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V ANÁLISE DE DADOS

V ANÁLISE DE DADOS. FLÁVIA REGINA DE BARROS SUE ELLEN LORENTI HIGA. música suíte do pescador Dorival Caymmi disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=3zd0MJrSQxQ& feature = player_embedded.

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V ANÁLISE DE DADOS

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Presentation Transcript


  1. VANÁLISE DE DADOS FLÁVIA REGINA DE BARROS SUE ELLEN LORENTI HIGA

  2. música suíte do pescador Dorival Caymmidisponível em: http://www.youtube.com/watch?v=3zd0MJrSQxQ&feature=player_embedded Minha jangada vai sair pro marVou trabalhar, meu bem quererSe Deus quiser quando eu voltar do marUm peixe bom eu vou trazer Meus companheiros também vão voltarE a Deus do céu vamos agradecer Adeus, adeusPescador não se esqueça de mimVou rezar pra ter bom tempo, meu bemPra não ter tempo ruimVou fazer sua caminha maciaPerfumada com alecrim

  3. O QUE É? • “É o processo de busca e de organização sistemático de transcrição de entrevistas, de notas de campo e de outros materiais que foram sendo acumulados, com o objetivo de aumentar a sua própria compreensão desses mesmos materiais e de lhe permitir apresentar aos outros aquilo que encontrou” (Bogdan e Biklen, 1997, p. 205) • Envolve o trabalho com os dados, a sua organização, divisão em unidades manipuláveis, síntese, procura de padrões, descoberta dos aspectos importantes e do que deve ser aprendido e a decisão sobre o que vai ser transmitido aos outros.

  4. Duas formas de se fazer: • Concomitante com a recolha dos dados • Recolha dos dados antes da realização da análise Alerta do autor: Alguma análise tem de ser realizada durante a recolha de dados. Sem isto, a recolha de dados não tem orientação; se assim não o fizer, os dados que recolher podem não ser suficientemente completos para realizar posteriormente a análise.

  5. Análise no campo 1) Obrigue-se a tomar decisões que estreitem o âmbito do estudo “Goze a liberdade inicial da exploração, mas obrigue-se a tomar decisões relativamente cedo” (p. 207)

  6. 2) Obrigue-se a tomar decisões relativas ao tipo de estudo que quer realizar “Apesar de recomendarmos que se deve decidir pelo tipo de estudo a realizar, reconhecemos que fazê-lo a partida pode ser difícil” (p. 208)

  7. 3) Desenvolva questões analíticas “As questões desenvolvidas para orientar um estudo qualitativo devem ser de natureza mais aberta e devem revelar maior preocupação pelo processo e significado, e não pelas suas causas e efeitos” (p. 209)

  8. 4) Planifique as sessões de recolha de dados à luz daquilo que detectou em observações prévias “Em função do que encontra quando, periodicamente, revê as suas notas de campo, planeie desenvolver tarefas específicas para a sua próxima sessão de recolha de dados” (p. 210)

  9. 5) Escreva uma grande quantidade de “comentários do observador” acerca das ideias que lhe vão surgindo “O objetivo é o de estimular o pensamento crítico sobre aquilo que observa e o de se tornar em algo mais que uma mera máquina de registro” (p. 211)

  10. 6) Escreva para si próprio memorandos sobre o que vai aprendendo. “Estes memorandos podem proporcionar um momento de reflexão sobre aspectos que surgiram na situação e sobre a forma como eles se relacionam com os aspectos teóricos, metodológicos e substantivos” (p. 212)

  11. 7) Ensaie ideias e temas junto dos sujeitos. “Ainda que possa utilizar os sujeitos como uma fonte de informação, é importante que não confie neles completamente.” (p. 213)

  12. 8) Comece a explorar a literatura existente enquanto se encontra no campo de investigação. “As leituras que faz devem estimular ideias e não impedir que pense por si próprio.” (p. 215)

  13. Todo ponto de vista é a vista de um ponto Leonardo Boff "Ler significa reler e compreender. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam. Todo ponto de vista é a vista de um ponto. Para entender como alguém lê é necessário saber como são seus olhos e qual a sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura. A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender é essencial conhecer o lugar social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que experiência tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação. Sendo assim, fica evidente que cada leitor é sempre um co-autor. Porque cada um lê e relê com os olhos que tem. Porque compreende e interpreta a partir do mundo que habita."

