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Contos Escolhidos de Machado de Assis. Machado de Assis. Poeta Romancista Contista Dramaturgo Cronista Crítico literário. Painel histórico da época vivida por Machado. Campanha abolicionista Fundação do partido republicano
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Machado de Assis Poeta Romancista Contista Dramaturgo Cronista Crítico literário
Painel histórico da época vivida por Machado • Campanha abolicionista • Fundação do partido republicano • Escola de Recife ( divulgadora das ideias de Augusto Comte, Evolucionismo e Cientificismo)
Divisão da obra de Machado de Assis Romântica • Helena • Iaiá Garcia • Ressurreição • A mão e a luva Realista • Memórias póstumas de Brás Cubas • Dom Casmurro • Quincas Borba • Memorial de Aires • Esaú e Jacó
A Carteira • Enredo: Honório, um homem que tem uma divida de quatrocentos e tantos mil-réis, encontra no chão uma carteira cheia de dinheiro. O advogado passa por um período difícil da vida em relação às suas finanças. Este vive o dilema entre ficar com o dinheiro e saldar suas dívidas e sobre o fato de esse dinheiro não lhe pertencer, mas a outra pessoa. Descobre que a carteira é de um amigo chamado Gustavo. A carteira tem bilhetinhos que Honório não chega a ler. Ao chegar em casa, Honório encontra com o amigo Gustavo e este se sente aliviado por ter a carteira de volta, especialmente devido a alguns bilhetinhos que estão nela.
Trecho: “Então Gustavo sacou novamente a carteira, abriu-a, foi a um dos bolsos, tirou um dos bilhetinhos, que o outro não quis abrir nem ler, e estendeu-o a D. Amélia [...] ”. Além da ironia que surge do conflito moral presente no conto, o desfecho traz uma ironia que irrita os leitores pelo fato de sua ética tê-lo prejudicado.
Responda rápido • O dinheiro da carteira iria ajudar de alguma forma Honório, caso este decidisse se apoderar dela? • Honório contou o dinheiro da carteira? • Pode-se afirmar que o conto baseia-se em um dilema moral? Qual? • Qual a grande ironia do conto? • Machado caracteriza-se também por sua descrição psicológica das personagens. Como eram Honório, D. Amélia e Gustavo?
Respostas... • Sim, pois embora não confessasse, Honório estava endividado. • Sim, mas depois de muita relutância. • Sim, o conto baseia-se na indecisão de Honório quanto a ficar ou não com a carteira, já que ele a achara e ninguém que soubesse que a carteira não era dele o tinha visto pegá-la. • Honório não ter olhado os bilhetes que estavam na carteira, o fato de sua ética tê-lo prejudicado. • Honório era orgulhoso, bom pai de família, escrupuloso. D. Amélia era esbanjadora, infiel. Gustavo era hipócrita, desleal.
Ideias de Canário • Enredo: Trata de um homem que chega a uma loja e compra um canário cuja linguagem pode ser compreendida. O canário muda de opinião acerca do mundo sempre que o espaço em que vive é mudado. Um conto excepcional, principalmente para a época. Num tempo em que se cultuavam com fé quase sacra a ciência da época e o racionalismo, eis que este canário subverte a cabeça de um típico erudito da época.
Trecho : “Falei ao canário com ternura, pedi-lhe que viesse continuar a conversação, naquele nosso mundo composto de um jardim e repuxo, varanda e gaiola branca e circular. — Que jardim? que repuxo? — O mundo, meu querido. — Que mundo? Tu não perdes os maus costumes de professor. O mundo, concluiu solenemente,é um espaço infinito e azul, com o sol por cima. ”
Responda rápido • Que figura de linguagem Machado utiliza ao dizer que o canário “Era o último passageiro de algum naufrágio”? • A visão de mundo canário muda várias vezes, mas o que há em comum nessas visões? • O que o narrador quis dizer com a expressão “Todo eu era canário”? • Que ironia fica subentendida com a última fala do canário?
Respostas... • Metáfora. • Em todas elas o canário aparece como dono do mundo. • Que todo o seu tempo e seus pensamentos eram voltados para o canário. • Que podemos negar ideias que consideramos ultrapassadas a ponto de descrer que tais ideias existam.
Um Homem Célebre • Enredo: Seria quase desolador, se não fosse a mão de Machado. Nem por isso deixa de nos infiltrar um sentimento de desproteção diante do Destino. É a história do maestro Pestana, popular autor de polcas, e sua obsessão por compor grandes obras clássicas.
Trecho : “Contentou-se da missa rezada e simples, para ele só. Não se pode dizer se todas as lágrimas que lhe vieram sorrateiramente aos olhos, foram do marido, ou se algumas eram do compositor. Certo é que nunca mais tornou ao Réquiem.”
