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Maria de Fátima Cardoso Gomes UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE EDUCAÇÃO

"Conhecendo e compartilhando experiências II: Encontro de Formação com Especialistas em Educação Básica." Sala de aula: espaço de aprendizagem, sociabilidade e inclusão. Maria de Fátima Cardoso Gomes UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE EDUCAÇÃO

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Maria de Fátima Cardoso Gomes UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE EDUCAÇÃO

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Presentation Transcript


  1. "Conhecendo e compartilhando experiências II: Encontro de Formação com Especialistas em Educação Básica."Sala de aula: espaço de aprendizagem, sociabilidade e inclusão Maria de Fátima Cardoso Gomes UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE EDUCAÇÃO GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL NA SALA DE AULA/GEPSA

  2. Pressupostos teórico-metodológicos • Ontologia não-dualista :(a) a pessoa é formada, (b) num contexto social, (c) formado através de atividades práticas, (d) e formada em relacionamentos de desejo e reconhecimento, (e) que podem dividir a pessoa, e (f) motivar a procura de identidade.(Packer ; Goicochea, 2000). • Epistemologia: a construção de conhecimento é social e coletiva sempre mediada pela linguagem, pelo Outro e pela cultura (Vigotski, 1983/1995).

  3. SALA DE AULA COMO CULTURAS • O estudo das salas de aulas como culturas é feito, então, por meio das perspectivas histórico-cultural e etnográfica guiado pela análise do discurso que no dizer de Fairclough (1991) “não é simplesmente uma análise da forma se opondo à análise do conteúdo ou do significado” (p.184), é sim uma análise intertextual dinâmica e dialética tal qual concebida por Bakhtin (1992) e que pode mediar a conexão entre linguagem e contexto social.

  4. SALA DE AULA COMO CULTURAS • Por meio da análise da relação entre coletivo e individual que a construção de significados constitui-se como essencial para os processos de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos nos possibilitando entender as salas de aulas social e discursivamente, como culturas. (SBCDG, 1992)

  5. APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO • A aprendizagem é um processo mediado, social e individual que pode criar possibilidades de desenvolvimento mental e cultural; e criar as Zonas de Desenvolvimento Iminentes (PRESTES, 2012) para além das Zonas de Desenvolvimento Real (VIGOTSKI, 1934/1993). • O desenvolvimento da pessoa é um processo mediado, social e individual que pressupõe contradições, idas e vindas, saltos e retrocessos – não segue uma linha reta, linear e progressiva (VIGOTSKI, 1983/1995).

  6. APRENDIZAGEM, DESENVOLVIMENTO • Segundo Moll (1996)Vigotski desenvolveu parcialmente o conceito de ZDIminente como uma crítica e uma alternativa ao teste de Q.I., estático e fossilizado. • Para Vigotski (1983/1995) amadurecer ou desenvolver funções mentais é algo que deve ser encorajado e mediado pela colaboração, e não por atividades independentes ou isoladas. • O que as crianças podem realizar com assistência, ou em colaboração poderão amanhã realizar com independência e competência. Ele queria investigar a formação de processos pela análise de sujeitos engajados em atividades; dentro de uma situação social concreta de aprendizagem e desenvolvimento (em contextos micro genéticos).

  7. APRENDIZAGEM, DESENVOLVIMENTO • O foco não está na transferência de habilidades dos que sabem mais para os que sabem menos – mas no uso em colaboração de recursos mediadores para criar, obter e comunicar significado. • O papel do adulto não é necessariamente fornecer pistas por meio de conversas com as crianças ou em atividades cotidianas de sala de aula – o objetivo é tornar as crianças conscientes da maneira como manipulam o processo de aprendizagem, • aplicando esse conhecimento na reorganização de experiências ou em atividades futuras.

