1.04k likes | 1.28k Views
AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE PROJETOS DE E&P Aula 1 (04set10) Prof.: Ozualdo S Toyoda Consultor e Eng. de Petróleo Sênior ozualdo_toyoda@yahoo.com.br. 1 - Matemática Financeira. 1 - Matemática Financeira.
E N D
AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE PROJETOS DE E&P Aula 1 (04set10) Prof.: Ozualdo S Toyoda Consultor e Eng. de Petróleo Sênior ozualdo_toyoda@yahoo.com.br
1 - Matemática Financeira A Matemática Financeira é uma ferramenta útil na análise de algumas alternativas de investimento ou de financiamentos de bens de consumo. Consiste em empregar procedimentos matemáticos para reduzir a operação financeira a um Fluxo de Caixa.
Conceitos Pertinentes: UTILIDADE – investir no mercado financeiro significa deixar de consumir hoje para consumir amanhã, o que só é atraente quando o capital recebe remuneração adequada. INCERTEZA - sempre existe a possibilidade do investimento não corresponder às expectativas OPORTUNIDADE - os recursos disponíveis para investir são limitados: ao se decidir por determinado projeto perdem-se oportunidades de ganhos em outros; é preciso que este ofereça retorno satisfatório. 1 - Matemática Financeira
JURO Do ponto de vista econômico, juro é o preço cobrado (ou pago) pelo capital emprestado por um certo período de tempo. Este capital consiste de bens, como dinheiro, ações, bens de consumo, propriedades ou mesmo indústrias. O juro é calculado sobre o valor destes bens ou dinheiro. O juro pode ser compreendido como uma espécie de "aluguel sobre o dinheiro". É a compensação feita a quem emprestou o dinheiro, pelos investimentos úteis que poderiam ter sido feitos com o dinheiro emprestado; 1 - Matemática Financeira
TAXA DE JUROS Quem for capaz de poupar até possuir a quantia suficiente para adquirir seu desejo, e neste ínterim estiver disposto a emprestar esta quantia a alguém, menos paciente, deve ser recompensado por esta abstinência, na proporção do tempo e risco que a operação envolver. O tempo, o risco e a quantidade de dinheiro disponível no mercado para empréstimos definem qual deverá ser a velocidade de remuneração, mais conhecida como taxa de juros. A quantia emprestada, ou o valor dos bens emprestados, é chamada de principal. 1 – Matemática Financeira
1 - Matemática Financeira Os juros podem ser capitalizados segundo dois regimes: simples ou composto. JUROS SIMPLES: o juro de cada intervalo de tempo sempre é calculado sobre o capital inicial emprestado ou aplicado. JUROS COMPOSTOS: o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir do saldo no início de correspondente intervalo. Ou seja: o juro de cada intervalo de tempo é incorporado ao capital inicial e passa a render juros também.
Quando usamos juros simples e juros compostos? A maioria das operações envolvendo dinheiro utiliza juros compostos (por razões óbvias!). Estão incluídas: compras a médio e longo prazo, compras com cartão de crédito, empréstimos bancários, as aplicações financeiras usuais como Caderneta de Poupança e aplicações em fundos de renda fixa, etc. Raramente encontramos uso para o regime de juro simples: é o caso das operações de curtíssimo prazo, e do processo de desconto simples de duplicatas. 1 - Matemática Financeira