Responda rápido • Podemos dizer que Pestana não era realizado em sua profissão? Por quê? • Pestana era um homem sério? Que passagem do conto revela isso? • O que Pestana planejou para o a1° aniversário de morte de sua esposa? Seus planos se concretizaram? • Que ironia Machado faz à política brasileira da época?
Respostas... • Sim, pois ele ambicionava compor uma obra clássica, mas só compunha polcas. • Sim. O último parágrafo do conto comprova essa verdade. • A apresentação de um Réquiem. Não houve essa apresentação, pois ele não havia terminado a obra. • A alternância de poder entre liberais e conservadores
Um Apólogo • Enredo: Na estrutura, um apólogo, bastante peculiar dentro da obra de Machado. A ironia é a mesma de suas grandes histórias, mas, aqui, posta em ação num conto simples, bastante popular.
Trecho: “Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe: — Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.”
Responda rápido... • Quem nós podemos considerar como “vencedora” do embate entre a agulha e a linha?
Respostas... • A linha, pois ela vai ao baile no corpo da baronesa, enquanto a agulha volta para a caixinha de costura.
A Chinela Turca • Enredo: A história se passa na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1850. O bacharel Duarte prepara-se para ir a um baile, onde encontrará uma jovem com quem está a namorar há pouco tempo, quando lhe anunciam a visita do major Lopo Alves, velho amigo da família. Causa-lhe horror a visita àquela hora. O major vem lhe dar a notícia de que acabara de escrever um drama. O bacharel custa a crer que isso realmente estava acontecendo com ele, naquela hora da noite, só pensava em Cecília.
Trecho: “- Paixões fortes, não? - Fortíssimas. Que horas são? - Deram duas agora mesmo. Duarte acompanhou o major até à porta, respirou ainda uma vez, apalpou-se, foi até à janela. Ignora-se o que pensou durante os primeiros minutos; mas, a cabo de um quarto de hora, eis o que ele dizia consigo: - Ninfa, doce amiga, fantasia inquieta e fértil, tu me salvaste de uma ruim peça com um sonho original, substituíste-me o tédio por um pesadelo: foi um bom negócio. Um bom negócio e uma grave lição: provaste-me ainda uma vez que o melhor drama está no espectador e não no palco. ”
Responda rápido... • O bacharel Duarte ficou feliz com a visita de Lopo Alves? Por quê? • O bacharel Duarte chegou a ler o drama de Lopo Alves? • Duarte ficou feliz ou triste com o pesadelo que teve?
Respostas... • Não, pois ele estava indo a um baile onde veria Cecília, uma moça de quem ele gostava. • Não, pois dormiu. • Feliz. O trecho “- Ninfa, doce amiga, fantasia inquieta e fértil, tu me salvaste de uma ruim peça com um sonho original, substituíste-me o tédio por um pesadelo: foi um bom negócio. ” confirma isso.
O Espelho • Enredo: Um dos contos mais conhecidos e discutidos de Machado de Assis, que tem como subtítulo Esboço de uma nova teoria da alma humana: "Cada criatura humana traz duas almas consigo; uma que olha de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro"... E desse preâmbulo se desenvolve a história do alferes Jacobina e de sua intrigante (e perturbadora) aventura diante de um espelho...
Trecho: “Entre a cidade, com as suas agitações e aventuras, e o céu, em que as estrelas pestanejavam, através de uma atmosfera límpida e sossegada, estavam os nossos quatro ou cinco investigadores de coisas metafísicas, resolvendo amigavelmente os mais árduos problemas do universo. ”.
Responda rápido • O que o narrador quer dizer com a afirmação “O alferes eliminou o homem.”? • O que significa a diferença entre a imagem vista no espelho sem a farda e, depois, com a farda?
Respostas... • Que o fato de ele ter sido engrandecido através dos elogios das outras pessoas, fê-lo sentir-se apenas alferes, como se a sua humanidade fosse suprimida por sua profissão. • Significam a visão que o narrador tinha de si mesmo: sem a farda ele era difuso, como se não fosse real; com a farda ele se tornava importante, real.
A Cartomante • Enredo: Machado, que em muitas de suas crônicas ironizou a crença em videntes, leitores de mão etc., põe aqui a ironia do destino em ação para contar essa história, uma de suas mais populares.
