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MACHADO DE ASSIS. Fase realista - Vícios morais - Ironia Rompimento da estrutura linear Rio de Janeiro Profundidade psicológica Agregado Relações sociais Referências culturais (históricas / literárias) Narrativa em primeira pessoa (D. Casmurro)
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Fase realista • - Vícios morais • - Ironia • Rompimento da estrutura linear • Rio de Janeiro • Profundidade psicológica • Agregado • Relações sociais • Referências culturais (históricas / literárias) • Narrativa em primeira pessoa (D. Casmurro) • Diálogos narrador x leitor (MPBCubas) • Crítica ao cientificismo (O alienista) • Inverossímil (MPBCubas)
MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS
“Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais elegante e mais novo.”
Morte: “foi menos a pneumonia, do que uma idéia grandiosa e útil, a causa de minha morte (...) um emplasto anti-hipocondríaco, destinado a aliviar a nossa melancólica humanidade.” Busca pela Glória > entraria para a História com tal invenção
Análises sobre o comportamento / digressões A Ponta do Nariz: “Nariz, consciência sem remorsos, tu me valeste muito na vida… (…) Sabe o leitor que o faquir gasta longas horas a olhar para a ponta do nariz, com o único fim de ver a luz celeste. Quando ele finca os olhos na ponta do nariz, perde o sentimento das coisas externas, embeleza-se no invisível, apreende o impalpável, desvincula-se da terra, dissolve-se. (…) Cada homem tem necessidade e poder de contemplar o seu próprio nariz, para o fim de ver a luz celeste, e tal contemplação, cujo efeito é a subordinação do universo a um nariz somente, constitui o equilíbrio das sociedades.”
Parêntesis: “Quero deixar aqui, entre parêntesis, meia dúzias de máximas das muitas que escrevi por esse tempo. São bocejos de enfado; podem servir de epígrafe a discursos sem assunto: Suporta-se com paciência a cólica do próximo. Matamos o tempo; o tempo nos enterra. Um cocheiro filósofo costumava dizer que o gosto da carruagem seria diminuto, se todos andassem de carruagem.”
A um Crítico “Meu caro crítico - Algumas páginas atrás, dizendo eu que tinha cinqüenta anos, acrescentei: “já se vai sentindo que o meu estilo é tão lesto (ágil) como nos primeiros dias.” Talvez aches esta frase incompreensível, sabendo-se o meu atual estado; mas eu chamo a tua atenção para a sutileza daquele pensamento. O que quero dizer não é que esteja agora mais velho do que quando comecei o livro. A morte não envelhece. Quero dizer, sim, que em cada frase da narração da minha vida experimento a sensação correspondente. Valha-me Deus! É preciso explicar tudo.”
Trajetória de Brás Cubas: Elite Infância: criança-Diabo Escola: “Unamos agora as pés e demos um salto por cima da escola, a enfadonha escola, onde aprendi a ler, escrever, contar, dar cacholetas, apanhá-las, e ir fazer diabruras, ora nos morros, ora nas praias, onde quer que fosse propício a ociosos.”
Marcela: primeiro grande amor de Brás Cubas: “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis.” Brás estuda na Europa: “A Universidade esperava-me com as suas matérias árduas; estudei-as muito mediocremente, e nem por isso perdi o grau de bacharel; deram-no com a solenidade de estilo. (...) No dia em que a Universidade me atestou, em pergaminho, uma ciência que eu estava longe de trazer arraigada no cérebro, confesso que me achei de algum modo logrado, ainda que orgulhoso. Explico-me: o diploma era uma carta de alforria; se me dava a liberdade, dava-me a responsabilidade.”
Eugênia: “O pior é que era coxa. Uns olhos tão lúcidos, uma boca tão fresca, uma compostura tão senhoril; e coxa! Esse contraste faria suspeitar que a natureza é às vezes um imenso escárnio Por que bonita, se coxa? Por que coxa, se bonita? Essa voz saía de mim mesmo, e tinha duas origens: a piedade, que me desarmava ante a candura da pequena, e o terror de vir amar deveras, e desposá-la. Uma mulher coxa!”
Virgília: amante de Brás Cubas, apesar de ela ser casada com Lobo Neves, homem que Brás trata como se fosse seu amigo Brás e Virgília mantém o caso durante anos > encontram-se numa casa na praia da Gamboa (habitada por D. Plácida) Virgília chega a engravidar > Brás julgava ser o pai > aborto A relação entre os dois esfria Brás ainda tenta uma relação com Eulália > morre
Visão cética de mundo > balanço final da vida “Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar p pão com o suor de meu rosto. (…) Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e conseguintemente que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulos de negativas: - Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.”
O filósofo Quincas Borba: • Surge neste romance • Colega de infância de Brás Cubas • Inicialmente é um mendigo > torna-se herdeiro de um tio • Explica o Humanitismo a Brás Cubas: “Quincas Borba, porém, explicou-me que epidemias eram úteis à espécie, embora desastrosas para uma certa porção de indivíduos, fez-me notar que, por mais horrendo que fosse o espetáculo, havia uma vantagem de peso: a sobrevivência do maior número. Chegou a perguntar-me se, no meio do luto geral, não sentia eu algum secreto encanto em ter escapado às garras da peste…”; “- Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum.”
