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A VIOLA – De Portugal para o Brasil. Um Resgate de nossa Cultura Prof. Marcos Roberto Souza (Bareta da Viola). ORIGEM DA VIOLA. Derivada do “alaúde”, instrumento de corda árabe, introduzido na Península Ibérica quando da dominação moura que perdurou de 711 d.C até 1492 d.C. TROVADORISMO.
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A VIOLA – De Portugal para o Brasil Um Resgate de nossa Cultura Prof. Marcos Roberto Souza (Bareta da Viola)
ORIGEM DA VIOLA • Derivada do “alaúde”, instrumento de corda árabe, introduzido na Península Ibérica quando da dominação moura que perdurou de 711 d.C até 1492 d.C.
TROVADORISMO • Foi o principal instrumento utilizado pelos trovadores e menestréis portugueses.
O Trovadorismo foi um movimento literário poético iniciado no séc. XI, na Provença e difundido pela Península Ibérica, Itália e Alemanha entre os séculos XII e XIV. Corresponde à primeira fase histórica e literária portuguesa, visto ser nessa época a formação de Portugal como reino independente.
JOGRAL • (...) geralmente, o jogral provinha das classes sociais mais humildes, e limitava-se a entoar cantigas dos trovadores, em cuja companhia andava e a representar atos histriônicos. Por vezes, contudo, executava canções da própria lavra. Podia, assim, subir à categoria de trovador, bem como este descer à de jogral. A verdade, porém é que historicamente o trovador nasce por imitação do jogral. Análogos aos scopas anglo-saxônicos e aos cantores muçulmanos, os jograis entraram em decadência no séc. XIV, à medida que os músicos da Corte preferiam adotar a nova designação de menestrel. (Massaud Moisés).
O TROVADOR • A palavra “trovador” designava, na lírica trovadoresca, o poeta completo, que compunha a letra e a melodia das cantigas e também as executava, acompanhado de instrumento musical. As mais das vezes pertencia à aristocracia ou era fidalgo decaído: é precisamente sua condição de nobre que lhe explica a múltipla capacidade, pois ao talento individual acrescentava o estudo acurado das regras da Retórica, da Poética e da Música. (Massaud Moisés).
A VIOLA NO BRASIL • Foi introduzida no Brasil pelos primeiros colonizadores e pelos jesuítas e tomou características próprias em cada região, incluindo mais de 40 afinações diferentes.
CARACTERÍSTICAS • Nordeste: um estilo mais “agressivo” de tocar viola, duelos entre repentistas lembrando as pelejas (denominadas “tensão”) entre os jograis medievais na Península Ibérica. • Sudeste: estilo mais “romântico”, com toadas, cururús, canções rancheiras, cateretês e folias de reis (religioso). • Centro-Oeste: Influência do estilo espanhol devido à fronteira com o Paraguai (guarâneas, polcas, chamamés e rasqueados)
Na região Sul • A Lenda do Primeiro Gaúcho... • A herança de Rodrigo e Imembuí
Mitos e Lendas dos Violeiros • Guiso de cascavel no bojo da viola; • Origem da afinação rio abaixo; • Simpatias para aprender tocar viola: • Da cobra coral; • Da sexta-feira santa; • Do cemitério; • E as cores das fitas.
O significado das cores das fitas na Viola. • São sete fitas (nota-se a presença da superstição do número 7) e cada cor representa um personagem do nascimento de Jesus. A BRANCA representa o próprio Jesus, a AZUL clara representa Maria, a ROSA São José, a AMARELA o ouro dado como presente, a VERMELHA o incenso, a VERDE a mirra e por fim a AZUL ESCURA representa São Gonçalo, Santo protetor dos violeiros. O curioso é que se encontrar na viola, uma fita PRETA, é sinal de que o violeiro que a colocou fez um pacto com o "coisa-ruim" para aprender os dotes de tocador.
Desde a Idade Média, quando músicos ambulantes e ciganos perambulavam de castelo em castelo tocando por um prato de comida, o virtuosismo instrumental chamava a atenção e a inveja dos maledicentes, que se apressavam a divulgar histórias sobre o tal pacto. Numa época em que a simples suspeita já era motivo para lançar alguém à fogueira, tornava-se uma maneira eficiente de eliminar um rival, por exemplo.
No universo rural brasileiro, onde impera a nossa viola caipira, não faltam histórias de pactos bem ou mal-sucedidos, onde o Demo, o Diabo, o Coisa-Ruim, é um mestre que vende caro seus ensinamentos. Geralmente é a alma do indivíduo ou sete anos de sua vida que são negociados em troca de uma instantânea transferência de conhecimento, que faz o violeiro sair tocando de forma assombrosa.
