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SENTIMENTO DE EXCLUSÃO Não sei se estou ficando velho e se meus conceitos estão fora de moda. Mas confesso que assusto-me com a realidade de hoje. Ando procurando o Sr. Respeito e não o tenho encontrado. A Dona Dignidade parece ter-se ausentado para bem longe
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SENTIMENTO DE EXCLUSÃO Não sei se estou ficando velho e se meus conceitos estão fora de moda. Mas confesso que assusto-me com a realidade de hoje.
Ando procurando o Sr. Respeito e não o tenho encontrado. A Dona Dignidade parece ter-se ausentado para bem longe e a Dona Honestidade azulou de vez: não a encontro nos casebres, não a encontro nas casas grandes e muito menos nos palácios.
A Dona Educação, a última vez que a vi, estava tristonha procurando onde morar pois foi expulsa dos lares, das escolas, das instituições públicas que deveriam nos atender bem, a julgar pelo tanto de impostos que nos obrigam a pagar. Se a encontro é mero verniz, moeda de troca na boca de profissionais bem treinados para nos vender tudo insistentemente, até o que não precisamos.
Mas ela desaparece imediatamente após termos cedido aos seus encantos de educação envernizada, focada apenas para nos fazer de tolos. Faça uma comparação entre comprar um produto e depois reclamar dele ou tentar cancelar a compra.
A Dona Ética? Esta eu acho que realmente morreu. Deixou algumas raízes em poucos homens de bem, pequenos amontoados de células sadias a terem que lutar sozinhas contra o câncer da bandidagem generalizada que parece estender seus braços a todos os segmentos da sociedade, inclusive àqueles que nos deveriam proteger e dar exemplos.
Não poupou nem mesmo as instituições religiosas onde o nome e a Casa de Deus ficaram banalizados, viraram negócios lucrativos tipo show da fé e teologia da prosperidade!
A Sra. Insensatez está muito bem retratada, por exemplo, no programa do tipo BBB, que bem espelha a decadência dos programas televisivos que infestam milhares de lares todos os dias, levando um verdadeiro lixo de maus exemplos.
O cúmulo da falta de bom senso, para mim, foi priorizar a Copa 2014 e Olimpíadas 2016, num país que carece de tudo e onde prevalece uma gritante desigualdade social.
Está difícil para um homem da minha geração viver no mundo de hoje. Sinto-me minoria e portanto sinto-me excluído, na medida em que vejo triunfar a mentira, a hipocrisia, a ganância, o desrespeito, a desonestidade, a insensatez ... sem falar na corrupção já tão decantada.
Descobre-se um foco aqui e logo surge outro ainda mais profundo e pernicioso, de tal sorte que até mesmo as células sadias da sociedade vão perdendo o ânimo e a esperança. Esperança que somente poderia advir com um governo sério e incorruptível que começasse fazendo uma profunda revisão na nossa Carta Magna e tivesse a força necessária para fazer com que ela fôsse cumprida nos rigores da Lei.
Mas como eu disse no começo, eu sou um excluído social, um sonhador talvez, porque logo chega o carnaval, os campeonatos de futebol, os BBB da vida e o povo embarca, esquecido de sua própria miséria e dos gravíssimos problemas sociais, mais uma vez empurrados para debaixo do tapete, para reaparecerem nos hospitais sem recursos ou nas próximas inundações. Ari Jardim e Fátima Irene Descalvado - SP 11.01.2013 Musica: Baden Powell - Asa branca Formatação: maricarusocunha@pranos.com.br www.pranos.com.br