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CAP. 17 No Limiar das Cavernas. 17 No Limiar das Cavernas. Calderaro e André se juntam ao grupo de Cipriana que iria a s cavernas de sofrimento .
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CAP. 17 No Limiar das Cavernas
17 No Limiar das Cavernas • Calderaro e André se juntamaogrupo de Ciprianaqueiriaas cavernas de sofrimento. • Questionadosquanto a idade André as cavernas, foiesclarecidoqueeleestavainteressadoemobterinformes da vidanasesferasinferiores, paraosrelataraoscompanheirosencarnados, auxiliando-osnapreparaçãonecessária à ciência de bemviver. • Cirprianaporém, comoresponsável, pelosserviçosdiretos da expedição, nãoaceitouadmiti-lo nessaexpediçãopois André nãopossuia o curso de assistênciaaossofredoresnassombrasespessas. • E disseque se Eusébiofoilevado a sugerirestaoportunidade, é que André Luiz tem nestessítiosurgenteserviço a prestar.
17 No Limiar das Cavernas • ConvidouCalderaroa permanecer, emcompanhiade André, no limiar das cavernas, semdesceremcom eles; mesmoaí, estudiosoque é, eleencontraráinesgotável material de observação, semnecessidade de enfrentarsituaçõesembaraçosas, para as quaisaindanão se aprestouconvenientemente. • Seguiramentãoàcaminho da zonasombria. E começava a divisartremendosprecipícios, ondeentidadesculposasse interpelavamumasàsoutrasemdeploráveisatitudes; virachoverfaíscaschamejantes do firmamentosobreos vales da revolta. • Laceravam-me o coração as vozeslamentosasdispersas. Nãoeramlamentaçõesapenas; à proporçãoquenosadiantávamos, descendo, modificava-se a gritaria; ouvíamostambémgargalhadas, imprecações.
17 No Limiar das Cavernas • Estacamosemenormeplaníciepantanosa, ondenumerososgrupos de entidadeshumanasdesencarnadas se perdiam de vista, emassombrosadesordem, à maneira de milhares de loucos, separadosuns dos outros, ouaosmagotes, segundo a espécie de desequilíbrioquelhes era peculiar. • Percorremosalgunsquilômetrosemplano horizontal e, quandoo terreno se inclinou, de novo, abrindooutrasperspectivasabismais, Irmã Cipriana e oscolegasse despediramde nós, deixando-nos, com o aviso de quevoltariam a buscar-nosdentro de seishoras. • Analisando a situaçãoaoredor, pareceu-me queaquelepovodesencarnadonão se davaconta da própriasituação
17 No Limiar das Cavernas • Enquantodensasturbas de almas torturadas se debatiamemsubstânciaviscosa, no solo ondeandávamos, assembléias de Espíritosdementesenxameavamnãolonge, emintermináveiscontendasporinteressesmesquinhos. • Video: http://youtu.be/HwrmILnrzbk Certosgruposvolitavam a pequenaaltura, comobandos de corvosnegrejantes, maisescurosque a própriasombra a envolver-nos, aopassoquevastoscardumes de desventuradosjaziamchumbadosao solo, quaisavesdesditosas, de asaspartidas.
17 No Limiar das Cavernas • Impressionado, André questionouCalderaro se elespermaneciamdesamparados, entregues a simesmos. • Calderarorespondequeinúmerospostos de socorro e variadasescolas, emquemuitagentepratica a abnegaçãofuncionamnaárea. Ospadecentes e as personalidadestorturadassãoatendidas, de acordo com as possibilidades de aproveitamentoquedemonstram. • Quantoàvolitaçãoexplicouquedepende, fundamentalmente, da força mental armazenadapelainteligência; importa, contudo, considerarqueosvôosaltíssimos da alma só se fazempossíveisquando à intelectualidadeelevada se alia o amor sublime.
