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Seminário dos Ratos. Lygia Fagundes Telles. Introdução.
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Seminário dos Ratos Lygia Fagundes Telles
Introdução Lygia usa de uma técnica de invenção para mostrar um pouco do que há de mais estranho no homem. Em meio à perturbação, a escritora ignora os limites entre realidade e fantasia, intenção e impulso, cultura e natureza. A autora convida o leitor para uma viagem fascinante ao encontro de ratos que tomam decisões sobre o país. Seminário dos ratos é a reunião de 14 contos que surgiram a partir da indignação da autora, de um difícil trabalho de pesquisa em que ela desejava expressar-se, em cada conto, de uma maneira diferente e queria encontrar a forma mais adequada para dizer o que precisava. O livro é um dos clássicos de Lygia Fagundes Telles, onde ela busca nos personagens uma intensa interpretação de seus sonhos, desejos, medos, mas levando pelo lado da crítica, em um tom detalhista e realista.
Biografia • Seu nome de solteira é Lygia de Azevedo Fagundes. Foi a quarta filha de Durval de Azevedo Fagundes e Maria do Rosário Silva Jardim de Moura, tendo nascido na rua Barão de Tatuí. • Em 1938, dois anos depois da separação dos pais, Lygia publicou o seu primeiro livro de contos, Porão e sobrado com a ajuda de seu pai, assinando como Lygia Fagundes. • Em 1939 terminou o curso fundamental no Instituto de Educação Caetano de Campos. No ano seguinte, ingressa na Escola Superior de Educação Física, também em São Paulo, ao mesmo tempo que freqüenta um curso pré-jurídico, preparatório para a Faculdade de Direito do Largo São Francisco. • Em 1941 começa o curso de Direito e começa a participar activamente nos debates literários, onde conhecerá Mário e Oswald de Andrade, Paulo Emílio Sales Gomes, entre outros nomes da cena literária brasileira. Foi na faculdade que conheceu a poeta que veio a ser a sua melhor amiga, Hilda Hilst. Faz, então, parte da Academia de Letras da Faculdade e escreve para os jornais Arcádia e A Balança. Ao mesmo tempo, trabalha no Departamento Agrícola do Estado de São Paulo para pagar os estudos e a sua própria subsistência. É também em 1941 que termina o curso de Educação Física.
Em 1944 publica Praia Viva. • Em 1950 casa-se com o jurista Gofredo da Silva Teles Jr. (filho de Gofredo da Silva Teles), que era seu professor na Faculdade de Direito e deputado federal, o que a leva a mudar-se para o Rio de Janeiro, onde funcionava a Câmara Federal. • Em 1952, de volta à sua cidade natal, escreve o seu primeiro romance, Ciranda de Pedra, do qual se faria mais tarde uma telenovela e que é editado no ano seguinte, depois da morte da sua mãe. • Em 1960 separa-se de Gofredo e, no ano seguinte, começa a trabalhar como procuradora do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo. • Em 1962 passou a viver com Paulo Emílio Salles Gomes. Inspirada pelo contexto político brasileiro, escreve As Meninas. • Em parceria com Paulo Emílio, fez uma adaptação para o cinema do romance de Machado de Assis, Dom Casmurro, para o cineasta Paulo César Sarraceni - adaptação que adotaria a alcunha da personagem principal: "Capitu". • Em 1970 recebe o Grande Prémio Internacional Feminino para Estrangeiros, na França, pelo seu livro de contos Antes do baile. • Em 1973, o seu romance As Meninas arrebata os principais prémios literários brasileiros: o Prêmio Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras, o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro e o prémio de "Ficção" da Associação Paulista de Críticos de Arte.