“Rubião fitava a enseada, - eram oito horas da manhã. Quem o visse, com os polegares metidos no cordão do chambre, à janela de uma grande casa de Botafogo, cuidaria que ele admirava aquele pedaço de água quieta; mas, em verdade, vos digo que pensava em outra coisa. Cotejava o passado com o presente. Que era, há um ano? Professor. Que é agora? Capitalista. Olha para si, para as chinelas, para a casa, para o jardim, para a enseada, para os morros e para o céu; e tudo, desde as chinelas até o céu, tudo entra na mesma sensação de propriedade. - Vejam como Deus escreve direito por linhas tortas, pensa ele. Se mana Piedade tem casado com Quincas Borba, apenas me daria uma esperança colateral. Não casou; ambos morreram, e aqui está tudo comigo, de modo que o que parecia uma desgraça…”
Narrado em terceira pessoa Trajetória de Rubião, professor de Barbacena, que herda a fortuna do filósofo Quincas Borba Relação Rubião x Quincas Borba: o filósofo fora apaixonado pela irmã de Rubião, Piedade > ela morre; Rubião cuida de Quincas antes de ele morrer Condição para Rubião herdar a fortuna: cuidar do cão de Quincas Borba, Quincas Borba
Rubião parte para o RJ com o dinheiro e o cão > trejeitos humanos Frase repetida por Rubião: “Ao vencedor, as batatas!” Na viagem, ele conhece Cristiano e Sofia > tornam-se amigos e exploradores do ingênuo Rubião - sócios Rubião = maravilhado/fascinado por Sofia Sofia = gosta do assédio de Rubião Cristiano = gosta de saber que sua esposa é desejada por outros Rubião começa a demonstrar um comportamento estranho > diz ser Napoleão III Ele é internado numa clínica, de onde foge
Rubião volta para Barbacena com o cão Quincas Borba Rubião grita: “Ao vencedor, as batatas!” - frase síntese do Humanitismo Rubião morre, assim como o cão
Narrado em primeira pessoa - Bento Santiago > visão parcial Dilema de sua vida: traição (?) de sua esposa Capitu Bento = velho, sozinho e casmurro > tenta “reatar as pontas da vida” Alterna fatos passados (e narrados) com reflexões presentes
Infância: vivia em Matacavalos com a mãe D. Glória, Tio Cosme, o agregado (que adorava elogiar e usar superlativos) José Dias, dentre outros parentes Pai: deputado > após a morte, D. Glória vende as posses e passa a viver de rendas de escravos e casas alugadas Capitu: vizinha > filha do Pádua > situação financeira inferior
Bento descobre amar Capitu após ouvir José Dias advertir a D. Glória do suposto envolvimento de Bento e da menina > seria mais difícil enviá-lo ao seminário: “ Com que então eu amava Capitu, e Capitu a mim? Realmente, andava cosido às saias dela, mas não me ocorria nada entre nós que fosse deveras secreto. (...) Pois, francamente, só agora entendia a emoção que me davam essas e outras confidências. A emoção era doce e nova, mas a causa dela fugia-me, sem que eu a buscasse nem suspeitasse.” D. Glória prometera enviar o filho ao seminário
Capitu – dissimulada / falsa / “olhos de cigana oblíqua e dissimulada” (visão de José Dias) X Bento – inocente / ingênuo / “Capitu era mais mulher do que eu homem”
Bento é enviado para o seminário > conhece Ezequiel Escobar: “rapaz esbelto, com olhos claros, um pouco fugitivos” Para sair do seminário, D. Glória negocia a promessa: envia um rapaz pobre sem seu lugar Bento x Capitu Escobar x Sancha Bento - imaginação fértil: “A imaginação foi a companheira de toda a minha existência, viva, rápida, inquieta...”
Bento - ciúme de Capitu x Escobar - visita sua casa enquanto Bento não se encontra Ezequiel > homenagem ao amigo “alguns dos gestos já lhe iam ficando mais repetidos, como o das mãos e pés de Escobar; ultimamente até apanhara o modo de voltar a cabeça deste, quando falava, e o de deixá-la cair, quando ria” / “Aproximei-me de Ezequiel, eram os olhos de Escobar.”
Morte / enterro de Escobar: “Enfim chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero daquele lance consternou a todos. (…) Só Capitu parecia vencer-se a si mesma. (…) Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas... (…) As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela; Capitu enxugou-as depressa, olhando a furto para a gente que estava na sala. (…) Parecia que o cadáver a retinha também.”
Bento pensa em matar o próprio filho > oferece-lhe café com veneno > não consegue levar a empresa até o fim Capitu ouve Bento dizer ao filho que este não seu pai > séria discussão O casal parte para a Europa, de onde apenas Bento retorna Capitu morre na Europa Ezequiel numa expedição em Jerusalém Bento ainda pensava em Capitu
ESAÚ E JACÓ Gêmeos Pedro e Paulo - univitelinos: iguais na questão física, mas inimigos nas idéias. Pedro = republicano Paulo = monarquista Só coincidem na paixão por Flora, moça que morre sem conseguir decidir entre um e outro > chega a ter um sonho, em que os dois se fundem num só
A inimizade e as posições ideológicas representariam o momento que o Brasil vivia - transição Império > República Flora representaria o povo brasileiro, sem conseguir distinguir entre um e outro sistema, que seriam iguais à primeira vista A história é um capítulo do diário do Conselheiro Aires
MEMORIAL DE AIRES Diário do Conselheiro Aires, diplomata aposentado que retorna ao Rio de Janeiro > expõe análises sobre o ser humano, sociedade, chegada da velhice > o casal D. Carmo e Aguiar representaria o próprio Machado e sua esposa, Carolina