  8. APRENDIZAGEM, DESENVOLVIMENTO • Ex. sala de aula de estudos hispânicos (Moll, 1988, apud Moll, 1996) – o objetivo não era ensinar habilidades específicas, mas a criação de significados e produção de sentidos para o que se lê e não apenas a leitura em si – os professores analisam junto com os alunos a escrita do autor, indagam como lemos, como interpretamos o que lemos, a argumentação do autor, a estrutura do texto, as estratégias do autor e as relações dessas estratégias com o processo de leitura

  9. INCLUSÃO, EXCLUSÃO E MODERNIDADE • A inclusão não é algo pronto, mas, sim, uma prática discursivamente construída na prática de sala de aula e nas políticas públicas educacionais (GOMES, 2004). • É necessário “discutir os processos que envolvem produção, seleção, distribuição, ensino/aprendizagem e avaliação do conhecimento escolar e a sua relação com o controle e dominação sociais”(MEYER 2002, p.56).

  10. INCLUSÃO, EXCLUSÃO E MODERNIDADE • A modernidade cria a noção de sujeito e, ao criá-la encontra, em muitos casos, as justificativas para a existência das desigualdades, próprias da sociedade capitalista, e para os fenômenos de exclusão vividos nessa mesma sociedade. • Segundo Dubet (2000), a modernidade vive o paradoxo das sociedades industriais, entre os princípios de igualdade e as práticas de desigualdades sociais, escolares, etc.

  11. INCLUSÃO, EXCLUSÃO E MODERNIDADE • Inclusão e Exclusão não existem sem o outro – estão intrinsecamente relacionados; • Não se constituem num “estado” resultante de atributos individuais, mas sim, de uma construção social, isto é, de um produto histórico de mecanismos sociais(DUBAR, 1996). • Quem são os estudantes que precisam de ser incluídos nas escolas? Por quê? Para quê? Como? Sob quais condições? Com que resultados? • Como construir oportunidades de aprendizagem para todos nas salas de aulas?

  12. SOCIABILIDADE;INDIVIDUAÇÃO; • NÃO HÁ NADA MAIS SOCIAL DO QUE O PROCESSO DE INDIVIDUAÇÃO (VIGOTSKI, 1929/2000). • Antônio – tocador de violão, pastor de sua igreja, trabalhador no comércio de B.H. • Participante da pesquisa etnográfica desenvolvida de 2006 a 2008 em uma Escola da Rede Municipal de Belo Horizonte. • Instrumentos de pesquisa: observação participante das aulas (gravação em vídeo); entrevistas, fotografias, cadernos de campo.

  13. Sociabilidade; Individuação; Aprendizagem; Desenvolvimento; Inclusão social e escolar • “preciso aprender mais... Ter mais conhecimento... Facilitar mais o meu setor do trabalho; a gente tem mais é que correr atrás... por exemplo, desenvolvimento no trabalho, quer dizer, não perder a oportunidade no trabalho”. (Antônio, 2008, sala de aula de EJA, in Vargas e Gomes, 2013, p.458) – possibilidades de formação de novas identidades com a mediação da cultura escolar.

  14. Sociabilidade; Individuação; Aprendizagem; Desenvolvimento; Inclusão social e escolar • Antônio: “a gente quer aprender, aprende ... aprende.. e morre sem saber. Mas quanto mais aprender, melhor é. Sobre tudo que acontece no país da gente, lá fora, né? O que a gente pode fazer... O que a gente não pode fazer... O que quê que a gente pode assinar um documento ou não...” • Pesq. E isto foi depois que você aprendeu a ler?

  15. Sociabilidade; Individuação; Aprendizagem; Desenvolvimento; Inclusão social e escolar • Antônio: Ah, foi, com certeza! Trabalhar e já ter o meu... o meu... o meu salário independente, eu já trabalhava, né? Mas saber administrar o que eu ganho e adquirir coisas que eu tinha vontade, foi depois que eu comecei a entender... comecei a colocar na ponta da caneta o quê que eu podia gastar, o que eu não podia”. (Vargas e Gomes, 2013, p. 459)

  16. Sociabilidade; Individuação; Aprendizagem; Desenvolvimento; Inclusão social e escolar • Antônio: [...]então eu não sabia lidar com negociação, né? Eu sabia comprar, pagar e receber. Mas assim... eu não sabia lidar com negociação, administrar o meu salário. Pra mim foi importante! • A construção da capacidade de negociar e administrar o próprio salário foi conquistada por Antônio, social e discursivamente, pela mediação da cultura escolar, pelo compartilhamento de saberes.

