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GESTÃO. 9. Análise de Projectos de Investimento 9.1 A dimensão temporal e o cálculo financeiro 9.2 Critérios de análise da rendibilidade de projectos de investimento 9.3 A organização de um estudo de avaliação de um projecto de investimento

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  1. GESTÃO 9. Análise de Projectos de Investimento 9.1 A dimensão temporal e o cálculo financeiro 9.2 Critérios de análise da rendibilidade de projectos de investimento 9.3 A organização de um estudo de avaliação de um projecto de investimento 9.4 A avaliação de uma empresa como caso particular de avaliação de um projecto de investimento 9. Análise de projectos de investimento

  2. 9.1 A dimensão temporal e o cálculo financeiro 9. Análise de projectos de investimento

  3. Suponham que lhes prometem 1.000 euros. Oferecidos! • O que preferem: recebê-los hoje ou daqui a um ano? • E se daqui a 1 ano puderem comprar o mesmo que comprariam hoje com os 1.000 euros? • Nesse caso não haveria… INFLAÇÃO. • Definição de inflação: aumento sustentado e generalizado do nível de preços. 9. Análise de projectos de investimento

  4. Se a taxa anual de inflação for de 1,5%, qual o valorrealhoje desses 1.000 euros daqui a 1 ano? Dito de outra forma, qual o valor desse dinheiro a preços constantes(1.000 é o valor a preços correntes, do ano)? • Resposta: 1.000 euros/ ( 1 + 0,015)=985,22 euros • Demonstração: Um bem que custe hoje 985,22 euros, custa daqui a um ano 985,22 x 1,015 = 1.000 euros 9. Análise de projectos de investimento

  5. Suponham agora que já receberam os 1.000 euros e os pretendem depositar no banco Podem: • deixar nessa conta só o montante inicial, levantando os juros todos os anos (juros simples) • depositá-los numa conta a prazo em que os juros vencidos ficam a acumular nessa conta gerando mais juros (juros compostos) Vejamos as duas possibilidades: 9. Análise de projectos de investimento

  6. Capitalização Juros Simples Capital ou depósito inicial = 1000; r = taxa de juro = 2% Fluxo<0 corresponde a pagamento Fluxo>0 corresponde a recebimento 9. Análise de projectos de investimento

  7. Capitalização Juros Compostos Capital ou depósito inicial = 1000; taxa de juro = 2 % 9. Análise de projectos de investimento

  8. Capitalização versus Actualização Capitalização Co C1 C2 Cn C2(1+r) n-2  Valor de C2 no ano n C1(1+r) n-1 C0(1+r) n Actualização (ou desconto) Co C1 C2 Cn Cn/(1+r) n C2/(1+r) 2 C1/(1+r)  Valor de C1 no ano 0 9. Análise de projectos de investimento

  9. Outra vez a inflação! • Taxa de juro nominal (tn): a preços correntes, não é corrigida do efeito da inflação • Taxa de juro real (tr): expurgada do efeito da inflação,logo é mais baixa do que a nominal 9. Análise de projectos de investimento

  10. Outra vez a inflação! • Se 2% é a taxa de juro nominal (tn), a preços correntes, qual será a taxa de juro real (tr),dado que a taxa de inflação(ti)é de 1,5 %? • Resposta: Se (1+0,02) = (1+0,015) * (1+tr), então tr = (1+tn)/(1+ti)-1 = 1,02/1,015-1= 0,492%. Aproximadamente, tr = tn – ti = 2% - 1,5% = 0,5% 9. Análise de projectos de investimento

  11. Análise a preços correntes ou constantes • 1.000 euros recebidos hoje capitalizariam daqui a 1 ano 1.000*1,00492 = 1.004,92 euros em termos reais, a preços constantes do ano 0. • Capitalizam 1.000 * (1+0,02) = 1.020 euros em termos nominais, a preços correntes. 9. Análise de projectos de investimento

  12. Análise a preços correntes ou constantes • Inversamente, 1.000 euros recebidos daqui a 1 ano correspondem ao valor actual (hoje!) de 1.000/1,02 = 980,39 se estivermos a trabalhar a preços correntes, com os 1.000 euros a preços do ano 1. Se esses 1.000 euros já estiverem a preços constantes do ano 0, então o seu valor actual é de 1.000/1,00492= 995,10 euros. 9. Análise de projectos de investimento

