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O COMPORTAMENTO HUMANO NO CONTEXTO DO TRABALHO. Profa. Andréia Vicente. Significados do trabalho.
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O COMPORTAMENTO HUMANO NO CONTEXTO DO TRABALHO Profa. Andréia Vicente
Significados do trabalho • Da Revolução Industrial aos dias de hoje, o trabalho demanda um significativo tempo e esforço individual. Na atualidade, o trabalho vem sofrendo profundas mudanças de caráter qualitativo e quantitativo, que se refletem num “novo contrato de trabalho”, influenciado pelo conhecimento e pela tecnologia, numa sociedade que apregoa o fim dos empregos.
Na Bíblia, o trabalho é visto como sacrifício: “comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de que foste tirado; porque és pó, e em pó te hás de tornar”. (Gênesis, 3, 16-19). Em toda a antiguidade há a prática de trabalhar apenas por necessidade: escravos, vassalos, camponeses, pobres.
Na Grécia antiga, o trabalho era visto como algo a ser realizado apenas pelos escravos, como coloca De Masi (2000): “a maioria dos gregos desprezava o trabalho e qualquer atividade que comportasse fadiga física ou, de algum modo, a execução de uma tarefa”.
Na idade média, trabalhavam somente os servos e escravos, enquanto o senhor feudal se dedicava a outras atividades menos cansativas. O padrão de beleza e sinal de status: sobrepeso, palidez, músculos pouco desenvolvidos – o tipo físico dos que claramente não precisavam realizar trabalhos braçais.
No século XVI o protestantismo de Calvino e Lutero via o trabalho como libertador, capaz de aumentar a dignidade. Considerava que a riqueza é um estado nobre, legítimo, resultado de esforço e o trabalho era visto como uma virtude e o caminho religioso para a salvação.
A partir do século XVIII, impulsionado pelas grandes transformações sociais e econômicas oriundas da Revolução Industrial, o trabalho passou a adquirir um sentido moderno de esforço árduo e penoso. Também neste século o homem passa a buscar uma melhor condição de vida através dos ganhos pelo seu trabalho.
Marx fez uma ampla análise do trabalho na sociedade capitalista do século XIX, que repercute até os dias atuais. Para ele, o trabalho é a única fonte criadora da vida humana, é pelo trabalho que o homem se torna homem, isto é, através do trabalho o homem identifica, se diferencia e transforma a si mesmo.
A partir das décadas de 70 e 80, houve um grande avanço tecnológico, modificando mais uma vez o mundo do trabalho. Atualmente o trabalho continua sendo fonte de prazer e de dor: para alguns uma verdadeira paixão e para outros apenas uma dura obrigação. Mas mesmo para aqueles que vêempouco ou nenhum prazer no trabalho, ele ainda é um elemento fundamental para a construção do indivíduo e do seu papel na sociedade.
Trabalho, ocupação e emprego: uma revisão histórico-conceitual • Em sua origem, o trabalho é a atividade daqueles que perderam a liberdade. Na antiguidade, o trabalho adquiriu o significado metafórico de sofrimento e infortúnio, estando relacionado com a escravidão. • Uma análise do conceito de trabalho na tradição greco-romana e judaico-cristã pode se iniciar pela busca de sua origem etimológica. “Trabalho” provém do latim vulgar tripalium um instrumento de tortura de três paus utilizado no império romano.
• Na Bíblia, o trabalho é imposto como uma punição à desobediência humana: “Ganharás o teu pão com o suor do teu rosto”. • Somente no final da idade média o trabalho passou a incorporar um sentido positivo e passou a ser visto como um instrumento de salvação e forma de realizar a vontade divina.
• Na idade Moderna, passou-se a fazer diferenciação entre o trabalho qualificado e o não-qualificado, entre o produtivo e o não-produtivo, aprofundando-se a distinção entre trabalho manual e intelectual. • Atualmente o conceito de ocupação é associado ao termo trabalho, mas na antiguidade as pessoas livres eram ocupadas, pois quem trabalhava eram os escravos.
• Na Modernidade, gradativamente, o trabalho, compreendido como ocupação econômica, transformou-se em emprego. Esta categoria passou a ser entendida como trabalho pago em dinheiro, fato típico do capitalismo. • Também dos relatos históricos se extrai que, quase sempre, o trabalho e/ou a ocupação passaram a ser sinônimo de emprego.
• O emprego é um fenômeno da Modernidade, que “reflete a relação entre o indivíduo e a organização em que uma tarefa produtiva é realizada, pela qual aquele recebe rendimentos e cujos bens ou serviços são passíveis de transações no mercado”. • Na sociedade centrada no mercado dos nossos dias, o emprego passa a ser o critério que define a significação social dos indivíduos.
• Os empregos tornaram-se não somente comuns, mas também importantes; passaram a ser nada menos do que o único caminho amplamente disponível para a segurança, o sucesso e a satisfação das necessidades de sobrevivência. • Na segunda metade do século XX, o trabalho "de massa" no mercado ou o emprego começou a decrescer em praticamente todas as nações industrializadas do mundo. Ao mesmo tempo em que esse fato ocorre, uma nova geração de sofisticada tecnologia de informação e de comunicação está sendo introduzidas, aceleradamente, nas mais diversas situações de trabalho.
A organização e o trabalho • É a partir da Revolução Industrial que surge o conceito atual de trabalho, e é no decorrer do século XX que este recebeu a configuração que hoje está assumindo. • Ao longo do século XX podem-se visualizar três eras organizacionais e seus impactos na forma de trabalhar: Era Industrial, Era Pós-Industrial e Era da Informação.
Era Industrial: período que vai da revolução industrial até meados de 1950 • Intensificação da industrialização em amplitude mundial • Ênfase nas empresas burocráticas, centralizadas, departamentalizadas, com rígidos regulamentos e padronização de comportamentos • Cargos individuais especializados com tarefas simples e repetitivas • Ênfase na eficiência da produção, no método e na rotina
• Ambiente estável e tecnologia fixa e permanente • Nenhuma capacidade para mudança e inovação • O homem era considerado um apêndice da máquina
Era Pós- Industrial: período que vai de 1950 a 1990 • Aumento da competitividade e da amplitude das transações comerciais • Início da visão sistêmica e multidisciplinar (holística) • Modelo anterior tornou-se rígido e vantajoso demais para acompanhar as mudanças constantes • Fragmentação e decomposição das grandes organizações em unidades estratégicas de negócios • Começou-se a valorizar a inovação, a mudança de hábitos e de maneiras de pensar e agir • Recursos humanos – seres vivos e inteligentes e não mais fatores de produção
Era da Informação: período que começou em 1990 • Mudanças rápidas, imprevistas e turbulentas • Tecnologia da informação • Globalização da economia • São bem sucedidas as organizações capazes de transformar a informação em uma nova oportunidade de bens e serviços
• Capital financeiro – cede lugar ao conhecimento • Na era da informação, o emprego passou a migrar do setor industrial para o setor de serviços • O trabalho manual está sendo substituído pelo trabalho mental • Cargos, equipes e processos são dinâmicos • Surge a organização virtual