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Esta apresentação foi desenvolvida com acessibilidade para pessoas com deficiência visual.
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Esta apresentação foi desenvolvida com acessibilidade para pessoas com deficiência visual
Do primeiro ao penúltimo slide, Fundo degradê do cinza claro para o branco, de cima para baixo, e em primeiro plano, um labrador amarelo deitado com a cabeça erguida, num almofadão marrom, olhando para você. O cão fala como personagens de história em quadrinhos, seus dizeres encontram-se dentro de círculos amarelos alaranjados Oi, você temum minutinhopra mim?
Sou um cão guia, vim deSmithtown - N.Y. para trabalhar aqui noRio de Janeiro. Percebi que ainda existe muita curiosidade sobre esse mercado de trabalho e, se você não se incomodar, eu posso explicar um pouquinho.
Ao nascer, fui selecionado e aos doismeses fui adotado por uma família que me educou e me ensinouboas maneiras para que eu pudesse viver em sociedade, sem gafes. Eles me levavam para todos os lugares que iam, ao clube,à universidade, à igreja e até à Disney... Viajei em carro, ônibus,trem, metrô e até de avião.
Com um ano e dois meses minha família adotiva me devolveu para a Guide Dog Foundation for the Blind e comecei a ser treinado para o trabalho de cão guia. Fiquei triste de me separar de meus irmãos e pais mas, eu já sabia que tinha que ser assim... não tendo outro jeito, sacudi o rabo e dei a volta por cima.
Eu me formei com um ano e dez meses e fiquei esperando pela pessoa que estava sendo procurada para formar um "time" comigo. Os instrutores entrevistaram várias pessoas e escolheram a que mais se parecia comigo, estou falando de perfil, jeito... e não de aparência física... afinal seria difícil encontrar um humano com rabo e orelhas como as minhas.
Quando minha amiga foi encontrada, passamos por umtreinamento, rigoroso lá na minha terra, durante 25 dias.Acordávamos às 6 da manhã e eu só ficava livre às 9 da noite, quando caia “morto” e dormia até às 6 e começava tudo de novo.Nós nos formamos e viemos para essa terra maravilhosa. Aqui, eu não acordo às 6... nunca!!!
Aprendi a desviar de pessoas, orelhões, cestas coletoras de lixo, caixas de correio, bancas de camelô, fradinhos, floreiras, mendigos, poças, bueiros abertos, buracos, todo tipo de obstáculos aéreos e baixos.
Quando minha amiga cega quer atravessar uma rua, eu paro em frente do meio fio ou da rampa e, como não enxergo cores, não me preocupo com o sinal de trânsito, fico de olho exatamente no movimento da rua. Quando todos os veículos ficam completamente parados, dou um toque na minha amiga movimentando lentamente minhas patas e ela ainda me pergunta se podemos mesmo atravessar...
Já aprendi muitos dos lugares que minha amiga costuma ir. O que eu preciso saber é a direção que devo tomar. Ela me diz: direita, esquerda, em frente, pra trás... encontre a farmácia, a padaria, a academia... E eu encontro, é claro!
Agora que você já sabe um pouquinho como somos e pra que viemos, vou dar algumas dicas de como você deve se comportar diante de um cão guia.
Um cão guia deve ser respeitado para que ele possa desempenhar seu trabalho com eficiência e segurança para o time, no meu caso, minha amiga cega e eu.
Por favor não me chame, não me acaricie quando eu estiver trabalhando, eu posso me distrair e deixar minha amiga cega cair ou bater num obstáculo.
Por favor, não me ofereça alimentos, não posso comer quando estoutrabalhando. Estou bem alimentado e tenhohorário certo para comer.
Se você perceber que minha amiga cega, mesmo em minha companhia, está precisando de uma ajuda extra, aproxime-se pelo lado direito dela permitindo que eu continue à esquerda, identifique-se e pergunte:
ATENÇÃO!!! Você sabia que aqui no Brasil já existe o Decreto 5.904/06 queregulamenta a Lei 11.126/05, que garante o ingresso e permanência de um cão guia acompanhado de uma pessoa cega em todos os lugares públicos ou privados de uso coletivo???
Agora que você já sabe tudo, por favor, me ajude a divulgar essas informações. Divulgando você está colaborando comigo, com meus colegas e principalmentecom as pessoas cegas.
Minha amiga diz que comigo ela se sentemais segura, mais feliz, mais encorajada para caminhar sozinha (comigo, é claro) conquistando sua LIBERDADE!!!
Muito prazer, meu nome é Cizar. Cizar se pronuncia Cízar... Como se tivesse acento agudo no I
O labrador amarelo que acabou sua fala, continua deitado no almofadão mas agora, com a cabeça deitada. Também nessa tela, a logo com letras estilizadas, E R – Ethel Rosenfeld. Ethel Rosenfeld Professora Especializada em Deficiência Visual Consultora na área da Deficiência E-mail: ethel@ethelrosenfeld.com.br Site: www.ethelrosenfeld.com.br Fotos e Design Gráfico: Sergio Renato Martins
Ficou curioso sobreo que é acessibilidade para as pessoascom deficiência visual? vou explicar:Sou uma voz sintetizada que lí o que está escrito nas legendas ocultasque só quem usa programas com leitores de telas conseguem ouvir. Na primeira tela eu disse: “Do primeiro ao penúltimo slide, o visual é sempre o mesmo. Fundo degradê do cinza claro para o branco, de cima para baixo,e em primeiro plano, um labrador amarelo deitado com a cabeça erguida,num almofadão marrom, olhando para você. O cão fala como personagens dehistória em quadrinhos, seus dizeres encontram-se dentro de círculosamarelos alaranjados.”Na última tela, voltei e disse: “O labrador amarelo que acabou sua fala, continua deitado no almofadão mas agora, com a cabeça deitada.Também nessa tela, a logo com letras estilizadas, E R – Ethel Rosenfeld.” Entendeu agora o que é acessibilidade?Direitos iguais para todos.