17 No Limiar das Cavernas • Jáviste, emnossacoloniaespiritual, irmãossofredoresconvenientementeamparados; algunsaindasofremestranhasperturbaçõesalucinatórias, outros sãoguardados à maneira de múmiasperispiríticasemletargiaprofunda, aguardando-se-lhes o despertar; outros povoamvastasenfermariaspara se reergueremespiritualmentepouco a pouco. • Aqui, no entanto, se congregamverdadeirastribos de criminosos e delinquentes, atraídosunsaos outros, consoante a natureza de faltasqueosidentificam. • Retardam-se, àsvezes, anos a fio, obstinando-se noserros a que se habituaram, e, vigorandoimpulsosinferiorespelaincessantepermuta de energiasuns com os outros, passam, emgeral, a viver, não só a perturbaçãoprópria, mas também o desequilíbrio dos demaiscompanheiros de infortúnio.
17 No Limiar das Cavernas • Prisioneiros de simesmos, cerram o entendimentoàsrevelações da vida e restringemoshorizontesmentais, movimentando-se emseupróprio interior, emaçãoexclusiva, nosimpulsosprimários, a cultivar o pretéritoquedeveriamexpungir. • Emmelhorando, sãoassistidosporativas e abnegadascongregações de socorroqueaquifuncionam. • Destevastíssimo arsenal de alienação da mente, ensombrada de culpas, sai o maiorcoeficiente das reencarnaçõesdolorosasquepovoamoscírculoscarnais.
18 VelhaAfeição • Nãohavíamosatravessadograndedistância, quando curiosa assembléia de velhinhos se postouaonossolado. • Esfarrapados, esqueléticos, traziam as mãoscheias de substâncialodosaquelevavam de quandoemquandoaopeito, ansiosos, aflitos. • Um deles comentou: Precisamos de algumasalda. Nãopodemos com delongas. E nossosnegócios? nossas casas? Incalculável é a riquezaquedescobrimos.. • E indicava com ufaniaospunhados de lodo a escorregar-lhe das mãos.
18 VelhaAfeição • Calderaroexplicouqueeramusuráriosdesencarnados há muitosanos. Desceram a tãoprofundograu de apego à fortuna material transitória, que se tornaramineptosaoequilíbrionazona mental do trabalhodigno. • Menosprezavamdireitosalheios e escarneciam das aflições dos outros. Armavamverdadeirasciladas a companheirosincautos, no propósito de sugar-lhes as economias • Tantossofrimentosdifundiram com as suasirrefletidasações, que a matéria mental das vítimas, emmaléficasemissões de vingança e de maldição, lhesimpôsetéreacouraçaao campo das idéias; assim, atordoadas, fixam-se estasnosdelitos do pretérito. • Nãopodemospredizerquandodespertem, dada a situaçãoemque se encontram.
18 VelhaAfeição • Foientãoque um dos velhinhosfalou: - Amigos, nãoseremosvítimasdumpesadelo? Às vezes, chego a suporqueestamosequivocados. Há quanto tempo deambulamosfora do lar? Ondeestamos? Nãoteríamosenlouquecido? • André reconheceuaquelavoz e umadúvida se apoderou dele. • Fixei-lheostraços. Oh! seriapossível? AqueleEspíritodesventuradorecordavameuavôpaternoCláudio, que era afeiçoado a mimdesdeosmeusmaistenrosanos. • Nãome lembrava da história dele, com particularidadesespeciais; entretanto, nãoignoravaquefizeraconsiderávelfortunaemágiosescandalosos, curtindoespinhosavelhicepeloexcessivoapegoaodinheiro. Nosúltimosanos do corpo via delatores e ladrõesportoda parte.
