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Naqueles Morros, depois da Chuva

Naqueles Morros, depois da Chuva. Edival Lourenço, 2011. INTRODUÇÃO.

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Naqueles Morros, depois da Chuva

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Presentation Transcript


  1. Naqueles Morros, depois da Chuva Edival Lourenço, 2011

  2. INTRODUÇÃO • Romance REGIONALISTA de caráter HISTÓRICO, a obra se insere em uma das principais tendências da literatura pós moderna brasileira, na linha de Guimarães Rosa e dos goianos Hugo de Carvalho Ramos e Bernardo Hélis, no que diz respeito à preocupação com a recriação da linguagem regional (histórica) e do detalhamento da paisagem regional.

  3. INTRODUÇÃO • A proposta central da obra é a reconstituição, através do discurso literário, de aspectos históricos da região de Goiás. • Há um evidente trabalho de pesquisa no sentido de compor detalhadamente usos e costumes dos habitantes nativos (índios e mestiços) e estrangeiros que estiveram nessas terras.

  4. INTRODUÇÃO • Pode-se notar uma mescla entre história e ficção. • A ação principal concentra-se na chegada do fidalgo português Dom Luís de Assis Mascarenhas, um ex-sacerdote nomeado Governador da Província de São Paulo e Minas dos Goyazes, à região.

  5. NARRADOR • O romance é narrado em 1ª pessoa por um dos guias da expedição, um filho bastardo do Anhanguera, bandeirante descobridor das minas. • Fruto de uma mistura de branco com índio, o narrador coloca-se como um dos especialistas na região. Ele sabe decifrar sinais do clima, bem como a proximidade dos índios. Também vigia o acampamento enquanto a tropa dorme.

  6. NARRADOR • Vive uma tensa relação com sua companheira, a cobra Messalina, que também o ajuda a vigiar o acampamento. • Trata-se do chamado NARRADOR INTERMEDIÁRIO, ou seja, aquele que é personagem da narrativa que conta, mas não o seu protagonista. Deve-se ressaltar, ainda, sua imparcialidade no enredo.

  7. TEMPO E ESPAÇO • O caminho, as trilhas, entre Meia-Ponte e Santana é o cenário da narrativa, com destaque para a composição da paisagem. • O tempo da narrativa é cronológico-histórico: 1739, ano em que o governador chega às Minas dos Goyazes.

  8. LINGUAGEM • Ainda no sentido da reconstituição histórica, a linguagem do narrador é carregada de uma forte e poética oralidade. • Com regionalismos e arcaísmos, a narrativa ganha um ritmo de história oral (o “causo” do sertão). • Tal oralidade se percebe no início do romance, quando o narrador estabelece a presença de um interlocutor, a quem ele chama “Vossenhor”.

  9. LINGUAGEM “Mas Vossenhor mesmo assunta, corre em minhas veias o sangue sortido dos brancos, dos índios e dos pretos – alquimia que me faz deveras aclimatado e me deixa bem à vontade ao deus-dará destes retiros selvagens...”

  10. ENREDO • Capítulos 1, 2 e 3: • O narrador se apresenta, falando de suas origens e explicando que era um homem “capado”. Por isso, não sentia atração pelas mulheres, o que aumentou suas habilidades como: prever o tempo e reconhecer sinais de animais ou índios (Cap. 1)

  11. ENREDO • No capítulo 2, fala-se sobre o antigo Capitão-general, morto enquanto viajava para o Tocantins, por uma febre convulsiva. • A seguir, narra-se a nomeação de Dom Luís, um fidalgo nomeado diretamente pelo Rei Dom João V (que era viciado em sexo e tinha uma esposa insaciável).

  12. ENREDO • Capítulo 4: • Este capítulo é centrado nos costumes e crenças dos índios caiapós. • O cacique manda seu jovem filho convocar os índios para uma assembleia. Diz que os deuses previram que o “cacique branco” traria destruição aos índios e que a guerra deveria ser iniciada.

  13. ENREDO • Porém, o cacique morre. O jovem filho toma seu lugar e passa a liderar a tribo. • Capítulo 5: • Depois de 77 dias de viagem, o novo Governador, D. Luís e sua comitiva, formada por seu assessor direto, um médico, um padre, militares e nobres, chega ao Arraial de Meia Ponte.

  14. ENREDO • Tratados com a devida cortesia, eles, em especial o Governador, tornam-se atração na cidade. • Dom Luís profetiza que as minas dos goyazes serão as mais ricas do mundo. • Várias pessoas querem audiência com o Governador. Seus assessores rejeitam a maioria dos pedidos. Depois de muita insistência, Dom Luís resolve ouvir Zumba Macumbela, um temido feiticeiro local.