Reza a lenda que antigamente em várias regiões do Brasil, sempre nas noites de sexta-feira sob o encanto da lua cheia, um “misterioso” violeiro, descia rio abaixo ponteando sua viola em uma afinação desconhecida até então... Segundo os antigos, seria o próprio “tinhoso”, procurando algum violeiro desavisado, com coragem bastante para desafiá-lo...
Curiosamente, a lenda sempre surge em torno dos instrumentos de cordas. • Talvez o personagem mais notório da história da música a carregar esta fama tenha sido o violinista Niccolò Paganini (1782/1840), um italiano que encantou platéias de toda a Europa. Sua figura estranha, muito magro e alto, sempre de preto, e os contorcionismos e caretas que fazia enquanto tocava, deixaram em muitos a impressão de que estava “possuído”. Compositor inspirado, escreveu peças de difícil execução (os Capriccios, para violino solo), que fizeram muitos aprendizes desistirem do violino ou saírem correndo atrás de receitas do tal pacto.
Robert Johnson- o mais famoso caso de pacto com o “coisa-ruim” • Cantor e guitarrista de “Blues” do Mississipi
Para neutralizar a influência do chifrudo, muitos violeiros tornam-se devotos de S. Gonçalo do Amarante, padroeiro sempre representado com uma viola nas mãos e cultuado em várias festas populares brasileiras.
Os pesquisadores relatam que São Gonçalo do Amarante, viveu e morreu durante o século XII D. C. em Douro, Portugal. Ele era um homem comum, trabalhador, construiu a Igreja de Nossa Senhora em cima de um rochedo e diversas pontes sobre rios. Em toda sua vida dedicou-se a fazer o bem e transmitir o amor a Deus e a paz espiritual ao homem. Nas suas peregrinações, levava consigo uma viola de cordas, invocava o povo através de suas melodias, tocadas nas rodas de danças formadas ao ar livre, por moças e rapazes. Além das mensagens de fé e carinho que transmitia, ele foi exemplo de dignidade e santificação. Existem muitas lendas a respeito do santo protetor das mulheres e dos casais apaixonados. Contam que ele transmite tranqüilidade e alegria a todos. Protege sempre os que amam. Ajuda as pessoas a encontrar a pessoa certa para amar e ser feliz por toda a vida. Para alguns, São Gonçalo possui poderes sobrenaturais contra o mal e contra as adversidades. Tanto no Brasil como em Portugal as procissões a São Gonçalo são acompanhadas por rapazes e moças que desejam casar, carregando velas acesas, durante todo o percurso. Se a vela não apagar até o final da procissão, é certeza casar-se no mesmo ano.
A CULTURA CAIPIRA • A cultura caipira não é e nunca foi um reino separado, uma espécie de cultura primitiva independente, como a dos índios. Ela representa a adaptação do colonizador ao Brasil e portanto, veio na maior parte de fora, sendo sob diversos aspectos sobrevivência do modo de ser, pensar e agir do português antigo.Antônio Cândido, ensaísta e crítico literário emérito.
Mazzaropi- O eterno Jeca Tatu • O ator foi responsável por imortalizar o personagem de Monteiro Lobato “Jeca Tatu” no cinema, símbolo da Cultura Caipira à época.
Tião Carreiro- O mestre da viola • O violeiro que inspirou toda uma geração
Almir Sater – O discípulo • Principal responsável pela “ascensão” da viola caipira e da cultura pantaneira.
SERTÃO • “Sertão: é dentro da gente... O sertão é do tamanho do mundo...” Grande Sertão- Veredas (João Guimarães Rosa)
Bibliografia • - BOSI, Alfredo. Dialética da Colonização. 3ª edição. São Paulo. Companhia das Letras, 1992. 412 páginas. • - CURRAN, Mark. História do Brasil em Cordel. 2ª edição. São Paulo. Editora da USP, 2003. 283 páginas. • – DEBS, Sylvie. Patativa do Assaré: uma voz do Nordeste. 2ª edição. São Paulo. Editora Hedra, 2001. 132 páginas. • - HERCULANO, Alexandre. Lendas e Narrativas. São Paulo. Gráfica Editora Brasileira, 1960. 439 páginas. • - MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. 2ª edição. São Paulo. Cultrix Editora, 1978. 520 páginas. • - MOISÉS, Massaud; A Literatura Portuguesa; Cultrix Editora; 32 ed. SP; 2003. • - NEPOMUCENO, Rosa. Música Caipira – Da Roça ao Rodeio. 2ª edição. São Paulo. Editora 34, 2005. 437 páginas.