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A QUALIDADE DA PESQUISA QUALITATIVA: ALÉM DOS CRITÉRIOS (FLICK, Uwe. Uma introdução à pesquisa qualitativa . Porto Alegre: Bookman, 2004) por Andrisa e Neridiana Foco: Discutir em torno da qualidade da pesquisa qualitativa – quando utilizá-la e quando utilizar cada um de seus tipos
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A QUALIDADE DA PESQUISA QUALITATIVA: ALÉM DOS CRITÉRIOS (FLICK, Uwe. Uma introdução à pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Bookman, 2004) por Andrisa e Neridiana Foco: Discutir em torno da qualidade da pesquisa qualitativa – quando utilizá-la e quando utilizar cada um de seus tipos – como controlar a qualidade no processo de pesquisa e como aprender a ensinar a pesquisa qualitativa. (Ponto de equilíbrio para a velha questão: Arte e/ou método?) (p.280)
Qualidade na pesquisa qualitativa não pode ser reduzida à formulação de critérios e de pontos de referência para determinar o bom e o mau emprego do métodos. • Questão em relação a qualidade da P.Q. -> planejamento da pesquisa: • Desde aaté • -indicação de planos e métodos de pesquisa - o controle da qualidade ...Nível da... - avaliação do processo - do treinamento da pesquisa - relação entre a atitude e a tecnologia /arte e método ...existente na pesquisa... (p.280)
INDICAÇÃO DA PESQUISA QUALITATIVA TRANSFERINDO A NOÇÃO DE INDICAÇÃO DA TERAPIA PARA A PESQUISA NECESSIDADES DA PESQUISA QUALITATIVA: ESCLARECER MELHOR SOBRE A INDICAÇÃO -> Livros dificilmente prestam qualquer auxílio na decisão sobre quando escolher um método específico para um estudo. Na medicina ou na psicoterapia, a verificação da apropriabilidade de um determinado tratamento para problemas específicos e grupos de pessoas é denominada “indicação” . -> a solução para essa questão está em resolver se um tratamento específico é ou não apropriado (indicado) para um problema específico em um caso específico. (p.280-281)
Transpondo esse conceito para a pesquisa qualitativa, as questões de relevância são as seguintes: • Quando cada um dos métodos qualitativos é apropriado – para que tema? • 2) Que questão de pesquisa? • 3) Que grupo de pessoas (população) ou campos a serem estudados?, e assim por diante. • 4) Quando é que os métodos quantitativos ou uma combinação dos dois métodos são indicados? • Pensando na pesquisa qualitativa: • Que assunto, população, questão de pesquisa, conhecimento sobre o assunto e a população indicam que método ou métodos? • (p. 281)
Como escolher métodos adequados? • Como determinar o plano de pesquisa e/ou selecionar o método para um estudo concreto -> questões a orientar esse momento: • O que eu sei a respeito do meu tema de estudo, ou qual é o grau de detalhamento do conhecimento que já tenho? • 2) Qual o grau de desenvolvimento do conhecimento teórico ou empírico encontrado na literatura sobre o assunto? • Essas questões devem ser resolvidas com base na literatura sobre o assunto. Havendo um conhecimento escasso e uma necessidade de explorar o campo e o tema, ou um claro interesse nessa exploração, o pesquisador deve selecionar métodos que abordem o assunto, as visões dos participantes ou os processos sociais de forma bastante aberta (por exemplo, etnografia ou narrativa em vez de entrevistas semi estruturadas). • (p.281-282)
Para seleção de métodos com maior abertura -> podem ser utilizadas informações nas categorias: • “abertura para a visão subjetiva do entrevistado através de”; • -“abertura para a visão subjetiva dos observados através de”; • ou “abertura para o processo de ações e interações através de” e “abertura para cada texto”. • (p.281)
2) Qual o grau de desenvolvimento do conhecimento teórico ou empírico encontrado na literatura sobre o assunto? 5) Em meu estudo, busco uma aproximação a que? Experiências pessoais (de um grupo) de determinadas pessoas ou processos sociais em formação? Ou estou mais interessado em reconstruir as estruturas subjacentes do meu tema? 7) Qual é o conjunto que eu pretendo estudar? Experiências pessoais, interações, situações, grandes entidades como organizações, ou o discurso? Essas questões referem-se ao modo como teoria e método se combinam no estudo. (p.281-282)
