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Conto e Crônica. Professora Cláudia Alencar 9ª série. Entre suas principais características do conto estão a concisão, a precisão, a densidade, a unidade de efeito ou impressão total. Diálogos
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Conto e Crônica Professora Cláudia Alencar 9ª série
Entre suas principais características do conto estão a concisão, a precisão, a densidade, a unidade de efeito ou impressão total.
Diálogos Direto: (discurso direto) as personagens conversam entre si; usam-se os travessões. Além de ser o mais conhecido é, também, predominante no conto. Indireto: (discurso indireto) quando o escritor resume a fala da personagem em forma narrativa, sem destacá-la. Indireto livre (discurso indireto livre) é a fusão entre autor e personagem (primeira e terceira pessoa da narrativa); o narrador narra, mas no meio da narrativa surgem diálogos indiretos da personagem como que complementando o que disse o narrador.
Focos narrativos • Primeira pessoa: Personagem principal conta sua história; este narrador limita-se ao saber de si próprio, fala de sua própria vivência. • Terceira pessoa: O texto é narrado em 3ª pessoa e neste caso podemos ter: • Narrador observador: • o narrador limita-se a descrever o que está acontecendo, "falando" do • exterior, não nos colocando dentro da cabeça da personagem; assim não • sabemos suas emoções, ideias, pensamentos. O narrador apenas descreve o • que vê, no mais, especula. • B) Narrador onisciente: • conta a história; o narrador tudo sabe sobre a vida das personagens, sobre seus destinos, ideias, pensamentos. Como se narrasse de dentro da cabeça delas.
Características da crônica • Ligada à vida cotidiana; • Narrativa informal, familiar, intimista; • Sensibilidade no contato com a realidade; • Síntese; • Uso do fato como meio ou pretexto para o artista exercer seu estilo e criatividade; • Leveza; • Diz coisas sérias por meio de uma aparente conversa fiada; • Uso do humor; • Brevidade; • É um fato moderno: está sujeita à rápida transformação e à fugacidade da vida moderna.
Na fila da liberdade É interessante notar as diferenças em filas, de um lugar para o outro. Em Florianópolis, por exemplo, tanto nas filas de banco como de supermercado, as pessoas ficam conversando, com calma, esperando. Mesmo no Rio de Janeiro, enfrenta-se uma fila com mais humor. Em São Paulo, a fila é uma tortura. A fila é triste e interminável. Parece que, se fosse possível, a gente mataria aqueles quatro ou cinco que estão na nossa frente. E, se alguém conversa com alguém, o assunto é a própria fila. Uns chegam a dizer palavras chulas. Xingam, como se a culpa fosse da pobre mocinha que está do outro lado da fila, muito mais aflita que os filenses. Pois foi numa dessas filas que o fato se deu.
Era uma bela fila, de umas dez pessoas. E em supermercado, com aqueles carrinhos lotados, a gente ali olhando a mocinha tirar latinha por latinha, rolo por rolo de papel higiênico, aquela coisa que não tem fim mesmo. E naquela fila tinha um garotinho de uns dez anos, que existe apenas uma palavra para definir a figurinha: um pentelho. Como muito bem define o Houaiss: “pessoa que exaspera com sua presença, que importuna, que não dá paz aos outros”. Pois ali estava o pentelhinho no auge de sua pentelhação. Quanto mais demorava, mais ele se aprimorava. E a mãe, ao lado, impassível. Chegou uma hora que o garoto começou a mexer nas compras dos outros. Tirar leite condensado de um carrinho e colocar no outro. Gritava, ria, dava piruetas. Era o reizinho da fila. E a mãe, não era com ela.
Na fila ao lado (aquela de velhos, deficientes e grávidas), tinha um casal de velhinhos. Mas velhinhos mesmo, de mãos dadas. Ali, pelo oitenta anos. A velhinha, não aguentando mais a situação, resolveu tomar as dores de todos e foi falar com a mãe. Que ela desse um jeito no garoto, que ela tomasse uma providência. No que a mãe, de alto e bom tom: - Educo meu filho assim, minha senhora. Com liberdade, sem repressão. Meu filho é livre e feliz. É assim que se deve educar as crianças hoje em dia. A velhinha ainda ameaçou dizer alguma coisa, mas se sentiu antiga, ultrapassada. Voltou para a sua fila. Só que não encontrou o seu marido, que havia sumido.
Não demorou muito e voltou o marido com um galão de água de cinco litros e, calmamente se aproximou da mãe do pentelho, abriu e entornou tudo na cabeça da mulher. - O que é isso, meu senhor? O velhinho colocou o vasilhame (que palavra antiga) no seu carrinho e enquanto a mulher esbravejava e o pentelho morria de rir, disse bem alto: - Também fui educado com liberdade!!! Foi ovacionado. Mário Prata