Em 1977, é galardoada pelo Pen Club do Brasil na categoria de contos, pela sua colectânea Seminário dos Ratos. • Em sequência da morte do seu companheiro, Paulo Emílio Salles Gomes, assume a presidência da Cinemateca Brasileira, fundada por este. • Em 1982 é eleita para a cadeira 28 da Academia Paulista de Letras e, em 1985, por 32 votos a 7, é eleita, em 24 de outubro, para ocupar a cadeira 16 da Academia Brasileira de Letras, na vaga deixada por Pedro Calmon, tomando posse em 12 de Maio de 1987. • Em 1995, Emiliano Ribeiro apresenta o filme As Meninas, baseado no romance da escritora. • Em 2001 volta a receber o Prémio Jabuti, na categoria de ficção, pelo seu livro Invenção e Memória. • Em março de 2001 recebe o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade de Brasília. • A 13 de Maio de 2005 recebe o Prémio Camões, distinguida pelo júri composto por Antônio Carlos Sussekind (Brasil), Ivan Junqueira (Brasil), Agustina Bessa-Luís (Portugal), Vasco Graça Moura (Portugal), Germano de Almeida (Cabo Verde, pelos PALOP) e José Eduardo Agualusa (Angola, pelos PALOP).
Resumo da Obra As formigas – O conto se passa quando duas universitárias vão morar em um quarto alugado em um sobrado velho. Uma delas é a narradora da história, esta estudava Direito, e sua prima medicina. Logo quando chegam para se instalar, a dona do sobrado pergunta se a estudante de medicina não se interessa pela caixa de esqueletos que o antigo inquilino havia deixado, ela se interessa mais ainda quando descobre que era um esqueleto raríssimo de um anão. Mas no meio da noite da noite o quarto é tomado por um cheiro ruim que parecia ser de bolor, e formigas seguem em direção ao caixote. Para assustar mais ainda, a narradora tinha sonhado com um anão a olhar pra ela. Elas vão até o caixote para ver se tem algum resíduo, e percebem que os ossos mudam de posição. Matam as formigas. No dia seguinte não há restos delas pelo chão. Nesse mesmo dia, a narradora tem outro pesadelo com namorados no mesmo local, é acordada pela prima para ser avisada do reaparecimento das formigas. Os ossos mudam de posição de novo, o anão estava se reconstituindo. A prima resolve ficar acordada para observar, mas acaba adormecendo. Quando acordam o anão esta quase todo reconstituído, e as duas fogem as pressas do local.
Senhor Diretor – Conta a história de uma senhora que ao ver uma capa de revista que considera pornografia no dia do seu aniversário, decide escrever uma carta ao diretor de uma emissora de televisão. Ela vai andando pelas ruas e pensando em sua vida. Depois de um tempo decide ir ao cinema, e começa a pensar em assuntos, por exemplo, se é certo ela ser virgem ainda na idade dela, ou se devia ter aproveitado vários amores e sentimentos como sua amiga Mariana. Ao final do conto ela se descobre como pessoa.
Herbarium – Descreve a história de uma menina que a pedido de seu primo botânico que estava doente, pega folhas em um bosque perto de sua casa. Mas a menina acaba se apaixonando pelo primo, e parou de fazer algumas coisas que ele não gostava, passou a mentir menos. Um dia sua tia viu nas cartas que uma mulher ia vim buscar o seu tio. No outro dia, a menina voltou ao bosque para procurara folhas, e acho a mais perfeita de todas, e decidiu guardar e não contar ao seu primo. Quando chegou a casa dele, a suspeita de sua tinha se confirmado, era um mulher muito bonita por sinal. Então se aproximou para se despedir, mas seu primo percebeu que ela estava escondendo algo, ficou insistindo para que a menina contasse, até que ela entregou a folha que havia achado.