  13. Análise a preços correntes ou constantes • Conclusão: na análise de um projecto de investimento, fluxos financeiros expressos a preços constantes actualizam-se com taxas reais, e fluxos a preços correntes actualizam-se com taxas nominais. • Actualizar é diferente de deflacionar! 9. Análise de projectos de investimento

  14. Equivalência entre taxas de diferentes períodos inferiores ao ano Por vezes os bancos calculam a taxa infra-anual como uma fracção da taxa anual (nominal) correspondente. Ex: taxa mensal correspondente à taxa anual nominal de 12% rm = 12%/12=1% 9. Análise de projectos de investimento

  15. Equivalência entre taxas de diferentes períodos inferiores ao ano No entanto, a taxa mensal equivalente a uma taxa anual de 12% seria dada por (1+rm)12=1+ra, donde rm=(1+ra)1/12 -1=0.949% Taxas equivalentes: são referidas a diferentes períodos de capitalização, mas, aplicadas a capitais iguais, produzem o mesmo montante de juros em igual tempo. 9. Análise de projectos de investimento

  16. Cálculo de Rendas: Anuidades e Perpetuidades Empréstimo = C Rendas / Pagamentos Constantes = A Período = n (pode ser o nr de anos, trimestres, meses …) Taxa = r (pode ser a taxa infra-anual equivalente: trimestral, mensal…) 0 1 2 ... n C -A/(1+r) -A/(1+r)2 ... -A/(1+r)n Progressão Geométrica: Ex: Aquisição de um automóvel ou de uma habitação 9. Análise de projectos de investimento

  17. Anuidade Factor de anuidade: an  r Perpetuidade 9. Análise de projectos de investimento

  18. Perpetuidade com taxa de crescimento constante g < r 0 1 2 ... n C A/(1+r) A(1+g)/(1+r)2 ... A(1+g)n-1/(1+r)n Ex: Pensão vitalícia que é aumentada g% todos os anos 9. Análise de projectos de investimento

  19. 9.2 Critérios de análise da rendibilidade de projectos de investimento 9. Análise de projectos de investimento

  20. Um investimento… • É qualquer aplicação actual de recursos, visando benefícios futuros. • Os benefícios podem não ser medidos directamente em unidades monetárias, podem ser de ordem social, como os feitos pelo Estado p.ex. na educação, saúde ou vias de comunicação. • Contudo, esse tipo de benefícios extravasa o âmbito da nossa análise que vai ser eminentemente na óptica da (max)rendibilidade empresarial. 9. Análise de projectos de investimento

  21. Neste caso um investimento é … • Uma sequência de fluxos financeiros (cash flows) distribuídos por diversos períodos: • em que o primeiro ou primeiros cash flows são normalmente negativos – despesas de investimento em terrenos, edifícios, equipamentos, licenças e patentes ou, até, em capital circulante, como a constituição e reforço de stocks de matérias primas ou mercadorias. No final do período de investimento a parte destas despesas que seja recuperável constitui o valor residual do investimento. 9. Análise de projectos de investimento

  22. Valor Residual do Investimento • A venda no fim do período em análise (ano n) de um dado activo fixo origina um ganho ou perda extraordinário que, se a empresa for lucrativa, tem impactos fiscais. Deste modo, o valor recebido pela empresa no final do investimento corresponde a: Valor residual do investimento fixo no ano n = Valor Mercado n - (Valor Mercado n – Valor Contabilístico n) * Taxa imposto Sendo: Valor Mercado n = Valor esperado de venda do activo no ano n Valor Contabilístico = Valor de compra – Amortizações Acumuladas 9. Análise de projectos de investimento

  23. Valor Residual do Investimento • Para a empresa lucrativa a diferença entre Valor Mercado e Valor Contabilístico corresponde ao ganho ou à perda (mais-valia ou menos-valia) que vai originar um pagamento de imposto respectivamente superior ou inferior face à situação de ausência dessa mais ou menos-valia. 9. Análise de projectos de investimento

  24. um investimento é (cont.)… • Os outros cash flows são habitualmente positivos e correspondem aproximadamente aos ‘lucros + custos reconhecidos pelo Fisco mas não pagos’ que se prevê obter durante a fase de exploração. • Com mais rigor, esses cash flows de exploração = Resultados Antes de Juros e Impostos * (1- tx. imposto) + Amortizações • Nota:Resultados Antes de Juros e Impostos=RAJI=EBIT, na literatura internacional 9. Análise de projectos de investimento

