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Os Parisienses sob a Ocupação Fotos a cores de André Zucca – 1940-44. 64 slides – 26 fotos a cores únicas no mundo Tempo de leitura: 20 a 30 minutos Avanço manual – sem som. Os Parisienses sob a Ocupação Fotos a cores de André Zucca – 1940-44.
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Os Parisienses sob a OcupaçãoFotos a cores de André Zucca – 1940-44 64 slides – 26 fotos a cores únicas no mundo Tempo de leitura: 20 a 30 minutos Avanço manual – sem som
Os Parisienses sob a OcupaçãoFotos a cores de André Zucca – 1940-44 Exposição na Biblioteca Histórica da Cidade de Paris, entre Abril e Julho de 2008
Estas fotos encantaram-me: as pessoas vestiam-se assim quando eu era pequeno, usavam aqueles óculos e aqueles sapatos… Temos lido muito sobre a Segunda Guerra Mundial, e a França de então. Vimos muitas fotos a preto e branco, mas estas são outra coisa! Dão-nos a sensação de “estarmos lá”. Magia da cor e talento do fotógrafo. Claro, falta muita coisa: o sofrimento do dia-a-dia, a angústia do que vai ser o amanhã, a violência, o heroísmo. E no entanto… não é toda a verdade, mas é parte da verdade. A ter também em conta. Procurei na Net as melhores fotos e fiz este pequeno álbum a pensar em vocês: acho que vão gostar… O vosso irmão, pai, tio, amigo… João Barreto Julho de 2008
Plano • Uma exposição polémica 5-7 • Só para quem não se lembra: o que foi a Ocupação 8-21 • Visita a vinte e seis fotos expostas 22-49 • Quem foi André Zucca? 50-61 • Reflexão final 62 • Indicações úteis 63
Uma exposição polémica… • Estas fotos estiveram expostas muito recentemente em Paris (até 1 de Julho último). Levantaram muita celeuma e um aceso debate público, alegadamente porque apresentam uma versão falsa dos quatro anos da Ocupação alemã da França, na Segunda Guerra Mundial. • As fotos mostrariam, segundo se afirmou, um povo indiferente aos horrores da guerra, pessoas passeando tranquilamente nas ruas, vivendo uma vidinha sossegada, enquanto decorria um conflito cheio de violência e de atrocidades. • O vereador da cultura de Paris, Christophe Girard, exigiu que fosse encerrada.
Biblioteca Histórica da Cidade de Paris Mas o director da Biblioteca de Paris, Jean Derens, recusou o encerramento, dizendo que “isso representaria uma forma de censura, impedindo as pessoas de apreciarem estas obras excepcionais” e assim formarem a sua própria opinião.
Cartaz da exposição, posteriormente mandado retirar O “maire” Bertrand Delanoë, presidente do município, finalmente decidiu que a exposição prosseguiria, mas incluindo 20 painéis com explicações redigidas pelo historiador Jean-Pierre Azéma. E para dar uma satisfação aos protestatários mandou retirar da vista do público todos os cartazes relativos ao evento. Azéma Delanoë
Só para quem não se lembra: • A França foi invadida em Maio de 1940 pela Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial, que decorreu de 1939 a 1945.
Só para quem não se lembra: • Derrotada a França, foi ela ocupada militarmente primeiro em cerca de dois terços do seu território, e, depois de Dezembro de 1942, na totalidade. • Os alemães controlavam rigorosamente os movimentos dos civis e estabeleceram severas restrições económicas.
Só para quem não se lembra: • Hitler impôs um regime de direita autoritária e anti-democrática, colaborante com o invasor, encabeçado pelo Marechal Pétain e liderado quase todo o tempo pelo primeiro ministro Laval. Pétain Laval
Só para quem não se lembra: • O sistema político era ultraconservador e muito repressivo, com frequentes rusgas da polícia secreta e da Milícia.
Só para quem não se lembra: • A política anti-semita foi posta em prática: os judeus foram obrigados a usar a estrela amarela sobre a roupa. • Muitos deles foram perseguidos, deportados e mortos.
Só para quem não se lembra: • Entre muitas perseguições, foi especialmente dramática a prisão de milhares de judeus no Vélodrome d’Hiver,
Só para quem não se lembra: • Velhos, doentes e crianças passaram terrivelmente, e muitos foram arrastados para a morte.
Só para quem não se lembra: • Ao princípio Pétain tinha alguma popularidade, mas ela foi-se perdendo com o multiplicar das execuções e com o recrutamento obrigatório de jovens para irem trabalhar na Alemanha
Só para quem não se lembra: • Por essa razão organizaram-se poderosos movimentos clandestinos de resistência, comandados do exterior pelo general De Gaulle. Muitos dos seus militantes, como Jean Moulin, foram presos e torturados.
Só para quem não se lembra: De Inglaterra, o general De Gaulle apelou ao combate e comandou a Resistência
Só para quem não se lembra: • Entretanto, alguns alemães e alguns franceses passavam bastante bem, ou até enriqueciam enormemente com o mercado negro. Soldados alemães chez Maxim’s
Só para quem não se lembra: • As pessoas sonhavam com o dia da Libertação, que só haveria de chegar no verão de 1944
Só para quem não se lembra: • Apesar de todas as restrições, os franceses tentavam ter esperança e por vezes conseguiam viver momentos de alegria. 1944
Só para quem não se lembra: • Era preciso viver o dia-a-dia… Esta é já uma foto de André Zucca, com o seu incomparável poder de síntese
As fotos a cor de André Zucca
Vamos dar uma volta à exposição, que compreende 270 fotos, praticamente as únicas a cores que existem sobre este período histórico Comecemos então por ver esta…
Rua de Rivoli, sem data (sede do Alto Comando alemão em Paris)
Jardin du Luxembourg, 1942 Este menino, hoje homem idoso, reconheceu-se ao ver a exposição e disse que as imagens lhe pareciam enganadoras. Não deixam ver a angústia em que vivia, por seus pais andarem escondidos: pertenciam à Resistência e estavam condenados à morte.
Bairro do Marais, Rue des Rosiers Estrela amarela obrigatória: judeu.
Ponte de Tournelle, 19 de Abril de 1944: Um morador em Noisy-le-Sec foge com os pertences após o bombardeamento aliado
Sobre o autor: quem era André Zucca O autor destas fotos foi repórter fotográfico e trabalhou antes das guerra para o Paris- Match e France Soir. A ideologia nazi parece não o ter incomodado por aí além... Chamavam-lhe “anarquista de direita” e era, provavelmente, anti-semita, como tantos outros nessa altura. Foi por isso requisitado para trabalhar na revista alemã Signal, a partir de 1940.