18 VelhaAfeição • Foientãoque um dos companheirosfalou: - Pesadelo? nunca, nunca! Ó Cláudio, nãotesensibilizestanto! • A confirmaçãodeixou André estarrecido, quisgritar mas nãopode. • Calderarocomentouque agora entendia a significaçãoda vinda de André a estasparagens. E dissequenãotinhamtempo a perder. O velhorevela-se receptivo. Começou a entenderqueprovavelmenteestaráemerro, quetalvez respire atmosfera de pesadelo cruel. Ajudemo-lo. Urge auxiliar-lhe a visão, paraquenosenxergue. • O instrutorpassou a aplicarrecursosfluídicossobreosolhosdo ancião.
18 VelhaAfeição • A entidadeganhouprovisórialucidez, viu-nos e assustadogritou: - Oh! queluzdiferente! • Desdemuitoestoupresonestaregiãomisteriosa, referta de perigos e de monstros, mas abundante de ouro, de muitoouro... Oh! porpiedade! ajudai-me a sair... Querovoltar. • E, ajoelhado, de braçosestendidos, repetia: - Voltar..., reverosmeus, sentir-me em casa novamente! • Aproveitando-se dessalucideztemporária, André comentaqueelejahaviadesencarnadoa mais de quarentaanos e lhemostraquetodo o ouroqueeleacreditavaestarcarregando era naverdade lama.
18 VelhaAfeição • Cláudioentãoconfessasuahistória. • Aomorrer, meupaiconfiou-me umairmã, quenão era filhalegítima de nossa casa. Minhamãe, dedicada e santa, criou-a com o mesmoinfinitodesveloque a mimmesmo. Quando me vi, porém, sozinho, escorracei-a do ambientedoméstico. Proveiquenãopartilhavameuslaçosconsanguíneos, paramelhorassenhorear-me da fortunaquemeupainoslegara. A pobrezinhaimplorou e sofreu; no entanto, releguei-a a miseráveldestino. • E questiona: Onderespiraráminhairmã, a quemdespojei de todososrecursos? Porquenão me ensinaram, na Terra, que a vidaprosseguiriaparaalém do sepulcro? • Só umapessoano mundo se recordaráde mim e me estenderiamãosprotetorasse soubesse do meuparadeiro. Meuneto André Luiz.
18 VelhaAfeição • Consolava-me com a idéia de que o neto do meucoração, de algummodo, gastaria o dinheiroqueeuindebitamenteaferrolhara, educando-se, comoconvinha, parabeneficio de todos... Seria o benfeitor dos pobres e dos doentes, espargiriasementesdadivosasondeminhaexistênciainútilespalharapedras e espinhos de insensatez. • André pensounoslongosanosque o míseroteriagasto, ali, agarradoàsidéias de posse financeira; compreendeua extensãodo débitopara com ele, relativamenteaodiploma de médicoquenãosouberahonrar no mundo. • Ajoelhou-se entãoaospés do ancião, beijando-lhe as mãos e perguntou: - VovôCláudio, pois o senhornão me reconhecemais? • E, com o apoio de Calderaro, transportaCláudiopara a entrada das cavernas.
19 Reaproximação • Com o retorno de Cirpiana, ficouacordadoqueCláudioseriainternadoem um recollhimentoporalimesmopoisnãopossuia a capacidade de acompanhá-los. • Cláudionãoguardavarazoávelequilíbrio: pronunciavafrasesdesconexas, emque o nome de Ismênia era repetido a cadapasso. • Ciprianacomentouqueparamelhorar com maisrapidez e eficiência, deveriaretornar à experiência carnal. • E entãopassa a ouvir a história de Cláudio e Ismênia. E queelafoicompelida a aceitaremresidênciade famíliaabastada, um lugar de copeira com remuneraçãodesprezível.