  17. Sociabilidade; Individuação; Aprendizagem; Desenvolvimento; Inclusão social e escolar • Provocar avanços no desenvolvimento mental e cultural deveria ser o compromisso das escolas, para isso é “preciso que elas orientem o aprendizado no sentido de construir possibilidades de trocas e de compartilhar saberes entre os estudantes e entre os professores e os estudantes, propiciando a criação de ZDIminentes que estão relacionadas não só com a aprendizagem de conteúdos escolares, mas com a construção de identidades, autoconceitos, reconhecimentos (Packer;Goicochea, 2000).

  18. Sociabilidade; Individuação; Aprendizagem; Desenvolvimento; Inclusão social e escolar • Reflexões: Antônio por meio das mediações escolares, aprendizado da escrita e leitura e cálculos, do aprendizado de violão e prática social de leitura em sua igreja pode aprimorar sua capacidade de reflexão, de expor problemas e desafios, produzindo sentidos para o que aprendeu na escola e fora dela. Essas práticas sociais possibilitaram-lhe também refletir sobre seu próprio processo de conhecimento, sobre a (re) construção de sua identidade como leitor do mundo e das letras, tocador de violão e líder da igreja que frequentava. (Vargas e Gomes, 2013)

  19. Sociabilidade; Individuação; Aprendizagem; Desenvolvimento; Inclusão social e escolar • Assim, no processo de escolarização de jovens e adultos analfabetos, assim como de crianças e jovens, aprender a ler e escrever ultrapassa o processo restrito de alfabetização; trata-se de uma aprendizagem permanente da totalização desses sujeitos, que instaura o mundo em que se humanizam, humanizando-o. E esse processo não tem limites (Vargas; Gomes, 2013).

  20. Referências Bibliográficas • BAKHTIN, Mikhail (Volochinov) Marxismo e Filosofia as Linguagem. São Paulo, Hucitec, 1992. • DUBET, François. Lesinégalitésmultipliées. Paris. Éditions de Láube,2000. • GOMES, Maria de Fátima C. Construindo relações de inclusão/exclusão na sala de aula de química: histórias sociais e singulares. Tese de Doutorado em Educação, Faculdade de Educação/UFMG, Belo Horizonte, 2004. • FAIRCLOUGH, Norman. Discourse and text: linguistic and intertextual analysis within discourse analysis. Discourse and Society, 3(2), 193-218, 1993.

  21. Referências Bibliográficas • MEYER, D. E. E. Das (im) possibilidades de se ver como anjo...In: Gomes,NilmaL. & Gonçalves e Silva, Petronilha B. (orgs.) Experiências Étnico-Culturais para a Formação de Professores. B.H.: Autêntica, 2002. • MOLL, Luis C. Vygotsky e a Educação: Implicações Educacionais da Psicologia Sócio-Histórica. Porto Alegre: Artmed, 1996. • PACKER, Martin J.; GOICOCHEA, Jessie. Sociocultural and constructivisttheories of learning: ontology, justnotepistemology. EducationalPhychologist, New York, v.35, n.4, p.227-241, 2000. • PRESTES, Zoia R. Quando não é quase a mesma coisa: traduções de Lev Semionovitch Vigotski no Brasil. Campinas: Autores Associados, 2012.

  22. Referências Bibliográficas • SANTA BARBARA CLASSROOM DISCOURSE GROUP. Constructing literacy in classrooms: Literate action as social accomplishment. In: H. Marschall (ed.) Redefining student learning: roots of educational change, Norwood, NJ: Ablex, 1992. • VARGAS, Patricia G. ; GOMES, Maria de Fátima C. Aprendizagem e Desenvolvimento de Jovens e Adultos: novas práticas sociais, novos sentidos. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 39, n.2, p.449-463, abr./jun. 2013. • VIGOTSKI, Lev S. Obras Escogidas, v. III, Visor-Aprendizaje, 1983/1995 • VIGOTSKI, L.S. (1929/2000) O manuscrito de 1929: temas sobre a constituição cultural do homem. In: Educação e Sociedade: revista quadrimestral de Ciência da Educação/Centro de Estudos Educação e Sociedade (CEDES), n.71, 2000, p.21-44.

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