Seminário dos ratos – O conto conta os acontecimentos de uma reunião de pessoas ligadas à política, publicidade e também da área da saúde, em que estavam pensando e criando uma suposta solução para exterminar a grande peste de ratos que assolava o país, que já chegava a um total de cem ratos para cada habitante. Era um seminário contendo tantos cidadãos do próprio país, como também americanos, e todos em prol de uma mesma causam: acabar com essa grande concentração de ratos que já estava danos desastrosos. Esse sétimo seminário acabou com os ratos devorando toda a comida, fios, casa e não se sabe se as pessoas também, quem conta isso é o Chefe das Relações Públicas, que para se salvar do ataque dos ratos acaba se escondendo dentro da geladeira.
Tigrela – Retrata uma conversa entre a narradora e uma velha amiga, Romana, que decepcionada com seus relacionamentos se entrega a uma tigresa, Tigrela. Acaba percebendo que o animal tem um comportamento parecido com o humano, anda com jóias, é vaidosa. Quando Romana dorme com o antigo romance, Tigrela pensa que ela vai retornar ao relacionamento antigo. Esta passa a não comer por mais que se insista. Então a dona dá-lhe álcool misturado com leite e deixa as janelas abertas, na esperança de que quando volte o porteiro lhe dê a noticia de que uma mulher nua se atirou do terraço.
A sauna – Na sauna um homem começa a lembrar de seu passado. Lembra de sua ex-namorada Rosa, pela qual sua atual mulher sempre quer saber algo. Rosa tinha feito muitas coisas por ele, abortado um filho porque ele achava que era hora, vendido a casa para lhe dar uma viagem onde ele terminaria um curso. Mas ele também se lembra que ao final do curso conhece a atual mulher e decide ficar com ela por ser mais rica que Rosa. Acaba se tornando um pintor conhecido e famoso. Depois de se lembrar de tudo isso, começa a se sentir mal, mas acha que é muito tarde para voltar atrás e pedir desculpas. Quando sai da sauna se sente mais limpo e novo.
Pomba enamorada ou Uma história de amor – Conta a história de uma menina apaixonada perseguia e fazia cartas de amor para conquistar o amor de um rapaz e assinava como pomba enamorada. Tudo era feito por ela, mas ele não se mostrava interessado, não retribuía. Então foram ficando cada vez mais distantes, e assim os anos começaram a se passar. Muitos anos depois os dois começaram suas vidas ao lado de outras pessoas. Mas certo dia ela foi ver sua sorte e foi avisada que tinha chances de reencontrar um antigo amor nunca esquecido. Assim ele o encontra no metrô, e o encontro foi maravilhoso.
WM – Wlado perde sua irmã muito cedo. E essa perda trouxe muitos problemas na vida dele. Via sua irmã todos os dias e dizia que ela escrevia as iniciais WM por toda a parte. Mas o que ele não se dava conta é que ele próprio que escrevia. Sofre tanto, que em um momento de distúrbio mata sua própria namorada, o que leva a sua internação em um manicômio.
Lua crescente em Amsterdã – Conta a história de um casal que está em um jardim em Amsterdã. Tudo indica que eles saíram numa espécie de aventura de amor, que por fim já não existia mais, nem o amor e nem a aventura. A mulher está com muita fome e tenta ganhar um pedaço de bolo de uma menininha que se aproxima e depois, assustada, sai correndo. Os dois então começam a brigar, pela situação precária em que se encontram, já que esperavam uma melhor vida nesse país. O conto acaba com o homem desejando ser um pássaro e com a mulher desejando ser uma linda borboleta antes de dormirem no branco frio do jardim. Então quando a menina volta ao local para dar comida a mulher que antes desesperadamente lhe pedia um pedaço de bolo, não os encontrou, mas sim um pássaro bicando uma borboleta.
O x do problema – A história se passa em uma casa bem simples onde mora o casal, César e Clorinda com o filho Duda. Eles estão reunidos tentando arrumar a televisão para ver um programa de perguntas e respostas em que um amigo participava, Aryosvaldo, onde o prêmio seria de um milhão de reais. Enquanto o programa está passando a Clorinda começa a se preocupar, pois começa meio que a chover, porém seu filho só se preocupa em se coçar e seu marido nem presta atenção de tão alienado que estava com o programa. Por fim o Ary ganha a competição, a chuva vem, mais César nem dá importância, pois o que realmente lhe importava é que seu amigo havia ganhado o dinheiro, na esperança de receber alguma ajuda.