  14. 9) Brinque com metáforas, analogias e conceitos “Na maioria das investigações a rigidez de pensamento constitui uma praga” (p. 215)

  15. 10) Utilize auxiliares visuais “Figuras como diagramas, matrizes, tabelas e gráficos podem ser utilizadas em todas as fases da análise, desde o planejamento até aos produtos finais ” (p. 217)

  16. OUTRAS SUGESTÕES SOBRE A ANÁLISE NO CAMPO DE INVESTIGAÇÃO • Não tenha medo de especular - Pense com os dados que tem • Abertura a novas ideias- Conversar e Registrar • Assinale os dados, palavras-chave.

  17. Análise após a recolha de dados • Após terminar toda a recolha dos dados, o que fazer? • Fazer um intervalo ou não? Vantagens e desvantagens... “ As discussões sobre a duração ideal do intervalo e as vantagens de se deixarem de lado os dados são esotéricas para os investigadores que têm prazos a cumprir, “cadeiras” para terminar ou encontros destinados a partilhar os resultados” (p.220)

  18. Desenvolvimento de categorias de codificação “As categorias constituem um meio de classificar os dados descritivos que recolheu, de forma a que o material contido num determinado tópico possa ser fisicamente apartado dos outros dados.” (p. 221)

  19. Organização dos pensamentos “Pondo de lado a mochila vazia, ele (o catador de pensamentos) se agacha, desembaraça e separa os pensamentos emaranhados e os guarda, em ordem alfabética, em grandes prateleiras (...) A arrumação exige toda a atenção do Sr. Rabuja, pois os pensamentos são quase transparentes e muito fáceis de serem confundidos” Imagem extraída do livro – O Catador de Pensamentos Monika Feth, 1996

  20. Alguns exemplos de análise Núcleos Temáticos: Os núcleos temáticos são conjuntos de recortes de trechos de relatos de sujeitos, observações e demais fontes de dados que têm em comum um mesmo tema, recebendo um título específico.

  21. O trabalho com Núcleos Temáticos pode ser verificado em Zanelli (1992) . Em sua tese de Doutorado, ele identificou nos trechos de transcrições de entrevistas, palavras que representassem todo o conteúdo analisado e reagrupou-as de acordo com a similaridade. Em seguida, Zanelli selecionou , entre essas palavras, as que compusessem um núcleo em comum, chamando-as de palavra-chave. Com o levantamento dessas palavras-chave, “começaram a surgir conjuntos claramente estabelecidos pela reunião dessas palavras-chave em torno de alguns temas”, estabelecendo, assim, Núcleos Temáticos, “com a delimitação de temas que pudessem tentativamente responder ao questionamento central da pesquisa”. (Zanelli, 1992, p. 78)

  22. Na prática De posse de todos os dados coletados, foram identificados aspectos que possibilitaram a construção de Núcleos Temáticos, que, segundo Zanelli (1992), caracteriza-se pelo agrupamento dos dados de acordo com sua natureza, com o objetivo de facilitar sua organização e manuseio. A construção dos Núcleos Temáticos possibilitou agrupar dados que possam ser relacionados a um mesmo tema. No caso desta pesquisa, o conjunto dos Núcleos Temáticos gerados relaciona-se aos aspectos correspondentes às dimensões afetivas presentes nas atividades de ensino, inferidas a partir do conjunto de dados coletados, que incluem, os dados provenientes das sessões de autoscopia, da entrevista com a professora e das anotações em Diário de Campo. A partir de então, com as constantes leituras e observações dos protocolos dos episódios obtidos, aliadas à apreciação, avaliação e inferências sobre as imagens gravadas e registros no Diário de Campo, foram construídos cinco Núcleos Temáticos: Materiais Culturais, Presença Constante, O Fazer-Coletivo, O Ensinar da Professora e Diversidade. • Dissertação de Mestrado: Fabiana Aurora Colombo

  23. Núcleos de significação do discurso Segundo Aguiar e Ozella (2006), a elaboração dos núcleos de significação envolve um percurso complexo desde a identificação de pré-indicadores, que servem de base para a construção de indicadores e, posteriormente, dos núcleos de significação.

