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Uso da prostaglandina E1 no tratamento de cardiopatias congênitas canal dependentes Eula Leisle Braz Lima. Prostaglandin E1 treatment in patent ductus arteriosus dependent congenital heart defects J.Perinat Med 2004;32:368-374 Gyula Talosi, et al
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Uso da prostaglandina E1 no tratamento de cardiopatias congênitas canal dependentesEula Leisle Braz Lima Prostaglandin E1 treatment in patent ductus arteriosus dependent congenital heart defects J.Perinat Med 2004;32:368-374 Gyula Talosi, et al Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS)/SES/DF Coordenação: Sueli R. Falcão, Paulo R. Margotto
Introdução • Durante o período neonatal o ductus arteriosus se fecha em alguns dias devido a hipóxia e a ação das prostaglandinas E1. • Os neonatos não conseguem sobreviver enquanto o ducto estiver patente,portanto o uso de prostaglandina vasodilatadora pode salvar estas crianças. • Se o tratamento medicamentoso não for efetivo tem de se recorrer a correção cirúrgica.
Introdução • A PGE1 e a PGE2 dilatam a camada de músculo liso do ductus arteriosus aumentando o fluxo pelo ducto, ao mesmo tempo ocorre vasodilatação pulmonar e sistêmica. • A PGE1 é indicada em casos de PaO2 <30mmHg e SaO2 < 70% e/ou hipoperfusão sistêmica especialmente com acidose metabólica. • Entretanto as prostaglandinas não são inócuas, tendo um largo espectro de efeitos colaterais.
Introdução • Como conseqüência hemodinâmica,de acordo com a natureza desta patologia pode ocorrer shunt esquerdo-direita ou direito-esquerda com um aumento de fluxo sanguíneo pulmonar ou sistêmico e uma diminuição na resistência vascular pulmonar, bem como uma conseqüente elevação do débito cardíaco.
Metodologia • Objetivos: • Avaliar as indicações e os efeitos colaterais da terapia com PGE1 e comparar os resultados com observações anteriores. • Posto que a terapia a longo prazo com PGE1 pode causar Bartter-like síndrome com alta perda renal de eletrólitos, verificar tal efeito no plasma sangüíneo.
Metodologia • Estudo retrospectivo • Período de Janeiro de 1997 a Dezembro de 2001. • Os dados foram analisados usando o t-test e o p <0.05 e p<0.01.
Metodologia • Grupo: 49 neonatos(30 sexo masculino e 19 feminino) com peso de nascimento de 2752(+- 482g) tratados com PGE1 IV ou VO. • Os pacientes foram divididos em três grupos: • 1)Ducto dependente da circulação sistêmica(16) • 2)Ducto dependente da circulação pulmonar(17) • 3)Completa transposição das grandes artérias(13) • Três pacientes tinham persistência da circulação fetal
Metodologia • O diagnóstico foi pela ecocardiografia. • O tempo de início do tratamento variou entre 35.7 +- 44.3 horas de vida. • A dose inicial foi de 0.05µg/Kg/min sendo depois diminuída para doses menores de 0.025 µg/Kg/min. • A duração média foi de 276 horas. • O tratamento foi suspenso depois da correção cirúrgica da PCA.
Discussão • Viu-se que, em acordo com estudos anteriores, a dose necessária efetiva é menor que a recomendada na bula. • A efetividade do tratamento foi bem demonstrada pela mudanças nos parâmetros ácido-básicos e na PO2. • A leve mudança no pH em direção a alcalose associada ao aumento aceitável do bicarbonato e pO2 reflete uma melhor oxigenação tecidual.
Discussão • Não foram observadas mudanças na respiração; a leve elevação dos valores respiratórios pode inicialmente ser devida a patologia cardíaca. • PGE1 pode agir diminuindo a complacência pulmonar devido a carga de volume. • Isto pode explicar porque os valores respiratórios falham em subir em casos de restrição da circulação sistêmica.
Discussão • Episódios de apnéia podem ser considerados como uma das mais sérias complicações da terapia com PGE 1. • Interessantemente, de acordo com uma observação recente, a apnéia central ocorre mais em prematuros com alto índice de PGE2 intrínseca.
Discussão • Devido aos potenciais efeitos colaterais, a terapia deve ser feita em uma UTI. • Circulação: não houve mudanças significativas tanto dos parâmetros cardíacos como dos valores pressóricos.
Discussão • Ocorreu um caso de hiperostose cortical após um tratamento curto com a PGE1 mas não foram observadas alterações radiológicas nas duas primeiras semanas de terapia. • Em três casos que necessitaram de tratamento por mais de duas semanas, alterações radiológicas de hiperostose cortical puderam ser detectadas.
Discussão • Foi detectada significante diminuição dos leucócitos e granulócitos, apesar da PGE1 poder causar leucocitose. • Se sabe que esta diminuição ocorre no período neonatal,entretanto, a PGE1 tem sido relacionada a infecções e septicemia. • Além de mediar o processo inflamatório, a PGE1 também tem uma importante função de modulação antiinflamatória nas células inflamatórias,diminuindo sua atividade.
Discussão • Febre: gerada por citocinas endógenas mediadas pela PGE1, foi o efeito colateral mais comum, mas que foi tratada apenas com a diminuição da temperatura da incubadora. • Hemorragia intraventricular: foi vista em apenas um paciente com coarctação da aorta. Suspeita se que tenha ocorrido devido aos metabólitos vasoativos liberados da parte inferior do corpo, que , em conjunto com as mudancas hemodinâmicas, foram causa direta da hemorragia.
Discussão • Enterocolite necrosante observada em muitos estudos com PGE1, não foi vista neste. • Os níveis de sódio e potássio não mudam nos primeiros dias de vida, por causa da contração fisiológica do espaço extra celular.O potássio pode aumentar nos prematuros. • Entretanto, neste estudo, o sódio e os cloretos tiveram uma pequena diminuição nos seus níveis enquanto o potássio mostrou uma importante diminuição após o primeiro dia da PGE1.
Discussão • Entretanto, neste estudo, o sódio e os cloretos tiveram uma pequena diminuição nos seus níveis enquanto o potássio mostrou uma importante diminuição após o primeiro dia da PGE1. • Isto pode ter ocorrido por efeitos renais da PGE1: aumento do fluxo sangüíneo renal e da perda sódica com subseqüente secreção de potássio e hidrogênio nos túbulos distais. • Contudo dentro da primeira semana os pacientes não necessitaram de mais reposição eletrolítica.
Conclusão • A PGE1 pode ser usada seguramente nas UTIs e até mesmo no transporte neonatal,se tiver monitoração contínua e ventilação mecânica disponível. • Se a cirurgia corretora tiver de ser adiada, deve-se usar como alternativa a implantação de um stent. • O estudo planeja realizar um novo estudo( follow-up), para verificar os efeitos da PGE1 no manejo renal dos eletrólitos. • O estudo não estava ciente de nenhum caso de hemorragia intraventricular causada por PGE1.
Conclusão • O tratamento foi descontinuado nos pacientes com múltiplas mal formações pois sua continuação não iria resultar em aumento da sobrevivência a longo prazo( sete casos). • 38 pacientes foram submetidos a cirurgia de correção ou paliativa, outros dois pacientes faleceram antes da correção por severas infecções de repetição.