A mão no ombro – Tudo começa com um homem sonhando. Ele está em um lindo jardim, em que o perfume era de ervas úmidas, a luminosidade era baixo, silencioso e muito belo. Nele havia uma estátua de uma mulher onde antes corria água. Tudo era muito encantador. Porém a situação muda, onde a morte, segundo o homem, cada vez mais se aproximava por trás dele, para tocar em seus ombros e lavá-lo com ela. Para fugir desse pesadelo, ele tenta acordar até o momento em que consegue. Nesse dia após acordar ele começou a valorizar cada ação que fazia, como se fosse a última vez. Prestou atenção em detalhes que a tempo passava despercebido por ele, como por exemplo a sua própria família. Então neste mesmo dia, quando ele está dentro do carro para ir a compromisso, as imagens do sonho retornam e como para escapar da morte no sonho ele havia acordado, ele resolveu dormir para então escapar novamente da mesma. O problema é que ao dormir o sonho iniciou exatamente onde havia sido interrompido, e por fim a morte toca em seus ombros.
A presença – O conto fala sobre um jovem de vinte e cinco anos que quer se hospedar em um hotel. Até aí tudo normal, mas o porteiro do hotel estranhou muita a intenção do jovem, pois, a maioria dos hospedes do hotel eram mais idosas. Numa visão pessimista o porteiro insistiu que o jovem, com toda a sua sagacidade, não se hospedasse ali, para que os senhores e senhoras ali presentes não se incomodassem, já que já, possuíam suas próprias neuroses, inseguranças e problemas com as lembranças do que já haviam sido e no que se tornaram. E ele seria a representação de tudo o que haviam perdido com o passar dos anos. Por fim o moço se hospeda no hotel apesar das advertências do porteiro dizendo que ele seria importuno. E na sua primeira noite após o jantar, Lygia deixa meio que a duvida em que ele teria sido envenenado por um dos velhinhos com a amarga goiabada com queijo.
Noturno amarelo – Começa com o casal Laura e Fernando parados na rua por ter acabado a gasolina do carro. A relação dos dois já não ia muito bem e eles estavam iniciando uma discussão. Então enquanto esperava Fernando providenciar o combustível, Laura sente um leve perfume e começa a segui-lo, quando de repente se vê na casa de seus familiares. Lá ela é muito bem recebida por sua mãe, Ifgênia, mas nem todos ali presentes tinham boas lembranças dela. Assim, não se sabe por quanto tempo, esteve entre todos se desculpando ou ao menos podendo conversar sobre suas culpas. O título porque sua avó que estava ao piano mostrando uma composição de sua autoria: Noturno amarelo, para a neta visitante, que vê sua irmã caçula, Ducha dançar ao som da música. Tudo acaba com Laura se confundindo entre as lembranças e realidade, que por fim constata que a casa, o piano, tudo, nada estava presente ali e que o acontecimento teria sido parte de sua imaginação. Em seguida reencontra Fernando que nem percebera que ela tinha saído ou não do carro, e eles segue viagem.
A consulta – O conto se passa pelo o que parece em um sanatório, em que o médico coordenador é o Doutor Ramaziam. Então um dia o doutor precisou dar uma saída e como sua secretária, Dona Dóris, não estava naquele momento ele revolveu chamar um de seus pacientes, Maximiliano, para substituí-la atendendo os telefonemas e anotando os recados. Só que, ao invés, de Max apenas atender ao telefone ele acabou por atender um dos pacientes do doutor, chegando a aconselhar o homem, que estava com uma fobia enorme da morte, que se matasse, pois o único jeito de enfrentar a morte era propriamente morrendo. O conto acaba com o homem saindo desolado da vida do consultório, e com o Max mentindo que não havia feito outra coisa além do que lhe haviam pedido.