Diferença Matemática entre Juros Simples e Compostos 1 - Matemática Financeira
Juros Simples e Compostos 1 - Matemática Financeira Se um eletrodoméstico custa R$ 3.000,00, você dá R$ 500,00 de entrada e paga R$ 2.800,00 daqui a seis meses, calcule: 1 – A taxa de juros no regime de juros simples Resp: 2,00% a.m. 2 – A taxa de juros no regime de juros compostos: Resp.: 1,91% a.m. Exercício a ser realizado em aula
1 - Matemática Financeira TAXA NOMINAL A taxa nominal de juros, relativa a uma operação financeira, pode ser calculada pela expressão: Taxa nominal = Juros pagos / Valor Nominal do empréstimoAssim, por exemplo, se um empréstimo de $100.000 deve ser quitado ao final de um ano, pelo valor monetário de $150.000, a taxa de juros nominal será dada por: Juros pagos = $150.000 – $100.000 = $50.000 Taxa nominal = in = $50.000 / $100.000 = 0,50 = 50%
1 - Matemática Financeira TAXA REAL A taxa realexpurga o efeito da inflação (É a taxa nominal corrigida pela taxa inflacionária). Um aspecto interessante sobre as taxas reais de juros é que elas podem ser, inclusive, negativas! Relação entre as taxas de juros nominal e real: P =Capital aplicado por um período de tempo unitário, a uma certa taxa nominal in. S1 = Montante ao final do período e S1 = P (1 + in) [1] Taxa de inflação (desvalorização da moeda) no período igual a j. Capital corrigido pela inflação: S2 = P (1 + j) [2]
1 - Matemática Financeira (Cont. de TAXA REAL) A taxa real de juros, indicada por r, será aquela que, aplicada ao montante S2 , produzirá o montante S1. Então: S1 = S2 (1 + r) [3] Substituindo [1] e [2] em [3], vem: P (1 + in) = P (1+j) (1 + r) Logo:(1 + in) = (1+r) (1 + j), onde: in= taxa nominal de jurosj = taxa de inflação no períodor = taxa real de juros Se a taxa de inflação for nula no período, isto é, j = 0, teremos as taxas nominal e real coincidentes.
Taxa Real x Taxa Nominal Numa operação financeira com taxas pré-fixadas, um banco empresta $120.000,00 para ser pago em um ano com $150.000,00. Sendo a inflação durante o período do empréstimo igual a 10%, calcular as taxas nominal e real deste empréstimo. 1 - Matemática Financeira Exercício a ser realizado em aula
2 – Fluxo de Caixa Por mais complexos e diferentes que sejam os projetos a serem analisados, todos eles podem ser representados por um fluxo de caixa, ou seja, entradas e saídas de capital, dispostas emum horizonte temporal. Os fluxos de caixa podem ser representados na forma de tabela ou diagrama.
2 – Fluxo de Caixa Fluxo de Caixa em Tabela
2 – Fluxo de Caixa Diagrama de Fluxo de Caixa
2 – Fluxo de Caixa Diagramas de Fluxo de Caixa Devido às limitações práticas de se precisar os exatos momentos em que as despesas e receitas ocorrerão, a escala de tempo é dividida em períodos definidos. Nestes diagramas, a linha horizontal representa a escala do tempo, usualmente medido em anos, mas também pode ser medido em semestres, trimestres, meses, etc. As setas verticais para cima representam entradas de dinheiro e, as setas verticais para baixo, saídas de dinheiro.
3 - Fluxo de Caixa Descontado (FCD) eValor Presente Líquido (VPL)
2 – Fluxos de Caixa e o Valor Presente (P) Ver notação dos vetores no slide seguinte.
