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CONTROLE DE PRAGAS POR COMPORTAMENTO. Prof. Marcos A. Filgueira. CONTROLE POR COMPORTAMENTO. CONTROLE POR COMPORTAMENTO Baseia-se na utilização de meios que alterem o comportamento do inseto objetivando a redução da população da praga. Vantagens
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CONTROLE DE PRAGAS POR COMPORTAMENTO Prof. Marcos A. Filgueira
CONTROLE POR COMPORTAMENTO • CONTROLE POR COMPORTAMENTO • Baseia-se na utilização de meios que alterem o comportamento do inseto objetivando a redução da população da praga. • Vantagens • Não apresentam riscos de intoxicação ao homem e ao ambiente • Não apresentam resíduos tóxicos • Evitam desequilíbrios biológicos
CONTROLE POR COMPORTAMENTO • QUE É COMPORTAMENTO? • É todo processo observável pelo qual um animal responde a mudanças no estado interno do seu corpo ou no mundo exterior.(Skinner & Hebbs)
REFLEXO E COMPORTAMENTO COMPLEXO • Reflexo: é uma unidade de comportamento automática e estereotipada, cuja ocorrência pode variar com o contexto e habituação, mas cuja forma não muda. Ex: glândulas • Comportamento Complexo: envolve diferentes fatores na expressão do comportamento como: motivação, nível hormonal, ritmo fisiológico, etc
Com a mudança dos marcos a vespa procurou o ninho no novo lugar .
CATEGORIAS COMPORTAMENTAIS • Forrageamento • Acasalamento • Aprendizagem • Territorialidade • Organização Social • Comunicação
CONTROLE POR COMPORTAMENTO • A Comunicação existe para: • Reconhecimento (espécies, indivíduos, castas etc.) • Reprodução (chamamento e corte) • Interação agonística e estabelecimento de status social • Alarme • Forrageamento
Canais de Comunicação • Auditiva • Química • Visual • Táctil Órgãos Receptores: sensilos olfativos nas antenas, palpos, tarso e outras parte,olhos.
COMUNICAÇÃO ATRAVÉS DO SOM • Batimento: usando uma parte do corpo contra o substrato Ex. Anobiidae: batem a cabeça contra a madeira. Atração sexual Formigas: abdome contra o solo como alarme e indicação de excitação Baratas: também abdome contra o substrato • Vibração de membranas Ex. Cicadidae: os machos utilizam estrutura parecida com um tambor capaz de atingir a freqüência de 4.500 ciclos por segundo. Atração sexual e reunião da espécie.
COMUNICAÇÃO ATRAVÉS DO SOM • Vibração das asas Ex. Abelhas, dípteros etc. • Fricção: encontrado em Orthoptera, Coleoptera e Hemiptera. Ex. Em Orthoptera temos: 1. Acrididae : femur posterior contra a parte externa da asa 2. Tetigoniidae e Grillidae: fricção das asas anteriores Função diversa: atração sexual, agregação, luta etc.
COMUNICAÇÃO ATRAVÉS DA DANÇA • Apresentada pelas abelhas Informações transmitidas: 1. Abundância: indicada pela duração da dança 2. Direção da fonte: indicada pelo ângulo formado entre a linha do requebrado e a direção do sol ou gravidade. 3. Distância: freqüência do requebrado, por unidade de tempo. Quanto mais lenta a dança, mais longe esta o alimento
COMUNICAÇÃO QUÍMICA • SEMIOQUÍMICOS: sinais químicos • Aleloquímicos: substancias químicas que servem de intermediárias na interação entre dois indivíduos que pertencem a espécies diferentes. Pode se: Cairomônio: beneficiam a espécie receptora do estímulo. Ex. o parasita Cardiochiles nigriceps responde a hidrocarbonetos produzidos por Heliothis virescens. Alomônio: beneficiam a espécie produtora do estímulo. Normalmente são substâncias de defesa. Ex. operárias de Formica sp. Produzem substâncias repelentes a predadores. Sinomônio: tanto o emissor quanto o receptor são beneficiados. Ex. Isocianato de alila (Cruciferas) atrai Diaretiella rapae (parasitóide de pulgões).
