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ARGUMENTAR É, mais do que apresentar um tema, posicionar-se criticamente diante. Quem argumenta não apenas explica as diferentes correntes de opinião sobre o assunto em tela, como manifesta clara preferência por uma delas. Além disso, tenta convencer o interlocutor de que seu posicionamento – ou seja, a sua TESE – é o mais correto e, para tanto, lança mão de argumentos. Para argumentar o redator precisa explicar as causas e consequências do problema, seus diferentes aspectos e, até, mencionar os argumentos contrários aos seus.
ARGUMENTOS Argumento baseado no sendo comum: Fundamenta-se em valores reconhecidamente partilhados pela maioria das pessoas em uma sociedade. Argumento baseado em citação: Cita a opinião de uma autoridade no assunto em pauta. Argumento baseado em evidências: Apresenta fatos (dados estatísticos, pesquisas, informações científicas, exemplos reais ou hipotéticos, etc.) que comprovem a tese. Argumento baseado no raciocínio lógico: Estabelece relações lógicas entre as ideias. Essas relações podem ser de causa e consequência, de analogia, de oposição, entre outras.
Seção Cartas da Revista Veja, 20/08/03 Só mesmo um bispo católico para apresentar e interpretar com sobriedade e justiça a opinião daquela que, há 2003 anos, forma a consciência moral de homens e mulheres. É de impressionar a verdade e a certeza com que dom Romer trata assuntos tão relevantes para as pessoas. Percebe-se agora por que os católicos não são alvoroçados. Porque aqueles que os guiam sabem onde estão pisando. Cássio Marinho. Osasco, SP
É revoltante como a decadente Igreja Católica permanece, tal qual um avestruz, enterrada nas trevas do preconceito e da ignorância. Esse senhor com seu discursinho intolerante jamais será um homem de verdade, pois desconhece a intensidade do amor de (e por) um(a) companheiro(a), e nunca constituirá uma família. Mas não deixa de ser uma evolução, uma vez que he muito pouco tempo essa mesma Igreja torturava e assassinava homossexuais. Luiz Fernandes. São Paulo, SP
As cartas acima são em resposta à entrevista do Bispo brasileiro, Karl Josef Romer, dada à Revista Veja em 13/08/03, na qual fala sobre a família e diz que os gays podem ter afeto sem sexo e condena o aborto. Leia um fragmento em que ele discorre sobre o documento que a Igreja Católica divulgou condenando o casamento entre homossexuais:
Veja: Uma das maiores queixas é que esse documento se refere à homossexualidade como uma anomalia. O senhor não acha o termo um pouco forte demais? Romer: Com todo o respeito pela pessoa que tem essa tendência, a anomalia é uma palavra que significa que na homossexualidade a expressão sexual, genital, não consegue realizar aquilo que é a ordem fundamental do sexo: a complementaridade e a abertura a uma vida nova. Acho que no caso desse termo seria correta uma interpretação mais serena. Não uma interpretação que queira insinuar algo de desprezo, de ódio. Nada disso.
Veja: Mas o mesmo documento, citando as escrituras sagradas, classifica a homossexualidade como depravação. Isso não é uma depreciação? Romer: A Carta de São Paulo aos Romanos, citada no documento, fala justamente dos homens que deixam de lado o relacionamento natural com a mulher, ardem de paixão uns pelos outros e cometem atos ignominiosos ou depravados. É o próprio texto bíblico que diz isso. Claro que se pode dizer isso de diversas formas. A verdade central é que Paulo certamente diz que o homossexualismo é uma coisa oposta àquilo que Deus no fundo quer com o sexo.