3 - Fluxo de Caixa Descontado (FCD) eValor Presente Líquido (VPL)
Valor Presente Líquido - VPL É a soma algébrica dos custos e dos benefícios líquidos do projeto, previstos durante sua vida econômica, trazidos (descontados) para a data de atualização do fluxo de caixa (data base), utilizando-se para isso a taxa de desconto apropriada: a Taxa Mínima de Atratividade (TMA) do negócio. Podemos representar o VPL pela seguinte equação: Taxa Mínima de Atratividade – TMA É definida como a taxa de desconto que garante o retorno mínimo do projeto, de modo a assegurar a remuneração do capital próprio e do capital de terceiros. Essa taxa é obtida através do cálculo do Custo Médio Ponderado de Capital - CMPC ou WACC - Weighted Average Cost of Capital. 3 - Fluxo de Caixa Descontado (FCD) eValor Presente Líquido (VPL)
Custo Médio Ponderado de Capital – CMPC Os recursos para investimento podem ter origem em duas fontes: capital próprio (Equity) e capital de terceiros (Debt). O CMPC pode ser calculado através da seguinte expressão: CMPC = Ke x [ E / ( E + D )] + Kd x ( 1 - T ) x [ D / ( E + D )]onde: Ke = custo do capital próprio; Kd = custo do capital de terceiros; T = alíquota de Imposto de Renda e de Contribuição Social; E = capital próprio – Equity. D = capital de terceiros – Debt; (E / (E+D)) = proporção do capital próprio em relação ao capital total; (D / (E+D)) = proporção do capital de terceiros em relação ao capital total. 3 - Fluxo de Caixa Descontado (FCD) eValor Presente Líquido (VPL)
Custo Médio Ponderado de Capital – CMPC (cont.) O capital próprio é remunerado por uma taxa “livre de risco” mais um prêmio de risco, ponderado pela sensibilidade (do retorno do ativo em análise) a variações do retorno do mercado. Essa remuneração equivale ao custo do capital próprio, que é a remuneração mínima esperada pelo acionista ao investir na empresa. O modelo denominado CAPM – Capital Asset Pricing Model– permite estimar esse custo, através da seguinte fórmula: Ke = Kf + β (Km – Kf) onde: Ke = taxa de retorno (custo) do capital próprio, ajustada ao risco do ativo (projeto); Kf = taxa livre de risco ou “risk-free”; Km = taxa de retorno esperada do mercado; β = sensibilidade do retorno do ativo a variações do retorno do mercado; e (Km – Kf) = prêmio esperado sobre o risco de mercado. 3 - Fluxo de Caixa Descontado (FCD) eValor Presente Líquido (VPL)
Custo Médio Ponderado de Capital – CMPC (Cont.) O capital de terceiros, por sua vez, é remunerado pela taxa de juros negociada com os agentes financiadores, refletindo o risco de crédito da Companhia. Essa taxa deve ser deduzida dos impostos (os juros são dedutíveis do lucro tributável e, por isso, a taxa efetiva é menor do que a taxa nominal paga aos bancos). O cálculo do CMPC deve se basear na proporção esperada de capital próprio e de terceiros, isto é, aquela que se pretende adotar no futuro, baseada na estrutura ótima de capital de uma Companhia. Desse modo, aplicando-se o CMPC esperado como taxa de desconto na análise de investimento, estará sendo adotada uma política de se investir em projetos cuja rentabilidade permite remunerar os acionistas e os demais financiadores. A ponderação E / (E+D) ou D / (E+D) deve ser da Companhia e não do projeto, pois o relevante para os financiadores é o nível de endividamento da Companhia. 3 - Fluxo de Caixa Descontado (FCD) eValor Presente Líquido (VPL)
Custo Médio Ponderado de Capital – CMPC (Cont.) Uma empresa de petróleo integrada,(upstream, midstream e downstream) em razão do risco diferenciado de suas áreas de negócio, deve considerar na análise de seus projetos de investimento taxas de desconto específicas. Cada Área de Negócio da empresa, na análise de seus projetos, deve utilizar como taxa de desconto o seu próprio CMPC, o qual refletirá seu risco específico e o patamar mínimo requerido para a rentabilidade do projeto. Para projetos desenvolvidos em países diversos, cada Área de Negócio deve utilizar seu CMPC por país, de modo a retratar seu risco (geopolítico) específico. 3 - Fluxo de Caixa Descontado (FCD) eValor Presente Líquido (VPL)