Parte das perspectivas de pesquisa e das posturas teóricas -> designando os métodos de coleta de dados e de interpretação para estes. 6) Devo iniciar logo como uma questão de pesquisa bem focal ou partir de uma abordagem que seja bastante não focal a fim de desenvolver as questões mais focais no decorrer do processo do meu projeto? Refere-se às informações fornecidas nas categorias “estruturação do assunto através de” e “estruturação da análise através de”. Aqui as informações relacionam-se ao tipo de estrutura que o método único oferece ou auxilia. 8) Estou mais interessado no caso único (por exemplo), de uma experiência pessoal com uma doença ou de uma determinada instituição) ou na comparação entre vários casos? Refere-se à decisão por métodos que sejam mais sensíveis ao caso. (p.282-283)
9) Quais são os recursos (tempo, dinheiro, mão-de-obra, habilidades...) disponíveis para conduzir meu estudo? -> métodos sensíveis ao caso exigem muitos recursos. 10) Quais são as características do campo que eu desejo estudar e das pessoas nesse campo? O que você pode e o que você não pode pedir delas? 11) Qual a necessidade de generalização do meu estudo? Decisões tomadas no processo -> devem ponderar as conseqüências e o impacto sobre os dados e o conhecimento a ser adquirido. (p. 283)
REGRAS PRÁTICAS E QUESTÕES-CHAVE PARA PONDERAR ETAPAS E MÉTODOS DA PESQUISA Pesquisa Qualitativa -> romper com a idéia de que um método específico deva ser empregado como correto e único. Deve-se planejar a pesquisa metodologicamente e baseá-la em princípios e na reflexão. As decisões relativas à teoria e ao método na P.Q. devem ser tomadas e ponderadas com base no conhecimento. A tabela abaixo oferece algumas regras práticas de como tomar decisões ao longo do processo de pesquisa e algumas questões-chave que propiciam a reflexão sobre o que se decidiu e se aplicou no andamento do processo de pesquisa. (p.283)
Pesquisadores tomarem decisões concisas e adequadas em relação a sua pesquisa. Indicação dos métodos e abordagem da pesquisa qualitativa -> é uma forma de chegar a decisões metodológicas movidas pela idéia de apropriabilidade dos métodos e das abordagens em relação ao assunto em estudo, à questão de pesquisa a ser resolvida e aos campos e pessoas abordados pela pesquisa. Primeira etapa para: -> GARANTIA E AUMENTO DA QUALIDADE DA PESQUISA QUALITATIVA seguida por um CONTROLE DE QUALIDADE DA PESQUISA que esteja orientado para o processo -> necessário a criação de NOVAS MANEIRAS DE AVALIAÇÃO DA PESQUISA. (p. 283)
AVALIAÇÃO DO PROCESSO E CONTROLE DE QUALIDADE Um dos pontos -> caráter de processo da P.Q. Especificações de procedimentos da confiabilidade e da avaliação da construção da teoria: especificar, e ainda mais, produzir o embasamento da pesquisa qualitativa em relação ao processo de pesquisa. (p. 285) AVALIAÇÃO DO PROCESSO Pesquisa Qualitativa incorpora-se a um processo de um modo especial. Ponto de partida -> sondagem do processo de pesquisa destinada a identificar se a amostragem aplicada está em harmonia com a questão concreta da pesquisa e com o processo concreto (concreto -> as atividades para otimizar a P.Q. devem partir dos estágios do processo de pesquisa qualitativa). (p.285)
Pode-se notar uma mudança de ênfase na avaliação dos métodos qualitativos e na sua utilização Desde ... até uma Mera avaliação da aplicação -> avaliação do processo. (p.285) A aplicação de métodos qualitativos deve, sobretudo, ser julgada quanto à sua investigação com relação à sua incorporação no processo de pesquisa e ao assunto do estudo, e menos em interesse próprio. (p.285-286) DESLOCA-SE O ASPECTO DO EMBASAMENTO -> PARA -> O NÍVEL DO PROCESSO DE PESQUISA. (p.286)
CONTROLE DE QUALIDADE Auditoria A auditoria relativa aos procedimentos -> interessa a P.Q. -> prioridade a solução permanente a causa dos erros do que a uma simples detecção destes. o controle estabelece uma diferença entre: Clientes internos (são aqueles para os quais e com os quais tenta-se obter os resultados) e externos (estão fora do projeto para os quais os resultados são produzidos). (p. 286)