Feromônios: substancias químicas liberadas por um organismo que provoca mudança comportamental em outro da mesma espécie. • Buetenandt et al (1959) – Extrairam 12 mg de feromônio de Bombyx mori um álcool de cadeia longa (Bombicol) • Pherein (carregar)+horman (estimular) = Feromônio • Feromônio ≠ Hormônio • São multicomponentes (mistura de compostos na proporção certa) • São voláteis e em grande quantidade tem efeito inibidor
Os feromônios podem ter uma ação preparadora agindo na fisiologia e desenvolvimento dos indivíduos. • Exemplo 1. Schistocerca gregaria: os indivíduos imaturos sexualmente necessitam da liberação de um dado feromônio pelos adultos já maduros para atingirem a maturidade. • Exemplo 2. Apis mellifera: a rainha produz, através de suas glândulas mandibulares, uma substância conhecida como “substância de rainha”, a qual é adquirida pelas operárias pelo ato de lamber a rainha, e que inibe o desenvolvimento ovariano das operárias. • Também podem ter ação desencadeadora provocando uma mudança imediata no comportamento do inseto
TIPOS DE FEROMÔNIOS Feromônio de alarme: sinaliza ameaça provocando fuga (pulgão) e agressão (abelha). Feromônio de dispersão: Ex. antiagregação em moscas-das-frutas Feromônio de agregação: para manutenção da sociedade de insetos (abelhas) e colonização de novos habitats antes do acasalamento (escolitideos). Feromônio marcador de trilha: produzido por abelhas, formigas, cupins etc. Feromônio sexuais: usados para atração do sexo oposto. Constatados em mais de 2000 espécies.
Utilização de Feromônio no MIP • 1.Monitoramento populacional de Pragas • 2.Coleta Massal • 3.Confundimento
MONITORAMENTO POPULACIONAL DE PRAGAS • Detecção do inicio da população da praga, através de feromônios sexuais, fornecendo elementos para que se possa decidir quando, onde e quanto aplicar inseticida. • A técnica emprega armadilhas contendo quantidades diminutas de feromônio, para atração de machos ou fêmeas. Dependendo da quantidade de machos ou fêmeas capturadas, decide-se pela aplicação ou não do inseticida
EXEMPLOS DE MONITORAMENTO • Pragas do algodoeiro: • P. gossypiella (lagarta rosada): no Brasil, levantamentos populacionais de machos desta praga,. • Anthonomus grandis (bicudo): desde sua introdução no Brasil em 1983, o bicudo tem sido detectado por meio de armadilhas de feromônio. • Pragas de produtos armazenados: • Pesquisas realizadas na CEPLAC (Bahia), visando o controle de Ephestia cautella em armazéns . • Resultados promissores têm sido obtidos para o monitoramento de Sitophilus, Callosobruchus, Tribolium, Lasioderma serricorne e Acanthoscelides obtectus..
Acanthoscelides obtectus e seu Feromônio Acanthoscelides obtectus (R, E)-2,4,5-tetradecatrienoato de metila
COLETA MASSAL • A coleta massal consiste na captura de insetos por meio de um sistema de armadilhas, contendo feromônios, capaz de remover um número significante de indivíduos, reduzindo a população a níveis economicamente aceitáveis. • Captura de Fêmeas: a redução da população seguinte poderá ser diretamente relacionada com os indivíduos removidos • Captura de machos: se apenas os machos forem capturados, a proporção de indivíduos a ser aprisionada deverá ser elevada, para que ocorra uma redução notável na próxima geração
Considerações para eficiência de programas de coleta massal • - fonte de feromônio tão potente ou mais que as fêmeas virgens; • - conhecimento sobre o hábito de acasalamento e sobre a estrutura da população e as proporções: fêmeas: armadilhas; adultos: jovens; fêmeas: machos; • -conhecimento sobre o perfil de emergência (fêmeas e machos emergem simultaneamente); • relações espaciais entre as armadilhas e as fêmeas; • - padrões de liberação de feromônios pelas fêmeas; • - padrões de respostas pelos machos; • - freqüência de acasalamentos; • - padrões de dispersão dos machos e das fêmeas; • - sinais visuais ou outros sinais secundários que interferem no comportamento da espécie.
EXEMPLOS DE COLETA MASSAL • Algodoeiro: Resultados satisfatórios na coleta massal da lagarta rosada em área de 2ha, utilizando Hexalure, com 2 armadilhas/ha. Bicudo do algodoeiro por meio de Blockaide, feromônio de agregação, associado a aplicações do inseticida Folidol, com eficiência superior a 80% no controle. • Restrição: A utilização da técnica de coleta massal por meio de armadilhas de feromônios tem sido, restrita, especialmente em razão da necessidade da manutenção de alto número de armadilhas no campo, o que pode se tornar antieconômico
CONFUNDIMENTO • Consiste na impregnação da área com feromônios sintéticos, • visando ao rompimento do sistema normal de comunicação entre • os indivíduos, reduzindo a probabilidade de encontros e/ou • agregação dos sexos e, conseqüentemente, de acasalamentos • Mecanismo de bloqueio: • adaptação sensorial e habituação do sistema nervoso central do inseto; • mascaramento da pluma de feromônio natural do inseto; • desvio da pluma natural através da formação de trilhas alternativas.
