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“LA INVESTIGACIÓN CIENTIFICA” (MARIO BUNGE) Por: Rafael Wanderley e Vanesca Bispo. BUNGE: BIOGRAFIA E LEGADO CIENTÍFICO (I).
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“LA INVESTIGACIÓN CIENTIFICA” (MARIO BUNGE)Por: Rafael Wanderley e Vanesca Bispo
BUNGE: BIOGRAFIA E LEGADO CIENTÍFICO (I) • Mario Bunge nasceu em Buenos Aires em 1919 e, desde 1963, reside no Canadá. Com o golpe de estado argentino ocorrido em 1963, resolveu sair da sua pátria e se radicar no Canadá. Lecionou no Brasil (Unicamp), México, Estados Unidos e Alemanha. Desde 1966, se instalou em Montreal (Canadá) e tem ensinado,’ desde então, Lógica e Metafísica na McGill University; • É autor de mais de 50 livros (suas obras foram traduzidas em 12 línguas) e de cerca de 450 artigos sobre física teórica, matemática aplicada, fundamentos da psicologia e filosofia da ciência etc.
BUNGE: BIOGRAFIA E LEGADO CIENTÍFICO (II) • Recebeu inúmeros prêmios, como o prêmio Príncipe de Astúrias, e mais de quinze títulos de “doutor honoris causa”. É membro de prestigiosas instituições acadêmicas. Seus principais livros são: “Crisis y reconstrucción de la filosofía”; “Diccionario filosófico”; “La investigación científica: su estrategia y su filosofía”; • Bunge é doutor em ciências físico-matemáticas pela “Universidad Nacional de La Plata” (1952) – tese sobre o spin eletrônico relativista. Foi professor de Física Teórica e Filosofia, tanto em “La Plata” quanto na “Universidad de Buenos Aires”. (1956 -1963)
PARTE I: ENFOQUE E INTRUMENTOSCONHECIMENTO ORDINÁRIO E CIENTÍFICO CIÊNCIA: • Estilo de pensamento e ação; • Criação humana; • Trabalho – investigação • Produto Final - Conhecimento • Produto Final: - Conhecimento Ordinário - Conhecimento Científico
PARTE I: ENFOQUE E INTRUMENTOSCONHECIMENTO ORDINÁRIO E CIENTÍFICO • CONHECIMENTO ORDINÁRIO: • Não especializado (prévio); • CONHECIMENTO CIENTÍFICO: • Obtido através de um método; • Submete-se à Prova; • Enriquece-se; • Supera-se
PARTE I: ENFOQUE E INTRUMENTOSCONHECIMENTO ORDINÁRIO E CIENTÍFICO • A CIÊNCIA ENQUANTO CONHECIMENTO DE NATUREZA ESPECIAL: - Inventa e arrisca conjecturas; - Racionalidade; - Objetividade; • Naturalismo: • Cria seus próprios cânones de validez; • Teorias; • Dúvida
PARTE I: ENFOQUE E INTRUMENTOSO MÉTODO CIENTÍFICO • CIÊNCIA E NÃO CIÊNCIA: - Procedimento e objetivo • ENFOQUE CIENTÍFICO: - Constituído pelo método científico e pelo objetivo da ciência
PARTE I: ENFOQUE E INTRUMENTOSO MÉTODO CIENTÍFICO • MÉTODO/PROCEDIMENTO/PROBLEMAS: • MÉTODO GERAL: Se aplica à todo ciclo da investigação; • MÉTODOS ESPECIAIS: Estágio particular da investigação – problemas de certos tipos.
PARTE I: ENFOQUE E INTRUMENTOSO MÉTODO CIENTÍFICO E SUA APLICAÇÃO • Enuncia perguntas bem formuladas; • Arbitra conjecturas, fundadas e contrastáveis com a experiência; • Deriva conseqüências lógicas das conjecturas; • Arbitra técnicas para testar as conjecturas e contrastações; • Realiza o contraste e interpretar os resultados; • Estima pretensões de verdade das conjecturas; • Determina os domínios em que estão inseridos as conjecturas e as técnica e formular novos problemas.
PARTE I: ENFOQUE E INTRUMENTOSO MÉTODO CIENTÍFICO • METODOLOGIA CIENTÍFICA (Elementos): • FALIBILIDADE; • INDICAÇÕES; • AUTOSUFICIÊNCIA. MÉTODO É, ENTÃO, UMA ESTRATÉGIA DA INVESTIGAÇÃO
PARTE I: ENFOQUE E INTRUMENTOSA TÁTICA CIENTÍFICA O MÉTODO CIENTÍFICO E A ESTRATÉGIA DA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA: - Técnicas: • Conceituais - formulam de modo preciso problemas e conjecturas de certo tipo; • Empíricas – arbitram experimentos; medições; construção de instrumentos para elaborar dados.
PARTE I: ENFOQUE E INTRUMENTOSA TÁTICA CIENTÍFICA • MÉTODO DE APROXIMAÇÕES SUCESSIVAS • Investigação científica: • Gradual; • Verdades parciais; • Se corrige a partir da auto-crítica;
PARTE I: ENFOQUE E INTRUMENTOSA TÁTICA CIENTÍFICA • INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA(gradual; permeada de verdades parciais; característica de auto-correção)
OS RAMOS DA CIÊNCIA O Método Científico enquanto um modo peculiar de tratamento de problemas intelectuais, sendo aplicável a todo e qualquer ramo do conhecimento
O MÉTODO CIENTÍFICO • Para Bunge, o método científico é uma marca característica da ciência, tanto da pura como da aplicada: onde não há método cientifico, não há ciência. • Segundo o autor, a primeira grande divisão das ciências é entre formais (ou ideais) e fáticas (ou materiais).