-> “Planejar o processo e o andamento da pesquisa de forma a garantir espaço suficiente àqueles que são estudados é uma aplicação implícita dessa orientação. Para uma avaliação, é possível fazer uma análise explícita desses dois aspectos: até que ponto o estudo avançou de forma a resolver a questão de pesquisa (orientação sobre clientes externos) e permitiu espaço suficiente às perspectivas daqueles que estiveram envolvidos como entrevistados, por exemplo (orientação sobre clientes internos)? (p.286)
Qualidade -> técnicas adequadas com base em uma mentalidade correspondente. Transferindo para a P.Q -> a atitude também conta quando se fala em qualidade. -Responsabilidade por todos os envolvidos -> auto-avaliações ao invés de controle externo. -1ª: definir em conjunto o que é a qualidade e como esta é de fato entendida nesse contexto. Qualidade no processo de pesquisa qualitativa -> se o seu trabalho de produção e avaliação for executado em conjunto com os pesquisadores envolvidos. (p. 287)
Princípios norteadores do controle de qualidade: -definir metas; -documentar o processo e os problemas; -fazer uma reflexão conjunta regular sobre o processo e os problemas. -Qualidade na pesquisa une-se a discussão sobre o controle de qualidade. (p.287)
COMO APRENDER E COMO ENSINAR A PESQUISA QUALITATIVA • Panoramas sobre os métodos da pesquisa qualitativa vêm enfrentando duas dificuldades básicas: • O campo alternativo sob o rotulo de pesquisa qualitativa é muito heterogêneo; risco de oferecer uma apresentação unificada para um assunto ambíguo (canonização e codificação - até que ponto faz sentido essa unidade?) é mais instrutivo esclarecer os diversos objetivos teóricos, metodológicos e gerais das diversas alternativas. • pesquisa qualitativa não é uma mera aplicação de métodos no sentido dos tecnologias. Não consiste apenas na tensão entre a técnica e arte dos métodos, mas inclui uma ATITUDE específica de pesquisa. • (p.287-288)
Atitude que está ligada a: • Primazia do assunto sobre os métodos; • A orientação do processo de pesquisa; • A atitude através da qual o pesquisador deve satisfazer seu “objetivo”. • Além da curiosidade fazem parte desta atitude abertura e flexibilidade na forma de lidar com os métodos. • Não há como ensinar curiosidade e flexibilidade em palestras sobre a história e os métodos da pesquisa qualitativa, o aproveitamento adequado dos métodos qualitativos normalmente decorre da experiência, dos problemas e dos fracassos e da permanência no campo. • (p.288)
Os problemas nos métodos qualitativos intensificam-se, pois o escopo da aplicação e a necessidade da flexibilidade são tão grandes na maioria dos métodos que são muitas as decisões que só podem ser tomadas nas circunstâncias da sua aplicação. Exemplos -> p. 288 Além da teoria a instrução deve incluir -> experiência prática de aplicação dos métodos e do contato com sujeitos de pesquisa concretos; Projetos que combinem ensino e pesquisa -> podem oferecer um esquema para essas experiências práticas -> possibilita a compreensão das opções e limites dos métodos qualitativos. Os procedimentos da entrevista e da interpretação dos dados ->aprendidos em combinação com sua aplicação prática e uma análise conjunta das experiências e dos problemas. ...Fracasso... (p.288-289)
O FUTURO DA PESQUISA QUALITATIVA: ARTE OU MÉTODO? ->Ênfase exagerada que recai sobre o papel da arte; -> Denzin e Lincoln (2000a) - dá a impressão de que a pesquisa qualitativa é uma arte – seção inteira intitulada“A arte e as práticas de interpretação, avaliação e representação” -> oferece poucos conselhos concretos sobre como realizar uma interpretação ou uma avaliação -> mais um resumo da arte do que das práticas ou mesmo dos métodos. Impressão -> questões relativas ao método e como aplicá-los são deixadas de lado ou arquivadas, tachadas de ultrapassadas. (p.289)
Talvez a pesquisa qualitativa deva ser entendida como arte e método. E seja mais recomendável esperar que o progresso advenha da combinação entre avanços metodológicos e as aplicações bem-sucedidas e refletidas destesno maior número de campos e de questões de pesquisa possível. Citação Clifford Geertez (2000) p. 290)