DIFICULDADES NA APLICAÇÃO DO CONFUNDIMENTO • De natureza biológica (ausência de informações sobre o comportamento do inseto, ciclo de vida, importância na cultura e outros • De natureza química (elucidação completa da mistura feromonal, longevidade, degradação,etc.) • De natureza tecnológica (formulações que produzam uma taxa de liberação controlada, dispositivos de aplicação no campo • OBS: Dos 670 feromônios identificados após o Bombicol, somente o Gossyplure tem sido usado no confundimento, em grande escala comercial
Exemplos de confundimento: • Pragas florestais: • L. dispar: feromônio Disparlure, feromônio sexual, em microfibras, flocos de laminados plásticos e microcápsulas, que provocam o confundimento até 30 dias após a aplicação Algodoeiro: Pectinophora gossypiella: aplicação do Gossyplure (Nomate PBW)
CONTROLE COMPORTAMENTAL ATRAVÉS DE HORMÔNIO • Hormônios são substâncias químicas que transferem informações e instruções entre as células, em animais e plantas • Nos insetos temos: • Hormônio do Cérebro • Ecdisônio • Neotenin Função: regular o desenvolvimento e metamorfose dos insetos.
Reguladores de Crescimento de Insetos • Inibidores da Síntese da Quitina: Benzoilfeniluréias(novaluron, lufenuron, flufenoxuron, triflumuron, etc.) • Juvenóides (Agonistas do Hormônio Juvenil): methoprene, fenoxycarb, pyriproxifen, etc.) • Agonistas de Ecdisteróides: tebufenozide e methoxifenozide
Outros Métodos de Controle Comportamental • Atraentes: Substâncias químicas em plantas hospedeiras que exercem atração sobre insetos tanto para alimentação como para oviposição. • Iscas tóxicas para serem aspergidas nas plantas Mosca das Frutas( proteína hidrolisada) • Plantas-iscas tratadas com inseticidas (moleque da bananeira pseudocaule tratado com carbofuran)
Atrativo alimentar para Anastrepha Armadilha tipo McPhail Exemplares de Anastrepha
Outros Métodos de Controle Comportamental • Repelentes: substâncias que provocam repelência sobre insetos, geralmente voláteis que afastam os insetos da fonte produtora. • Geralmente aromáticas, essências ou óleos essenciais. ex: óleos de citronela, eucalipto, curcubitacina , nim
Radiação Eletromagnética • Radiações UV • Radiações Luminosa • Radiação Infravermelha • Radiação Sonora
Insetos Diurnos • Manifestação da radiação solar durante o dia pela cor do substrato • Detectam Luz UV e IV • Reações dos insetos as cores pode ser de atração ou repelência Ex: Repelência de Pulgão verde com a utilização de palha de arroz Atração de mosca branca e larva minadora pela cor amarelo ouro.
Insetos Noturnos • A noite radiação de onda longa emitida é na faixa do infravermelho distante e insetos noturnos tem capacidade de detectar comprimentos de onda nesta faixa. • Cada corpo emite um determinado comprimento de onda a praga IV assim a praga pode identificar a cultura e até mesmo o cultivar e partes vegetais especificas • Detecção na lagarta-da-espiga-do-milho (Helicoverpa zea) tendo inclusive sido desenvolvidas variedades de milho que emitem comprimentos de onda dentro da faixa do infravemelho menos atrativas à esta praga.
Insetos Noturnos • A cobertura morta do solo, frequentemente usada em cultivos de hortaliças, emite comprimentos de onda na faixa do infravermelho que são atrativos à lagarta-rosca (Agrotis spp.).
Luz Visível • Exerce influência sobre o desenvolvimento (fotoperíodo) e comportamento os insetos (comprimento de onda) • Reagem mais ao comprimento de luz UV verde e menos ao amarelo e vermelho. • Armadilhas Luminosas: Captura insetos de vôos noturnos, lâmpadas fluorescente ou de mercúrio de luz mista.
Energia Sonora Ondas sonoras se propagam com a vibração de partículas apresentando diferentes faixas de freqüência, sendo que muitas espécies de insetos utilizam-se da capacidade de percepção na freqüência do ultrassom (> 20.000 Hertz), não perceptível pelo ouvido humano. O som pode ser empregado no controle de insetos de duas formas:
Emprego do som • atração : no controle de pernilongos, onde tenta-se a simulação do som emitido pelas fêmeas em vôo para atração e captura de machos. • repelência : na faixa de ultrasom de 60.000 Hertz, faixa de som emitida por morcegos insetívoros que levam a evasão de mariposas que presas naturais destes predadores ( pequena aplicação prática)