  15. ENREDO • Havia uma terrível e misteriosa doença que deixava os dedos das mãos e dos pés do doente como se estivessem “pegando fogo”. Logo, os membros começavam a ficar negros (necrosados) até a morte do doente. • O feiticeiro também faz uma profecia: morte e destruição para o Arraial. Sob os olhos incrédulos do Capelão, Zumba Macumbela cura um guarda, que havia contraído a misteriosa doença da terra.

  16. ENREDO • Capítulo 6: • Os índios se preparam para a guerra. O jovem cacique tem um sonho que o deixa preocupado. Ao amanhecer, atacam o Arraial de Santana.

  17. ENREDO • Capítulos 7 e 8: • Pela manhã, Dom Luís começa a despachar suas ordens: permite que os oficiais de sua comitiva andem armados e processa a divisão das minas. • O café da manhã é interrompido pela morte de um guarda, acertado por uma lança. O capelão fica em choque, pois o guarda morto foi aquele curado pelo feiticeiro.

  18. ENREDO Capítulo 9: para dar satisfação aos moradores, o Governador nomeia cinco homens para procurarem o suposto índio assassino, mas eles apenas fingem (por medo) fazê-lo.

  19. ENREDO • Capítulo 10: • Dom Luís quer justificar sua nomeação “mostrando serviço” ao Rei. Começa a taxar a produção de ouro, bem como os comerciantes e proprietários de escravos. • Entretanto, mostra-se político ao receber uma comissão de mineiros e parcelar seus débitos com a Coroa.

  20. ENREDO • Capítulo 11: • A comitiva parte para o Arraial de Santana.

  21. ENREDO • Capítulo 12: • Na estrada, encontram uma casa incendiada e os ossos, os restos mortais dos moradores, sendo devorados por urubus. • Encontram um homem chamado Abel que quer vender sua filha, Joaquina. Porém, o Governador não permite tal atitude e, pai e filha, passam a viajar com a comitiva.

  22. ENREDO • Pelo caminho, encontram mais casas incendiadas e ossadas. Vêm o sítio de Abel queimado. • Encontram um menino, ferido por uma flecha envenenada. O médico da comitiva amputa-lhe a perna.

  23. ENREDO • Capítulo 13: • O jovem cacique está preocupado: apesar dos esforços, não matou o cacique branco. Também se lamenta por não ter a sabedoria (“magia”) do pai para tomar as decisões certas.

  24. ENREDO • Capítulo 14: • A comitiva faz uma parada em um povoado. Em uma casa simples, pedem pouso. Revela-se que o dono é irmão de Abel (eles estavam brigados, mas reconciliam-se). • Na manhã seguinte, é oferecida uma festa para os viajantes. Aparece Herculano, um homem violento e cruel conhecido como Cula Caga-Fogo, reclamando não ter sido convidado. Ele acaba sendo amarrado. • O Governador nomeia uma comissão para ir até Santana organizar sua chegada.

  25. ENREDO • Capítulo 15: • A notícia da chegada do Governador logo se espalha. Autoridades, mulheres, pais e maridos ficam alvoroçados. • Faz-se um amplo retrato social da época: a vaidade dos governantes, a presença de ex-escravos (libertos que compraram sua alforria), a venda de indulgências, o contrabando do ouro nas imagens ocas de Santos, sexo entre Senhores e escravos.

  26. ENREDO • Capítulo 16: • Enquanto o Governador se concentra para a sua chegada, o narrador amansa uma mula. • Capítulo 17: • Dom Luís guarda uma carta, que nunca foi aberta, da falecida mãe, com extremo cuidado.

  27. ENREDO • Antes da partida, o Governador presenteia Joaquina com uma joia. • Partem para Santana. • Veem Zumba Macumbela, como um vulto, cruzar o seu caminho. O capelão fica apavorado.

  28. ENREDO • Capítulo 18: • A comitiva é recebida com honras civis pelo Dr. Agostinho, e militares pelo Capitão Cabral. • Dom Luís reclama da ausência do Anhanguera, que desejava conhecer. Dr. Agostinho mente, dizendo que o bandeirante vivia isolado e havia se recusado a comparecer (na verdade, não fora convidado). • O capelão enlouquece.

  29. ENREDO • Capítulo 19: • Sozinho em seus aposentos, Dom Luís finalmente abre a carta-testamento de sua mãe e descobre que tudo o que sabia sobre seu passado era engano, já que não era filho legítimo, portanto não tinha ascendência nobre.

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