170 likes | 374 Views
Editorial. Profª.: Maria Anna Gerk Turmas 01m1, 01m2 e 01m3. O jornal é um suporte pelo qual circulam vários gêneros - os gêneros da esfera jornalística. Entre os gêneros que circulam no jornal, há reportagem, notícia, charge, horóscopo, artigo de opinião, crônica e também o editorial.
E N D
Editorial Profª.: Maria Anna Gerk Turmas 01m1, 01m2 e 01m3
O jornal é um suporte pelo qual circulam vários gêneros - os gêneros da esfera jornalística. • Entre os gêneros que circulam no jornal, há reportagem, notícia, charge, horóscopo, artigo de opinião, crônica e também o editorial. • O editorial “lida com ideias, argumentos e críticas, marcando a posição do jornal sobre os principais fatos do momento”. Assim, o leitor procurará, no editorial, assuntos de repercussão momentânea, sobre os quais o jornal irá se posicionar.
Texto opinativo, escrito de maneira impessoal e publicado sem assinatura, sobre os assuntos ou acontecimentos locais, nacionais ou internacionais de maior relevância. • Define e expressa o ponto de vista do veículo ou da empresa responsável pela publicação (do jornal, revista, etc.) ou emissão (do programa de televisão ou rádio).
Estrutura • A página editorial tem um estilo que acompanha as tendências do jornal, o próprio ‘estilo’ ou “design” do jornal. Esse ‘estilo’ é equilibrado, denso ou leve, conforme a linha do veículo.” • Geralmente, grandes jornais reservam um espaço predeterminado para os editoriais em duas ou mais colunas, logo nas primeiras páginas internas. • Os boxes (quadros) dos editoriais são normalmente demarcados com uma borda para marcar claramente que aquele texto é opinativo, e não informativo.
Estratégia de construção de um Editorial Como qualquer matéria jornalística, o editorial tem início na captação de informações concretas, que se dá pelo acompanhamento do que acontece no nosso meio e no mundo, e por uma apurada percepção do que é tema de relevância no momento. Parágrafo 1 - Apresentação do tema (situando o leitor) e já com um posicionamento pontuado. Usar linguagem objetiva e vocabulário acessível. Parágrafo 2 - Contextualização do tema, e indicativos concretos do problema, apresentando dados reais, verossímeis. Mais uma vez, posicionamento sobre o assunto. Parágrafo 3 - Análise das possíveis motivações que tornam o tema relevante, com argumentos de autoridade ( opinião de especialistas que reforcem credibilidade da matéria), justificativas que reforcem o posicionamento apresentado e exemplos concretos que ilustrem a argumentação.Parágrafo4 - Caráter conclusivo, apresentando o posicionamento crítico final.. É preciso extremo cuidado para não construir editoriais moralistas. Expor o que há de concreto, o que motiva essa afirmação, esse posicionamento. A conclusão do Editorial, principalmente, não deve esquecer o que motivou a opinião, o que se afirmou no início, sem fugir do assunto. O bom arremate opinativo é aquele que retoma o tema e traz uma projeção, aponta para uma solução, indica um caminho ancorado em exemplos concretos.
Características do Editorial • O profissional da redação encarregado de redigir os editoriais é chamado de editorialista. • Na chamada "grande imprensa", os editoriais são apócrifos — isto é, nunca são assinados por ninguém em particular. • A linguagem é formal, argumentativa, mantendo seu autor geralmente anônimo (embora seja possível encontrar editoriais assinados). • O vocabulário do editorial costuma ser objetivo, as frases empregadas são curtas e não muito complexas. • Os “articuladores discursivos” estão sempre presentes e são responsáveis pela coesão do texto, dessa forma garantem o rigor lógico da argumentação e do encadeamento das idéias. • São produzidos por um grupo de editores, separados por assunto – política, economia, meio-ambiente... – e nem sempre todos entram em consenso sobre o tema. .
