivos e ansiedade
Agonistas Dopaminérgicos Pergolida • Amostra - 42 pacientes(simples-cego) • 1ª amostra(22 pacientes) – Pergolida com doses aumentadas semanalmente ate 0,2 mg/dia na 4ª semana • 2ª amostra(20 pacientes) – Placebo com aumentos semanais até 4ª semana (Todos os pacientes foram orientados a abstinência e participavam de psicoterapia de grupo) Soares et al, 2008
Agonistas Dopaminérgicos • Não se mostrou superior ao placebo na redução da fissura, apesar de seguro; • Efeitos colaterais mais frequentes: • cefaléia • Fadiga • sonolência
Anticonvulsivantes • Revisão: 17 estudos (n=1194) com carbamazepina, gabapentina, fenitoína, topiramato e valproato • Topiramato • Estudo com placebo (n= 40): mostrou maior eficácia em manter usuários abstinentes por 3 semanas seguidas • Minozzi S et al. Cochrane Database Syst Rev. 2008
Antidepressivos • Fluoxetina • 32 dependentes de CRACK - sem diferenças no uso ou craiving, Maior adesão ao tamento . • Citalopram • (n= 76) menor taxa de teste de urina positivo Lima et al 2008
Antidepressivos • Bupropiona • (n=70) sem diferenças significativas
Estimulantes do SNC • Revisão sistemática e meta-análise de estudos controlados randomizados • Mazindol • Dextroanfetamina • Metilfenidato • Modafinil Castells et al 2008
Estimulantes do SNC • 2 estudos com Dextroanfetamina e 1 com Modafinil mostraram diminuição do uso de cocaína, sem melhora na taxa de abandono. • Maior taxa de abandono por efeito colateral com estimulantes
Dissulfiram • Inibe a aldeído desidrogenase e dopamina beta hidroxilase • 4 estudos duplo-cegos em usuários de cocaína • ↓ freqüência e quantidade em gramas em indivíduos não alcoolistas Panni et al 2008
Dissulfiram • Efeitos adversos: • Letargia e tontura (inicial) e cefaléia, fadiga, convulsão, hepatite, redução libido, impotência, rash cutâneo e tremor • Contra-indicações: • Alergia, hepatite, miocardiopatia grave, hipertensão porta
Farmacoterapia • O uso de fármacos no controle da fissura e/ou abstinência é somente um ponto do tratamento; • Não há nenhum tratamento medicamentoso aprovado para dependência de cocaína/ crack; • O principal tratamento ainda é o uso de estratégias para mudança comportamental • Importância em associar tratamentos psicossociais para aumentar as taxas de aderência
Tratamento Psicoterápico • Técnicas cognitivo-comportamentais • Motivacionais (busca da abstinência) • Grupos de auto-ajuda • Prevenção de Recaída • Treinamento de Habilidades • Aconselhamento • Terapia de Família
E mais: • Terapia Dialética • Contingency management • Seeking Safety • Redução de Danos
Técnica baseada emcondicionamento operante • Conceitualização da dependência, aprendizado operacional e comportamento operante • 40 indivíduos randomizados para tratamento comportamental com ou sem técnicas de manutençãoda continência (Recompensas pela abstinência) • 24 semanas) • Maior adesão, maior tempo de abstinência • Kathleen et al 2005
Terapia Cognitivo-comportamental (TCC) • Maior número de estudos avaliando a eficácia • Revisão da literatura para avaliação das principais técnicas de TCC
Técnica de exposição a pistas • Pistas relacionadas: resposta fisiológica e aumento da fissura • 37 indivíduos divididos em 4 grupos: • Terapia de suporte + exposição • Terapia de suporte + atividades • Aconselhamento + exposição • Aconselhamento + atividades • 2 sem de hospital + 2 m de ambulatório • Diminuição da fissura e aumento da abstinência
Técnica de Prevenção deRecaídas (TPR) • Abordar / trabalhar ambivalência • Reduzir disponibilidade da substância • Reconhecer situações de risco e desenvolver estratégias • Lidar com fissura • Modificar estilo de vida • 42 pacientes randomizados em TPR e terapia interpessoal • Entre usuários pesados houve aumento do tempo de abstinência no grupo tratado com TPR
Preditores para bom resultado notratamento para CRACK • 610 participantes seguidos por 30 meses. • Auto-confiança foi preditor de menor uso da substância • Suporte social, participação em grupos de auto-ajuda e estar empregado também se associaram a melhor desfecho Siegal et al 2002
Preditor para Abandono • 182 usuários de CRACK • Sensibilidade à ansiedade: medo dos sintomas relacionados à ansiedade assim como a crença de que esses sintomas possam ter conseqüências desastrosas • Único sintoma que prediz abandono
Preditores para procura detratamento • Idade menor • Mais problemas legais • Percepção por necessidade de tratamento • Tratamento prévio
Sugestões para o tratamento • Tratamento a longo prazo em regime de internação e ambulatorial com recursos motivacionais para a abstinência e seguimento • Desintoxicação com manejo medicamentoso e de enfrentamento de habilidades para a compulsão
Sugestões para o tratamento • Envolvimento e integração da familia, comunidade e recursos de auto-ajuda • Equipe multidisciplinar • Diagnóstico de comorbidades • Terapias combinadas( psicoterapia e farmacoterapia
Sugestões para o tratamento • Prevenção da Recaída para reconhecimento de riscos e desenvolvimento de habilidades para convívio social, acadêmico e profissional • Apoio de políticas públicas para prevenção e tratamento
Sugestões para o tratamento • Protocolo e diretrizes de tratamento • Controle e fiscalização das Unidades de tratamento • Treinamento de profissionais e profissionalização do atendimento