Críticas Ambiguidade e ironia em Lygia Fagundes Telles Urbano Tavares Rodrigues Grande admirador de Lygia Fagundes Telles, Urbano Tavares Rodrigues seguiu de perto a evolução da sua obra e conviveu com a escritora durante as suas frequentes viagens ao Brasil, terra de exílio do seu irmão Miguel. Em Histórias do Desencontro, livro que constituiu para o autor a revelação do seu talento, encontra-se já "em germe, o seu universo: um mostruário, mais interior que exterior, de vida em que se tocam, se repelem, se frustram, dita com a contenção dos maiores escritores, mormente dos contistas, a escolha o essencial e do lacunar, a importância do subtexto, as grandes obsessões da autora – a morte, a outra possível dimensão dos seres, o amor em fuga ou as tentações e traições e euforias envinagradas."
Na linguagem só aparentemente coloquial de Lygia Fagundes Telles e no seu olhar sobre as coisas perpassa sempre uma ironia de matizes afectivos e uma ambiguidade bem patente, por exemplo, no dissolver da oposição entre o bem e o mal característica das histórias de A Noite Escura mais eu. Ambiguidade e ironia são aliás, dois traços marcantes da escrita de Lygia Fagundes Telles, desde o romance de adolescência, Ciranda de Pedra, passando por As Meninas, obra de uma juventude empenhada nas lutas dos anos sessenta, até ao deslumbramento de A Noite Escura mais eu, uma extraordinária reflexão sobre a morte. Neste livro de contos, a economia narrativa e estilística de Lygia Fagundes Telles - expressa na ironia, no não dito, no ecletismo dos processos de enunciação em que as personagens são frequentemente animais e até objectos inanimados - atinge, segundo Urbano Tavares Rodrigues, a perfeição.
Para Lygia, nos livros sua vida vira vestígios, Clarice Lispector Com a mesma sinceridade e naturalidade com que afasta a afetação, Lygia consegue falar em sonhos e esperança sem passar por perto da pieguice. Sonhar, para esta leitora apaixonada do filósofo romeno E.M. Cioran, é a convicção de que escrever vale a pena. E é também sinônimo da imaginação desenfreada criada em meio a uma infância "descabelada, selvagem", vivida entre cidades do interior paulista. Apesar de contar muitos casos, desfazer os limites entre realidade vivida e inventada, Lygia recusa com firmeza que sua obra tenha uma chave autobiográfica.
Para os críticos, a fama da escritora é explicável: o texto de Lygia retrata as dúvidas da sociedade contemporânea, na qual as pessoas sabem, por exemplo, que seu casamento faliu, mas não saberiam apontar exatamente a razão do fracasso. Os personagens de Lygia são pessoas comuns, apanhados em situações aparentemente banais e sem grandes tragédias. Há, no entanto, algo que as desintegra interiormente. “Um dos grandes méritos dela é sugerir dramas através de pequenos detalhes, como um gesto ou um olhar”, afirma a crítica literária Nelly Novaes Coelho, 66 anos, professora de Literatura Portuguesa na USP. Este é um dos segredos de Lygia, cujos textos não criam palavras, como Guimarães Rosa, nem mergulham tão fundo tentando explicar as angústias do ser humano, como Clarice Lispector - dois escritores surgidos à mesma época que Lygia. “As palavras, em Lygia Fagundes Telles, são claras, usadas com enfoque realista e conscientes de que não explicarão muita coisa", diz Nelly.