Novo texto da Lei de Biossegurança é um importante passo Dificilmente a Câmara dos Deputados conseguirá aprovar a curto prazo a Lei de Biossegurança que precisará ser votada novamente por ter sido modificada no Senado. É muito longa a pauta de projetos à espera de apreciação: além de outras importantes leis, há projetos de emendas constitucionais e uma série de medidas provisórias, que trancam a pauta. Mas, com tudo isso, é importante que os deputados tenham consciência da necessidade de conceder aos cientistas brasileiros, o mais rapidamente possível, a liberdade de que eles necessitam para desenvolver pesquisas na área das células-tronco embrionárias. Embora seja este um novo campo de investigação, já está fazendo surgir aplicações práticas concretas, que demonstram seu potencial curativo fantasticamente promissor. Não é por outro motivo que os eleitores da Califórnia aprovaram a emenda 71, que destina US$ 3 bilhões às pesquisas com células-tronco, causa defendida com veemência por seu governador, o mais do que conservador Arnold Schwarzenegger. O caso chama a atenção porque o ex-ator, ao contrário de outros republicanos (como Ron Reagan, cujo pai sofria do mal de Alzheimer), não tem interesse pessoal no desenvolvimento de tratamentos médicos para doenças degenerativas hoje incuráveis.
Apenas o convívio com pessoas como o recentemente falecido Christopher Reeve, que ficou tetraplégico após um acidente, ou Michael J. Fox, que sofre do mal de Parkinson, parece ter sido suficiente para convencer Schwarzenegger de que é fundamental apoiar a pesquisa. O projeto que retornou do Senado ainda inclui graves restrições à ciência, como a limitação das pesquisas às células de embriões congelados há pelo menos três anos nas clínicas de fertilização — embriões descartados que, com qualquer tempo de congelamento, vão acabar no lixo. Também algum dia será preciso admitir a clonagem com fins terapêuticos, hoje vedada, e que é particularmente promissora. Ainda assim, comparado com o projeto proibitivo que veio originalmente da Câmara, o novo texto da Lei de Biossegurança é um importante passo à frente. Merece ser apreciado com rapidez e aprovado pelos deputados. (O Globo, 5/11)
Autópsia de um fiasco O fiasco da nossa educação fundamental começa a ser percebido. Há cada vez mais brasileiros sabendo que tiramos os últimos lugares no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), uma prova internacional de compreensão de leitura e de outras competências vitais em uma economia moderna. Sabem também dos resultados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), confirmando plenamente esse diagnóstico moribundo do ensino. Agora, cabe fazer a autópsia do fracasso, dissecando cuidadosamente o defunto: por que os alunos não aprendem? Tão retumbante fracasso tem múltiplas causas. Contudo, o presente ensaio assesta suas baterias em uma causa fatal, mas pouco considerada. Vejamos uma constatação surpreendente e assustadora: o Pisa mostrou que os alunos das famílias brasileiras mais ricas entendem menos um texto escrito do que os filhos de operários da Europa e de outros países com educação séria. Portanto, não é a pobreza dos alunos ou das escolas que explica o vexame. Por que nossos alunos não entendem um texto escrito? Submeto aqui a hipótese de que reina nos impérios pedagógicos e nos autores da moda uma atmosfera que desvaloriza a tarefa de compreender o que está escrito no papel. Veja-se a seguinte citação de B. Charlot: "Os saberes científicos podem ser medidos em falsos e verdadeiros, mas não os conteúdos de filosofia, pedagogia e história... (Fora das ciências naturais) o mundo do verdadeiro e do falso é do fanatismo, e não da cidadania". Ou esta outra, de E. Morin, afirmando que, "em lugar da especialização, da fragmentação de saberes, devemos introduzir o conceito de complexidade". Critica também "o princípio consolidado da ciência, o determinismo - segundo o qual os fenômenos dependem diretamente daqueles que os precedem e condicionam os que lhes seguem". Ou ainda a afirmação de D. Lerner, de que "não faz falta saber ler e escrever no sentido convencional... Quem interpreta o faz em relação ao que sabe... Interpretações não dependem exclusivamente do texto em si“