19 Reaproximação • Ismêniadesposara um analfabeto, homem rude e cruel, que a seviciara e lhederaalgumasfilhasemdolorosascondições de miserabilidade. • Ciprianaentão, verifica a necessidade da reaproximação com Ismênia, quenãosabemosonde se encontra, se encarnadaounão, e o imperativoda pobrezaextrema, com trabalhointensivo, paraquereeduque as própriasaspirações. • Ésolicitado a investigaçãonaCrostaTerrestre a fim de descobrir o paradeiro de Ismênia. • Emissáriostrouxeram a informação de queelareencarnara no mesmotroncodoméstico e quevivianafasejuvenil das forçasfísicas.
19 Reaproximação • CiprianacomentaqueCláudioficariainternadona casa de assistênciafraternaporaproximadamentedoisanose queiriambuscarIsmêniaparaostrabalhospreparatórios de reaproximação. • Em plena madrugadaentramrespeitososnahumilderesidênciaemqueIsmênia se encontra. • Ela e agora a sextafilhadaquelasenhoraque, naexistênciafísica, era conhecidaporneta da velhaIsmênia, cujapersonalidade, para a famíliaterrena, se perdera no tempo e quenão era outrasenão a menina e moça, sob nossosolhos, de voltaàstarefasaperfeiçoadoras da luta carnal.
19 Reaproximação • Ciprianacolocoua destrasobre a fronte da jovemadormecida, como a chamá-la até nós. E passadoalgunsminutos, veio a terconosco. • E apósrápidaconversa, pergunta a ela: - Precisamos de tuacolaboração e nãodesejamosser amigos inúteis. Emquetepodemosservir? • IsmêniarogaauxilioparaNicanor. Somosnoivos, há quasedoisanos, mas somospobres. Temossonhado com a organização de um larpequeno e modesto, sob a proteção da DivinaProvidência. Poderemosaguardar a aprovação de Deus? • CiprianarespondequeNicanorteránossoamparo e tuasesperançasnossa viva contribuição. Esperamos, porém, algo de teuconcurso...
19 Reaproximação • Ismêniaéentãolevadaaoencontro de Cláudio, mas paraquenão se impressionasse com as paisagensporondepassariam, seurosto e cobertopor um véu. • Cláudio a reconhece de imediato, Ismêniaporémficaconfusa com a situação. • Ciprianaaplicairradiaçõesmagnéticas, provocandoa emersão da memóriaemseusmaisimportantescentrosperispiríticos. • André nota, assombrado, quealgo de anormalsucederanamente da jovem, porqueseusolhos, dantesdoces e tranquilos, se tornaramdilatados e inquietos.
19 Reaproximação • Ismêniarelembra o passado, mas o amor, sempredivinonamulher de aspiraçõeselevadas, triunfou no olharenternecido de Ismênia, que, plenamentemodificada, se abraçouaodoente. • Ciprianapergunta se elapoderiaauxiliarCláudio, emfuturopróximo. Cooperandoconoscoem favor dele, recebendo-o nosbraçosabnegados de mãe, se a Lei Divinaautorizar o matrimônio. • Respondeque se o Céuconceder a felicidade de com algocontribuirembenefício de Cláudio, essebenefício será feito a mimmesma; e, se um diaeureceber a ventura conjugal, será nossoprimeiro e bem-amadofilhinho. De antemão, seiqueNicanor se regozijarácom o meucompromisso.
Cap. 20 No Lar de Cipriana
20 No Lar de Cipriana • A maioria dos companheirosqueaitrabalhavamnãoeramportadores de luminosaexpressão, mas típicaspersonalidadeshumanasemprocessoregenerador. • Irmã Ciprianaidealizouesteamorávelreduto de restauraçãoespiritual e concretizou-o, usandoosprópriosirmãossofredores e perturbadosquevagueiamnasregiõescircunvizinhas. • A organizaçãofunciona sob a vigilância dos próprioscompanheirosquevãomelhorando. • Quantos se nosdeparavam, exibiamatitudeiniludível de trabalho e de renovação; aindamesmoosaleijados e doentesqueaíestacionavam, emgrandenúmero, mostravamdisposições de otimismotransformador.