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HI 35 de 71. IDADE MODERNA, 1. Século XIII : problemas dos Papas Gregório IX ( 1227-1241 ) e Ino- cêncio IV ( 1243-1254 ) com o Imperador Frederico II ( + 1250 ), cu- jos domínios rodeavam os Estados Pontifícios. Foi um conflito vio-
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HI 35 de 71 IDADE MODERNA, 1 Século XIII: problemas dos Papas Gregório IX (1227-1241) e Ino- cêncio IV (1243-1254) com o Imperador Frederico II (+ 1250), cu- jos domínios rodeavam os Estados Pontifícios. Foi um conflito vio- lento que dividiu a Itália em dois bandos: os “guelfos” partidários do Papa e os “gibelinos” seguidores do Imperador. Estas lutas feriram de morte o regime da Cristiandade medieval. [XVIII, 1] Uma época de crise abriu-se com o choque entre o Papa Bonifácio VIII (1294-1303) a favor de uma teocracia pontifícia e o rei de França, Fi- lipe o Belo. [XVIII, 4] Cume da crise: o conselheiro de Filipe, Guiller-me de Nogaret, fez prisioneiro, em Anagni, ao pontífice, que morreu passado um mês . [XVIII, 4]
HI 36 de 71 IDADE MODERNA, 2 Clemente V (1305-1314) transplanta o Papado para Avinhão: ficou sob o domínio francês. Foram franceses os sete papas que ali se sucederam e quase noventa por cento dos cardeais. [XVIII, 4 - 5] Regresso do Papa a Roma: anseio dos melhores espíritos da época, desde Santa Catarina de Sena e Santa Brígida, a Petrarca. [XVIII, 8] A pacificação dos Estados Pontifícios pelo carde-al Gil de Albornoz facilitava o regresso. Por fim, Gregório XI (1370-1378) abandonou Avinhão e fez a sua entrada em Roma em 1377. [XVIII, 8]
HI 37 de 71 IDADE MODERNA, 3 Cisma do Occidente, 1 A Quando morreu Gregório XI, o povo romano desejava ardentemente a eleição de um papa italiano. Num clima de paixão popular, o conclave (com grande maioria de franceses) elegeu no dia 8 de Abril de 1378 o italiano Bartolomeu Prignano, que tomou o nome de Urbano VI (1378-1389). [XIX, 2] B Poucos meses mais tarde, a maioria francesa do Sacro Colégio abandonou Roma e denunciou como inválida a recente eleição papal. Em Setembro, designaram papa a um deles que tomou o nome de Clemente VII (1378-1394). Este instalou-se em Avinhão, os dois papas eleitos excomungaram-se um ao outro e o Cisma ficou aberto. [XIX, 2]
HI 38 de 71 Cisma do Ocidente, 2 IDADE MODERNA, 4 Em 1408, depois de 30 anos de Cisma, Gregório XII era Papa em Roma e Bento XIII (Pedro de Luna), encabeçava a obediência de Avinhão. Um grupo de cardeais romanos e outro de Cardeais de Avinhão resolveram celebrar um concílio para pôr fim ao Cisma. [XIX, 4] O concílio, reunido em Pisa em 1409, declarou depostos os dois pontífices e elegeu um novo Papa, Alexandre V. Mas os papas de Roma e Avinhão recusaram-se a abdicar, com o que a Cristandade ficou dividida em três obediências. [XIX, 4] O Imperador alemão Segismundo obteve do “papa de Pisa” João XXIII, sucessor de Alexandre V, a convocação do concílio ecu- ménico de Constança. [XIX, 4]