Nesses textos, há asneiras irremediáveis e assuntos que coroariam um processo de amadurecimento intelectual. Contudo, para jovens que iniciam seus estudos, são fórmulas certeiras para uma grande balbúrdia mental, em uma idade que pede a consolidação de ideias claras e a compreensão rigorosa e analítica do texto escrito. Embaçamos o ensino ao solicitar aos alunos que "reinterpretem" o pensamento dos grandes cientistas e filósofos, segundo Mortimer Adler, "pedindo sua opinião a respeito de tudo". Continua correto o conselho de Descartes de dividir o problema em tantas partes quantas sejam necessárias para a sua compreensão. De fato, a física de Newton é determinista. Nas melhores escolas, é com ela que se afia a capacidade de análise dos alunos - inclusive na terra dos autores citados. As ciências sociais adotam outro determinismo, expresso em distribuições de probabilidades. A filosofia requer ainda mais exatidão no uso da linguagem. Elegância e rigor precisam ser conquistados na língua portuguesa, e as primeiras lições devem ser exercícios de interpretação correta do que está escrito. Ao se enamorarem das ideias turvas acima citadas, nossos professores desviam as atenções que deveriam colimar o uso judicioso das palavras e embrenham seus alunos na indisciplina do relativismo, do subjetivismo e da "criatividade". O grande desafio dos ciclos iniciais de uma educação é entender as relações entre sons, letras e significados, aprendendo a ler, para que se possa passar a ler para aprender. Lembremo-nos da obsessão de George Steiner, sempre em busca do sentido exato que os autores quiseram dar às palavras. Sem isso, o que vem depois é ruído, é o que respondem nossos alunos às questões cuidadosamente formuladas nas provas do Pisa e do Saeb. Esses miasmas intelectuais não oferecem os alicerces para um distanciamento crítico e produtivo do texto original - tarefa que só pode vir mais adiante.
O exemplo de São Paulo Quando o tema é a segurança pública, a cidade de São Paulo ainda é lembrada por episódios sangrentos, como o massacre do Carandiru, em 1992, pelas freqüentes chacinas promovidas por policiais na periferia e pela rebelião do Primeiro Comando da Capital (PCC), em 2006. São traumas estigmatizantes, que tiveram repercussão nacional e que vêm tendo o contraponto de ações positivas, implementadas ao longo dos últimos anos e aos poucos reconhecidas em todo o país. A cidade dos massacres faz prosperar, desde o início da década, uma série de iniciativas adotadas não só pela capital, mas por todo o Estado, no sentido de reduzir a violência e a criminalidade. São políticas de segurança implementadas pelo governo do Estado, com a participação das prefeituras, de ONGs, de estudiosos e das comunidades, que podem inspirar atitudes semelhantes em outros Estados. Estados com problemas crônicos de segurança e soluções sempre adiadas com a desculpa da falta de recursos deveriam, não como simples cópia, mas como referências adaptadas às suas realidades, implementar muitas das ações dos paulistas. Em uma década, São Paulo reduziu a grande maioria dos casos de violência, com destaque para os homicídios. Caíram também os índices de assaltos e furtos de automóveis, mesmo que em seis anos a frota em circulação no Estado tenha sido ampliada em cerca de 2,4 milhões de veículos.
A melhoria no perfil da segurança fez-se, sim, com mais investimentos financeiros do Estado. O conjunto de iniciativas revela que os ganhos são resultantes da sinergia entre as polícias civil e militar e da vontade de superar traumas que vinham marcando as forças de segurança paulistas como ineficientes e violentas. O Estado contratou e pôs mais 9 mil policiais nas ruas, informatizou e agilizou a circulação de informações, estimulou iniciativas comunitárias, construiu presídios e tirou das operações ostensivas o caráter apenas de reprimir e intimidar. Também deve ser inspirador outro mérito dos programas. Implementados desde o início da década, os projetos passaram de um governo para outro sem que se repetisse a lamentável prática de um sucessor depreciar e descartar ideias do antecessor. Tanto que os pontos centrais das ações são mantidos até hoje. É evidente que medidas de combate à violência devem levar em conta o contexto social e que não se deve ver o Estado como o melhor dos mundos na área da segurança, até porque o confronto com o tráfico de drogas ainda não obteve o êxito esperado. O que importa é que, além das estatísticas, o sentimento de mudança está no cotidiano da população e nas reações das próprias comunidades ao que vem sendo feito. Os cidadãos confiam mais nas suas polícias. A recuperação da credibilidade e da autoridade de órgãos e quadros da segurança pode ser, em meio a tantos benefícios, o mais alentador resultado do que se faz em São Paulo http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.j .