  24. Pré-indicadores • Os pré-indicadores são inferidos a partir dos comentários dos sujeitos da pesquisa e caracterizam-se por temas variados baseados na frequência com que os comentários e opiniões aparecem, “pela importância enfatizada na fala dos informantes, pela carga emocional presente, pelas ambivalências ou contradições, pelas insinuações não concretizadas, etc. Geralmente estes pré-indicadores são em grande número e irão compor um quadro amplo de possibilidades para a organização dos núcleos” (Aguiar e Ozella, 2006, p. 230).

  25. indicadores • Uma segunda leitura permitirá um processo de aglutinação dos pré-indicadores, seja pela similaridade, pela complementaridade ou pela contraposição, de modo que nos levem a menor diversidade; já no caso dos indicadores, que nos permitam caminhar na direção dos possíveis núcleos de significação. 

  26. Núcleos de significação • A partir da re-leitura do material, considerando a aglutinação resultante (conjunto dos indicadores e seus conteúdos), iniciamos um processo de articulação que resultará na organização dos núcleos de significação através de sua nomeação. Os indicadores são fundamentais para que identifiquemos os conteúdos e sua mútua articulação de modo a revelarem e objetivarem a essência dos conteúdos expressos pelo sujeito. Nesse processo de organização dos núcleos de significação - que tem como critério a articulação de conteúdos semelhantes, complementares ou contraditórios -, é possível verificar as transformações e contradições que ocorrem no processo de construção dos sentidos e dos significados, o que possibilitará uma análise mais consistente que nos permita ir além do aparente e considerar tanto as condições subjetivas quanto as contextuais e históricas. 

  27. Na prática • Tese de Doutorado: Elvira Cristina Martins Tassoni Nesse sentido, após as sessões de autoscopia, com os 51 alunos (pertencentes às quatro séries, envolvendo diferentes níveis etários), ocorreu o processo de transcrição dos dados colhidos em áudio. Na sequência, procedeu-se à leitura do material, repetidas vezes, procurando familiarizar-se e apropriar-se do mesmo com o objetivo de destacar e organizar os pré-indicadores. Esse momento gerou uma lista de recortes de comentários e opiniões explicitadas pelos alunos, consideradas importantes para a compreensão do objetivo da investigação – identificar as formas de manifestações da afetividade na mediação pedagógica, envolvendo alunos em diferentes idades. Na sequência, procedeu-se uma segunda fase de leituras sucessivas dos pré-indicadores, com o objetivo de extrair indicadores. Portanto, a partir dos pré-indicadores, foi possível identificar os indicadores através dos quais a afetividade manifesta-se. Abaixo, segue o Quadro 10 com os pré-indicadores (extraídos dos comentários dos alunos nas diferentes idades) e os respectivos indicadores.

  28. Assim, após o processo de aglutinação dos pré-indicadores, resultando nos indicadores acima, o trabalho de tratamento dos dados prosseguiu pautado por um novo processo – o de articulação (AGUIAR e OZELLA, 2006) – que possibilitou a organização de oito núcleos de significação. Segue abaixo o Quadro 11, apresentando mais uma vez os indicadores que serviram de sustentação para a construção dos núcleos de significação.

  29. Análise de conteúdo • A análise de conteúdo, segundo Bardin, pode ser definida como: “Um conjunto de técnicas de análise de comunicação visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção destas mensagens” (1977, p. 42).