HI 39 de 71 IDADE MODERNA, 5 Cisma do Ocidente, 3 Constança: votação não por cabeças, mas por nações: um voto por cada nação e outro mais do Colégio de cardeais. [XIX, 5] a O Papa João XXIII, convidado a abdicar, recusou fazê-lo e fugiu de Constança. [XIX, 5] b O concílio fez a sua doutrina conciliarista, que afirmava a superioridade do concílio universal sobre o Papa. [XIX, 5-7] c Elegeu o Papa Martinho V (11.XI.1417), reconhecido por toda a cristandade: fim do cisma. Mas o Papa não confirmou os decretos conciliaristas. [XIX, 7-8] d
HI 40 de 71 IDADE MODERNA, 6 As doutrinas conciliaristas enfrentaram o Papa Eugénio IV (1431-1447) no Concilio de Basileia, que se converteu pouco a pouco numa assembleia de clérigos, com uma percentagem mínima de bispos. [XIX, 8] Os conciliares de Basileia chegaram à ruptura com o Papa, que declararam deposto, elegendo como antipapa o duque Amadeu de Saboia , que tomou o nome de Félix V. EugénioIVcondenou o «conventículo» e a doutrina conciliarista. Todos os reinos cristãos abandonaram o grupo cismático. A crise do concili-arismo terminou com uma clara reafirmação do Primado romano. [XIX, 8]
HI 41 de 71 IDADE MODERNA, 7 Várias circunstânciasprepararam a reforma de Lutero: [XXI, 2] - as doutrinas conciliaristas, o democratismo eclesial, a filosofia nominalista, o Cisma do Ocidente; - Na ordem política: os conflitos entre papas e imperadores, o auge dos nacionalismos eclesiásticos; - decadência moral do clero na Alemanha, em especial do episcopado (monopólio efectivo da nobreza); - a debilidade do poder soberano, num império fragmentado num sem-fim de principados e cidades; - sobretudo o ressentimiento contra Roma (elenco de agravos e querelas da nação alemã contra a Cúria romana).
HI 42 de 71 IDADE MODERNA, 8 Lutero (1483-1546) sentia uma angustiosa an- siedade por assegurar a sua salvação.Formou--se na teologia ockhamista, que ao mesmo tempo que proclamava o voluntarismo arbi-trário de Deus, sustentava que a vontadelivre do homem bastava para cumprir a Lei divina e salvar-se. Mas ele considerava-se incapaz de superar a concupiscência apenas com as suas forças. [XXI, 3] A meditação de Rom 1, 17 (“o justo vive da fé”) fez sair Lutero da sua profunda crise de angústia: acreditou entender que Deus misericordioso justificava o homem através da fé (fé fiducial). Sobre esta base construiu um sistema doutrinal em aberta contra- dição com a tradição da Igreja. [XXI, 3-4]
HI 43 de 71 IDADE MODERNA, 9 • Para Lutero: [XXI, 4] • a natureza humana ficou radicalmente corrompida pelo pecado; • a justificação (dimanando só da fé) não seria uma sanação interior do homem, mas uma declaração de Deus recobrindo-o graciosamente com os méritos da morte de Cristo; • as obras do homem de nada serviriam para a salvação; • nem o sacerdócio ministerial teria razão de ser, nem a maioria dos sacramentos, nem os votos monásticos, nem o Papado, invenção máxima do Anticristo. A Igreja não seria depo- sitária nem intérprete da Revelação. Única fonte da Revelação: “só a Escritura”. A interpretação da Escritura corresponde-ria a cada fiel em par-ticular, directamente inspirado por Deus.