AS CIÊNCIAS FORMAIS/IDEAIS E AS CIÊNCIAS FÁTICAS/MATERIAIS • Essa divisão preliminar leva em conta: • o objeto de pesquisa de cada uma; b) a diferença de espécie de enunciados; c) o método pelo qual os enunciados são testados.
CIÊNCIAS FORMAIS (IDEAIS) – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: (I) EX: A LÓGICA E A MATEMÁTICA • A Lógica e a Matemática tratam de entes ideais, são abstratos, só existem na mente humana; • Os lógicos e os matemáticos constroem seus próprios objetos de estudo. • A matéria-prima dos lógicos e dos matemáticos não é fática, mas ideal;
CIÊNCIAS FORMAIS (IDEAIS) – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: (II) • São sistemáticas e verificáveis, porém não são objetivas; • Não nos dão informações sobre a realidade: simplesmente não se ocupam dos fatos;
AS CIÊNCIAS MATERIAIS (FÁTICAS) PRESSUPÕEM ÀS CIÊNCIAS FORMAIS O conhecimento científico e a investigação científica e seus desdobramentos: • O conhecimento científico é geral, fático, claro e preciso, comunicável, metódico, sistemático, legal (busca leis) e preditivo (imaginando como as coisas eram no passado e como serão no futuro) e verificável; • A investigação científica é metódica e especializada.
O OBJETIVO DE INVESTIGAÇÃO E O ALCANCE DA CIÊNCIA • “A ciência é uma forma de pensamento e de ação: precisamente o mais recente, o mais universal e o mais proveitoso de todas as formas. Como toda criação humana, temos que distinguir na ciência entre o trabalho – investigação – e seu produto final, o conhecimento.” (In: BUNGE, Mário. La ciencia, su método y su filosofía. Buenos Aires: Ediciones Siglo Vei, 1960. p. [?]) (negrito nosso)
A CIÊNCIA E SEUS INTERESSES (I) • Os métodos investigativos são meios arbitrados para se atingir determinados fins científicos; • Os interesses e as formas de pensar dos cientistas impõem uma divisão sistemática da ciência; • O maior objetivo da ciência é produzir explicações para os fatos reais; há problemas que somente podem ser resolvidos por determinado ramo científico.
A CIÊNCIA E SEUS INTERESSES (II) • A ciência pressupõe que a realidade é ordenada e que os acontecimentos obedecem a padrões que o homem busca desvendar; • Na atividade científica, o cientista tem certamente percepções, elabora imagens, segue normas etc., porém, tudo isso está ao serviço da concepção e transformação de idéias; • Na sua busca pela verdade, a Ciência é eficaz no fornecimento de ferramentas para o bem ou para o mal.
A CIÊNCIA E SEUS INTERESSES (IV) • Na ciência, ensina Bunge, as hipóteses funcionam como premissas da argumentação (nas disciplinas formais), ou como suposições relativas a determinados fatos (nas ciências factuais); • Não há uma única explicação para um determinado acontecimento, assim como, não há explicação que seja, propriamente falando, completa.
DIREÇÕES DO DESENVOLVIMENTO DO CONHECIMENTO - CONHECIMENTO TÉCNICO: conhecimento especializado, mas não científico (EX: Artes; Habilitações profissionais); - PROTOCIÊNCIA / CIÊNCIA EMBRIONÁRIA: trabalho cuidadoso mas sem objeto teórico de observação e experimentação; - PSEUDOCIÊNCIA: um corpo de crenças e práticas que invocam teorias que não têm caráter científico.
AS PSEUDOCIÊNCIAS (I) • Mario Bunge é reconhecido por expressar publicamente sua postura contrária às pseudociências e a certas correntes filosóficas, entre as quais inclui: a psicanálise; a homeopatia; a alquimia; a astrologia; a caracterologia; o comunismo científico; o criacionismo científico; a grafologia; a parapsicologia; e a ufologia; • A pseudociência é um monte de clubes, que é vendida como ciência.
AS PSEUDOCIÊNCIAS (II) • Características e críticas apontadas por Bunge: (Podemos reconhecer uma pseudociência, se ela possui ao menos duas das três características seguintes) • Invoca entes imateriais ou sobrenaturais inacessíveis ao exame empírico; • É crédula (não submete suas especulações a prova alguma); • É dogmática (Quando muda, só o faz em pequenos detalhes e como resultado de brigas entre os crentes); • Rechaça a crítica; • Não encontra nem utiliza leis gerais; • Seus princípios são incompatíveis com alguns dos princípios mais consagrados da Ciência; • Não interage com nenhuma ciência propriamente dita; • É fácil: não requer muito esforço para aprender
REFERÊNCIAS BUNGE, Mario. La investigación científica: su estrategia y su filosofía. Barcelona: Editorial Ariel, 1985. PAVON, Hector. Entrevista a Mario Bunge. Buenos Aires: Jornal Clarín, 2006. Acesso em: 8 Mai 2011, Disponível em: http://www.clarin.com/suplementos/cultura/2006/10/07/u-01285320.htm.