3 - Fluxo de Caixa Descontado (FCD) eValor Presente Líquido (VPL) Concentração de Vetores x Data Base (1) Exercício a ser realizado em aula
3 - Fluxo de Caixa Descontado (FCD) eValor Presente Líquido (VPL) Concentração de Vetores x Data Base (2) Exercício a ser realizado em aula
4 - Inflação (leitura opcional sobre Inflação – clique duas vezes para ler o texto na íntegra)
5 - Fluxo de Caixa Nominal x Real Fluxos de Caixa e taxas de desconto devem ser coerentes perante a inflação: Duas maneiras de tratar a inflação: Fluxos de Caixa em valores nominais (valores correntes, moeda das datas em que ocorrem): são descontados à taxa nominal (kN) Fluxos de Caixa em valores reais (ou constantes, moeda de hoje): são descontados à taxa real (kR) (mais simples) (1 + Taxa Nominal) = (1 + Taxa Real) (1 + Inflação) (1 + kN) = (1 + kR) (1 + Inflação) kR = [ (1+ kN) / (1 + inflação) ] - 1
O VPL pode ser calculado a partir do FC real ou nominal: Seja um investimento de $100 com uma receita nominal de $150 daqui a 1 ano. Se o custo real (kR) do capital é 10% a.a. e a inflação projetada é de 8% a.a., qual é o VPL do projeto? 5 - Fluxo de Caixa Nominal x Real Exercício a ser realizado em aula
Dado o FC Nominal, um custo de capital nominal (kN) de 14% e uma inflação de 4%, calcular o VPL usando os dois métodos (valores nominais e valores reais). 5 - Fluxo de Caixa Nominal x Real Exercício a ser realizado em aula
5 – Fluxo de Caixa Nominal x Real Inflação: o mundo real pode ser muito mais complexo !! Podem ocorrer impactos diferentes da inflação nos custos e nas receitas. Em ambiente de inflação elevada a incerteza no mercado é maior. Podem existir diferentes índices de inflação (setoriais) para calcular valores reais de custos e preços. Mesmo em economias de inflação baixa, preços e custos oscilam, não por força de uma inércia monetária (desvalorização da moeda), mas pela lei da oferta e da procura.
5 - Fluxo de Caixa Nominal x Real Inflações Diferentes: Qual o VPL do projeto de produção de bobinas elétricas, pelos dois métodos (nominal e real): Investimento inicial = $ 5.000.000; Produção da planta = 45.000 bobinas/ano; Vida útil do projeto = 2 anos; Preço de venda de uma bobina = $ 125, mas a projeção é um crescimento no preço de 9 % a.a. (escalation); Custo total de produção é de $70/bobina, mas espera-se um crescimento no custo de 2 % a.a. (escalation); A inflação projetada é de 6 % a.a.; e O custo do capital, em termos nominais (kN) é 11% a.a.
Taxa Interna de Retorno (TIR) é a taxa de retorno implícita no fluxo de caixa, que só depende da relação entre os valores positivos e negativos, a qual iguala os desembolsos aos embolsos, isto é, torna o VPL=0. A TIR é uma taxa média que considera toda a vida econômica do projeto e é calculada obtendo-se as raízes da equação: Esse tipo de equação é resolvido por algoritmos matemáticos iterativos, uma vez que a TIR é calculada obtendo-se as raízes reais de um polinômio de grau “n” (número de períodos no fluxo de caixa). 6 - Fluxo de Caixa eTaxa Interna de Retorno (TIR)
Dos slides 39 e 40: 6 - Fluxo de Caixa eTaxa Interna de Retorno (TIR) Apesar dos VPLs iguais, a TIR do FC Nominal é diferente da TIR do FC Real
TIR do FC Nominal: 16,72% TIR do FC Real: 10,12% 6 - Fluxo de Caixa eTaxa Interna de Retorno (TIR)
Exemplo 1 de inconsistências da TIR: Múltiplas TIR 6 - Fluxo de Caixa eTaxa Interna de Retorno (TIR)
6 - Fluxo de Caixa eTaxa Interna de Retorno (TIR) Exemplo 2 de inconsistência da TIR: Inexistência da TIR
6 - Fluxo de Caixa eTaxa Interna de Retorno (TIR) Exemplo 3 de inconsistência da TIR: Valores antagônicos de TIR
Qual a diferença entre depreciação e amortização na ótica contábil? A principal distinção entre esses dois encargos é que, enquanto a depreciação incide sobre os bens físicos de propriedade do próprio contribuinte, a amortização se relaciona com a diminuição de valor de bensque, nos termos da lei ou contrato que regule a concessão de serviço público, devem reverter ao poder concedente ao fim do prazo da concessão, sem indenização. 7 – Depreciação, Amortização e Depleção