HI 44 de 71 Processo histórico da Reforma na Alemanha, 1 IDADE MODERNA, 10 A pregação pelos dominicanos de indulgências para obter esmolas destinadas às obras da basílica de S. Pedro suscitou a repulsa de Lutero, frade agostinho e professor em Wittenberg. Publica 97 teses contra a Teología escolástica (4.IX.1517) e envia ao arcebispo de Mogúncia, na véspera do dia de Todos os Santos 95 teses sobre as indulgências. [XXI, 7] a Recusou apresentar-se em Roma. Crescimento da sua fama. Apresenta-se nas dietas imperiais de Augsburgo (1518) e Leipzig (1519). [XXI, 7] b 1519: Carlos V Imperador. Lutero publica em 1520 três es-critos que implicavam a rupturaaberta com a Igreja: “À nobreza cristã da nação alemã”, “Do cativeiro de Babilónia da Igreja”, “Da liberdade do cristão”. [XXI, 7] c
HI 45 de 71 IDADE MODERNA, 11 Processo histórico da Reforma na Alemanha, 2 Na dieta de Worms (1521), Carlos V e Lutero encontraram-se frente a frente. Lutero: “não posso nem quero retratar-me”. [XXI, 8] O luteranismo foi conquistando com rapidez prin-cipados e cidades. Na “Guerra dos camponeses” Lutero toma o partido dos senhores e exorta os príncipes a assumir o poder eclesiástico nos seus Estados. Em 1546 morre Lutero. [XXI, 9] Vitória de Carlos V em Mühlberg (1547). Traição de Maurício da Saxónia obriga Carlos V a conceder a liberdade religiosa aos lutera-nos (tratado de Passau, 1552). Paz de Augsburgo (1555): igualdade de direitos (príncipes decidem a confissão no seu território). [XXI, 9]
HI 46 de 71 IDADE MODERNA, 12 Na Suiça alemã, Zwinglio, pároco de Glaris (1484-1531), moveu desde 1518 a sua própria revolta religiosa. Lutero considerava-o como “um homem não cristão”, sobretudo pela sua doutrina da presença meramente simbólica de Cristo na Eucaristia. [XXII, 2] Calvino (1509-1564) levou até às últimas consequências as premissas fundamentais da doutrina protestante. A corrupção insanável do homem e o voluntarismo divino absoluto conduziam à doutrina da predestinação. A verdadeira Igreja seria a congregação dos predestinados. Sinal de favor divino e indício de predestinação: a prosperidade nos negócios temporais. [XXII, 3]
HI 47 de 71 IDADE MODERNA, 13 A Reforma católica é posterior no tempo à Reforma pro- testante. Um país ocidental surge como vanguarda na Reforma católica: a Espanha dos Reis Católicos. Em Itália apareceu a figura dos clérigos regulares (vivem em comunidade e emitem os três votos religiosos, mas não usam hábito nem assistem ao coro): ordem dos teatinos (1524), e a dos barbanitas (1534), por exemplo. [XXIII, 1-2] Fundação da Companhia de Jesus por Santo Inácio de Loyola (1499-1556). Em 1540, Paulo III aprovou-a como uma ordem de cléri- gos regulares, com a finalidade da propagação da fé e o ensino da doutrina. Quarto voto. Rápido desenvolvimento. Serviços de grande importância ao Pontificado. [XXIII, 3]
HI 48 de 71 IDADE MODERNA, 14 O impulso de renovação espiritual no sécu- lo XVI atingiu as antigas Ordens: Francisca-nos (São Pedro de Alcántara), Beneditinos (abade Garcia de Cisneros), Carmelo (Santa Teresa de Jesus). Na Itália nasceram os Capuchinhos, como um novo ramo do tronco franciscano. [XXIII, 4] Acontecimento central da Reforma católica: o Concílio de Trento. O Papa Paulo III (1534-1549) desejava que se tratassem em pri-meiro lugar os temas doutrinais e Carlos V as questões discipli-nares de reforma eclesiástica. Trataram-se as duas matérias simul-taneamente. Durou de 1545 a 1563, em três etapas. [XXIII, 5-6]
HI 49 de 71 IDADE MODERNA, 15 O imenso Império espanhol da América e Extremo Oriente foi campo privilegiado para a expansão cristã. [XXIV, 5] A O dinamismo tridentino impulsionou também: a constitui- ção, por iniciativa de São Pío V (1566-1572), da Liga Santa, que venceu os turcos em Lepanto; a reconquista religiosa de uma porção considerável das populações do Centro da Europa (Suiça francesa, Áustria, Baviera, Polónia, Boémia); o final das guerras de religião na França. [XXIV, 6] B A guerra dosTrinta Anos (1618-1648): Espanha e o Im- pério contra os príncipes protestantes. França interveio e inclinou a balança a favor dos príncipes protestantes (apesar de ser governada por cardeais: Richelieu, + 1642; Mazzarino, + 1661). Tratados de Westfália. [XXIV, 7] C