  30. A análise de conteúdo se organiza em três momentos: • Pré-análise • Análise do material • Tratamento dos resultados • Pré-Análise • Este momento é o de organizar o material, de escolher os documentos a serem analisados, formular hipóteses ou questões norteadoras, elaborar indicadores que fundamentem a interpretação final.Inicia-se o trabalho escolhendo os documentos a serem analisados. No caso de entrevistas, elas serão transcritas e a sua reunião constituirá o CORPUS da pesquisa.

  31. Análise do material Esta é a etapa mais longa e cansativa. É a realização das decisões tomadas na pré-análise. É o momento da codificação – em que os dados brutos são transformados de forma organizada e agregadas em unidades, as quais permitem uma descrição das características pertinentes do conteúdo.

  32. Tratamento dos resultados A inferência se orienta por diversos polos de atenção, que são os polos de atração da comunicação. Numa comunicação há sempre o emissor e o receptor, os polos de inferência propriamente ditos, além da mensagem e o seu suporte, ou canal. Durante a interpretação dos dados, é preciso voltar atentamente aos marcos teóricos, pertinentes à investigação, pois eles dão o embasamento e as perspectivas significativas para o estudo. A relação entre os dados obtidos e a fundamentação teórica é que dará sentido à interpretação.

  33. Então, o que pode ser interpretado? Bardin (1977) nos responde que: “Mensagens obscuras que exigem uma interpretação, mensagens com um duplo sentido cuja significação profunda só pode surgir depois de uma observação cuidadosa ou de uma intuição carismática.Por detrás do discurso aparente, geralmente simbólico e polissêmico, esconde-se um sentido que convém desvendar.”

  34. A análise não surge exclusivamente a partir dos dados e das perspectivas do investigador. “(...) são os valores sociais e as maneiras de dar sentido ao mundo que podem influenciar quais os processos, atividades, acontecimentos e perspectivas que os investigadores consideram suficientemente importante para codificar” (p. 229)

  35. “As diferentes perspectivas teóricas dos investigadores modelam a forma como abordam, consideram e dão sentido aos dados” (p. 231)

  36. “Este nosso rapazinho tem a vista curta. Espera aí, Miguilim...E o senhor tirava os óculos e punha-os em Miguilim, com todo o jeito.- Olha, agora!Miguilim olhou. Nem não podia acreditar! Tudo era uma claridade, tudo novo e lindo e diferente, as coisas, as árvores, as caras das pessoas. Via os grãozinhos de areia, a pele da terra, as pedrinhas menores, as formiguinhas passeando no chão de uma distância. E tonteava. Aqui, ali, meu Deus, tanta coisa, tudo... O senhor tinha retirado dele os óculos, e Miguilim ainda apontava, falava, contava tudo como era, como tinha visto. Mãe esteve assim assustada; mas o senhor dizia que aquilo era do modo mesmo, só que Miguilim também carecia de usar óculos, dali por diante” (Manuelzão e Miguilim- Guimarães Rosa)

  37. Curta metragem Sentido Diretor: Deivison Fiuza Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=psAO0X_ROAQ

  38. bibliografia • AGUIAR, W. M. J. & OZELLA S. Núcleos de significação como instrumento para a apreensão da constituição dos sentidos. Em Psicologia Ciência e Profissão, 26 (2), 222-245, 2006. • BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal: Edições 70, 1977. • BOGDAN, R.; BIKLEN, S. K. Investigação Qualitativa em Educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Portugal: Porto Editora, 1997. • COLOMBO, F. C. Aquisição da escrita: a afetividade nas atividades de ensino desenvolvidas pelo professor. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Educação, UNICAMP. Campinas, 2007. • FETH, M. O Catador de Pensamentos. São Paulo: Brinque-Book, 1996. • TASSONI, E. C. M. A dinâmica interativa na sala de aula:as manifestações afetivas no processo de escolarização. Tese de doutorado, Faculdade de Educação, UNICAMP. Campinas, 2008. • ZANELLI, J. C. Formação Profissional e Atividades de Trabalho: análise das necessidades identificadas por psicólogos organizacionais. Vol. I. Campinas, 1992. Tese (Doutorado em Educação), Faculdade de Educação, UNICAMP.

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