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Indígenas Brasileiros e a chegada dos portugueses:. Choque entre culturas. Profª: Carolina Giovannetti Escola Estadual Maurício Murgel - BH - MG. 1º ano do ensino médio - 2011. Introdução.
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Indígenas Brasileiros e a chegada dos portugueses: Choque entre culturas
Profª: Carolina GiovannettiEscola Estadual Maurício Murgel - BH - MG 1º ano do ensino médio - 2011
Introdução Os povos indígenas do Brasil compreendem um grande número de diferentes grupos étnicos que habitavam o atual território brasileiro antes da chegada dos europeus no século XVI.
Índios e Portugueses: O encontro de duas culturas • Durante os primeiros anos da chegada dos portugueses a América, os nativos foram tratados "como parceiros comerciais", uma vez que os interesses portugueses voltavam-se ao comércio do pau-brasil, realizado na base do escambo. • Segundo os cronistas da época, os indígenas consideravam os europeus, amigos ou inimigos, conforme fossem tratados: amistosamente ou com hostilidade. • Com o passar do tempo essa relação sofreu alterações. • Com a instalação do Governo Geral, em 1549, intensificou-se a escravidão dos indígenas nas diversas atividades desenvolvidas na Colônia, gerando constantes conflitos.
Sociedades Indígenas Brasileiras no Século XVI • Cerca de 3,5 milhões de índios habitavam o Brasil na época da colonização. • Dividiam-se em quatro grupos lingüístico-culturais: Tupi, Jê, Aruaque e Caraíba. • Naquela ocasião, os Tupis acabavam de ocupar o litoral, expulsando para o interior as tribos que não fossem Tupis. • Portanto, manter relações de amizade e aliança com o grupo dominante passou a ser fundamental para os conquistadores europeus.
As tribos eram formadas por indivíduos cujas aldeias ocupavam uma área contígua, falavam a mesma língua, tinham mesmos costumes e possuíam um sentimento de unidade. • Cada uma das aldeias constituía uma unidade política independente, com um chefe que não se distinguia dos demais homens: caçava, pescava e trabalhava na roça.
Havia um chefe para as cerimônias religiosas, que tinha grande influência sobre o grupo; ele era o curandeiro da tribo, cuidando dos doentes com ervas e magia. • Não havia nem escravos e nem uma camada dominante, pois as técnicas rudimentares forçavam todos a trabalhar.
Para melhor lidar com as tribos, os jesuítas aprenderam a língua tupi. Modificaram-na, criaram uma gramática e a transformaram na língua comum a várias tribos. Assim, a identidade cultural dos nativos foi descaracterizada, tornando-os alvos mais fáceis para os interesses dos missionários.
Mesmo entre os índios do mesmo grupo lingüístico-cultural havia constantes embates, motivados tanto por questões tribais - disputa da área de caça e ofensas familiares - como pelas alianças com os invasores estrangeiros. Percebendo essa situação, os próprios portugueses estimulavam ou até provocavam as rivalidades, como forma de facilitar sua dominação.
O Índio no Imaginário Português • Na carta de Caminha ao rei de Portugal ficava clara a superioridade com que os portugueses lidavam com a população do Brasil. • A ideologia religiosa é, para Caminha, o aspecto mais importante nessa relação.
"A Primeira Missa no Brasil" (1861), pintura de Victor Meirelles.
Não reconhecendo nos nativos uma cultura própria, os portugueses pretendiam torná-los súditos do rei de Portugal e cristãos. • Eram incapazes de entender os índios e o seu contexto sócio - cultural, reduzindo-os à condição de selvagens, de acordo com os padrões europeus.
Os portugueses desenvolveram uma visão ambígua sobre eles. • Caminha, em sua carta ao rei Dom Manuel, descreveu-os como "rijos, saudáveis e inocentes". Ao mesmo tempo, comparou-os com animais, chamando-os de "gente bestial e de pouco saber". • Américo Vespúcio, em sua célebre carta Mundus Novus, via-os como "índios mansos, vivendo de forma paradisíaca, de acordo com a lei natural".
Os padres jesuítas, como José de Anchieta e Manuel da Nóbrega, ao mesmo tempo que zelavam pelos índios, pretendendo torná-los súditos da sua fé, diziam que "são cães em se comerem e se matarem, e são porcos nos vícios e na maneira de se tratarem". • Faziam distinção entre as tribos, sendo que algumas, segundo eles, tinham costumes mais próximos dos brancos, pois não praticavam a antropofagia, não eram cruéis na guerra e vestiam suas mulheres, tendo, portanto, mais condições de se converterem e se tornarem fiéis súditos de Cristo e da Coroa Portuguesa.
Massacre • Os habitantes da América, sofreram um dos maiores genocídios da história da humanidade, aonde milhões de seres foram dizimados pelo poder das armas, das doenças e das imposições de valores e costumes.
Na visão dos europeus os nativos da América oscilavam entre uma visão romantizada, em que os índios deveriam ser catequizados e salvos; a uma visão que os colocava como animais, capazes de atos de crueldade, como canibalismo • Em nenhuma dessas visões houve a tentativa de se compreender os valores e costumes indígenas. • Os europeus passam a impor seus ideias as populações que habitavam o Novo Mundo.
REFEIÇÃO HUMANA Canibalismo tupinambá em gravura de 1592. Há registros dessa prática na Amazônia até a década de 1960
No ideário português os indígenas seriam capazes das maiores atrocidades, pois não eram vistos como seres humanos.
Passados 500 anos de convivência sempre conflituada, o índio continua sendo pouco mais do que um mito brasileiro • Quem são, de onde vieram, para onde vão? Cinco séculos depois do primeiro encontro, os índios brasileiros permanecem sendo um mistério para o homem branco. Não se pode afirmar com certeza de onde vieram, embora a teoria da migração via estreito de Bering continue sendo a mais provável - mesmo tendo perdido a primazia e, principalmente, a exclusividade. Quando teriam chegado à América também é assunto ainda polêmico: 12 mil, 38 mil ou a 53 mil anos atrás? Ninguém sabe ao certo. Sabe-se apenas que aqui estavam quando os europeus chegaram nos séculos XV e XVI. • Fonte: http://www.grupoescolar.com/materia/brasil_indigena.html