  25. Exercício de ilustração: 1.Uma empresa investiu 100.000 euros numa nova máquina. 2. Esta é amortizável em 5 anos, findos os quais pode ainda ser vendida por 10.000 euros (valor residual). 3. Sabe-se que a sua produção vai ser vendida por 150.000 euros no 1º ano. 4. Os custos operacionais com pessoal, fse e matéria prima serão, no 1º ano, de 100.000 euros, acrescidos dos custos com amortizações. 5. Proveitos e custos sobem 10% ao ano. 6. A taxa de imposto a pagar pela empresa é de 25% . 9. Análise de projectos de investimento

  26. Resolução do exercício: 9. Análise de projectos de investimento

  27. Vale a pena investir na compra de uma nova máquina? 9. Análise de projectos de investimento

  28. Critérios de rendibilidade a) VAL (Valor Actual Líquido) (em inglês NPV – Net Present Value) VAL >0 VAL1 > VAL2 => P1 preferível a P2 9. Análise de projectos de investimento

  29. No exemplo anterior… • VAL= - 100.000/(1+r)0 + 42.500 /(1+r)1 + + 46.250/(1+r)2 + 50.375/(1+r)3 + + 54.913/(1+r)4 + 67.404/(1+r)5 = = Que taxa r ? 9. Análise de projectos de investimento

  30. Já vimos que … • As taxas de actualização devem ser nominais (e daí maiores!) quando fazemos a análise a preços correntes. Devem ser reais (descontadas da inflação) quando os cash flows estão calculados a preços constantes. • As taxas de actualização nominais premeiam a renúncia ao consumo presente, em função do rendimento futuro (lembram-se dos 1.000 euros oferecidos?) • E que mais …? 9. Análise de projectos de investimento

  31. Rendimento esperado e risco • No caso dos 1.000 euros, o que preferiam? • i) um depósito a prazo em vosso nome, a levantar daqui a um ano, com uma taxa de juro de 2%; • ii) idêntico valor em acções, para venderem daqui a um ano, com um rendimento esperado também de 2%? • E se em ii) o rendimento esperado fosse de 10%? (aqui está um exemplo de trade-off: entre rentabilidade e risco) 9. Análise de projectos de investimento

  32. Modified from Stocks, Bonds, Bills and Inflation: 1998 Yearbook,TM annual updates work by Roger C. Ibbotson and Rex A. Sinquefield (Chicago: Ibbotson Associates (1926-1994) Risk premium Arithmetic (relative to U.S. Standard Series mean Treasury bills) deviation Common stocks 12.2% 8.5% 20.3% Small-company stocks 17.4% 13.7% 34.6% Long-term Corpor.bonds 5.7% 2.0% 8.4% Long-term Gov. bonds 5.2% 1.5% 8.8% Intermediate-term government bonds 5.2% 1.5% 5.7% U.S. Treasury bills 3.7% 3.3 % Inflation 3.2% 4.6% 9. Análise de projectos de investimento -90% 0% 90%

  33. Fonte: http://www.montepio.pt/ePortal/v10/PT/jsp/activos/campanhas.jsp 9. Análise de projectos de investimento

  34. Ainda as taxas de actualização … • Em conclusão, as taxas de actualização devem estar também associadas ao risco do investimento. • As taxas de actualização exprimem o custo de oportunidade do capital. Se o risco é mais elevado, os accionistas querem maior remuneração dos seus investimentos. Caso contrário desinvestem e vão comprar acções de outras empresas. • A taxa de actualização é o custo de oportunidade do capital. O investidor exige receber pelo menos a taxa que obteria em investimentos alternativos com o mesmo grau de risco. 9. Análise de projectos de investimento

  35. Ainda as taxas de actualização … • Assim, as taxas de actualização devem corresponder à soma do rendimento esperado de activos sem risco (rendimentos previsíveis a priori com precisão, como a remuneração dos títulos de dívida do Estado, geralmente mais elevada que a dos depósitos bancários) com umprémio de risco inerente à actividade económica em causa e ao risco financeiro associado ao grau de endividamento da empresa. 9. Análise de projectos de investimento

  36. E a aplicação do critério do VAL… • Se um investimento X é, p. ex.: -1000 1100 E temos um investimento alternativo Y com idêntico risco e um rendimento esperado de: • 10%: VAL 10% (X)= -1000 + 1100 /(1+0,1) = 0 É indiferente investir em X ou Y; • 5%: VAL 5% (X) = -1000 + 1100/1,05=47,6 > 0 É preferível investir em X; • 15%: VAL 15% (X) = -1000 + 1100/1,15=-43,48 <0 É preferível investir em Y. 9. Análise de projectos de investimento