Conclusão Com a leitura do livro podemos perceber que os contos da autora são cheios de simbologia e descrições. São passagens que fogem à lógica com que entendemos o mundo, provocando uma sensação de mistura entre realidade e fantasia tanto ao leitor, quanto aos personagens. Há claramente a predominância de personagens mulheres, mesmo quando o protagonista é masculino, com em “Sauna”, pode-se perceber que na maioria do tempo a reflexão gira em torno da avaliação dos efeitos de sua atitude diante das mulheres que já passaram em sua vida. Constata-se também que ela faz um estudo minucioso na mente de cada personagem, sondando-lhes sonhos, desejos, devaneios, medos, incertezas, angústias, mas tudo isso sem dificultar o entendimento do leitor, pois é colocada de uma maneira muito clara a característica íntima de cada ser da história.
Os finais das histórias eram sempre inesperados e surpreendentes, confirmando assim o pensamento que Lygia tinha: de que na vida nada é certo ou obvio. Tem o aprofundamento de assuntos específicos e, em alguns deles, sobressaem-se aspectos de crítica social. Porém a critica social, a ironia de alguns costumes, o humor presente em muitas horas e também o “estranho” de algumas situações se fundem com a análise da alma e do comportamento humano, característica mais forte e presente nos contos.
Questões de Vestibular 1- Lygia Fagundes Telles quer no conto quer no romance explora questões referentes aos conflitos humanos como a solidão, relacionamentos amorosos conturbados, comportamentos sociais em conflito, a morte, o amor, a consciência, sonhos, memórias, o cotidiano e sua pobreza, o homem versus o seu tempo e mundo agitado. Segundo as características dessa autora pode-se dizer que ela deu continuidade a que movimento literário? a) Arcadismo b) Pré-modernismo c) Segunda fase do romantismo d) Terceiro momento do modernismo e) Terceira fase do romantismo
2- Publicado em 1977, Seminário dos Ratos, de Lygia Fagundes Telles, prova por que sua autora é uma das grandes damas da prosa brasileira. Seus livros costumam enfocar a classe média paulista, flagrando sempre o seu cotidiano, o que dá a seus textos um tom entre detalhista e realista. No entanto, vai além das caracterizações desses dois rótulos.Seu tom minucioso faz com que sempre se mergulhe na mente de suas personagens, sondando-lhes sonhos, desejos, devaneios, medos, incertezas, angústias, mas de uma forma que não se aproxima do quase hermetismo de outra dama da prosa brasileira chamada: a) Nélida Piñon b) Clarice Lispector c) Ana Maria Wilheim d) Rachel de Queiroz e) Cecília Meireles
3- Os contos de Lygia Fagundes Telles são carregados de simbologia, o que seria esperado, graças à concisão que caracteriza essa forma narrativa. Porém, no caso de Seminário dos Ratos, tal procedimento empurra o texto tanto para o fantástico quanto para o mágico. Entende-se por fantástica a narrativa que apresenta elementos que fogem à lógica com que entendemos o mundo, provocando estranhamento tanto no leitor quanto nas personagens. É o que ocorre no primeiro conto, “As Formigas”. No entanto, quando esse estranhamento não se processa entre as personagens, que acabam instaurando uma nova lógica de mundo, passa-se então a ter o mágico, também chamado realismo mágico. É o que, de certa forma, ocorre no conto: a) A Sauna b) O x do Problema c) Seminário dos Ratos d) A Consulta e) Tigrela
4- O conto Herbarium fala do primeiro amor, do amadurecimento da menina (por parar de roer as unhas, parar de mentir, etc.) que passa de uma menina para uma mocinha, ela passa por uma situação confusa que é o primeiro amor, porém, o que ele percebeu quando ela dá folha para o primo? 5- Considerando o livro de Lygia Fagundes Telles, O seminário dos Ratos, nota-se uma semelhança entre os contos A Sauna e o Senhor Diretor. Em que aspectos isso poderia ser afirmado?
Referências Bibliográficas • http://www.instituto-camoes.pt/revista/ambigirnlygia.htm • http://www.releituras.com/lftelles_bio.asp • http://pt.wikipedia.org/wiki/Lygia_Fagundes_Telles
Grupo • Fernanda • Lorena • Maria Otávia