HI 50 de 71 IDADE MODERNA, 16 Século XVII: França sucede a Espanha co-mo primeira potência europeia. Guerras de religião acabaram num compromisso: Hen-rique IV converteu-se ao Catolicismo e os huguenotes receberam com o Édito de Nan-tes (1598) um estatuto de tolerância. [XXV, 1] Época de esplendor religioso: São Francisco de Sales (1567-1622), São Vicente de Paulo (1581- 1660), São João Baptista de la Salle (1651-1719), reforma do Cister dá origem à Trapa. [XXV, 1] Disputas teológicas: a controvérsiade auxiliis (Luís de Molina - Báñez): intervenção de Paulo V (1605-1621). [XXV, 3]
HI 51 de 71 IDADE MODERNA, 17 Cornélio Jansénio, professor da Universidade de Lovaina e depois bispo de Ypres (+ 1638) expôs no seu tratado “Augus- tinus” uma doutrina sobre a Graça fundada nas mais rígidas teses de Santo Agostinho contra Pelágio: irresistível força da Graça nos predestinados e impotência do homem obter a salvação. Consequência: estrito rigorismo moral e sentimento de “temor e tremor” nas relações com Deus. [XXV, 4] Século XVII: o quietismo de Miguel de Molinos (1628- -1696); controvérsias sobre os ritos malabares e chineses; o processo de Galileu. [XXV, 7-8]
HI 52 de 71 IDADE MODERNA, 18 Luís XIV (1638-1715) derrogou o Édito de Nan-tes, acabando assim com a anterior tolerância para com os huguenotes. Mas entrou em conflito com o Papa Inocêncio XI, ao pretender estender a todos os bispados e benefícios vagos os direi-tos de regalia a favor da coroa. O episcopado francês pôs-se ao lado do rei. [XXVI, 3] Bossuet compôs os quatro “Artigos orgânicos” (1682), quinta essên-cia do Galicanismo. O Regalismo estendeu-se também aos países germânicos (“Febronianismo”: de Febrónio, pseudónimo usado pelo bispo auxiliar do bispo de Tréveris) e à Áustria (“Josefismo”: de José II da Áustria). Tentativa de estender o Josefismo ao Grão Ducado da Toscana: Sínodo de Pistoya. [XXVI, 3-7]
HI 53 de 71 IDADE MODERNA, 19 1680-1715: grande mudança de ideias e de mentalidades que iluminou a Ilustração anticristã do século XVIII. Factores desencadeantes: - Descartes (1596-1650) proclamava como princípio do discurso humano a dúvida metódica e a rejeição de tudo aquilo que não se impusesse com evidente clareza ao julgamento da razão. Excluía da dúvida a verdade religiosa, mas o racionalismo posterior acabaria por negar valor ao conhecimento fundado na fé e na Revelação. Apa-rição dos “libertinos” (nada seguro, nada certo). [XXVII, 2-3] - Crítica de Spinoza contra a Bíblia: põe em dúvida o valor histórico dos livros revelados, os milagres e a ordem sobrenatural. [XXVII, 4] - Substituição da Religião revelada por uma mera religião natural (Deísmo). [XXVII, 4] - Maçonaria fundada na Inglaterra: combatia a religião positiva (em especial o Cristianismo). Condenada por Clemente XII (1738). [XXVII, 4] - Ódio ao Cristianismo: Voltaire (1694-1778) e os filósofos. [XXVII, 5]
HI 54 de 71 IDADE MODERNA, 20 O ideário da Ilustração era também anti-cristão pela sua total rejeição da verdade dogmática, que considerava “a priori” como expressão de intolerância e fanatismo. [XXVII, 6] Em França, instrumento decisivo para a “popularização” da ideologia “ilustrada” foi a “Enciclopédia”, projectada por Diderot e D’Alem-bert e levada a cabo entre 1751 e 1772 por uma equipa de redactores (os “enciclopedistas”). [XXVII, 7] Enciclopédia: alegava a incompatibilidade do Cristianismo com as ciências experimentais ou as exigências da razão. Na Alemanha: movimento ilustrado (a “Aufklärung”); cristianismo “razoável”, sem dogmas nem milagres. [XXVII, 7-8]