  37. Critérios de rendibilidade b) TIR (Taxa Interna de Rendibilidade) ( em inglês IRR - Internal Rate of Return ) TIR  é a taxa de actualização para a qual o VAL = 0 calcula-se iterativamente 9. Análise de projectos de investimento

  38. Relação entre o VAL e a TIR VAL r (taxa de actualização) r = TIR 9. Análise de projectos de investimento

  39. Problemas no cálculo e na utilização da TIR VAL r (taxa de actualização) r = TIR 1º Pode existir mais do que uma TIR. É o caso, p. ex., da existência de cash-flows negativos intermédios ou finais (investimentos não convencionais). Ex : Co C1 C2 TIR’s -4000 25000 -25000 25 e 400% 9. Análise de projectos de investimento

  40. 2º Pode não existir TIR Ex: C0 C1 C2 1000 -3000 2500 3º A TIR é inadequada para projectos mutuamente exclusivos (ex: temos um terreno – podemos construir nele um prédio ou uma vivenda, mas só uma destas opções) Taxa de actualização=5% • VAL A > VAL B  A melhor que B (o uso da TIR daria informação incorrecta) 9. Análise de projectos de investimento

  41. Critérios de rendibilidade c) Período de Recuperação do Investimento (“Payback Period”):tempo necessário para que os cash-flows gerados pelo projecto igualem (recuperem) o capital investido inicialmente. PB Sem actualização  CFi = 0 i=0 PB Com actualização  CFi/(1+r)i = 0 i=0 com: CFi = cash-flow do período i; PB = nº de períodos do “Payback”; r = taxa de actualização 9. Análise de projectos de investimento

  42. Período(anos) 0 1 2 3 4 5 6 Cash Flows(*) -1000 200 300 400 420 500 700 C.F. Cumulativo -1000 -800 -500 -100 320 820 1520 (*) Não actualizados Pay Back = 3 + 100/[320-(-100)] = 3 + 100/420 = 3.238 Anos  3 anos e 3 meses (0.238*12 meses  3 meses) 9. Análise de projectos de investimento

  43. Critérios de rendibilidade d) Índice de Rendibilidade (em inglês: Profitability Index ou Benefit/Cost Ratio) ou Nota: C0 em módulo 9. Análise de projectos de investimento

  44. Problema idêntico ao da TIR: Investimentos Mutuamente Exclusivos 9. Análise de projectos de investimento

  45. 9.3 A Organização de um Estudo de Avaliação de um Projecto de Investimento 9. Análise de projectos de investimento

  46. Esquema Geral de um Estudo de Investimento 1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJECTO 2. ESTUDOS PRÉVIOS Estudo de mercado Estudo de localização Estudos de impacte ambiental Estudos de engenharia Estudo de fornecimento Estudo sobre mão de obra 3. ANÁLISE DE RENDIBILIDADE DO PROJECTO 4. ESTUDOS COMPLEMENTARES: FINANCIAMENTO, RISCO, ESTATUTO JURÍDICO E FISCALIDADE 9. Análise de projectos de investimento

  47. Estruturação do Dossier I - Identificação dos promotores do Investimento 1 - Denominação Social da empresa ou agrupamento de empresas, departamento ou nome dos promotores individuais 2 - Estrutura jurídica da empresa constituída, ou a constituir, com referência ao capital social 3 - Elementos curriculares/identificativos dos promotores ou principais responsáveis 9. Análise de projectos de investimento

  48. Estruturação do Dossier II - Caracterização Técnico-Económica 1 - Descrição sumária do projecto 1.1 - Principais objectivos 1.2 - Principais características técnicas, Plantas / Layout 1.3 - Mapa síntese do investimento e das principais fontes de financiamento 1.4 - Cronograma do investimento 1.5 - Plano do pessoal afecto ao projecto e de formação 2 - Análise Estratégica e do Mercado 9. Análise de projectos de investimento

  49. Cronograma do Investimento Fonte: Soares et al. (1999) Avaliação de Projectos de Investimento na Óptica Empresarial, Editora Sílabo 9. Análise de projectos de investimento

  50. Estruturação do Dossier III - Estudo da Viabilidade Económico-Financeira 1 - Mapas de Investimento e Amortizações 2 - D.R. Previsionais e Mapas complementares de custos e receitas 3 - Balanços Previsionais e Mapas de Tesouraria e Financiamento 4 - Análise da Rendibilidade e do Equilíbrio Financeiro IV - Anexos 9. Análise de projectos de investimento

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