Trecho: “Hamlet observa a Horácio que há mais cousas no céu e na terra do que sonha a nossa filosofia. Era a mesma explicação que dava a bela Rita ao moço Camilo, numa sexta-feira de novembro de 1869, quando este ria dela, por ter ido na véspera consultar uma cartomante; a diferença é que o fazia por outras palavras. - Ria, ria. Os homens são assim; não acreditam em nada. Pois saiba que fui, e que ela adivinhou o motivo da consulta, antes mesmo que eu lhe dissesse o que era. Apenas começou a botar as cartas, disse-me: "A senhora gosta de uma pessoa..." Confessei que sim, e então ela continuou a botar as cartas, combinou-as, e no fim declarou-me que eu tinha medo de que você me esquecesse, mas que não era verdade... - Errou! interrompeu Camilo, rindo. - Não diga isso, Camilo. Se você soubesse como eu tenho andado, por sua causa. Você sabe; já lhe disse. Não ria de mim, não ria... ”
Responda rápido... • O conto acima aborda uma das temáticas recorrente na obra de Machado de Assis: a traição. Camilo, o amante, conhecia o marido de Rita? • Nesse conto há algum trecho que contenha uma tensão psicológica? Qual?
Respostas... • Sim. Camilo até mesmo visitava a casa de Rita. • Sim. Quando Camilo recebe o bilhete do marido de sua amante, há um momento de tensão psicológica.
Noite de Almirante • Enredo: Leve, divertido. O marujo Deolindo Venta-Grande retorna à cidade, depois de meses no mar, e todos o parabenizam pela noite de almirante que irá ter com a sua Genoveva, a fogosa moça que prometeu esperá-lo fielmente. Só que nada corre como ele previa.
Trecho : “A verdade é que o marinheiro não se matou. No dia seguinte, alguns dos companheiros bateram-lhe no ombro, cumprimentando-o pela noite de almirante, e pediram-lhe notícias de Genoveva, se estava mais bonita, se chorara muito na ausência, etc. Ele respondia a tudo com um sorriso satisfeito e discreto, um sorriso de pessoa que viveu uma grande noite. Parece que teve vergonha da realidade e preferiu mentir. ”.
Responda rápido • Como seria, no contexto, uma “noite de almirante”? • Deolindo teve a “noite de almirante” pela qual esperava? • Que explicação Genoveva deu ao almirante? • Que crítica social Machado deixa evidente no desfecho da narrativa?
Respostas... • Com “ceia, viola e os braços de Genoveva”, ou seja, boa comida, boa música e a companhia da mulher amada. • Não seus planos foram frustrados, pois Genoveva estava vivendo com outro homem. • Simplesmente que seu coração havia mudado. Mais uma vez, Machado ressalta a volubilidade da alma humana. • O uso de máscaras, no caso, da mentira, utilizadas pelas pessoas para ocultar suas frustrações.
O Alienista • Enredo: Um dos mais populares contos de Machado de Assis. Ambientado em Itaguaí - interior do Estado do Rio de Janeiro - e numa época indefinida, mais para o final do século XVIII ou começo do XIX, é um raro exemplo de Machado, que escapa de seu habitual confinamento a uma área restrita da cidade do Rio de Janeiro, como ambientação de suas histórias. O Dr. Simão Bacamarte submete a vila de Itaguaí ao terror - parodiando a repressão que se seguiu à Revolução
Francesa -, construindo por lá a Casa Verde, e internando nela quantos acha que estão privados da razão. Toda a história pode ser lida como uma farsa, em que a ciência ou a pretensão à racionalidade e à Razão são ridicularizadas. O final desta peça divertida é absolutamente surpreendente. Simão Bacamarte, pelo rigor com que cumpre, inclusive em relação a si mesmo, seus preceitos científicos, é um exemplo de integridade - o que é decisivo, para ele, em seu autodiagnóstico, no desfecho da história.
Trecho: “As crônicas da vila de Itaguaí dizem que em tempos remotos vivera ali um certo médico, o Dr. Simão Bacamarte, filho da nobreza da terra e o maior dos médicos do Brasil, de Portugal e das Espanhas. Estudara em Coimbra e Pádua. Aos trinta e quatro anos regressou ao Brasil, não podendo el-rei alcançar dele que ficasse em Coimbra, regendo a universidade, ou em Lisboa, expedindo os negócios da monarquia. —A ciência, disse ele a Sua Majestade, é o meu emprego único; Itaguaí é o meu universo.”
Responda rápido... • Por que o leitor “desconfia” do conto de Machado desde o começo do texto? • Qual o objetivo de Simão quando chega em Itaguaí? • A população da cidade via com bons olhos a chegada do médico? • O que Simão Bacamarte conclui sobre si no final da história?
Respostas... • Porque é meio incoerente o fato de um médico tão bem conceituado em Portugal decidir “esconder-se” em Itaguaí, uma cidade pequena. • Descobrir o limite entre loucura e razão. • Simão foi recebido na cidade como um herói, mas algumas atitudes do médico causaram a raiva da população. • Que ele é o único louco que existe na cidade.