180 likes | 591 Views
Endotélio na Síndrome Metabólica. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia 2006; 50/2:291-303. Síndrome Metabólica. Descrita por Gerald Reaven como “Síndrome X” ou “Síndrome de Resistência à Insulina”
E N D
Endotélio na Síndrome Metabólica Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia 2006; 50/2:291-303
Síndrome Metabólica • Descrita por Gerald Reaven como “Síndrome X” ou “Síndrome de Resistência à Insulina” • Primeiramente descrita como uma tentativa de identificar indivíduos com maior risco de desenvolver: • Diabetes tipo 2; • Doença cardiovascular aterosclerótica; • Morte cardiovascular;
Critérios diagnósticos para Síndrome Metabólica 1) Circunferência abdominal >102 cm em homens e > 88 cm em mulheres; MAIS DOIS DOS FATORES ABAIXO: 2) Pressão arterial sistólica >130mmHg ou diastólica > 85mmHg 3) Glicemia de jejum >110mg/dl 4) Triglicerídeos >150mg/dl 5) HDL-colesterol <40mg/dl em homens <50mg/dl em mulheres Fonte: 7 Joint
Prevalência da Síndrome Metabólica • 25% da população adulta mundial tem síndrome metabólica • Pacientes com SM têm o três vezes o risco de sofrer infarto do miocárdio comparadas ao risco de pessoas que não têm a síndrome. • Pacientes com síndrome metabólica têm risco 5 vezes maior de desenvolver diabetes melitus tipo 2 • Até 80% dos 200 milhões de diabéticos no mundo vão morrer de doença cardiovascular. Fonte: Federação Internacional de Diabetes (IFD)
. O endotélio é uma camada única e contínua de células que separa a parede vascular do interstício. O fluxo sangüíneo, com sua força de cisalhamento, provocaria um stress que produziria NO. A célula endotelial adulta tem vida de cerca de 30 anos. Após esse período, ela morre e o espaço é preenchido por células vizinhas, que têm a função prejudicada. Além disso, há a ocupação por macrófagos e células musculares lisas, exacerbando a inflamação e dando condições para a instalação da aterosclerose.
Endotélio e Síndrome Metabólica • O endotélio é responsável pela manutenção da homeostase vascular, do tônus vascular, do fluxo sangüíneo, o equilíbrio dinâmico entre coagulação e fibrinólise, inibição da proliferação e migração celulares e controle da resposta inflamatória
. A disfunção no endotélio se caracteriza por uma redução do óxido nítrico que altera o relaxamento muscular. A síndrome metabólica é considerada um estado de inflamação crônica que aumenta a disfunção endotelial precipitando eventos isquêmicos cardiovasculares e aumentando a mortalidade.
. A ATEROSCLEROSE O entendimento recente da fisiopatologia da aterosclerose envolve vários fatores que interagem de forma complexa, diferindo da definição antiga de um deposito anormal de lipídeos na parede de artérias.
DISFUNÇÃO ENDOTELIAL A disfunção endotelial pode ser detectada precocemente no espectro da RI (resistência insulínica), antes mesmo do diagnóstico de qualquer grau de intolerância à glicose. Diversos mecanismos inter-relacionados contribuem para a disfunção endotelial relacionada à RI. Alguns componentes da SM, tais como baixos níveis de HDL-colesterol, aumento nos níveis de LDLpequena e densa, a hipertensão arterial e o aumento da oferta de ácidos graxos livres são fatores de risco independentes para aterosclerose e estão associados com função anormal do endotélio (8). A insulina, em concentrações fisiológicas, atua como um vasodilatador e estimula a produção endotelial de NO.
. Os estados de RI estão associados com a produção aumentada de espécies reativas de oxigênio, processo denominado estresse oxidativo (EO). As principais fontes formadoras de espécies reativas de oxigênio na vasculatura são os complexos enzimáticos: NADPH-oxidases e da eNOS desacoplada. Descrevem-se elevações na atividade da NADPH-oxidase pela exposição à angiotensina II e ao TNF-a em cultura de células musculares lisas vasculares (12).
. A hiperinsulinemia que acompanha a RI é um fator de risco independente para doença arterial coronariana indivíduos com RI exibem respostas vasodilatadoras diminuídas tanto à infusão de insulina quanto à de agonistas colinérgicos, sugerindo um bloqueio desses efeitos fisiológicos. A hiperinsulinemia estimula a produção de endotelina-1 (ET-1) pelas células endoteliais e isto pode, conseqüentemente, promover disfunção endotelial por se contrapor aos efeitos vasodilatadores do NO e por aumentar a produção de superóxido.Níveis elevados de insulina têm sido relacionados como causa de disfunção endotelial em voluntários saudáveis (15), embora em diabéticos o tratamento com este hormônio melhore a vasodilatação endotélio-dependente (16). Nesse caso, a resistência insulínica com hiperinsulinemia e aumento de ácidos graxos livres seria o provável mecanismo inicial de disfunção endotelial e, com o desenvolvimento posterior da hiperglicemia, haveria piora do dano endotelial.
. As elevações dos ácidos graxos livres (AGL) estão associadas com estados de RI, incluindo a SM, a obesidade e o DM2, e têm implicações na patogênese da RI. Os AGL alteram a captação de glicose no músculo esquelético, Ao nível vascular, observa-se diminuição na vasodilatação endotélio-dependente após infusão de uma emulsão lipídica com aumentos transitórios nos AGL circulantes em voluntários saudáveis (19). Há evidências de que os AGL reduzem a biodisponibilidade do NO por inibição da atividade da eNOS e estimulação da produção de espécies reativas de oxigênio pela NADPH oxidase (20).
O Sistema PPAR - Família de receptores nucleares que desempenham papel importante na diferenciação de adipócitos, metabolismos glicídico e lipídico e controle vascular -PPAR gama, PPAR alfa, PPAR beta
O endotélio como alvo terapêutico AGONISTAS DO PPAR GAMA (ROSIGLITAZONA) -Melhora vasodilatação endotélio-dependente -Aumenta níveis de adiponectina METFORMINA -Diminui eventos cardiovasculares -Promove oxidação de ácidos graxos em indivíduos resistentes à insulina -Diminui a lipotoxicidade em indivíduos resistentes à insulina ESTATINAS -Diminui morbiletalidade -Diminui LDL colesterol -Aumenta biodisponibilidade de NO -Tem efeitos anti-inflamatórios e anti-oxidantes
. ANTI-OXIDANTES -Estatinas -Agonistas PPAR alfa -Metformina VITAMINA C -Melhora vasodilatação endotélio-dependente VITAMINA E -Impede oxidação de LDL colesterol ÓLEO DE PEIXE -Melhora função endotelial em indivíduos com hipercolesterolemia INIBIDORES DA ENZIMA DE CONVERSÃO DE ANGIOTENSINA -Diminui angiotensina II -Diminui geração de radicais livres -Aumenta bradicinina e NO BLOQUEADORES DOS RECEPTORES DE ANGIOTENSINA II -Aumento de NO -Limitação da oxidação de LDL
Avaliação da função endotelial in vivo -Testes de função avaliam a funcionalidade do endotélio -Estudo de resposta vasodilatadora endotélio-dependente na circulação periférica: PLETISMOGRAFIA DE OCLUSÃO VENOSA Avalia a função endotelial indiretamente através da reatividade vascular Método invasivo
Conclusão -A disfunção endotelial parece ser o primeiro passo na progressão da aterosclerose -O estudo da função endotelial em indivíduos com Síndrome Metabólica é útil para avaliar os efeitos dos fatores de risco e das intervenções terapêuticas